Posso te Contar Um Segredo? escrita por Mateus Sales


Capítulo 8
Problemas familiares


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma ótima leitura! E não esqueçam de comentar!



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Após receberem uma mensagem assustadora de A, Spencer, Emily, Hanna, Aria e Mona — a novata do time — resolveram ir até a casa da família DiLaurentis, elas precisavam conversar com Alison e tentar descobrir o que A quer que elas descubram.

Aria as dirigiu até a Bridgewater Terrace e, quando chegaram em frente à residência azul, resolveram que não era nenhum pouco viável estacionar por lá — uma grande quantidade de pessoas ainda estavam por lá, espreitando o nada. Aria estacionou perto da casa de Spencer e elas silenciosamente foram até a residência dos DiLaurentis.

Hanna espreitou pela janela lateral e viu que Jessica, a mãe de Alison, falava ao telefone calmamente. Elas telefonaram novamente para Alison, que, só agora, respondeu.

— Alô? — A voz de Alison parecia fraca e distante.

— Ali? Nós podemos entrar pela porta traseira? Queremos conversar com você. — Spencer falou, esperando resposta.

— O quê? Eu não estou em casa! Eu e meu pai estamos em Connecticut.

Spencer e Emily ficaram boquiabertas — novamente. Enquanto isso, Hanna, Mona e Aria continuavam inexpressivas. Ninguém esperava aquilo. Até o começo do dia, Alison estava em Rosewood, tentando, ao máximo, evitar as garotas, os moradores, os adultos, todos; e, de repente, ela encontra-se em Connecticut. Aria começou a pensar que Alison realmente estava escondendo algo, como A dizia. Começou a materializar mais algumas situações estranhas — como o retorno de Alison, as mensagens anônimas, a descoberta que Ezra era seu professor…

Falando em Ezra… faz algum tempo que ele e Aria não se veem.

— E quando você volta? — Spencer ponderou. Emily começou a se afastar e observou Jessica saindo da casa e descendo as escadas em caminho da rua. Ela ignorou todas as pessoas, apenas entrou no carro e dirigiu para longe. — Não sabe quando? Você acabou de retornar à Rosewood!

Mona se encostou na parede azul da casa e começou a conversar com Aria. Spencer encerrou a chamada. Hanna observava Mona conversando com as garotas, será que elas eram amigas novamente, mesmo após a absurda mensagem que A a enviara? Emily continuou em silêncio, fitando as poucas pessoas que continuavam espreitando.

— Por que vocês acham que Alison saiu tão rapidamente de Rosewood? — Spencer questionou, mexendo nos fios de cabelo.

— Talvez ela precise passar um tempo longe de toda essa confusão — Emily respondeu de modo protetor.

— E se ela e a família estiverem mesmo escondendo algo, como A diz? — Aria disse, capturando a atenção de todas. — Nós apenas conhecíamos os DiLaurentis do modo fachada. Eles eram falsos como Alison era.

— Mas, se isso for verdade, por que eles não revelam logo esse segredo à polícia? Nós merecemos isso! Vejam por tudo o que já passamos! — Hanna suspirou e esperou resposta.

— É verdade — Mona falou. Ela abaixou a cabeça e suspirou. — Eu nunca fui do grupinho de vocês, mas, ainda assim, Alison foi uma personagem que realmente marcou minha vida. Mesmo que tenha sido de uma maneira absurda.

Spencer começou a se afastar e observou a floresta — todas as suas espécies de flora, suas árvores enigmáticas, o vento forte que ali residia, justamente o lugar onde Alison supostamente foi morta. Mas Ali estava viva. Então o que realmente aconteceu naquela noite?

Mais tarde, Spencer lia algumas páginas de um livro sobre Revolução Francesa em seu quarto. Seus pais estavam fora da cidade a trabalho – como eles sempre faziam. Melissa também não estava em casa; mais cedo, quando Spencer chegou, Melissa revelou que iria passear com Wren pelo centro de Brookhaven.

Agora ela estava sozinha em casa, com tédio, e pensando em como Alison rapidamente saiu de Rosewood. Será que ela estava mesmo escondendo algo?

Entediada, ela desceu as escadas e alcançou uma jarra de suco de uva na geladeira. Ela tomou um gole do líquido pela borda da própria jarra e suspirou fundo. No dia seguinte, ela retornaria à escola, mesmo que o diretor não quisesse; o clima em casa estava estranho, mesmo que nada estivesse acontecido.

Milagrosamente, um bipe calmo soou através dos alto falantes do notebook de Spencer. Um novo e-mail havia chegado. Ela correu até a poltrona giratória e clicou com o mouse no botão LER. No corpo do e-mail uma foto de Melissa estava acompanhada de um texto. Melissa estava com uma blusa lilás, calça jeans azul-marinho e seu cabelo estava um pouco alinhado demais. Ao seu lado, um corpo feminino irreconhecível gritava com ela. Seja lá quem as fotografaram, estava distante. A mensagem era de A, obviamente.

