Desvios escrita por Sayumi Ota
Notas iniciais do capítulo
Olá, o capítulo é meio curtinho, só para ver se vocês gostam da forma como estou escrevendo a história. Além de, claro, ver se vão gostar da premissa.
Magali fecha o caderno. Com delicadeza característica dela, guarda sua caneta no estojo. Lentamente, os pertences são colocados um por um na sua mochila. A confusão da sala por causa do trabalho novo do Lou – quero dizer, Licurgo, e a discordância com a distribuição dos pares ecoa na cabeça da garota.
Ela não podia ter pegado par pior.
A voz de sua melhor amiga é ouvida com mais clareza. Ela detestara ter caído com Carmem Frufru. Pobre Mônica, mal sabia ela que sua amiga estava muito pior. Cebola e Do Contra fizeram cara feia. Denise estava cuidando da “cobertura” do barraco de Mô. Magali olhava para quase todos, só não podia olhar para quem ela tinha certeza que estava a fuzilando com o olhar, e para o seu par.
— Eu não acredito, Carmem. Você não pode ser menos infantil? – resmungou Mônica.
— Você não pode ser menos brega? – retrucou Carmem, mexendo em seu cabelo loiro cacheado.
— Ora, sua – Mônica ergueu o punho.
Magali estava prestes a intervir quando a voz do professor soou:
— Eu disse que vocês estavam dispensados!
O sinal tocou logo em seguida. Titi passou correndo por Magali, que se levantou com quase tanta rapidez quanto o rapaz. Ela estava decidida. Não podia mais guardar este peso só para ela. Ela precisava de um conselho, ou apenas um ombro amigo.
— Mô – Magali agarrou o braço da garota, com sutileza. – Eu preciso falar com você. Agora.
Mônica finalmente desviou sua atenção para Magali. Ela parecia desnorteada, na verdade, ao olhar para a garota.
— Claro, Maga – De repente, Mônica virou com tanta rapidez que a saia que estava usando copiou o movimento. – Não acabamos, Carmem.
Antes que a loira pudesse revidar, Magali afastou Mônica dali. Elas saíram da sala e começaram a andar pelo corredor.
— O que foi, Maga? – perguntou Mônica, curiosa e bem mais calma.
Magali ficou ansiosa. Não poderia falar nada ali.
— Mô, podemos conversar em outro lugar – então diminuiu a voz – mais reservado?
Mônica piscou os olhos castanhos com uma expressão confusa. Magali mordeu os lábios. Ela tinha certeza que estava fazendo a coisa certa? Mesmo?
— Claro, eu só vou avisar o DC. – respondeu, assentindo.
Magali não conseguiu evitar o alívio. E voltou a ficar nervosa.
— Posso ir junto? – perguntou. Mônica deu de ombros.
As duas começaram a andar e Magali sentia-se cada vez mais ridícula. O que ela estava fazendo? Por que estava evitando? Por quê? Isto era dar motivos? Ela se importava o suficiente para evitá-lo desta maneira?
Não sabia.
Magali ficou tão perdida em pensamentos que perdeu Mônica de vista.
— Oi, Magali – disse alguém.
Ah, não. Era ele?
O que ela devia fazer? Devia perguntar a ele porque ele ficava se importando com ela de maneira diferente? Devia esclarecer que ela estava com o Quim, e ele com a Cascuda? Devia dizer que não gostou nem um pouco de ter sido sorteada para fazer dupla com ele, pois teriam de se ver mais que o normal e isso não a ajudaria nem um pouco?
O que ela devia fazer?
Com raiva de sua impotência sobre o assunto que deveria ser apenas sobre ela, Magali se virou e fez uma das coisas que sabia fazer melhor. Sorriu como se tudo estivesse bem, mesmo quando tudo estava desabando na sua frente.
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É isso, espero que tenham gostado. Vejo vocês nos reviews.
Bombons de chocolate, até.