[Scorpius’ POV]

Albus, Lorcan e Lysander estavam comigo. Você deve estar se perguntando: “O que diabos vocês estão aprontando?!”

Bom, a resposta disso é simples.

- Cara, não faz nem um mês que chegamos em Hogwarts e eu estou prestes à me matar! – Lysander tinha comentando na semana passada, enquanto estávamos os quatro conversando.

- Eu sei! Hogwarts está tão... chata. – Lorcan disse.

- Precisa de uma animação. – falei, sorrindo malicioso.

- Iiii, lá vem, Malfoy e suas idéias brilhantes. O que é dessa vez? – Albus pediu.

- Uma palavra: Festa.

Nos entreolhamos sorrindo marotamente. É, idéia aprovada!

Desde então saíamos mais cedo das aulas sempre que podíamos com alguma desculpa, para nos organizamos com nossa “festinha”. E ela vai bombar! Vai ser comentada o ano todo, quer apostar?

Nesse momento nós estamos na famosa Sala Precisa, que graça a Deus e aos elfos domésticos tinha sido restaurada e funcionava perfeitamente. Aqui era o único lugar que podemos nos reunir sem que ninguém saiba do que estamos fazendo... Bom, saberão quando chegar a hora.

Mas como sempre, tínhamos um probleminha...

- Por que não aqui? Seria perfeito! Sem professores, sem a diretora, e o zelador! – Lysander argumentava.

- Eu acho que seria legal fazer na torre da Corvinal. – Lorckie disse e nós o olhamos. Ele deu de ombros. – Ok, já entendi. Sonserinos. – resmungou por fim.

- Então, Sonserina! Nada mais interessante do que fazer na nossa Sala Comunal, é nas masmorras e tenho certeza que Minerva não se importaria se a festa fosse lá. – Albus falou e eu fiz careta.

- “Minerva são se importaria”? Al, você ta louco?! Não vamos comentar da festa pra ela! Ta na cara que ela não deixaria! – eu exclamei.

- Eu concordo com o Scorp... O que nos leva à minha proposta: Façamos a festa exatamente aqui. – Lysander parecia satisfeito. Rolei os olhos.

- Mas, não, seria... demais. Todos iam querer fazer coisas diferentes dentro da sala e viraria uma zona!

- Você não está colaborando, Scorpius. – Lorcan resmungou e os outros concordaram.

- Quer saber? Acho que vamos dar um tempo nisso, pensar um pouco nas nossas opções e depois voltamos a discutir isso. – eu disse por fim. Estava ficando de saco cheio disso. Cara, dar uma festa dá tanto trabalho assim? Aff.

- Ok – Albus concordou e rapidamente acrescentou – Tenho que ir me encontrar com Rose.

- Ugh, Rose? Ainda a Rose? Como você consegue ficar tanto tempo com a mesma garota? – pedi com uma careta.

- Qual é cara, só por que você nunca gostou de verdade de uma garota, não quer dizer que eu não vá. E sim, Rose. Minha Rose. Tirem o olho! – Al falou todo nojento, credo, vou me afastar dele. Vai que eu pego essa doença e fico lesado de amor que nem ele?!

- Boa sorte com a Rosie. – piscou malicioso, Lysander.

- É! E não se esqueça da camisinha!! – brincou Lorcan, se esquivando rapidamente do tapa de Albus. Rimos.

Ele se despediu e saiu. Pouco depois eu e os gêmeos saímos também. Mas Lysander acabou ficando no terceiro andar pra, errr, conversar com uma sextanista.

 Eu e Lorcan seguimos para o Salão Principal, já era a hora do almoço e eu estava faminto! Poxa, não tinha tomado café da manhã, dá um desconto!

No meio do caminho, Lorcan parou do nada. Virei-me para ele confuso.

- O que foi?

- Tenho que conversar com você. – o jeito que ele me olhou meio que me assustou, cara. Ele estava com uma expressão séria que era muito incomum dele.

- Pode falar cara, o que é? – pedi tentando soar tranqüilo.