Olha só quem estava com Alison na noite do desaparecimento dela! Será que isso é importante? Ou será que não? Você quem sabe. Beijinhos, —A.

Desconcertada, ela rapidamente enviou a imagem para seu Blackberry e desligou o notebook. Um estrondoso barulho de porta foi ouvido e Spencer correu para verificar. Melissa e Wren conversavam coloquialmente na cozinha sobre vestidos de casamento.

— Ah, oi, Spencer — Melissa cumprimentou, sorrindo alegremente. — Mãe e pai estarão fora da cidade até amanhã de manhã.

— Eu sei — Spencer respondeu. Ela e Wren trocaram um olhar rápido, que foi interrompido por Melissa perguntando se Spencer queria ser sua madrinha de casamento.

— Pode ser, Melissa.

— Qual o porquê desse mal humor? — Melissa questionou, olhando diretamente nos olhos de Spencer.

— O retorno de Alison.

Melissa suspirou fundo. Wren subiu para o andar superior. Spencer serviu-se de mais suco e observou a felicidade da irmã; era tão engraçado olhar para ela e saber que Wren a está traindo.

Aria mastigava uma folha de alface enquanto Mike jogava em seu PlayStation. Ella adentrou a sala com um ramalhete de rosas vermelhas e um bilhete.

— Enviaram para você, Aria.

Aria levantou da poltrona e correu em direção às flores. No bilhete, palavras milimetricamente escolhidas estampavam uma realidade da qual Aria vinha fugindo ultimamente.

Mesmo com apenas um beijo, eu já te gosto o bastante para saber que nosso relacionamento não é errado se for bom para os dois. —Ezra.

Aria se arrepiou completamente; todos os seus pelos ficaram eriçados após ler aquele texto. Ela não esperava uma mensagem daquele tipo nem em um milhão de séculos — ainda mais com Ezra Fitz como o autor. Decidida, ela resolveu que iria falar com Ezra; realmente queria beijá-lo mais uma vez, e até mesmo fazer mais, mesmo sabendo que teria de ser em segredo.

Ela ainda tinha o contato com o número de telefone de Ezra em sua lista de contatos de seu Blackberry. Ela o telefonou diversas vezes, mas nenhuma resposta apareceu. Talvez eu converse com ele na escola, pensou ela. Seria muito melhor conversar com seu desejável professor cara a cara.

Tomada por um devaneio, Aria se assustou quando uma mensagem chegara em seu smartphone.

Não tenha medo de seguir em frente com Ezra. Ele é um bom rapaz, e você sabe disso. Porém, você não é uma boa garota, e ele não sabe disso. Beijinhos, —A.

Na manhã seguinte, seus pais saíram com Mike para comparecerem a um evento literário — eles achavam que Aria ainda estava muito cansada e Byron resolvera levar Mike no lugar com a intenção de torná-lo mais conceitual.

Entediada, Aria resolveu visitar Hanna. Dirigindo até o bairro da amiga, ela percebeu que a cidade estava tranquila em relação aos dias anteriores, nos quais Rosewood foi tomada por pessoas que só comentavam sobre o retorno de Alison. A casa de Hanna era bem-estruturada. Árvores pequenas e arbustos rodeados de flores tomavam conta da frente e uma cerca branca e antiga determinava a área do terreno. Aria bateu na porta e foi atendida pela sra. Marin, que apenas a cumprimentou e rapidamente saiu de cena, sem nem ao menos revelar onde Hanna estava.

Minutos depois, a garota de cabelos louros e olhos cintilantes desceu as escadas e carregou Aria até seu quarto, conversando sobre o quanto a escola estava chata aos olhos de Mona. Foi aí que Aria descobriu que Mona também estava na casa.

— Olá Aria. — Mona cumprimentou assim que percebeu a garota adentrando o quarto. Aria percebeu que ela trajava roupas simples, coisa que a Mona conhecida por todos não fazia. Ela estava bem mudada ultimamente. E parece que a briga dela com Hanna já havia acabado.

— Vocês receberam alguma mensagem nova? — Aria perguntou.

Hanna se sentou em sua cama e repetiu duas vezes o processo de respiração. Mona apenas deu de ombros e observou o papel de parede florido do cômodo.

— Eu recebi. E já estou sem paciência. — Aria novamente suspirou e mexeu em seus cabelos.

Silenciosamente, as três se entreolharam e então decidiram que deveriam conversar sobre outro assunto, não iriam perder mais tempo com A. Nos minutos seguintes, as três conversaram sobre coisas aleatórias e alternativas; coisa que Aria não pensava faria com Mona nem em um milhão de anos.

Em outra parte de Rosewood, Spencer e Wren se beijavam. O quarto de Spencer estava quente e, ao mesmo tempo, úmido. As línguas da dupla se encostavam e se divertiam; algo que eles faziam escondidos recentemente. Por motivos científicos e por falta de ar, os dois se separaram e deitaram-se juntos na cama.

