Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 15
Chama de Esperança


Notas iniciais do capítulo

Hey youngs ... como estão todos nesse fim de sábado? Aqui estou com mais um capítulo de EI, e devo dizer que fortes emoções estão por vir rss... pessoal a Paty está me ajudando com EI e vez em quando ela estará postando, vocês não precisam ser tímidos com ela, quem a conhece sabe que é um doce. Podem comentar nas vezes que ela atualizar, ok? Ficaremos felizes e honradas. Adoramos quando abrimos nosso perfil e vemos “***** deixou um comentário”.

De coração espero que gostem desse capítulo tanto quanto Paty e eu adoramos editá-lo. Boa leitura.



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Pov. Katniss

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

 

Eu estava trabalhando afinco para achar alguém capacitado que pudesse ajudar minha irmã. O incrível era como os profissionais se disponibilizavam quando você tinha dinheiro.

— Srta. Everdeen, só uma sugestão, ao invés de você ficar correndo com sua irmã de um lado para o outro atrás de uma solução, poderia estar lutando contra o tumor.

Estávamos em um dos melhores hospitais de Nova York e a Dra. Wanessa Pratt, me aconselhava a dar atenção ao caso da minha irmã.

— Acha que alguém poderia tirar esse tumor?

— Srta. Everdeen, veja bem, é um grande risco. Ela pode não voltar da mesa de cirurgia. O meu conselho é procurar um Oncologista e começar a tratar, entende?

— Entendo... – Meu chão parecia que tinha aberto um pouco mais, naquele instante. – Tudo bem, agradeço a atenção.

Minha irmã escutava tudo atentamente, em silêncio, do meu lado e sua aparência se encontrava cada vez mais cansada.

— Onde vamos agora? – perguntou ela.

— Para casa e amanhã vamos ao Children’s Hospital.

O retorno para casa foi em total silêncio. Prim recostou a cabeça em meu ombro, e na decolagem do avião ela não passou muito bem. Reclamou um pouco da pressão.

Pela manhã levantei e preparei nosso café da manhã. A consulta seria às dez, e eu precisava falar com Delly.

— Bom dia. – Prim já tinha tomado banho e usava um lindo vestido floral em tom claro.

— Bom dia, você está linda – elogiei.

— Obrigada, comprei esse vestido para os dias de lua-de-mel.

— Oh, querida. – A envolvi em meus braços e espalmei minhas mãos em suas costas acariciando-a. – Depois da consulta de hoje, vamos ver o que faremos quanto ao Cato, a seu pai e a Becky. 

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

Antes de seguir caminho até o hospital, tomei direção até a empresa.

— Prim, preciso falar com minha sócia antes de prosseguirmos, ok?

— Katniss, não quero te atrapalhar...

— De forma alguma está me atrapalhando. Minha prioridade maior agora, é você.

Ela sorriu pra mim e juntas subimos até meu escritório.

Cumprimentei minha secretária e fui em direção a sala da minha sócia. Ao contar a ela, tudo o que estava acontecendo, se compadeceu.

— Katniss, sinto muito. Tire o tempo que precisar.

— Eu posso até vir aqui, quando for algo de estrema urgência, mas sério Delly, preciso dar atenção a minha irmã.

— Eu compreendo, faça o que for preciso e não se preocupe conosco. Têm mais advogados e posso distribuir os processos pendentes. Desejo a vocês boas energias e muita força.

— Obrigada.

Dali corri para o nosso principal destino. Adentrei o enorme prédio e segui as placas até me deparar ao setor de Neuroncologia.

Falei com a recepcionista sobre nosso horário e pediu para aguardarmos.

— O Dr. Shepherd, irá vê-las agora.

Entramos no consultório com todos os exames e diagnósticos em mãos. Ele analisou tudo atentamente e por fim, disse:

— A radioterapia é a melhor esperança para sua irmã. Dos tumores cerebrais, 25% reagem bem ao tratamento. Se ele diminuir o suficiente, talvez se torne operável.

— E quando ela pode iniciar? – perguntei já apreensiva.

— Eu marco, quando quiserem. Sugiro que as sessões sejam, uma vez por dia, durante quatro semanas. Após isso, faremos novos exames para ver o quanto diminuiu.

Então, ele agendou com um intervalo de dois dias – precisávamos avisar Haymitch – e depois de tudo voltamos para casa. Enquanto preparava o almoço, Prim puxou uma das banquetas e se sentou.

— Belleville é longe demais. Talvez é melhor eu ficar aqui durante o tratamento.

— Claro, imagine que eu deixaria você ir e vir. Agora que conversei com a Delly, fica bem melhor pra mim.

— Não precisava fazer tudo isso. Posso me virar.

— Vou fingir que você não me disse isso. Está feito, Prim. Estou cem por cento comprometida com a causa, simples assim.

Minha irmã se dispersou por alguns segundos e olhou em direção a janela.

