Instituto Xavier para Jovens Superdotados, Nova York

O clima estava agradavelmente fresco naquela manhã de fevereiro, diferente das nuvens cinzas que cobriram o céu no dia anterior. As árvores farfalhavam com a leve brisa que corria de leste à oeste, enquanto alguns pássaros cantavam em suas copas. Era um dia agradável.

Algumas horas após se despedir dos Vingadores, Josh já se aproximava de seu novo destino. Mais à frente, uma grande mansão — bem semelhante a um castelo — começava a aparecer no horizonte. O rapaz, que vestia uma jaqueta preta por cima de uma blusa branca e um jeans escuro, carregava uma mochila consigo, onde guardara os seus poucos pertences.

Não demorou muito para que o Kane passasse pelo imenso portão de ferro, após ler o nome do lugar em uma enfeitada placa, presa ao muro: Instituto Xavier para Jovens Superdotados. O jardim era imenso e muito bem cuidado, como pôde observar. Havia um longo caminho entre o portão e a entrada principal, permitindo a entrada e saída de veículos. Um chamariz com uma estátua de anjo enfeitava uma rotatória, criada para o fluxo de carros.

Ao chegar e parar em frente à porta, Josh bateu três vezes, ajeitando a mochila em seu ombro logo depois. Esperando por alguém, o Kane  começou a olhar ao redor, enquanto assobiava uma música antiga do Kansas.

— Pois não, em que posso ajudar?

Uma voz masculina chamou a atenção do rapaz, o fazendo virar-se para a porta, porém, ao encontrar o emissor do chamado, Josh não conseguiu conter um grito de espanto, enquanto recuava alguns passos.

No batente da porta, estava um homem com um rosto azulado e peludo. Ele usava um óculos de grau e uma blusa xadrez, nas cores vermelha e preta, porém, sem utilizar sapatos, o que deixava à mostra os seus pés, que eram semelhantes aos de um macaco.

— Mas o que é você?! — Josh perguntou, levando uma mão ao peito, enquanto recuperava o fôlego. — Um Smurf bombado?

— Pode me chamar de Hank McCoy. — O “homem” devolveu, sorrindo fraco. — E vou fingir que isso não foi ofensivo.

— Desculpa, você só me pegou desprevenido. — Ele assentiu, lhe estendendo a mão. — Josh Kane.

— É um prazer, Josh. — Hank assentiu, apertando a mão do rapaz. — O que veio fazer aqui?

— Estou procurando o professor Xavier. A Daphne me indicou esse lugar quando a gente se encontrou na Alemanha.

— O que essa garota estava fazendo na Alemanha? — perguntou mais para si mesmo do que para o Kane, antes de lhe dar espaço para entrar. — Vem, vou chamá-lo para você.

Josh seguiu o McCoy até a sala de estar, enquanto observava a magnitude do local. Quadros antigos enfeitavam as paredes, juntos com pinturas de diversas figuras históricas, como Napoleão e Nicolau Maquiavel.

Parado na sala, o Kane sorriu ao ver crianças correndo pelo local, indo de um lado ao outro, enquanto adolescentes desciam as escadas, com mochilas nas costas e expressões de cansaço. Alguns até apresentavam marcas de fuligem em seus rostos.

— Josh, é um prazer revê-lo — comentou o professor ao se aproximar, com um sorriso em seu rosto.

— O prazer é meu. — Sorriu de volta, o cumprimentando. — Mansão maneira essa sua — comentou, olhando ao redor.

— Ela é sim. Vejo que veio se juntar a nós. Por que?

— Bem, eu…

O Kane havia iniciado a sua fala, quando ele desviou o olhar novamente para as escadas, onde encontrou Jean, que carregava alguns livros juntos ao seu colo. Seus olhares se cruzaram por um instante e um sorriso mútuo iluminou os seus rostos, enquanto os dois se cumprimentavam com um leve aceno de cabeça.

— Josh, qual o motivo? — Xavier o chamou novamente, lhe retirando de seu transe. — Creio eu que seja para estudar.

— Vamos dizer que sim, professor. — O Kane sorriu, antes de olhar para a ruiva mais a vez. — Vamos dizer que sim.