Antes que Termine o Dia escrita por sahendy


Capítulo 2
Pasta azul


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Espero que gostem. Por favor leiam e comentem? Obrigada. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês!



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Fiquei olhando para ele desapontada por ele não se lembrar da minha audição de formatura que como ele estudei por tanto tempo por ela. Olhei para as minhas botas e voltei a olhar para seus olhos negros esperando uma reação.

— Ah, eu sou asno... - Ele me disse, ainda não podia acreditar. - Olha, me desculpa Lina. Desculpa! Eu não acredito que fiz isso. - Ele me responde novamente, eu olho para seu terno respiro fundo e dou um sorriso de canto. 

— Boa sorte... na reunião... Não que precise, eu sei que vai ser ótimo. - Respondo a ele e me inclino para dar um beijo de despedida. Carlos Daniel dá um passo para trás.

— Desculpa amor. - Ele responde e dá as costas atravessando a rua, nessa mesma hora em que estou olhando para ele um motoqueiro passa e buzina, não tive tempo de dar um passo para trás, pois nessa hora o motoqueiro jogou seu café em minha roupa. Não acho que tenha sido de propósito, ele errou a pontaria. 

— Ai!!! - Eu grito e Carlos Daniel volta para a calçada que eu estou. - Mais que ódio. Ele olha para o motoqueiro.

— AH NÃO. SEU IDIOTA!!! - Ele grita, eu passo a mão na minha roupa a limpando. 

— Olha. - Eu digo a Carlos Daniel que está segurando sua mala que olha para mim. - Não se atrase tá legal? Eu me cuido. Te vejo na audição. - Respondo e volto minha atenção a minha blusa.

— Audição? - Carlos Daniel pergunta, eu olho para ele. Não estava achando graça nenhuma. - Qual? - Ele novamente pergunta. - Tô brincando!!! - Ele dá um sorriso e se inclina tentando parecer que aquilo foi uma piada engraçada, eu dou um sorriso de canto. - Eu só tô brincando porque eu tinha esquecido, você entendeu? 

— Ó. - Eu respondo também ironica. - Esse deve ser o humor britânico que tanto me falaram. - E sorrio. Carlos Daniel fecha o sorriso, olha para minha blusa.

— Táaaa... bom. Beleza, te vejo a noite! - Ele responde e novamente atravessa a rua.

Carlos Daniel...

— Senhores, nós da AGS, não estamos somente á frente da biotecnologia, como também na vanguarda! - Eu digo para mim mesmo enquanto caminho para empresa, e nessa mesma hora bato o meu relógio, olho para ele, era o meu relógio favorito. - Droga! - Eu digo.

Assim que chego a empresa vou até o balcão assinar umas papeladas e Claire minha secretária está ao meu lado, ela nota o meu relógio.

— O que houve? - Ela pergunta.

— Quebrei essa manhã. - Respondo e continuo assinando, Claire não parava de falar.

— Mas está marcando 11h. - Ela afirma. Termino de assinar, e olho para o meu relógio para verificar me virando a Claire novamente e brinco.

— Olha só os ponteiros se moveram. - Eu brinco.

— Pelo menos vai ficar certo 2 vezes por dia. - Ela responde e cruza seus dedos.

— Me faz um favor? - Eu pergunto a ela e caminhamos até a minha sala. - Liga pro Tantra e muda a reserva pras 21h e compra alguma coisa no Harvey Net, tenho que dar um presente pra Paulina.

— Para a audição de formação da Paulina.

— Como se lembra disso? 

— É, não estou certa? - Claire pergunta, entramos na minha sala e me arrumo lá colocando meu casaco sob a cadeira e a mala. - Pode ser que ela tenha dito ou mandado o convite que ficou na sua mesa depois que programamos um projeto. - Claire continua, eu jogo a mala do outro lado da cadeira e dou um sorriso e a interrompo.

— Tá bom, obrigado. - Claire se cala, dou um sorriso mas estou nervoso. - Obrigado. - Sussurro, ela olha para mim com o olhar de "Pior namorado do mundo" - Eu prometi uma surpresa, então... Que tal um suéter? De casemira vermelha? É a cor preferida dela. - Eu digo.

— Ela já tem um. - Claire me diz, eu me sento na cadeira. E me arrumo. - An? - Pergunto. - Um suéter vermelho de casemiro. Ela estava usando um da última vez que esteve aqui, ela me disse que gostava muito dele.

— Mesmo? - Eu pergunto surpreso. - Onde é que eu estava?

— Do lado dela. - Claire responde e saí da minha sala. Fico sem falas, talvez sim eu fosse o pior namorado do mundo, não estou conseguindo fazer Paulina feliz, não me lembro desses detalhes bobos que ela tanto dá importância.

Paulina...