— Tive uma amiga que precisou se submeter a esses tratamentos... – ela continuava compenetrada nos raios de sol que atravessavam a vidraça. - Mas no fim, tudo fora em vão. – Prim divagou por mais alguns instantes. – Becky não pode me ver nesse estado. Conversarei com o papai, para cuidar dela nesse meio tempo. E, poderemos visita-los nos finais de semana, né?

— Sim, isso mesmo. Vou ver se alugo um carro para o Cato.

— Não posso contar a ele... pelo menos não agora.

— Por que, não agora?

— Katniss, como direi ao homem que amo, o qual acabei de me casar, que estou com um tumor do tamanho uma bola de ping pong? Ele ficou feliz em ter recebido esta oportunidade. Estar gravando é o sonho dele, não vou estragar isso agora.

— Prim, veja bem... ele te ama. Tenho certeza que largará tudo pra ficar do teu lado.

— Mas, não quero que ele largue! – respondeu ela, com veemência, voltando a me encarar com os olhos marejados. – Só desejo que consiga alcançar o objetivo que tanto almejou.

— Por acaso, tem medo dele não vir? – tentei recolher as palavras, mas era tarde, minha irmã tinha o olhar mais abatido.

— Katniss, por favor, respeite minhas decisões.

Suspirei profundamente e deixei a conversa morrer.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

Após duas horas de voo, solicitei um taxi para nos deslocarmos até o resort. A noite caíra há algumas horas. No céu formavam nuvens. Com toda certeza choveria. Observando a casa, vi que apenas duas luzes estavam acesas, a da varanda e a da sala.

De soslaio, olhei para minha irmã sentindo seu corpo tencionar, enquanto ela encarava a fachada de seu lar. Percebi por suas feições, sua momentânea fragilidade. Não era difícil supor o porquê, nem quais pensamentos a atormentavam.

— Vamos? – incentivei descendo do automóvel, chamando-a. Prim esboçou um tímido sorriso, sem retirar a atenção da entrada. Seus primeiros passos, assim que colocou os pés no gramado, foram vacilantes. A seguir, apertou meu braço, como se buscasse suporte para caminhar.

 – Eu estou aqui – afirmei, tentando passar-lhe segurança através das palavras, e da carícia singela que fiz em seu braço ligado ao meu, notando que minha atitude surtira o efeito desejado.

— Mamãe? –– Becky gritou ao abrir a porta, decerto ouvira o barulho do carro logo que adentramos a propriedade. Atrás de si vinha Haymitch, com uma  expressão indecifrável em seu rosto.

— Filha! – minha irmã soltou meu braço e estendeu os mesmos em direção de minha sobrinha, que sem demora correu até ela. As duas protagonizando uma das cenas mais lindas que tive a oportunidade de presenciar em minha vida.

Ainda imersa na emoção de ver, mãe e filha, mergulhadas na bolha de saudade que se encontravam, mal percebi que todas as nossas malas já se achavam na entrada da varanda, e o motorista já preparava para sair da propriedade.  Haymitch com certeza fizera o pagamento e o dispensou.

— Deixa que levo esta também para dentro. 

— Obrigada Haymitch, está leve – respondi me referindo a bolsa que descansava sobre meu ombro direito. Ele deu de ombros e seguimos todos para dentro. Becky e Prim à nossa frente sorrindo, tagarelando e se inteirando das novidades que precisavam urgentemente compartilhar, uma com a outra.  Sorri de maneira triste ao vê-las exalando alegria. Sabia de toda batalha que nossa família teria que travar de agora em diante. No entanto, os olhos tempestuosos de Haymitch no outro lado da cena me encaravam sérios, me analisando em expectativa, como se dessa forma pudesse enxergar minha alma. Baixei os olhos, sem coragem de mantê-los preso aos dele.

As respostas que buscava em mim, eram em Primrose que ele deveria encontrar.  Virei-me em direção a saída e simplesmente saí, precisava respirar, ou sucumbiria.

Minha irmã ficaria bem, afinal ela estava em casa, eu não.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

Andei durante um tempo. Sem rumo. Não sabendo muito bem para onde ir. A pequena palavra, tão cheia de significado, martelando meu pensamento.

Casa. Casa. Casa

Quando me sentirei em casa novamente? A quem eu queria enganar? Tudo que mais queria era sentir-me participante daquele lar que eram os três. Até mesmo Cato, com tão pouco tempo de convívio, o fizera mais fácil que eu.

O que eu faria agora, caso o elo que sempre nos uniu se partisse, ou deixasse de existir? A pergunta me atingiu o peito feito flecha envenenada. E, se todos os médicos estivessem certos...

Pela primeira vez em dias, ousei me questionar. Minhas certezas ruindo. Primrose, minha irmãzinha, era o elo forte que durante anos nos unificou, ela sozinha fez isso. Era eu que nos afastava.

De repente, uma forte e densa chuva começou a cair, mas não me importei e quando dei por mim estava à sua porta.  

