Minha vida parece estar correndo sem ao menos me esperar. Stiles e eu estamos numa relação que,  cedo ou tarde, teremos de resolver. Quando saímos do subterrâneo, corremos para o Jeep, mas algo me para.

— Lydia, o que houve? – Stiles para ao lado do jeep

— Tem algo...

— O que? Temos que ir atrás dos outros.

— Não, eu...

Me viro e começo a andar. É estranho, mas sinto que devo ir onde estou indo. É mais forte que eu. Caminho, sendo guiada apenas pelos sentidos. Então, encontro Parrish caído por trás de alguns entulhos.

— Stiles – digo – me ajude

Agacho-me e viro-o

— Parrish – chamo e sacudo-o – Parrish!

— Vamos leva-lo pro Jeep – Stiles diz

— Ok.

Stiles puxa Parrish para cima, eu o sustento de um lado e Stiles de outro. Levamos ele até o Jeep, eu abro a porta, Stiles entra e posiciona Parrish deitado no banco de trás.

Stiles sai

— Então vamos lá – Stiles diz, indo para o outro lado do Jeep

— O que diabos você está fazendo? – pergunto

— Entrando no Jeep – ele responde

— Você não vai dirigir

— É claro que vou, eu já estava com saudades dele, você não vai dirigi-lo.

Ele entra e liga o carro. Bufo e reviro os olhos.

— Lydia, vamos logo! – Stiles chama – vai ficar ai?

Entro no Jeep 

— O que vamos fazer? – Stiles pergunta – levar ele pra onde?

— Deixamos ele na delegacia

— Assim?

— Ele vai acordar no caminho... Temos que ir atrás dos outros.

Stiles dá partida com o carro e pegamos a estrada.

— Como você está? – Stiles diz de repente

Abro a boca pra responder, mas ele continua

— Cuidaram de você? Tenho certeza que foi você quem os trouxe até mim – ele desliza as mãos no volante

— Está falando com o Jeep? – pergunto

— E com quem mais?

Olho pra ele com incredulidade

— Sério? – digo – ele os trouxe até você?

— Sim

— Claro... Afinal, ele sentiu sua partida, ele gritou feito louco vários dias com isso, ele ouviu a sua voz, ele escreveu coisas, ele desenhou coisas, ele foi parar no meio do mato sem roupa, ele perdeu o controle e quase machucou gravemente a mãe dele, ele não desistiu de você mesmo quando parecia loucura.

— Lydia, tanto ciúme do Jeep. Eu agradeci a você e estou agradecendo a ele também.

— Pois saiba que sequer o seu cheiro ele deu a nós.

— Mas trouxe uma lembrança, disso eu tenho certeza.

— Não ele, você.

— O que vocês estão fazendo? – Parrish acorda e se senta – brigando por um jeep

— Eu devia ter trazido um livro – digo

Stiles olha pra mim com indignação

— Pra onde estamos indo? – Parrish pergunta

— Você para o departamento

— Não posso ir sem roupa.

— Tenho certeza que você deixa uma de reserva caso você entra em combustão

Stiles força um sorriso

     Continuamos o caminho em silêncio. Deixamos Parrish no departamento antes de irmos pra veterinária. Quando Stiles se prepara para dar partida, eu o paro.

— Acho melhor você falar com o seu pai antes – digo – mesmo achando que não era pai, ele acreditou e pediu para que trouxéssemos o filho dele de volta.

Ele fica me olhando e por fim assente com a cabeça

   Nós dois entramos no departamento e todos olham para nós a medida que avançamos. Parecem hipnotizados nos próprios pensamentos sobre um garoto que do nada conheciam.

     Stiles bate e abre porta da sala do xerife. O xerife se adianta, eu e o Stiles entramos e eu fecho a porta. Vejo o xerife abraçar o Stiles.

— Meu filho! – ele exclama

— Eu estou bem, pai – Stiles diz

Eles ficam abraçados

— E você vem cá – o xerife diz pra mim e me inclui no abraço – Se não fosse você, ele não estaria de volta.

Ele nos afasta e logo após segura o ombro de Stiles

— Nem imagino a sensação de ter a garota que você é apaixonado desde a terceira série te resgatando – ele sorri

Eu e Stiles ficamos constrangidos

— Nós vamos no Deaton ver se o Liam está bem – Stiles diz – ele se machucou bastante

— Fique seguro – o xerife parece implorar

— Lydia me trará de volta – Stiles brinca

Eu forço um sorrisinho

    Eu e Stiles partimos e ao entrar na veterinária, Malia já nos aguarda.

— Eu já estava indo atrás de vocês! – Malia exclama

— Passamos no departamento antes – Stiles diz – mas você... Você ia vir atrás da gente?

— Sim, se eu não a segurasse- Isaac se levanta

— Eu não acredito que você conseguiria segurar a Malia – olho pra ela, que já me olhava – e o Liam?

— O Scott está lá – Malia diz – ele se machucou feio

— E só pra me proteger – Stiles diz

— Não se culpe – digo – qualquer um aqui faria isso

— Qualquer um não – Isaac diz e todos o olhamos – eu não sei se faria

— Alguém me responde de onde o meu pai... O Peter, saiu? – Malia diz

— Da Eichen – digo – acha que ele ia perder uma festinha? Ele veio, se mostrou e foi embora.

— Ainda não gosto dele – Isaac diz

— Ninguém gosta dele – Stiles fala

— A Lydia gosta – Malia fala

— Ele quase me matou! Como pode dizer que eu gosto dele?

— Bem... Você libertou ele da Eichen, porque mais seria?

— Você não sabe como é aquele lado da Eichen, e ele se libertou, não fui eu.

— Mas você ajudou.

— Enfim, se ela não fizesse isso, nós estaríamos perdidos. – Stiles diz – vamos ver se o Liam está bem.

Ele passa por nós e eu o sigo. Liam está deitado, Hayden ao seu lado segurando a sua mão e Scott está mais atrás com Kira e Deaton.

— Puxa, ai está você, cara – Scott fala ao ver Stiles e o abraça

— Como ele está? – Stiles pergunta

— Vai se curar.

— Algo que um humano não teria aguentado – Deaton fala – você deve agradecer

— Eu agradeço a ele – Stiles diz

— Você acha que ele está bem até a festa? – Hayden fala

O baile. Porém, é apenas para os concluintes.

— Não se preocupe, se ele não se curar, não adiantaria, a festa é apenas pra quem está se formando – digo

— Ah... a propósito... – Stiles começa

— Não, Stiles – digo – ninguém vai comigo, pode vir me buscar...

Ele abre um sorrisinho, mas logo o detém

— Teremos que ir buscar a Malia logo depois – ele diz

— O quê? – Respondo

— Sabe, ela está sem ninguém. Ela não vai querer ir assim.

— Ela vai ter a gente.

— Mas pra ir...

— Não se preocupe – Scott diz – eu busco ela

— É – Kira diz – nós vamos busca-la.

Stiles olha pra mim e eu sorrio

— Então vejo você lá - digo e me retiro.