The New Stylist escrita por CandyMadTribute


Capítulo 24
Sobre Vergonhas na infância e Páginas Viradas


Notas iniciais do capítulo

CHE GAY
COMO VÃO MINHAS DOCES ESTRELINHAS????
Então, a desculpa da vez é crise alergica
Pois é
É a vida
Ah e eu fui reformar meu quarto como boa metida a gente que eu sou, além de ir brigar por vaga na facul de novo *torçam por mim*
MAS É ISSO VÃO LER QUE HJ TÁ BEEEEEEEEEEEM FLUFFY
Ah tem mt link hj pra foto e musica XD



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São exatamente 06:30 da manhã e você dorme enquanto eu escrevo isso. Eu ouço sua respiração calma e te vejo abraçar o  travesseiro como se eu estivesse ali.

Isso tudo tira um pouco da confusão da minha cabeça.

Ontem a noite... Você foi um anjo. Literalmente. Simplesmente teve paciência e cuidado o bastante para esperar que eu cuspisse tudo o que eu sentia, sem me interromper um vez sequer, sem opinar, simplesmente me dando todo o colo que eu precisava mesmo sem merecer.

Por que bem, eu não mereço. Você é meio que bom demais pra mim e eu ainda sinto que estou estragando sua vida.

Mas depois de ontem, depois dos anéis, depois dos risos e xingos, depois de tanta paciência e carinho... Eu simplesmente não consigo dizer "eu vou ou vou acabar te ferindo com todos os meus traumas", eu só quero... Ficar e receber esse carinho que eu nem mereço e retribui-lo da melhor forma.

Mesmo que não consiga chegar perto de retribuir.

Mesmo que em 90% por cento do tempo eu nem consiga formular uma frase com sentido ou que diga um terço do que sinto.

E tem essa musica. Eu havia guardado ela, escondido, jurado com os dois pés juntos e um amarrado que eu nunca acharia alguém para o qual valesse a pena dedica-la. 

Aí você surgiu. Uma bela tempestade na minha tampinha de xarope amargo.

Eu vou mudar um pouquinho, não vou só jogar na rodinha e correr como você.

Okay, pegue o celular, os fones e vamos lá.

 

Paramore - The Only Exception

 

When I was younger

I saw my daddy cry
And curse at the wind
He broke his own heart
And I watched

As he tried to reassemble it

And my momma swore

That she would never let herself forget

 

Ignoremos essa parte, meus pais nunca foram muito de brigar. Mas eles são uma exceção. Pois eu ouvia os vizinhos gritando, eu ouvia as batidas de portas, os términos, as lágrimas.

Eu vivi isso tudo. E eu juro, tentei ao máximo evitar, mas eu sou uma bagunça de sentir, daquelas idiotas que se apaixona a cada 3 segundos por alguém diferente. E que sempre se machuca e que aprendeu desde cedo que tudo acaba em lágrimas

 

And that was the day that I promised

I'd never sing of love

If it does not exist, but darlin'

 

É verdade. Eu jurei.

Mas, lá  estava eu cantando amores pra você no meu aniversário. Em português, eu não queria que soubesse que eu estava... Me deixando levar pela sei-lá-qual-ésima vez? Mas lá estava eu por que de alguma forma você é...

You are, the only exception
You are, the only exception
You are, the only exception

You are, the only exception

 

A unica exceção.

Literalmente. 

 

Maybe I know, somewhere
Deep in my soul
That love never lasts
And we've got to find other ways
To make it alone

But keep a straight face

 

E foi isso que eu sempre fiz. Eu sempre soube que não há amor que dure eternamente, então tentava ao máximo fazer aqueles relacionamentos que nem era tão bons assim perdurarem ao máximo. Puro medo de estar sozinha. Pura carência que me prendia. A frase "Já te tiraram a pureza, agora ninguém te quer" rondava-me a mente e me impedia de dar um basta.

 

And I've always lived like this
Keeping a comfortable, distance
And up until now
I had sworn to myself that I'm content

With loneliness

 

Até que eu cansei! Dos abusos, dos maltratos, de ser subjulgada e humilhada só pra não estar sozinha e aceitei. Acabou. Vou ficar bem, vou me curar. Chega. Chega de me envolver com qualquer um só pra dizer que sim, eu sou uma mulher linda e capaz de ser amada. Eu vou ficar bem, bem sozinha.

