— Oh meu Deus! Oh meu Deus! Oque eu fiz?!

 Ouço uma voz falando e abro os olhos me deparando com Malia desesperada.

 -Oque você está fazendo aqui?- pergunto inocentemente.

 -Stiles eu dormi aqui.

 Arregalo os olhos encarando-a.

 -Quer dizer que nós?

 -Huhum.

 E então eu percebo que Malia só usa um lingerie azul rendada que se destaca em sua pele branca. A única coisa que estraga aquela imagem é a dor de cabeça que estou sentindo e a cara desesperada dela.

 -Ei! Oque você está olhando?! – pergunta.

 -N-nada, eu não vi nada.

 Ela começa a pegar as roupas que são as mesmas que usava na noite passada, uma camiseta preta sem nenhuma estampa e calça jeans meio rasgada e as veste.

 -Vamos só esquecer essa noite, ok? Nunca mais fale sobre isso. - diz já ficando um pouco alterada.

 -Ok. Não é como se fosse algo que eu queira lembrar. Meu pai vai chegar do turno dele daqui a pouco, então, se você puder ir agora vai ser ótimo.

 Ela me lança um ótimo olhar de ódio antes de atravessar a porta e eu começo a me arrumar para ir para o colégio.

 Ponto de vista Malia.

 Sete semanas depois.

 Entro na farmácia, ela é pequena e com algumas estantes com produtos de beleza, remédios, um balcão e o caixa, onde uma mulher de cabelos loiros e olhos verdes se encontra.

 —Malia!- ouço Lydia me chamar e ando na sua direção.

 -Oi, oque você está fazendo aqui? –pergunto para ela.

 -Anticoncepcionais. E você?

 -Remédio para cólica e enjoo.

—Que horrível.- comenta.

 Chega a minha vez na fila e eu peço o que preciso depois me dirijo ao caixa.

—Os remédios custam quinze dólares e o teste de gravidez cinco.

—Eu não pedi o teste de gravidez. – falo.

 -Mas acredite, vai precisar. 

 Tanto eu como Lydia arregalamos os olhos, e em meio aos olhares uma mensagem é passada: Vamos para minha casa agora. Eu pago pelos produtos e seguimos para o carro dela ,dirigindo para a casa dos Martin, que é enorme e luxuosa. Assim que entramos corremos para a suíte e eu vou para o banheiro.

Sigo as instruções da embalagem e nós esperamos em silencío, até que o resultado saí.

 -O que deu?- pergunto olhando para a ruiva.

 -Positivo, sete semanas. – diz ela com a voz trêmula e começo a chorar.

  Aquilo é como uma tapa no meu rosto, eu fico paralisada encarando minha barriga, é como uma sentença de morte, eu terei que abondar os estudos, a minha vida, tudo. Eu serei só a mãe de alguém, ou a menina que cometeu um erro, não a menina com um futuro inteiro pele frente. 

 -Oque eu vou fazer agora?! - falo já tomada pelo desespero.

 Ponto de vista Stiles.

 -Terminamos. - digo ao terminar de lavar meu jipe.·.

 -Finalmente. Há quanto tempo você não limpa esse carro?!

 -Faz uns dois meses. –digo e ouço meu celular tocar.

—Oi!Lydia!

 -Stiles vem pra minha casa agora, é uma emergência. - diz antes de desligar na minha cara.

 -Era a Lydia, ela estava meio estranha, de qualquer forma, tenho que ir a casa dela. Vem comigo?

 -Claro. - diz ele e nós entramos no jipe.

 Eu dirijo o mais rápido que posso, e quando chego vejo a Martim me esperando na porta. Saio do carro e voou em sua direção.

 -Ela está lá em cima, no quarto.

 -Ela, quem?

—Só vai.

 Eu sigo o conselho dela e subo as escadas correndo, entrando em seu quarto, me deparo com Malia sentada apoiada na cama, segurando os joelhos, chorando histericamente. Aquela imagem me enche de preocupação e desespero e eu me sento perto dela.

 -Oque aconteceu?- pergunto.

—Stiles, eu estou grávida. - ela diz, a voz fraca.

—Grávida?

—É, Stiles, de você.

—Mas... foi só uma noite.

—E o maior erro de nossas vidas. - ela diz, suas lágrimas escorrendo pelo  rosto.

 E quando ela diz isso, eu me dou conta do que está acontecendo. Ela está esperando um bebê. O meu bebê. O nosso, na verdade. Eu serei pai, ou talvez não se ela optar pela adoção, mas só de pensar em mim como responsável por uma vida fico tonto, quer dizer eu sou novo de mais para ter um filho e Malia também. Mas, nesse momento eu não posso decidir isso, só ela pode.

—E o que vai querer fazer?

 -A respeito de?

 -Nosso filho, quer dizer você tem várias opções: aborto, adoção ou cria-lo.

 -Eu nunca faria aborto, é uma coisa horrível, muito menos adoção, eu sou adotada e apesar de amar meu pai biológico, eu não quero que outra pessoa passe por isso, mesmo que seus responsáveis sejam maravilhosos é como se você tivesse uma dívida com eles. - ela reluta um pouco e depois diz com a voz um pouco mais estável. - Eu vou cria-lo, quer você queira ou não.

Ao ouvi-la dizer isso, eu posso perceber a responsabilidade que eu terei que ter de agora em diante. Eu não poderia deixa-la sozinha, estamos juntos nessa, porque, de certa forma, eu a meti nesse problema.Daqui a nove meses eu irei virar o papai Stiles. E isso é aterrorizante.

 -Ok, nós iremos ter um filho. - tento falar com firmeza.

 Ela olha para mim e dá um sorriso fraco entre as lágrimas e sei que fiz a coisa certa, porque aquele é o sorriso mais lindo que já vi. Então eu a abraço e ela apoia a cabeça em meu ombro.

 Nós ficamos assim por um bom tempo até que Scott entra no quarto.

 -Oque aconteceu?- pergunta.

 -Ela está grávida.

 Ao me ouvir dizer isso ele faz uma expressão de dúvida.

 -Quem é o pai?

 -Eu, eu sou o pai.

 Ele arregala os olhos, completamente supresso.

 -Mas, para isso vocês teriam que...

 -Pois é. –eu digo e Lydia entra no quarto.

 -Oque vocês decidiram? –pergunta.

 -Nós decidimos que em breve, você será a tia Lydia. – Malia fala com a voz ainda chorosa.

 - Então vocês vão cria-lo. Vocês podem contar comigo para qualquer coisa e tenho certeza que Kira e Allison vão querer ajudar também.

 -Uma grande família feliz. – falo, em tom brincalhão tentando deixar o clima mais leve, apesar de ainda estar pensando em meu futuro.