Antes que Termine o Dia escrita por sahendy


Capítulo 3
O término


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Por favor leiam e comentem. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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Já estava anoitecendo a cidade estava reluzente com suas luzes acesas e a grande roda gigante que sempre desejei ir mas nunca me permiti por ter medo. Me arrumei e fui direto para a audição estava animada para tudo, para a audição, para o casamento da minha mãe que seria daqui há uns dias e para a surpresa de Carlos Daniel que me disse hoje pela manhã que tinha uma. 

Carlos Daniel...

Estava caminhando nas calçadas naquela noite fria e vi o táxi entre a neblina sair e o chamei, antes que pudesse entrar dei o endereço "Clifton Hall por favor" abri a porta e me sentei. Fiquei olhando para fora da janela e pensava na horrível reunião que Paulina estragou e em como não conseguia entende-la direito.

— É a escola de música não é? - O taxista me pergunta, eu estava desatento mas ouço o que ele diz e olho para frente.

— É... Tem uma audição hoje. - Respondo e volto minha atenção aos pensamentos, mas sou interrompido pelo taxista novamente.

— Sua namorada é musicóloga? - Ele olha pelo retrovisor, dou um sorriso mais uma olhada na janela. 

— É isso aí. - Respondo.

— E você está com problemas na vida amorosa. - O taxista complementa, ok como ele sabia daquilo. Como você sabe que sua vida pode mudar a partir do momento que você entra num táxi? Paraliso um segundo.

— E como é que o senhor sabe disso? 

— Assim como os barmans os taxistas sabem dos problemas dos outros. - Ele responde, olho mais um segundo para ele e paraliso novamente e olho para a janela, mas ele volta a me perguntar. - Qual é o seu?

— Ah, eu não tô afim de falar disso. - Respondo.

— É uma boa ideia. - Ele responde e volta a complementar - Talvez assim o problema se resolva sozinho. - Olha pelo retrovisor novamente, eu me inclino para falar com ele.

— Não consigo fazer ela feliz. Como é possível amar tanto alguém sem saber como... Como se deve amar?

— Então a ama? - Ele me pergunta, não exito em responde-lo.

— Sim. Amo muito. 

— Esse é o problema.

— Ela vai viajar amanhã por duas semanas. E quer me levar também. 

— E se ela não voltar? - O taxista pergunta, eu nunca havia parado para pensar nisso, se a Paulina não voltasse mais para mim.

— O que você quer dizer com isso? - Pergunto confuso tentando não pensar muito nisso.

— Vamos lá imagine... Vocês se despedem, ela entra ao avião, e nunca mais a vê... - O taxista replica, olho para o retrovisor e ainda não sei o que responder, talvez fosse muito isso. - Poderia viver assim? - O taxista pergunta.

Respirei fundo. - Não... Não... Não mesmo. - Respondi a ele, o taxista parou o táxi na hora e se virou para mim. 

— Já sabe o que fazer. Aprecie o que tem. Apenas ame-a. - Ele me diz, olho em seus olhos que pareciam me dar a direção de apenas largar tudo e ir com Paulina, olho para a rua.

— Ainda faltam dois quarteirões. 

— Não pode ir de mãos vazias. - O taxista responde e aponta para a floricultura, dou um sorriso e pulo para fora do carro comprar um buquê a ela. Paguei ao taxista e decidi ir andando até Clifton Hall. - A música If Only - Holes começava a passar pela minha cabeça. 

Paulina...

Estava caminhando com Lottie antes da apresentação começar, estava pensando na surpresa de Carlos Daniel. 

— Sabe se ele comprou a passagem pra ir comigo, isso é muito bom. Talvez esteja mudando. - Disse a Lottie que parou em minha frente. - Assim espero. - Complemento.

— Você merece. Se ele não sabe disso é um estúpido.

— Você sabe bem o que dizer. - Respondi a Lottie que dá um sorriso, ela coloca suas mãos em meus ombros. - Ah e lembre-se você é a azeitona do martine. - Olhei para ela sem saber o que responder, o que aquilo significava? - É uma expressão de boa sorte. - Ela responde e dá um sorriso colocando em minhas mãos o violino. - Detone essa noite. - Novamente sorri "Obrigada" respondo e vou me preparar enquanto Lottie se senta na plateia.

