Posso te Contar Um Segredo? escrita por Mateus Sales


Capítulo 4
Por cima do meu cadáver


Notas iniciais do capítulo

Só o título do capítulo já revela bastante coisa, não é? Boa leitura! Não esqueçam de comentar e dizer se preferem os diálogos escritos de forma tradicional ou anglo-saxã, okay?



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Emily gritou por Spencer, que em questão de segundos destrancou a grade de ferro localizada na frente da residência dos Hastings, uma mansão de várias gerações que acompanhada por um celeiro que agora era um loft, dava um toque de modernidade no ar de antigo.

“Bem-vinda à festa,” Hanna disse quando avistou Emily.

Emily mordeu o lábio e sorriu.

“Festa? Perdi alguma coisa?”

Spencer e Hanna sentaram-se num sofá cinza enquanto Emily encostou-se na parede gelada.

“Estávamos conversando sobre uns acontecimentos recentes,” Spencer disse, cruzando os braços. Emily instantaneamente pensou em A e se endireitou. Hanna olhou para Emily na expectativa, mas depois fingiu estar interessada em sua unha cor-de-rosa. “Eu e Hanna estamos recebendo mensagens anônimas de um tal de A.”

Emily olhou para seus pés e então observou a expressão de Spencer. Ela com certeza estava preocupada, mas, além de tudo, ela tinha uma aparência cansada. Talvez estivesse trabalhando em alguma atividade extracurricular que precisasse de sua atenção. Essa é Spencer, não é?

“Eu também recebi,” Emily confessou, batendo o pé no chão repentinamente. “Parece que alguém estava me vigiando.”

“Eu também tive essa sensação,” Hanna esbravejou.

Spencer se levantou do assento e caminhou lentamente até a porta de vidro que dava acesso ao jardim lateral da residência. Ela observou uma pequena garoa começando a se formar.

“Vocês acham que é algum tipo de brincadeira?” Spencer engasgou-se, sentindo agora um pouco de frio.

“Talvez sim, talvez não,” Hanna comentou, pensando em o que Mona poderia estar fazendo no momento. “Nós temos que descobrir.”

“Como?” Emily rosnou.

“Vamos esperar que esse, ou essa, tal de A mande novas mensagens,” Hanna cruzou os braços, bravamente berrando.

“Sem problemas,” Spencer disse. “Onde está a Aria? Nós devíamos conversar com ela também!”

“Eu liguei para ela há alguns segundos, sem sucesso,” Hanna alcançou o celular que estava sobre a bancada da cozinha. “Vamos atrás dela?”

“Eu posso ir,” Emily confirmou. Ela sabia que deveria voltar para casa, sua mãe poderia ficar brava por ela ter demorado tanto. Mas, qual seria o grande problema? Ela tinha que encontrar Aria e descobrir se a amiga também estava recebendo ameaças. Quando chegasse em casa, Emily poderia contar que ficou conversando com a vizinha nova. Ou até mesmo confessar que estava com Hanna e Spencer. Afinal, elas eram amigas ou não?

“Já eu não posso,” Spencer revelou, pegando sua bolsa de couro e jogando-a para o ombro direito. Tenho uma reunião com alguns alunos do clube de xadrez. “Vão sem mim.”

“Ok,” Hanna esbravejou-se.

Nos minutos seguintes, Spencer terminou de arrumar seu cabelo enquanto Hanna e Emily dirigiam até a Sunnybrook Lane, onde as casas das famílias Marin e Montgomery ficavam, uma na frente da outra.

“Olá, meninas,” Ella Montgomery falou quando abriu a porta e visualizou as garotas.

“Olá, sra. Montgomery,” Hanna saudou, sorrindo. “Cadê a Aria? Precisamos conversar com ela.”

“No quarto dela,” Ella respondeu. “Entrem!” a sra. Montgomery abriu a porta e fez um gesto com o braço, indicando que as meninas podiam entrar.

“Aria! Abre a porta!” Ella gritou. Em segundos, a pequena adolescente destrancou a porta em silêncio. “Ela tá meio desconcertada,” Ella piscou, sorrindo de leve para as garotas.

“Precisamos conversar, Aria,” Hanna disse, adentrando o escuro quarto repentinamente.

