Duas semana se passou desde que Regina começara a trabalhar com os Swan. Cada dia o seu desempenho aumentava deixando Elsa satisfeita por tê-la contratado.

Vez ou outra ela encontrava com Emma. Normalmente almoçavam juntas, na pequena cantina que o local possuía, isso quando Emma não estava em alguma reunião, ou viagem a trabalho.

Regina pode notar que as vezes que não encontrava com a loira para almoçar sentia um vazio por ter que fazer isso sozinha.  As conversas surgiam espontaneamente, Emma era engraçada, divertida e fazia a morena rir.

O que ela sentia quando estava com Emma era uma das melhores sensações, sensações estas  que há muito tempo não sentia.

Regina estava arrumando as suas coisas o seu expediente de trabalho tinha chegado ao fim, hoje foi um daqueles dias em que a morena não tinha visto Emma. Parece que ela estava em uma reunião e depois tinha outras coisas para fazer. Seu dia não foi totalmente completo, só pelo fato de não ver Emma, o que era estranho para Regina se sentir desse jeito.

Ruby estava parada do lado de fora do carro esperando por Regina.

Rb: Obrigada por me ligar! – sorriu dando um beijo na face de Regina.

R: Lembrei que hoje era a sua noite de folga. Podemos pedir uma pizza e colocar a fofoca em dia!

Rb: Boa idéia, vamos?

Regina assentiu colocando a mão na porta para abri-la.

Rb: Espera... eu conheço aquela loira

R: O que?

Rb: A loira – apontou

R: Ah ela é minha chefe... – falou sorrindo, quando viu Emma indo em direção a porta – Bom uma delas...

Rb: Claro que eu conheço! HEY LOIRA!!!! – Emma parou e olhou para ver de onde a voz vinha.

R: Ruby! O que você está fazendo? – segurou o braço da amiga apertando-o.

Rb: ABANDONOU A GENTE DEPOIS QUE CONSEGUIU ROUBAR ELA PRA VOCÊ! – falou gargalhando, Regina franziu, pois não estava entendendo nada.

R: Do que você está falando?

Rb: Como do que? Da loira, ela ia todos os dias na boate pra te ver... bom, Mulan me contou na verdade outro dia quando eu comentei que a loira tinha deixado de ir, foi daí que ela falou que a loira ia só pra te ver...  – sorriu abertamente.

R: Ela o que? – fuzilou Swan com o olhar que ainda estava parada no mesmo lugar feito uma estatua.

Rb: Você não sabia?

R: Você só pode estar brincando!

Rb: Você não sabia? – repetiu arregalando os olhos

R: Claro que não!

Rb: Oh merda...! Ela esta vindo...

E: Oi! – chegou cautelosa, olhou para Regina que tinha o semblante serio.

Rb: Desculpa pelo “HEY LOIRA” – sorriu

E: Sem problema – riu de volta – Você é?

Rb: Red, Ruby quero dizer, amiga da Regina.

E: Oh sim, prazer em conhecê-la – Regina revirou os olhos.

R: Como se na verdade vocês já não se conhecessem... – fuzilou Emma mais uma vez

E: Perdão? – ergueu as sobrancelhas.

R: Ah não se faça de sonsa! – virou o rosto entrando no carro.

Rb: Bem eu acho que... foi bom te ver – estendeu a mão para a Emma que não tirou os olhos de Regina.

Ruby entrou no carro e deu partida. Emma não conseguiu parar de pensar no que tinha acabado de acontecer... isso com certeza não era boa coisa.

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Regina estava prestes a ir deitar, já estavam todos dormindo até Ruby tinha apagado no seu sofá, jogou uma coberta para cobrir a amiga. Fazendo o seu caminho para o quarto ouviu batidas na porta, olhou para o relógio, era tarde.

Abrindo a porta dando de cara com uma loira com o rosto vermelho por causa do frio.

E: Precisamos conversar...

R: Precisamos é? – era visível que estava incomodada.

E: Regina eu não sei o que a sua amiga te disse, mas não é o que parece...

R: E o que parece Swan?

E: Olha...

R: Você me conhecia antes! – disparou.

E: Sim, mas... – Regina não deixou ela terminar de novo.

R: Então você ficou com pena e disse vamos dar um trabalho decente para essa mulher.

E: O que? Não! Eu...

R: Você o que Swan? – Agora ela estava brava.

E: Eu... nós demos o trabalho para você porque gostamos do seu currículo, e achamos que você era perfeita para o trabalho...

R: Isso é uma grande mentira, você os convenceu a me aceitarem não foi? – Emma nada disse apenas olhou para ela – Pode falar, agora eu sei que sim!

E: Não... mais ou menos... – o olhar de Regina era duro – Ok sim!Eu convenci meus irmãos a te aceitarem, porque eu escolhi você! Porque eu tinha certeza de que poderia confiar na sua responsabilidade, competência e capacidade para o trabalho.

R: Sim porque na verdade sentar atrás de uma mesa atendendo ligações e marcando compromissos não deve ser tão difícil para alguém que trabalha tirando a roupa, não é! – Tinha os olhos furiosamente marejados.

E: Não fala assim! Isso não é certo...

R: Você sabe que tinha gente capacitada naquela sala para o trabalho no dia da entrevista não sabe? Algumas até fizeram cursos e se prepararam profissionalmente para ter esse tipo de trabalho não sabe?

E: Eu sei... Regina

R: Então você sabe perfeitamente que eu não era a pessoa certa para esse trabalho...

E: Isso não importa agora! O trabalho é seu.

R: Agora eu não estou tão segura de se quero mantê-lo.