— Você só pode estar curtindo com a minha cara – a voz ácida de Peeta me fez observar ao redor e perceber, por fim, para aonde meus sentidos me guiaram. No instante seguinte, recordei do compromisso que eu havia marcado consigo.

— O jantar... Oh, por favor, Peeta desculpe-me – pedi sincera. O loiro devia ter me esperado por horas, sem ter recebido satisfações da minha ausência.

— Dê-me apenas um motivo para que eu não feche a porta na sua cara. – A dureza de sua fala, aumentou meu desespero, e a frase saiu como uma derradeira sentença.

— Minha irmã tem um tumor no cérebro. – Seu olhar mudou para compaixão e assim que abriu os braços, o abracei apertando-me contra seu peito e as lágrimas saíram como a chuva que aumentava gradativamente.

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

— Está mais calma agora? – A doçura, e o cuidado existente no questionamento, me fizeram aconchegar mais em seu peito. Estávamos deitados no sofá. Eu, vestida com uma camisa cedida por ele.

Peeta  me convencera, a tomar um banho quente para recarregar as baterias. Quando desci até a sala, me esperava com uma xícara de chá. Depois de quase duas horas de monólogo, contando-lhe com detalhes tudo sobre o caso de Prim, eu me encontrava exausta. Entretanto, mil vezes melhor, pronta para agir com a razão em relação à saúde dela.

— Estou sim, obrigada, e mais uma vez me perdoe, tanto pelo jantar, quanto por fazer seus ouvid... – Me calou com um selinho demorado em meus lábios.

— Eu, é que devo te pedir desculpas! Posso imaginar o quanto tudo isso, está te afetando. Pude notar pelo seu estado quando chegou. Mas, deve atentar para o conselho dos especialistas. Um procedimento como esse é muito arriscado no caso da Prim – ergui meu corpo, e me sentei, ele logo fez o mesmo.

— Peeta, você não é médico... – Alterei a voz. – Eu sei que minha irmã pode ser operada, e pode ficar boa. Não me pergunte como, eu somente sei. Por que ninguém acredita em mim? – Ele levantou-se, poderia dizer que transtornado, caminhou até uma garrafa de vodca sobre um móvel, esta tinha com um copo cobrindo-lhe o gargalho.  Encheu o recipiente médio e bebeu de uma vez só.

— Tudo bem, digamos que encontre um médico ousado o suficiente, para operar a sua irmã. Nunca se perguntou, e se não der certo? A radioterapia, ou a quimioterapia pode conceder a Prim, a oportunidade de mais alguns anos de vida e muito doloroso, digamos de passagem.

— Ela acabou de se casar. Tem uma filha entrando na adolescência. Uma vida inteira pela frente. Ela não precisa de apenas alguns míseros anos de vida.

— Você não entende! Porque é apenas uma mulher tola e egoísta. – Bateu com força no lugar onde estava a garrafa derrubando-a no chão, fazendo um verdadeiro estilhaço no piso.

— Por que está falando assim comigo? – O homem à minha frente não parecia mais o homem doce de alguns minutos, era possível ver dor em seus olhos.

— Nada pode garantir, que a operação vá dar certo!

— Peeta?

— Sua família pode encontrar o melhor cirurgião do mundo. Ele pode estar convicto, e os convencer de todos os jeitos, que a cirurgia tem tudo para ser um sucesso. Mas, o simples fato dele abrir a cabeça de sua irmã, não é uma  garantia de que esse homem salvará  a vida dela. 

Por alguns instantes fiquei muda, apenas observando ele andar de um lado, nitidamente nervoso.

— Não entendo por que tanto pessimismo. Eu não esperava que me dissesse que tudo ia ficar bem... – Não consegui concluir, pois as lágrimas que pensei ter estravado antes, voltaram à tona.

— Por favor, não chore... – Quase caindo depois de tropeçar no tapete, Peeta me tomou novamente em seus braços, e afagando meus cabelos, sussurrava de forma dócil novamente. – Sou um imbecil, só isso. Quem sou eu, se não um simples mecânico, não é?

— Não fale assim. – Me afastei de seu peito para encará-lo, e com sua mão direita secou algumas lágrimas que finalmente cessavam. – Você não é só isso.

Nossos olhos se perderam um no outro.

— Ah, não... então o que eu sou?

A voz baixa e enrouquecida me deixou totalmente inebriada. Sem dar resposta, envolvi seu rosto com minhas mãos, e me equilibrando na ponta dos pés, o beijei com fervor.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Provavelmente próximo capítulo é o Pov da Prim e de repente a Paty irá postá-lo, espero vocês nos comentários... um forte abraço e lembrando que retornei EI com nova edição e algumas novidades somente por vocês e mais ninguém. Um forte abraço e até mais...

Ps: Acredito que amanhã terá atualização de PA. Ah, e também a coletânea de Ones foi atualizada pela linda Isabella, bora lá conferir o enredo maravilhoso. O/



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