“Olá pra vocês também, meninas,” Aria reclamou, sorrindo levemente.

Aria estava na cama, sentada na posição fetal e escrevendo algo em uma agenda. As meninas, em frente à cama, observavam como ela estava distraída.

“O que aconteceu?” Aria perguntou, de repente soltando o caderno.

“O assunto é sério,” Emily começou. “Nós recebemos umas mensagens anônimas recentemente.”

“Sério?” Aria gritou, pulando da cama e olhando para as garotas insanamente.

“Sério,” Hanna afirmou. “Você também?”

“Sim, meninas.”

“Nós precisamos saber quem está enviando. Quem sabe de meus segredos,” Emily comentou, cruzando os braços, agora parecendo bastante formal.

“Meus segredos, também,” Hanna esclareceu, olhando séria para Emily. Aria confirmou e começou a trocar de roupa. “É estranho.”

“O quê?” Aria perguntou enquanto vestia a calça. A cena ficou divertida, já que ela estava numa posição comprometedora.

“Depois de meses sem intimidade alguma,” Hanna esclareceu, sentando na cama de Aria, “nós ainda podemos trocar de roupa na frente da outras.”

“Verdade,” Emily disse.

Nos minutos seguintes, as três dirigiram por Rosewood. Elas iriam até a casa de Spencer para tentar encontra-la lá, já que ela não atendia o telefone. Antes de chegarem à residência Hastings, uma viatura da polícia e uma ambulância estavam paradas em frente à antiga casa da família DiLaurentis, onde os St. Germain agora moravam. Junto dos veículos, um pequeno aglomerado de pessoas estava em postos, cada um olhando para um local diferente do grande jardim. Emily parou o carro e correu até a frente da casa, logo pensando em Maya. Hanna e Aria a seguiam logo atrás.

“Emily!” Maya gritou e correu até a garota. “Eles acharam a sua amiga.”

Hanna, Aria e Emily se entreolharam.

“Alison?” Emily perguntou, olhando para Maya, olhando para a casa.

“Sim,” Maya respondeu. “Acharam o corpo dela.”

Quando ouviram a resposta de Maya, as meninas baixaram as guardas e um terror percorreu seus corpos. Olhando para o jardim que ligava as casas de Maya e Spencer, Emily percebeu que Melissa vestia um suéter azul escuro e falava ao telefone com alguém.

Hanna e Aria começaram a chorar. Emily resistiu um pouco, mas, minutos depois, franziu o cenho e começou a soluçar e chorar. Elas sentiram alguém as abraçando de repente. Olharam para trás e visualizaram o rosto de Spencer encharcado e vermelho, como ele sempre ficava quando ela chorava. Juntas, observaram o corpo de Alison, coberto por um plástico azul, ser carregado até a ambulância.

Tudo estava quieto, até que Aria largou o braço de Hanna e Spencer e correu até atravessar a área permitida pelos policiais. Ela tentou correr até o corpo de Alison, mas uns policiais seguraram ela. Hanna e as outras correram para segurá-la.

“Por que você está fazendo isso com a gente?” Aria gritou, como se falasse com uma Alison viva.

“Calma, Aria,” Hanna disse, carregando a amiga. Ela olhou para Spencer e para Emily. Cada uma sabia que tinha algo errado com Aria. Muito errado.

Em sequência, após Aria ter sido levada para casa e ter conversado com sua mãe, ela e as meninas começaram a assistir um filme.

"Meninas, como vocês estão se sentindo?" Hanna perguntou enquanto conversava com Mona pelo WhatsApp.

“Mal,” responderam Aria e Emily em uníssono.

“Quando Melissa me ligou contando que haviam achado o corpo de Alison, me arrepiei,” Spencer confessou, comendo um pouco de pipoca. “Só chorei quando vi vocês chorando. Ainda assim, eu acreditava que ela estava viva.”

As outras ficaram em silêncio, observando Angelina Jolie maravilhosamente interpretar Malévola. Após, os celulares de cada uma soltaram um barulhinho. Mensagens de texto novas.

Pobres mentirosas... arrasadas por terem achado o cadáver de abelhinha. Mas não se preocupem, estou aqui para manter Ali em suas memórias. —A.


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