- Você tem visto a Lola? – o olhar dele dizia que ele já sabia, mas queria ouvir de mim. Virei o rosto, meio que pego de surpresa.

- Mais ou menos. Estou com o Nicko. – respondi simples, fazendo pouco caso. Arrisquei-me olhar Lorcan, que olhava fixamente para mim. Fudeu.

- Mas isso não tem nada demais, certo? – fui meio indeciso. Lorckie estava muito estranho e eu estava com muito medo dele agora. Fato.

Ele se aproximou de mim mantendo o rosto sério, quase perigoso. Uma expressão que eu estava acostumado a ver em Lysander, mas nunquinha em Lorcan.

- Olha aqui, Scorpius. Não pense, nunca, jamais, em chegar perto da minha irmãzinha. Você pode, e faz questão de mostrar, pegar todas. Mas ela não. Isso não. Entendido? Eu não acho perdoaria você se a machucasse. – ele falou lentamente, mas cada palavra foi como um soco na minha cara.

- Qual é! É a Lola. Aquela garotinha estranha que eu vi sem os dentes da frente quando tinha 7 anos! – ri meio nervoso, numa tentativa de amenizar a situação. Pareceu funcionar, pois a expressão dele suavizou um pouco, e depois um sorriso cresceu nos seus lábios.

- É. Tem razão. – ele disse – Mas que fique avisado. Até mais.

Dizendo isso, se afastou rapidamente de mim.

E só agora eu percebi o quanto ferrado eu estava.

Depois do papo estranho que eu tive com meu melhor amigo sobre a irmã dele – que eu por acaso estava secando nesse momento – fui para a minha habitual mesa.

Lola estava na mesa dela, não conversando como eu sabia que ela fazia sempre, só estava ali. Mexendo distraída no seu prato e mordendo o lábio inferior. Não conseguia deixar de olhar aquele lindo e rosado lábio que ela tinha. Que vontade eu tinha de beijá-la, puxá-la para mim e passar minhas mãos por todo seu corpo enquanto arrancava sua roupa...

Pisquei algumas vezes, aturdido. Eu tinha mesmo pensado nisso? É claro que eu já tinha pensando nisso antes, mas, é diferente agora, com o que o Lorcan falou. E eu não estou sendo medroso! Apenas... precavido.

Para tirar aqueles pensando nada corretos olhei ao redor do Salão. Finalmente achei quem o procurava. Harper Davies, na mesma mesa que Lola, há algumas cadeiras de distância, me olhava. Olhei de volta, e levantei uma sobrancelha, sugestivo. Harper abriu um sorriso enorme e piscou. Levantou-se de sua mesa e caminhou para fora, não sem antes esbarrar em alguém, de propósito. Era Lola.

- Ta cega, Davies? – reclamou ela.

- Ahh, ops. Desculpa, querida. É que eu estou com pressa. – Harper respondeu, sua voz chata ainda mais chata com seu falso lamento. Mas olhou na minha direção, deixando claro sua intenção. Lola seguiu seu olhar e me encarou um tempo. Depois rapidamente desviou o olhar e levantou também.

- Entendo, bom, boa sorte com ele. – foi tudo que ela disse antes de sair.

Harper não ligou para o que a Scamander disse, balançou a mão rapidamente e seguiu em minha direção.

- Por que fez isso? – exigi.

- Fiz o que, amorzinho? – ela se fez de inocente.

- Isso! Com a Lola!

- Lola? Ahh, aquela garota estranha da minha casa!

- Ela não é estranha, é a irmã dos meus amigos!

- Taaaanto faz. O que deu em você, Scorp? Você não estava assim ontem comigo... – ela disse manhosa, passando as mãos pelo meu peito. Sorri convencido.

- Não é nada. Vamos ao que interessa, gatinha. – pisquei para ela, que soltou um gritinho que chamou a atenção para nós dois, fingindo não perceber que todos nos olhavam, saí com ela do Salão Principal direto para a sala deserta mais próxima.