Estou sentada com o violão em minha mão preparada para logo ir dar aula, ensaiando uma música que havia escrito para Carlos Daniel e depois de praticar pego a partitura e dou uma revisada, só que não estou concentrada, apoio o violão em cima de minhas pernas e suspiro fundo, tudo estava bem até eu encontrar... Liguei para Lottie em seguida e peguei meu casaco, pedi para ela vir me buscar. Saio do apartamento apressada com a pasta na mão e com o celular. Desço as escadas desesperada.

— Ai meu Deus! - Sussurro para mim mesma e pulo o último degrau. - Desculpe ter feito você vir aqui. - Digo a Lottie antes de entrar no carro, abro a porta e me sento, ouço ela responder "Ah tudo bem, fazer o que ne" - Droga... Atende, atende, atende. - Digo a mim mesma mais uma vez e Lottie me ajuda a me organizar no carro, fecho a porta. - Cortou o cabelo? - Pergunto e Lottie dá um sorriso em concordância. - Droga, caixa postal. Oi... Oi... Encontrei sua pasta azul com todas as suas anotações, eu tô indo pro hotel. Tô... Tô chegando! - Eu falo ao celular que Carlos Daniel não atendeu, Lottie dá partida e acelera indo para o hotel.

Carlos Daniel...

Corri para o hotel e ainda consegui esbarrar num moço "Desculpa, desculpa mesmo" digo ao rapaz e corro, subo as escadas. E então, num milésimo de tempo sou levado até a sala da reunião. Todos os representantes estavam sentados, com cara de sérios. Respiro fundo uma, duas vezes e fecho a porta. Me dirijo até a mesa estando de pé.

— Senhoras e senhores. - Eu digo e dou um passo a frente. - Temos hoje uma oportunidade de ajudar a humanidade... 

Paulina...

Assim que cheguei ao hotel subi as escadas correndo com a pasta dele em minhas mãos e encontro a porta de vidros e vejo que a reunião já começou, me aproximo de um senhor que levaria a bebida para dentro e seria o único a poder entrar.

— Ah com licença... - Eu o chamo. - Senhor? Ele olha para trás e da um sorriso vindo em minha direção "Sim?" - Por favor pode levar essa pasta até a sala de conferência? - Eu peço erguendo a pasta até ele que olha e dá um sorriso ainda de canto novamente. - O meu é... O senhor Bracho está esperando. - Complemento e dou um sorriso tentando disfarçar.

— Desculpe senhorita, mas é contra a política do hotel.

— Ele pode perder o emprego. - Respondo.

— Que trágico! Cada um com seus problemas. 

—Caramba! Até quando são sórdidos parecem educados. - Eu digo sozinha já que o senhor me deu as costas, Lottie dá um sorriso, olho para Carlos Daniel que se dirige até sua mala. - Droga, a pasta dele tá aberta. Eu tenho que entrar. - Eu digo a Lottie e abro a porta. 

— Bom, eu posso lhes garantir que... - Carlos Daniel para sua frase ao ouvir o meu "Com licença" ele petrifica ainda sem olhar para mim.

— Desculpe interromper o senhor. É sua... Sua... Achei que precisaria dessa pasta. - Carlos Daniel olha para trás assustado com uma PASTA em suas mãos. Olho bem para aquela pasta e depois olho para seu rosto. -... Que o senhor já tem! Entendo. - Carlos Daniel arregala os olhos para mim e olha para todos os senhores dando um sorriso de canto. - Sei... Bom, alarme falso! - Dou um sorriso a todos. - Um engano terrível! Queria ter certeza que você... Bom, o senhor tem tudo o que precisa, porque... Trabalhou muito ne? Dedicou-se muito mesmo. E merece que tudo é... Saia perfeito. - Carlos Daniel olha para mim novamente, eu estava corada, queria enfiar meu rosto num buraco gigante e permanecer lá. - Bom, sendo assim a culpa é minha. Só minha! - Eu levanto minha mão a todos. - De qualquer forma é. Foi um prazer ver vocês. - Eu digo a todos que não dão um sorriso, dou um passo a frente para Carlos Daniel e tento brincar para descontrariar. - Tava certo quando disse que era uma turma séria. Ahhh, no bom sentido. Então, é concluindo o Carlos Daniel é bom. Dê o dinheiro a ele. Até mais! - Digo a todos e saio da sala correndo. Procuro por Lottie, mas me esqueço de algo e volto.

Ouço Carlos Daniel tentar reverter aquela situação. - Então, é... Podemos continuar? - Ele se aproxima da mesa e eu novamente entro na sala, ele apoia a agenda azul na mesa e não me olha, pego minha bolsa que ficou ao chão.

