Pov’s Ziva:

— Eu sei que não devia, mas eu quero muito te beijar.

Estamos bem próximos, eu deveria recuar, mas eu não queria. Sinto seu hálito quente cada vez mais perto da minha boca. Suas mãos param em minha cintura me puxando para mais perto, o choque dos nossos corpos me faz suspirar, ele sorri. Aquele sorriso cínico e infantil que ele sempre deixa estampando em seu rosto...

— Papai! A Pandora teve filhotinhos. – Ezra! Eu amo esse menino, mas ele não podia ter esperando alguns minutos. – Posso ficar com um?

Eu me assusto com a voz do Ezi, mas não consigo me soltar dos braços do Tony. Ele continua me segurando e aos poucos vai se afastando de mim e se aproximando do Ezra:

— Você sabe que o papai não gosta muito de cachorros, não é? – ele vai mesmo me deixar aqui, como se nada tivesse acontecido?

— Eu sei. Mas eu queria tanto, eles são tão bonitinhos, papai.

Não posso fazer nada a não ser os acompanhar de volta para a casa. Ezra está muito animado com os cachorrinhos, eles eram bem fofos pra falar a verdade, mas Tony não queria cachorros e isso fez Ezi chorar:

— Carinha, não chora. Não podemos ter um cachorro. – estávamos sentados no sofá com Ezra no meu colo, chorando muito.

— Por que não? Eu prometo que vou cuidar muito bem dele. Mamãe deixa? – eu queria dizer sim, eu queria muito. Aqueles olhinhos brilhantes me suplicando.

— Eu vou pensar, mas você tem que me prometer que vai parar de chorar. – acho que Tony percebeu que eu estava travando uma luta interna e respondeu por mim. Ezra foi parando de chorar aos pouco. – Eu não gosto muito de cães. São babões e fazem muita bagunça. – Tony diz se virando pra mim. – Mas não gosto de vê-lo chorando.

— Eu também não. Mas não precisa levar o cachorro. Diga que o bichinho é dele, mas tem que ficar aqui para não se separar da Pandora. Ele vai entender.

— Você é muito esperta.

— Eu sei. – pego um dos porta retratos que estão na mesa de centro. – Já estávamos juntos aqui? – na foto, Anthony estava comigo em suas costas e Timmy tinha Abby em seu colo. Os meninos pareciam usar um uniforme.

— Mais ou menos. – ele percebe o meu olhar interrogativo. – Eu demorei conseguir um “sim” seu. Mas quando minha mãe tirou essa foto, Timmy e eu tínhamos acabado de ganhar nosso primeiro campeonato. Fomos para uma lanchonete e eu te pedi oficialmente em namoro. Eu quase achei que você ia dizer não. – ele desvia o olhar da foto e foca em mim. – Você ficou tão surpresa, nem parecia que já estávamos ficando a meses.

— Como foi? Como aconteceu?

— Bom, fomos na lanchonete e eu estava bem nervoso pra falar a verdade, eu já tinha te pedido em namoro, mas você disse que nós dois não estávamos prontos para namorar. Eu estava com medo de levar um fora em público, mas como sou um cara corajoso e romântico, eu o fiz mesmo assim. Você ficou uns cinco minutos me olhando sem dizer nada. Até que finalmente disse sim. Eu nunca fiquei tão aliviado na minha vida. – não consigo conter o sorriso. Tenho certeza que eu adorei o pedido dele.

— Eu queria lembrar. Queria me lembrar de tudo, do Ezra, de você e de nós.

— Quando for a hora você vai se lembrar. E se não se lembrar, garantirei de te dar novas lembranças. – deito minha cabeça em seu ombro e o deixo mexer no meu cabelo. Essa sensação é maravilhosa, Tony tem os melhores carinhos do mundo.

Passamos o resto do dia assistindo filmes, brincando e eu ajudei a mãe do Tony com a cozinha na hora do jantar. E boas notícias, Ezra aceitou deixar o cachorrinho aqui em Chicago. O cachorro se chama Dallas, não sei o porquê de ter ficado surpresa.

...

Passar o feriado aqui em Chicago realmente está sendo incrível. Liz é ótima, ela fez de tudo para eu não me sentir desconfortável com toda a situação. Ezra e Tony me levaram para andar a cavalo. Quase cai umas três vezes, mas foi muito divertido.

Me sinto uma adolescente presa no corpo de uma adulta, o que não deixa de ser verdade. Pra mim ainda tenho 16 anos. O mais difícil disso tudo é a minha responsabilidade, tenho que agir como mãe, esposa, mas eu não consigo. Trato o Ezi como se fosse meu amigo e o Tony... eu ainda não sei.

Já é quase meia noite e ainda estamos assistindo filmes. Nunca gostei muito de filmes, sempre preferi os livros, mas acho que isso mudou junto com um milhão de outras coisas:

— Mamãe, eu quero dormir. – sinto Ezra se aconchegar em meus braços.

— Tudo bem, vamos subir. – faço um esforço e pego ele no meu colo. – Tony, onde é o quarto?

Ele pega Ezi do meu colo e sobe as escadas, aponta uma das portas pra mim, eu a abro e Anthony deita o garotinho na cama:

— Você pode dormir aqui com ele. – Tony diz quando já está ao meu lado.

— Tudo bem, obrigada. – me aproximo dele e o abraço. – Boa noite.

Anthony envolve novamente seus braços ao meu redor e junta os nossos corpos, exatamente como fez mais cedo. Não consigo evitar, meus olhos se fecham e minha boca fica entre aberta, sinto sua mão tirar os cabelos que escorriam pelo meu rosto. Em questão de segundos sinto a sua boca em contra a minha. Percebo seus braços me puxarem para mais perto e minhas mãos param em seus cabelo se emaranhando naqueles louros. Não consigo esperar mais. O beijo de verdade, Tony retribui na mesma hora. Me sinto em casa novamente, beija-lo é a coisa mais maravilhosa que eu já fiz. Não quero solta-lo e não quero que ele me solte, poderia passar o resto da noite aqui, nos lábios dele. Anthony se separa de mim, devagar:

— Boa noite pra você também.

Por que eu me sinto como uma adolescente ao final do primeiro encontro?