 

 

 

Because none of it was ever worth the risk

Ninguém valia mais o risco. Então eu parei de sair, conhecer gente nova, simplesmente cansei de tentar ou de dar espaço pra quem só iria me machucar. Aí você surgiu. De mansinho, estendendo mãos, sendo paciente e gentil, sendo amigo e quando eu menos esperava...

 

You are, the only exception

 

Você se tornou a exceção. A unica por sinal.

 

I've got a tight grip on reality

But I can't let go of what's in front of me here

 

E eu juro que sou sensata. Que faço tudo do jeito mas correto e maduro possível. Mas parece que é só você chegar perto que tudo some e eu viro um criança boba que corre, implica e te derruba no chão antes de voltar a correr te desafiando a devolver a gentileza.

 

I know your leaving in the morning, when you wake up

Leave me with some kind of proof it's not a dream, oh

 

E eu sei, que quando eu acordar amanhã, você não vai estar aqui do meu lado. Você não vai poder afastar meu passado tenebroso e que as vezes vai te machucar, e eu sinto muito por isso. Mas me deixe um lembrete, um aviso, uma prova, qualquer coisa, que você vai estar aqui sempre. 

 

And I'm on my way to believing

Oh, and I'm on my way to believing.

 

E eu vou me esforçar pra acreditar nisso.

 

— Da Estrella que (ainda) teima em (tentar) Brilhar.

 

Dobro a folha disponibilizada pelo hotel e enfio dentro de um bolso qualquer, prometendo desamassa-la antes de envelopar e entregar ao garoto num corpo de homem, dormindo de qualquer jeito.

Engraçado. Agora o braço esquerdo pende pra fora da cama, as pernas estão meio dobradas de um jeito que me parece ser desconfortável e ele se mexe a cada três segundo mesmo que volte a ficar de bruços com o rosto de lado ao fim das contas, mas quando eu acordei ele estava na mesma posição de quando eu houvera caído no sono. 

Já estou vestida. Substituí o pijama de flanela e botões bem quente por um jeans grosso com um  blusão de um tom entre o bege e o cinza com mangas um pouco longas demais. 

Me ajoelho fronte a ele. Meus os olhos o desenham. Como eu deveria acorda-lo? Jin diz que seu sono é pesado e tem seu "método" mas seria invasivo demais não?

Teria problema se...?

Selo-lhe a testa. Nada. Então a bochecha. Nada. A ponta  do nariz. Nem se mexe.

— A boca é mais embaixo...  — Diz ainda de olhos fechados e um sorriso nada angelical se apodera do seu rosto. Safado.

Cruzo os braços e os apoio sobre a cama. 

— Então, a quanto tempo a realeza está acordada?

— Desde o beijo na testa. — Responde e faz um bico exagerado antes de continuar. — Quero um aqui agora. —  aquilo me faz rir. 

— Você tá é dormindo ainda. Acorda.  — Digo e começo a cutuca-lo. 

— Me deixa dormir...  — Dita arrastando todas as silabas feito criança birrenta.

— Anda. A gente tem que comer. Bora.  — E antes que eu possa piscar sou puxada e posta frente a ele.  — Eu digo levanta e você me arrasta pra cama? Que feio...

— Você tá melhor?  — Diz brincando com os fios que cismavam em escapar ao rabo de cavalo.

Eu poderia dizer que não e me aproveitar um pouco mais daquele afago mas... Eu consegui ver quão assustado ele estava, faltava pouco pra "por favor me diga que você está bem e que eu não fiz besteira" estar escrito na testa. Então eu...

— Desde que você esteja bem e por perto... Eu consigo ficar bem.

Sabe aqueles sorrisos, aqueles que começam pequeninhos misturados a uma expressão de puro choque aí então cresce aos poucos fazendo os olhos se apertarem e criarem meias-luas e ruguinhas nos cantos? Aquele sorriso que já se liga uma risada e te faz sorrir junto mesmo que você esteja no seu momento mais terrivel? Foi exatamente esse sorriso.

E, com o perdão da palavra, puta que pariu um tiro doeria menos.