E: O que?

R: Eu não mereço esse trabalho, não foi justo, você não foi justa! – seus olhos voltaram a marejar.

E: Regina...

R: Eu acho que você deve ir embora agora Miss Swan

E: O que? Não! Espera, apenas me escuta!

R: Eu odeio quando as pessoas tem pena de mim, eu odeio quando elas olham para mim julgando o que eu fiz antes, eu sei que não foi a melhor escolha da minha vida, tirar a roupa para um bando de gente que não tem ninguém nem nada melhor para fazer há noite, mas era a minha única opção naquele momento, eu precisava do dinheiro, eu precisava cuidar da minha família, dos meus filhos, eu não tenho mais ninguém mais nessa cidade alem do meu irmão, nem com o pai dos meus filhos eu posso contar – lagrimas desceram pelo seu rosto – Porque a única coisa que ele quer é tirar os meus filhos de mim!

E: Isso não vai acontecer! E você está errada – deu um passo em direção há morena que recuou – Eu nunca senti pena de você, nem nunca te julguei! Muito pelo contrario, você é uma das mulheres mais fortes que eu já conheci! E o pouco que eu vi de você com seus filhos posso garantir de que alem de ser uma mulher extraordinária, você é uma excelente mãe! E claro todo mundo faz coisas erradas na vida, quem nunca? – riu tristemente – Olha, desculpa por não ter te contado antes, mas você realmente acha que eu deveria?

Regina nada falou, apenas secou seu rosto, mas outras lágrimas teimaram em banhá-lo de novo.

E: Você não pode desistir do trabalho, independentemente do que eu represente pra você agora, e eu sei que está provavelmente me odiando nesse momento, mas você tem que mantê-lo, Elsa adora você, de acordo com ela você é a segunda melhor secretaria que ela já teve na vida! – sorriu, mas Regina ainda estava seria – Você não pode abandonar... você pode dar uma vida melhor para os seus filhos trabalhando com a gente, e eu sei que é por isso que você decidiu mudar de trabalho, nunca me disse com essas palavras, mas eu consigo decifrar o que suas palavras realmente querem dizer. Isso não é sobre mim, isso é sobre eles e o seu futuro... Ver você entrando naquela sala, não fazia parte dos meus planos naquele dia.

Agora era Emma quem tinha os olhos marejados, seu olhar implorava para que a morena não abandonasse tudo, para que ela não voltasse para aquela boate. Emma só estava tentando ajudá-la, não porque sentia pena, mas sim por que...

R: Porque você se importa tanto? – encarou a loira.

E: Regina...

R:  Porque você me escolheu para o trabalho? Porque você ia todas as noites naquela maldita boate me ver? PORQUE DIABOS VOCÊ ESTÁ AQUI AGORA? – apertou os dentes.

Emma tomou um tempo para observar aquela mulher que tinha lagrimas nos olhos e que estava totalmente na defensiva, dizer os reais motivos poderia assustá-la, mas ela merecia a verdade não é? As duas mereciam...

E: Talvez porque eu queira te ajudar, talvez porque eu goste de você... e tenho estado apaixonada por você desde a primeira vez que te vi dançando naquele palco... e isso não é só sobre ver você tirando a roupa, vai muito alem. Nunca deixei de ir te ver em três anos, você consegue acreditar nisso? Isso com certeza durou mais do que qualquer relacionamento que já tive na vida. Mas nunca tive a porra da coragem de me aproximar e te dizer isso, que eu estou apaixonada por você! – Repetiu sorrindo – Deus, se sente muito melhor poder dizer isso em voz alta! Eu nunca deixei de te acompanhar até em casa...

R: Você o que? – o espanto e surpresa fez a morena interromper mais uma vez.

E: Eu vinha devagar de carro toda noite atrás de você, pra ter certeza de que ninguém te molestaria, para ter certeza de que você chegaria salva em casa... e só assim eu poderia ter a minha noite tranqüila de sono.

R: A noite em que aquele carro parou e desceram dois homens...

E: Eu liguei uma serene no meu pra eles pensarem que era da policia – sorriu sem jeito.

R: Eu pensei que você fosse alguém da policia particular, detetive ou alguma coisa assim...

E: Bom, eu não era, mas funcionou, porque eles deram o fora rapidinho, sem eu precisar ao menos descer do carro – Riram juntas.

R: Você ainda tem aquela coisa no seu carro?

E: Tenho... – sorriu, um sorriso doce e divertido.

R: Eu não posso acreditar... isso é loucura. Como alguém pode estar apaixonada por tanto tempo e nunca dizer nada?

E: Medo, com certeza, medo da rejeição. O simples fato de ver você todos os dias fez e ainda faz o meu dia ser infinitamente melhor! E eu não posso perder isso, eu não posso perder você... Então mesmo se você me odiar, por favor não desista do trabalho, apenas me diga que você não...

Emma foi surpreendentemente silenciada, Regina em um ato ágil puxou a loira pela jaqueta fazendo os seus lábios colidirem em um beijo que começou sem jeito, mas que aos pouco se encaixou perfeitamente, sentir os lábios daquela mulher nos seus fez o coração de Emma pular em seu peito, ela nunca pensou que esse dia realmente chegaria, ela nunca pensou que isso realmente fosse possível mas com certeza estava sendo muito melhor do que ela já tinha imaginado tantas e tantas vezes. A língua quente de Regina pediu passagem, a qual foi concedida, tornando o beijo em uma dança perfeitamente sincronizada,  fazendo-o ficar cada vez mais intenso, mais gostoso, mais viciante...