A audição já havia começado e pude ver Lottie sentada ao lado de Carlos Daniel de cinco em cinco minutos ele dava um sorriso quando olhava para ele e fazia qualquer graça pois sabia que ele não gostava de músicas clássicas, ou de vários violinos sendo tocados juntos. Até que depois disso foi chamado ao palco Malvina para a Valsa de Julieta. - Era ópera, não pude resistir a tentação de ás vezes olhar para ele e brincar.

Depois das apresentações fui cumprimentar umas pessoas e logo procurei por Carlos Daniel. - Oi. - Eu disse quando o vi, ele me deu as flores e nos abraçamos. - Obrigada.

— Pronta? - Ele pergunta. 

— Tô. - Respondo, olho para trás e vejo Lottie. - Ah, olha a gente se vê depois. - Abraço Lottie.

— Tenha uma ótima viagem. - Ela responde dá um sorriso e saí, pego ao braço de Carlos Daniel prestes a sair com ele, mas sinto um puxão na minha blusa e ao olhar para trás vejo meu aluno Oliver, o abraço assim que me viro. - OLIVER. - Digo a ele que me aperta e um senhor se aproxima, o pai de Oliver. - Olha só você veio. - Digo a ele e dou um Oi ao pai dele.

— Está brincando? Ele não perderia isso por nada. - O pai responde, dou um sorriso e volto minha anteção ao Oliver que se vira para o pai dele.

— Ela é a melhor. - Oliver diz ao pai, dou um sorriso e logo ele se vira para mim. - Eu amo a senhorita Martins, todos nós amamos. Se eu fosse um pouco mais velho... - Ele responde, dou mais um abraço nele e sorrio, Carlos Daniel se afasta e olha em seu relógio. - Isso é pra você. - Oliver estica suas mãos onde estou e me dá um cartão.

— Ah, obrigada! - Respondo e me aproximo de Carlos Daniel para tentar mostrar o que Oliver me deu. - Carlos Daniel, olha só esse cartão, não é lindo? - Ele se vira para olhar o cartão de flores. - É. - Ele responde e se vira e sussurra ao meu ouvido. - Vamos embora. - Fico sem reação ali em frente ao pai de Oliver e ao próprio Oliver que me deu o cartão. - Ah, bom, eu... - Gaguejo um pouco e o pai de Oliver entender o que aconteceu.

— Ah, tudo bem. Também precisamos ir. - Ele responde e Oliver dá um sorriso para mim, o retribuo e os dois vão embora.

Quando chegamos no restaurante esperamos o garçom chegar, até lá tentei falar sobre outras coisas com Carlos Daniel, mas quando toquei no assunto da reunião dele.

— Foi um desastre. Dunbar não aceitou. Trahen ficou uma fera e eu me ferrei. - Ele dizia e mexia em suas mãos, me inclinei para ele. 

— Ah meu Deus, me desculpa Carlos Daniel, eu... - Tento me explicar mas ele olha para a mesa.

— Ah esquece. - Carlos Daniel responde, fico novamente sem reação. Ouço a respiração dele, que encosta na cadeira - E aí, o que você me conta? - Ele pergunta, olho para o lado e volto a olhar para ele.

— A Lottie tem uma exposição numa grande galeria amanhã chamada Zingue e eu é ajudei ela essa tarde.

— Parece divertido. - Ele responde num tom ironico, olho para a mesa dou um sorriso de canto, procuro pelo garçom mas vejo que não está ali e me viro para ele novamente.

— Escuta, você não quer dançar? - Pergunto a ele, com medo porque sei que ele estava nervoso.

— Quando é que você me viu dançar? - Ele me respondeu. STRIKE 3 foi só o que consegui pensar estando sem graça novamente.

— Onde foi a tarde depois da reunião? Eu liguei um milhão de vezes.

— Ah estava desligado, eu não queria falar com ninguém. Passei o dia inteiro na cidade andando e pensando. - Ele me responde. 

— Em que? - Pergunto.

— Pensando se a gente tá se dando bem. - Aquilo não foi um strike, foi uma bomba. Não consegui acreditar no que ouvi, dou um sorriso de canto mas sem saber o que responder. - Não, não é isso. Você não entendeu. - Ele replica, olho para ele de lado tentando compreender. - O lance é que eu não tive uma boa manhã. E que a reunião é... Bom, eu pensei no que fazer e... Eu peguei um táxi e conversei com o taxista.

