P.O.V Gray

    Depois do que aconteceu na biblioteca todos nós seguimos Aimi de volta para vila. O silêncio reinava em nosso meio durante o trajeto, não se ouvia nada além dos suspiros dados de vez em quando por um e outro e os sons da noite.

    Não conseguia tirar da cabeça as palavras de Aimi “a limitação da Magia Celestial é por pouquíssimos conhecida”. Essas palavras e todo esse mistério estavam causando várias perguntas em minha mente além de uma grande preocupação por Lucy. O que esse desgraçado deve está fazendo com ela agora?

    Senti alguém cutucando meu braço, me tirando de meus devaneios. Logo reconheci a cabeleira azul.

    – Gray-sama está bem?

    – Sim Juvia – respondi.

    – É que Gray-sama estava com uma cara...

    – Todos estão assim – disse e logo desviei o olhar – não se preocupe a toa.

    Ela não disse mais nada, mas pude ouvir um suspiro vindo da maga da água.

    Aimi nos levou para uma das casas da vila. Era uma casa freta de madeira e um tanto grande. Depois de três batidas quase que imediatamente alguém veio atender. Era um homem, alto e musculoso de cabelos castanhos e olhos negros, usava roupas simples e tinha um colar com um pequeno lacrima como pingente, parecia estar na faixa dos vinte anos. Eu já o tinha visto antes, assim que chegamos à vila, a baixinha tinha ido fala algo com ela.

    Quando seu olhar caiu em Aimi, mesmo que ele tenha tentado disfarçar, pude perceber que ela havia ficado tenso. Afinal, o que essa garota esconde?

    Depois de perceber que estava a encarando, ele desviou o olhar para nós e então deu passagem para entrarmos.

    Aimi sem dizer nada simplesmente adentrou a casa dando um breve olhar para nós como se dissesse “O que estão esperando? Entrem!”, obviamente o primeiro a segui-la foi o tal de Hideo e após ele nós fizemos o mesmo.

    Ao entrarmos pude perceber que não se tratava de uma casa e sim de uma pousada. Estávamos em um tipo de salinha, a decoração era simples mesmo assim bonita, havia dois sofás marrons de três lugares, um de frente para o outro, e uma mesinha de centro com um vaso de flores entre eles, também havia algumas poltronas espalhadas pela sala. Nas paredes, vários tipos de artesanato traziam mais cor para o lugar. E bem na parede de centro daquele cômodo havia um quadro com as escrituras “Pousada A.S”.

    – Podem deixar suas bagagens conosco – ouvi uma voz feminina dizer atrás de mim.

    Virei-me para ver de quem provinha àquela voz. Pude ver três pessoas, uma mulher e dois homens. A mulher parecia ter de dezoito a vinte anos, seu cabelo era loiro e estava preso em um rabo de cavalo alto, usava uma camisa roxa sem detalhes, um short jeans azul e calçava botas marrons até abaixo de seus joelhos.

    Ao seu lado estava um homem alto – de aproximadamente 30 anos -, de pele bronzeada e cabelos negros, seus olhos eram castanho e tinha um grande porte físico. Suas roupas baseavam-se em uma camisa azul-escuro, calça jeans simples e um sobretudo marrom.

    Mais atrás estava um garoto, este deveria ser o mais novo dos três, aproximadamente teria uns dezesseis ou dezessete anos. Era impossível não notar certa semelhança entre ela e o cara que nos atendeu – mas seu cabelo era maio e sua franja cobria seu olho direto. Vestia-se com uma camisa branca sem mangas, jaqueta de couro preta, calça jeans preta e tênis comuns. Outra característica desse garoto que era impossível não notar era uma grande cicatriz na parte esquerda de seu rosto que ia de parte de sua sobrancelha até seu queixo. Senti uma sensação estranha ao encara-lo, uma sensação que eu já havia sentido antes.

    O garoto pareceu perceber que eu o encarava então tratei de desviar meu olhar e entregar minha bagagem para a garota loira.

    – Sentem-se – o que nos atendeu disse, apontando para os sofás.

    Seguimos para lá, mas os que sentaram foram Wendy – com Charlie em seu colo – Juvia e Erza em um sofá, e Sting – com Lector em sua cabeça – Minerva e Rogue, também com seu exeed no colo, em outro. Eu, Natsu, Hideo e Aimi optamos por ficar em pé.

    O cara que nos atendeu aproximou-se de nós e pronunciou:

    – Olá. Eu me chamo Akio Sugahara – “Pousada A.S, Akio Sugahara” pensei. – Sejam bem vindos a minha pousada. Pedirei para Hiroko levar-lhes até seus aposentos mais tarde – parou um pouco e lançou um breve olhar para a pessoa que estava ao meu lado: Aimi. – Por enquanto os deixarei a sós para que possam conversar.

    Dito isso a loira ao meu lado vez um breve aceno com a cabeça para o dono da pousada que apenas a encarou um pouco e logo sai adentrando um corredor e perdendo-se de minha vista.

    – Vamos passar a noite aqui? – Perguntou Minerva.

    – Sim – foi a única coisa que Aimi respondeu antes de se levantar e caminhar até a porta e abri-la, mas antes que saísse voltou-se para nós –, amanhã conversaremos, hoje apenas descansem.

    E assim saiu deixando-nos sem entender direito o que aconteceu.

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    Já devia ser tarde da noite, talvez umas 23h00m , Eu estava no quarto onde me foi indicado para dormir, mas não conseguia sequer piscar.

    Há três horas que eu estava nessa de ficar rolando de um lado para o outro e o sono não vinha. Então, derrotado pela insônia, resolvi sai para fazer qualquer coisa.

    Sai do quarto e adentrei um corredor com várias portas, todas de quartos da pousada.

    Direcionei-me em passos um tanto firmes, por conta da minha leve irritação por não consegui dormir, para fora da pousada. Precisava ficar um pouco sozinho para colocar meus pensamentos em ordem.

    Já do lado de fora andei até um banco de madeira próximo. Sentei e ergui minha cabeça para o alto. O céu estava todo nublado, as nuvens acinzentadas impediam de se ver o brilho das estrelas, o vento batia forte e gelado, eu estava usando apenas uma calça moletom, mas frio nunca foi problema para mim mesmo.

    Percebi certa movimentação vinda da parte lateral da pousada. Certamente me levantei para ver de que se tratava e foi realmente uma surpresa o que eu vi, ou melhor, quem eu vi.

    – O que está fazendo aqui? – Pergunta Aimi um tanto surpresa por me ver.

    Dava para ver certa agitação vinda dela. Ela estava escondendo algo.

    – Nada de mais, apenas esfriando a cabeça – respondi sem animação –, e você?

    Vi-a ficar tensa, a que apenas comprovou minhas suspeitas: ela estava escondendo algo de nós, algo importante. Mas o porquê disso era desconhecido a mim, o que me deixou um tanto frustrado.

    – Nada de mais também – disse passando direto por mim.

    Ela estava tentando fugir da conversa e isso era notável, mas eu não ia deixar que ela simplesmente fosse assim, então em um ato de para-la agarrei seu braço e a virei para que ficasse de frente para mim.

    Podia ver em seu rosto que a minha expressão não era das melhores, mas mesmo assim não liguei, não era isso que me interessava no momento.

    – Eu quero que você me conte o que tanto está escondendo!