— Agora vem, ainda são umas duas horas até Busan e você anda tem que se vestir.

***

— Eu ainda acho que você devia se trocar.

— Eu não trouxe outra roupa, Estrella.

— Tá muito bonito. Vão querer te roubar de mim!  — Dramatizo e ganho um revirar de olhos como resposta.

— Estrella...  — Ele põe os óculos escuros e e abre a porta do carro.  — Só... Entra no carro.  — Faço o que pede e aproveito pra por o cinto.

— Quer dizer que só você pode soltar indiretas? Poxa... magoou. — ponho a mão no peito fingindo ofensa e ele ri, gargalha na verdade.

— Vou pensar no seu caso. —  Dito isso, liga o carro, eu ligo o radio e zarpamos,

***

O carro parou frente a uma casa branca com um jardim bonito e uma porta vermelha. Por algum motivo um arrepio percorreu-me a espinha.

Saímos e paramos frente a porta. De perto notei duas janelinha de vidro com as madeiras combinando com a porta e canteiros cheios das mais diversas flores. Um barulho de campainha ressoando me fez perceber que ele já havia chamado alguém para permitir nossa entrada. Noto um tapete colorido e redondo sobre o assoalho cinzento e percebo como a casa é simples, porém aconchegante, aquela vibe de lar e não "casa dos pais", Bem diferente do que eu estava acostumada.

— Nervosa?  — Nego.  — Então essas mãos geladas são por que?  — Pergunta prendendo os dedos aos meus. 

— Tá frio.  — Digo e deito a cabeça no ombro alheio. Realmente estava frio, mas não era só isso. Era mais nervoso. Não costumo ser sensível ao frio. Mas eu também não costumo admitir meus medos.

— Tudo bem então.  — Daí ele desliza ambas as mãos pra dentro do bolso do casaco.

Okay, bem Lee Minho. Mas sigamos em frente.

Então a porta a abre e exibe um... Cara. 

E meu Deus ele é um Jungkook mais velho. Sério, tem até o narigão. A diferença é que parece uns centímetros mais alto, o maxilar é mais marcado e os cabelos parecem ter o negrume original.

[Atenção, as falas a seguir foram traduzidas pra melhor entendimento do leitor.  Não se iludam aqui não é a Globo]

— JUNGKOOKIE! CADÊ O ABRAÇO DO SEU HYUNG CRIA INGRATA?  — Grita e abraça o maknae que retribui com um expressão que grita " Mandem ele me soltar" e me faz gargalhar.  — É ela? Woooooow. É bonita. Mais do que você, até.

— Yah Hyung...  — A partir daí deslancharam em xingamentos e implicâncias cheias de um comicidade inigualável. Isso perdurou uns minutos até que os dois se lembrassem de mim e fossemos apresentados  devidamente.

— Jeon JungSuk. Irmão mais velho desse pirralho irritante.  — Diz em inglês estendendo a mão direita em cumprimento.

— Estrella Mendes. Namorada do pirralho irritante.  — Digo e devolvo o gesto.

— Gostei de você... Venham, entrem. Omma está esperando na cozinha. —  Dita e gira os calcanhares entrando. A mão do maknae volta a ocupar seu o lugar original: junto a minha, trocamos um olhar e começamos a entrar.

Como toda boa casa coreana, há um pequena elevação com espaço pra por os sapatos e chinelos. Com certa luta tirei as Over-knee e calcei os chinelos. Nesse meio tempo observei as paredes.

Aquele hall era de um tom de verde escuro reconfortante, polvilhadas de porta-retratos cheios de pessoas que me eram desconhecidas, mas todas muito bonitas e de traços físicos bem semelhantes. Bem no centro, sob o assoalho de madeira, haviam sofás brancos e felpudos dispostos em formato de "U"  com uma outra almofada de cores vibrantes de alegres, fronte a eles uma TV de sei-lá-quantas-polegadas, sob um rack negro cheio de dos mais variados CD'S, incluindo os albuns dos meninos ali, pra quem quiser ver. A minha direita havia uma janela enorme com um sofá embutido, está parede era de um verde mais claro, o sofá combinava com o maior e com o com tapete felpudo logo em frente. Pude notar uma porta no canto esquerdo, ao lado da TV.