— Ai, eu esqueci minha bolsa. - Resmungo bem baixinho para ele e saio da sala. Assim que acho por Lottie, caminhamos até a saída. - Ele já tinha uma pasta! - Digo a ela. - Pega isso aqui, eu não quero ver essa pasta nunca mais. Mas, acha que eu fiz bem? 

— Acha? - Lottie pergunta.

— Acho sim. O olhar fixo, a inaptidão, o estado petrificado do Carlos Daniel era o que eu esperava sabia. Ai, eu acho que falei demais.

— Você? Nunca. - Lottie brinca e damos um sorriso. - Vamos, é hora de trabalhar tem alguém lá que adora sua natureza impulsiva. - Lottie pega em minha mão e me leva até o meu trabalho. A escola primária de música.

Na escola...

Amava minha turma, são crianças incrivelmente talentosas, bom... Tinham certa dificuldade no violino que era o que eu ensinava, mas eram talentosos. Chamei por Oliver, o meu aluno que dizia ter uma queda por mim aos 6 anos. Ele se levanta com o seu violino e dá um passo a frente na roda que fazíamos, dou um sorriso e ele me retorna, tenta tocar um pouco e de repente para.

— Eu não consigo. Eu sou ruim! - Ele afirma, eu me agacho e aceno para ele se aproximar um pouco.

— Vem aqui. Olha você não é ruim sabe por que? - Eu pergunto e Oliver acena que não com a cabeça. - Se você fosse ruim, eu seria uma má professora. E na verdade eu sou uma professora fabulosa. Entendeu? - Pergunto a todos. Volto a olhar para Oliver que dá um sorriso. - Por isso, é impossível você ser ruim.

— A senhora tem razão. - Oliver me diz. E vai para o seu lugar, me levanto e dou risada. 

— Tudo bem, vamos tocar juntos. - Eu digo e todos se levantam se arrumando com o violino. - Prontos? Um... Dois... Três... - Eu digo e então todos começam a tocar violino do seu jeito. 

Carlos Daniel...

Depois da reunião fui me encontrar com uns amigos do trabalho no bar.

— Obteve os rendimentos? - Um dos amigos me pergunta.

— Foi por pouco. Eles estavam na minha mão. Eu não acredito que a Paulina fez aquilo. Depois de passar toda a manhã triste por eu não me "conectar" sabe? - Eu digo. "Ah puxa vida" ele me responde, e o outro amigo da ponta do balcão. 

— Todas elas são assim. - É principalmente as americanas. Com quem se parecessem? - Oprah. O outro amigo nos chama para jogar bilhar, tomo um gole de cerveja e Tom um dos amigos chama a garçonete que está passando. - É... Com licença eu notei que trabalha aqui, que horas você sai do serviço? - Ele pergunta e coloca seu copo na mesa, a garçonete olha para ele com uma cara descontente. 

— Vai ver se eu tô na esquina. - Ela responde e saí dali, Tom olha para nós sem graça e não pudemos conter a risada, todos rimos. Me aproximo do balcão novamente e observo John que está prestes a jogar, mas ele acerta a bola bem na minha cerveja que estava no balcão. E o copo se quebra, passo a mão no meu terno limpando um pouco da cerveja. - Droga, desculpa cara. - John me responde, eu dou risada e logo o dono do bar se aproxima para limpar o balcão. - Ah, tudo bem Naidi. - Era seu sobrenome, meu celular começa a tocar. O pego que está no bolso do meu terno. - Eu acho que já está na hora de ir ne? - Pergunto. Era Paulina, não penso duas vezes e desligo o celular. - Bom, legal até mais gente! - Digo a todos e pego o meu casaco saindo do bar. 

Caminhei novamente pensando na horrível reunião que tive, no péssimo relacionamento que estava tendo com Paulina.

Paulina...

Depois da aula iria ajudar Lottie na sua exposição, então ela me pegou e estávamos a caminho de carro. - Eu preciso de uma pessoa bem objetiva e direta para definir se pinto nu no leste ou se coloco escultura de pênis. Ficam ótimas quando o sol bate. - Lottie me diz e eu dou risada. - Aposto que sim. - Respondo e olho para a janela. - Olha... Não é o Carlos Daniel? - Lottie desacelera um pouco e abre a janela. - O que ele tá fazendo? - Pergunto. O vejo entrar na agência de viagens, olho para o outro lado e dou um sorriso de canto. - A surpresa! - Sussurro a mim mesma, seria essa a surpresa que ele me disse hoje de manhã no apartamento? Será que iria comigo para Ohio?

Mais tarde Lottie me levou para o apartamento e só conseguia pensar na surpresa de Carlos Daniel... Logo seria minha audição!


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Qual a surpresa de Carlos Daniel? Obrigada a todos que estão lendo, espero que estejam gostando. Por favor comentem! Obrigada.



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