— Um taxista? Conversou sobre... - Sou interrompida, me inclino mais uma vez para ele.

— É eu sei que é estranho, mas foi bom. Me fez perceber que mesmo com problemas eu e você dividimos as coisas. E eu percebi que acima de tudo e apesar de tudo eu... Eu te adoro. - Fico sem reação novamente, continuo olhando para Carlos Daniel. - Não na verdade, eu quero continuar. É eu quero, tá bom? - Ele me pergunta e dá um sorriso para mim, respiro fundo pensando no que responder.

— Não. - Respondo. 

— Não? Por quê? - Ele volta a pergunta.

— Eu não quero continuar. Olha Carlos Daniel se fosse pra ficar em Londres seria por você. Por nós. Eu faria isso sem pensar duas vezes. Se pensasse que somos especiais. - Respondi a ele.

— Somos.

— Mesmo? Você nunca me diz o que sente ou sobre você. Não quer ver minha família, esqueceu a minha formatura, correu dos meus alunos como... Como se tivessem alguma coisa contagiosa. Olha Carlos Daniel, eu sei que você tem boa intenção. Mas, eu sinto que. Eu sinto que eu tô em segundo plano na sua vida. E isso machuca... - COmecei a chorar. - E o pior é que eu tô me acostumando com isso. - Respondi novamente.

— Eu não tô entendendo. - Ele responde.

— Eu sei. Isso tá me matando. Se tivesse só um dia Carlos Daniel. Um dia que tivesse nós... 

— Eu te adoro. - Ele me responde novamente, a lágrima cai do meu olho.

— Eu não quero ser adorada. Eu quero ser amada. - Respondo, jogo o lenço na mesa e me levanto a caminho da saída do restaurante.

— Aonde você vai? - Ele me pergunta. Pego o violino, limpo as lágrimas e olho para ele.

— Eu vou passar a noite com a Lottie, amanhã eu vou pro aeroporto. Eu não suporto mais isso. - Caminho para fora, e volto. - Eu te vi na agência de viagem hoje, onde você vai?

— Joanesburgo a negócio. - Ele me respondeu, novamente segurei o choro e saí do restaurante. Assim que passo pela porta de saída, ouço ele gritar "Paulina" continuo andando, e abro a porta do táxi que está em frente ao restaurante "Paulina, espera aí"  ele me puxa, olho para ele dentro do táxi ainda sem fechar a porta. - Não pode fazer isso, por favor. Não pode. Você não pode me deixar. - Ele responde, olho para o outro lado do táxi respirando fundo. - O que isso quer dizer, que eu não vou mais te ver? - Olho para ele e não exito em chorar, estava profundamente magoada. 

— Você vem ou não? - O taxista pergunta.

Carlos Daniel...

Ouvi a voz do taxista e olhei para o retrovisor, os mesmos olhos do taxista que havia pegado há algumas horas atrás, Paulina olhou para ele e depois olhou para mim. Fiquei surpreso ao vê-lo. Ele se vira e novamente pergunta - Vai entrar ou não meu amigo? É só escolher... - Estou confuso e surpreso ao vê-lo, estava atônito. O relógio marcava 23h00 e Paulina suspirou fundo puxando a porta do carro, me afasto e a vejo no táxi indo embora. O sinal está ficando vermelho. Não podia deixar Paulina ir embora, aquilo era demais para mim. Começo a correr e grito seu nome PAULINA, quando estou me aproximando do táxi o sinal abre mas continuo correndo a chamando e então... O meu mundo parou. Parei de correr, o barulho foi enorme, fiquei sem reação. O carro bateu no táxi que Paulina estava. As pessoas no meio da rua pararam para olhar, coloquei minha mão em minha boca, com medo do que poderia acontecer. Comecei a correr até o táxi "NÃAAAAAO." Gritei. "PAULINA, MEU AMOR POR FAVOR, MEU AMOR NÃO! AMOR! AMOR! ME AJUDEM! ME AJUDEM, PAULINA POR FAVOR. PAULINA NÃO MORRA!"


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Por favor comentem. Obrigada.



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