— Você sabe que, uma hora ou outra, nós iremos ter que parar com isso, não é? — Wren comentou, olhando diretamente para Spencer; entretanto, ela olhava para o além, sem destino.

— Sim, eu sei.

Ela posou sua mão direita no tórax brevemente musculoso de Wren e começou a contorná-lo. Eles se beijaram novamente e Wren então decidiu ir até Melissa, que poderia já estar estranhando sua falta.

Os próximos segundos aconteceram como um flash. Wren abriu a porta do quarto e Melissa estava lá, parada, com uma cara de raiva e angústia. Spencer se assustou e pulou da cama. A irmã mais velha começou a falar várias atrocidades e bater na mais nova, que só recuava. Wren separou as duas, mas ele também recebeu alguns tapas e socos fracos.

Na hora seguinte, Melissa, Spencer, Wren, Veronica Hastings e Peter Hastings estavam na sala de estar da residência. Wren estava sendo despachado e Spencer, crucificada. Melissa chorava amargamente e seus pais brigavam com Spencer a cada instante. Spencer estava nauseada, tão abstrata e abatida, que nem prestava atenção no que Veronica e Peter diziam.

Sequencialmente, ela correu para seu quarto e se embrulhou em seus lençóis marrom. A única coisa que a retirou de seu estado grogue foi um bipe de seu celular, ou seja, uma nova mensagem.

Adivinha quem é a sortuda do dia? Seu sobrenome é Hastings. Isso mesmo, Melissa Hastings! Tome cuidado comigo, Spence, mas tenha ainda mais cuidado com sua irmã. Ela é uma cobra. —A.

Emily caminhava sorrateiramente pela calçada até a casa da família St. Germain, que agora morava em outra casa na mesma rua de sua antiga casa, que agora pertencia novamente aos DiLaurentis. De longe, ela observou Wren Kingston, o noivo da irmã de Spencer, colocar malas no porta-malas de um Sedan e dirigir para longe. Emily desviou o olhar e percebeu que Maya a observava através da janela de seu quarto.

Subitamente, ela esperou Maya no jardim. Dali a pouco, a garota de pele escura apareceu e foi logo beijando os lábios de Emily. Entretanto, Emily se afastou.

— O que aconteceu? — Maya perguntou em um tom sereno. Emily sorriu fracamente.

— Não é nada, só não quero que alguém nos descubra.

— Se acalme, Em.

E foi isso o que ela fez pelo resto da tarde. Se acalmou e relaxou. Caminhou com Maya até o playground escondido da Praça Pública de Rosewood, a beijou diversas vezes, tomou sorvete com ela, usufruiu do balanço exclusivo para crianças… foi tudo incrível. Ela nem ligou se isso iria prejudicá-la ou não, apenas deixou o desejo lhe levar.

Após deixar Maya em casa, Emily caminhou lentamente de volta à residência onde morava com os pais. Seus pais, as pessoas que jamais poderiam descobrir algo sobre seu relacionamento com Maya. De um modo ou de outro, algumas pessoas viram Emily e Maya juntas hoje, e, com certeza, A também vira.

Quando chegou em casa, ela abraçou a mãe e correu para seu quarto no andar superior. Seu pai ainda estava em Rosewood, mas não em casa; mais cedo, ele foi até o lago Blakeshore pescar. Emily apanhou seu celular que estava sobre a cômoda de mogno azulada. Na tela, uma notificação mostrava que duas mensagens haviam chegado.

A primeira fora enviada por “HeartBurn”, ou seja, Maya.

Obrigada pelo passeio, e pelos beijos e abraços também! Quando iremos nos ver novamente? —Maya.

Um toque de felicidade coloriu os olhos de Emily e fez todos os seus pelos dos braços se eriçarem.

Porém, a segunda mensagem trouxe consigo ouro tipo de sentimento: angústia, medo, terror.

Prepare-se querida! Hoje o dia será longo. Sem mais delongas, descubra quem estava observando você e Chiclete de Banana se beijando nesta foto! —A.

Em anexo, uma imagem de qualidade média mostrava Emily e Maya agarradas, se beijando. No fundo da fotografia, uma pessoa estava espreitando as duas. Emily deu zoom na imagem e, então, um grande susto lhe tomou conta. Os cabelos castanho-escuros, olhos pretos e a famosa camisa lilás listada estavam lá. Wayne Fields, pai de Emily, estava com uma expressão inigualável e, ao mesmo tempo, indecifrável. Será que A armou tudo isso? Será que esse perseguidor fez o sr. Fields ir até onde Emily estava, só para pegá-la no ato? Mas, então, Emily se lembrou. O lago Blakeshore era próximo ao bairro de Emily. A casa da família de Maya era em um bairro vizinho. As duas caminharam muito, o que as levaram até à Praça Pública, e essa mesma praça era a alguns metros do lago Blakeshore. Ou seja, A não armou nada disso. Wayne apenas estava caminhando pela praça quando viu Emily e “Chiclete de Banana”. E, além de tudo, por que A chamava Maya de Chiclete de Banana?


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