Meu crush é um zumbi escrita por GayEmer


Capítulo 9
Rykinha Ryka


Notas iniciais do capítulo

Maooeeee. Hello, guys.
Penúltimo capítulo :( estamos quase no fim.
Não queria dizer adeus ainda, mas tudo tem que acabar, né? Valeu a pena ter escrito essa fic, estou trabalhando no capítulo final é ainda não me decidi entre dois finais.
Bom, isso é papo pra outra hora.
Boa leitura.



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Cara-inchada não está feliz. Como estaria?
— Eu sabia que tinha algo errado. — Digo, minha voz soa mais alta que o esperado, porém eu tô cagando pra isso.
Olho pra Daniel fitando o lado esquerdo do seu rosto, que parece uma massa de carne deformada. Seu lábio inferior sangra, seu olho esquerdo se salvou por pouco, o inchaço para na maçã do seu rosto. Uma maçã enorme e roxa.
Estamos em casa, na minha casa. Minha mãe não está (graças ao meu bom Deus, amém) então essa é uma zona segura. Não poderíamos ter ido a casa de Kate, que fica mais perto do beco... O Beco.
— Kate, gelo. No freezer. — Meu conhecimento em medicina vai até a oitava temporada de Grey's anatomy, mas é o suficiente agora.
— Eu não sei o que dizer. — Sua voz soa tão patética, culpada, rouca e estúpida, que tenho vontade de socar o lado bom do seu rosto.
— Eu te ajudo. Você poderia começar explicando porque está se envolvendo com um traficante. Que tal?
O lado bom do seu rosto ruboriza com a vergonha.
— Eu... — Ele agradece à Kate pela bolsa de gelo, parece repensar o que ia dizer — Meu irmão, ele não é má pessoa, só é um idiota perito em fazer merda. Ele se envolvou com uns caras e não pagou o que devia...
— Então, você tá pagando a dívida do seu irmão? — Kate pergunta.
Ele confirma, e sinto um alívio estranho dentro de mim. Estava pensando coisas sobre Daniel, coisas não muito boas. Afinal, eu não o conheço tão bem assim e já estava julgando-o mal.
— De quanto estamos falando?
— Paguei a maior parte, mas ainda assim faltam trezentos...
— Só isso? Eu tenho 120 na carteira, posso pegar o resto no banco. — Kate dá de ombros. Só alguém com uma BMW na garagem pode fazer/dizer algo assim.
E ela com certeza pode.
Ao abrir sua carteira, olho de soslaio as notas recheando o tecido vermelho.
— Eu não posso aceitar.
— Você acabou de tomar uma surra. Quanto tempo vai demorar pra ele te matar ou algo assim? As pessoas matam por menos. Se fizer você se sentir melhor, considere um empréstimo.
— Não é isso. Eu... Eu vendi na sua festa, Kate. Eu... Sinto muito. Não posso aceitar.
As lágrimas deslizam por seu rosto semi-deformado. Ele está cada vez mais patético; quero abraço-lo.
Encontrei Daniel caído no tão famoso beco. A princípio não o reconheci, mas Kate, que estava logo atrás, o reconheceu de imediato e correu até ele.
Senti um nó se formar na minha garganta. Ele não estava muito pior do que está agora, contudo todo cenário contribui pra deixar a situação ainda mais dramática.
Meus dedos tremiam e foi difícil desenhar o padrão na tela do meu celular. "Estou bem" ele disse. "Nada de hospital, detesto agulhas".
Ele riu e eu senti vontade de soca-lo também.
Kate se senta ao seu lado, eu permaneço em pé, e como minha mãe faria, mantenho meu olhar duro de quem repreende, mas também se preocupa.
— Eu sabia que tinha alguém vendendo lá. Isso sempre acontece. Não me importo com isso. Não se preocupe. Ok?
A voz de Kate é doce como açúcar. Ensaio esse o mesmo tom de voz na minha cabeça, antes de dizer:
— Levanta sua bunda daí que isso acaba hoje.

Daniel marcou o encontro no mesmo lugar onde o encontramos. O Beco.
Já não suporto mais ouvir "beco", à cada duas frases em nossa conversa no carro.
Fingi não me surpreender ao ver o saldo de Kate no banco, um dígito, dois, seguido de mais três zeros. Já Daniel não foi tão sútil quanto eu.
No nosso mundo, não é muito comum adolescentes terem acesso à tanto dinheiro. Porém para Kate isso é tão normal quanto viajar pela europa nas férias de inverno (ela me trouxe presentes de três países diferentes).
Kate estaciona o carro em frente ao mercado. Daqui subimos a rua em direção ao beco escuro e nada seguro, onde um traficante nos espera. Sem contar o fato de que talvez ele tenha amigos.
Que excitante. Já estou borrando as calças.
Porém ao olhar o rosto de Daniel, sinto algo diferente; raiva.
Mantenho esse sentimento aceso enquanto atravessamos o último poste, antes da escuridão que nos espera ali envolver nossos corpos em um abraço frio.
Olho pra trás focando na luz alaranjada se espalhando pelo asfalto. Resquicios dessa luz são o que nos permite enxergar o que está à frente.
Como eu pensei. O traficante tem amigos.
Entregue o dinheiro e vai ficar tudo bem. Só entregue o dinheiro, digo a mim mesmo.
Me coloco à frente de Daniel, e o empurro quando ele tenta me ultrapassar. Sou mais resistente que ele, é preciso muito mais para me ferir como fizeram com ele.
Kate tem o dinheiro em mãos, um pequeno amontoado de notas de cem. Trocamos olhares rápidos antes de pararmos à poucos metros do merdinha encapuzado.
Ele deve ter a nossa idade, não posso ver seu rosto, mas posso imaginar sua expressão arrogante de quem acha que é alguma coisa, quando na verdade não passa de um merdinha.
É ele que nos pede o dinheiro, enquanto seus três amigos, incluindo seu chefe, esperam logo atrás.
Kate lhe estende a mão com as notas, ele não demora mais que três segundos pra pegar o dinheiro e enfiar no bolso.
— Está tudo aí. — Kate impõe tanta confiança na voz, que até me faz acreditar que ela não está borrando as calças.
— Confio em você. Uma garota como você andando com esse tipo... — Seu desdém me causa náuseas.
— Não foi um prazer fazer negócio com você. Tenha uma péssima noite. — Ela cospe de volta.
Ao se virar dando as costas pra ele, seus cabelo vermelho ricocheteia na cara do Merdinha.
Sei como é a sensação; às vezes alguns fios grudam nos lábios.
Kate grita, antes que eu possa processar o que aconteceu, a vejo nos braços do Merdinha.
Ele a detém com uma chave de braço, sufocando-a enquanto sussurra em seu ouvido.
— É o seguinte. — Ele cospe as seguintes palavras como ácido na minha cara — A gente vai levar a bonitinha aqui, pra dar um passeio. Depois decidimos os termos de troca.
Não penso duas vezes. Nem sequer cogito em pesar em outra coisa.
Me jogo sobre os dois tirando-a dos braços imundos desse moleque.
Rolamos sobre o asfalto até eu subir em seu estômago, e nunca fiz isso, mas já vi outros fazerem. Então, eu os imito.
Soco seu rosto com toda a força e raiva que sinto agora.
Sinto os ossos da minha mão se chocarem com os de seu rosto.
Uma.
Duas.
Três vezes.
É quando ouço um estalo cortar o ar.


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Notas finais do capítulo

Mal feito.
Feito.

Ps: nos vemos no último capítulo onde deixarei meu cry.



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