Todavia, não ficamos ali, seguimos até a cozinha, onde nos deparamos com uma cena adorável pra dizer o minimo.

O casal ali, provavelmente os pais dos garotos ao meu lado, discutiam com sorrisos nos rostos e arrumavam a mesa. 

Jagaiya... Devia por a louça  negra. Sabe que nosso Guk gosta delas

Anndeyeo! Quem é a dona da casa?

— Você....  — O homem replica num tom de falso sofrimento, aparenta mesmo é querer rir.

— Então escolho eu e...  — O olhar dela para em nós.  — ADUL! Aigooo. Meu Gukkie está em casa!  — Exclama e vem abraçar o garoto.  — Aish... você está magrinho meu Deus... Andou doente?  — Diz em meio ao abraço só se separando pra cravar os olhos nas iris alheias e fazer a pergunta num tom inquisitório.  Ele me olha num suplica de ajuda e eu apena dou de ombros, não havia entendido, só então ele desenha um "Diga a ela que estou bem e no peso" nos lábios, daí eu resolvo interromper.

— Ele adoeceu esse dias, eu também fiquei meio mal por sinal, teve febre e ficou feito criança birrenta, mas sarou logo. Aqueles resfriados bobos sabe?  — Digo interrompendo o abraço e só então ela pra prega as orbes chocolate em mim. 

A senhora Jeon é muito bonita. É alta, tem o mesmo tom de pele levemente amorenado dos filhos, os fios bem pretos estavam presos num coque bem desleixado mas que continha lá seu charme, traços delicados e quase que desenhados, os olhos grandes e com cílios longos  marcados com ruginhas que afirmavam sua idade mas nada de tirar-lhe a beleza, alias, não parecia passar dos cinquenta.

— Foi você a pobre coitada que cuidou dele?  — Pergunta também em inglês. Assinto prendendo um riso na garganta

— Omma!  — Jeon reclama e é nessa hora que eu solto a gargalhada que havia prendido e os outros, exceto pelo meu cônjuge que observava a cena com um bico birrento adornando-lhe os lábios, me acompanham e o hyung ali ainda tira sarro: "Oh nosso golden baby vai chorar?".

— Ye. Fui eu. Sou Estrella.  — Digo com uma reverência.

— NaEun. Jeon NaEun. Mãe desse pestinha irresponsável.  — Responde com um sorriso. Ela exala gentileza. 

— Aigo eu pretendia apresentar mas já que tomaram as rédeas... —  Jeon saí de perto da mãe, vindo ao meu encontro e rodeando minha cintura com o braço esquerdo, me trazendo pra perto.  — Está é Estrella, minha namorada.

Um arrepio me subiu a espinha pela segunda vez no dia. Namorada. Eu não podia machuca-lo. Nem queria. E a partir de agora a ficha havia caído por completo. O anel no meu dedo deixara de ser pra convencer os outros e passara a ser uma afirmação de que estaríamos juntos; deixara de ser algo pra cessar os boatos e passara a ser real.

Não.

Fora real desde que eu o olhei nos olhos e disse "Podemos tentar sim".

Eu só demorei a acreditar, mesmo que estivesse claro como água, bem a frente de mim, e, como diria minha mãe, faltando pouco pra me morder.

Enfim.

Jeon, havia puxado muita pouca coisa do pai, Jeon Bon-Hwa. O irmão ficara com tal função. Enquanto o cantor era quase que uma cópia da mãe, tirando pelo nariz e pelas covinhas que ela tinha e ele não, o irmão e o pai eram quase que gêmeos, maxilar marcado, lábios finos, narizes avantajados, fios negros e extremamente liso olhos pequenos e bem repuxados; Todavia, o filho mais velha havia roubado as covinhas da mãe.

O mais velho ali, fez uma reverencia após e sorriu tão gentil quanto a esposa, eles aparentavam ser um casal feliz. Daqueles que agem feito adolescentes mesmo após muito tempo.

— Sentem, por favor, logo terminamos o almoço. Bom que essa criança metida a gente come direito.  — E um tapão foi desferido na nunca de Jungkook. Ah, a cada minuto eu gosto mais de NaEun.

Nem me sento.

— Hum, eu não entendo de comida coreana mas posso ajudar?  — Ela sorriu antes de mear a cabeça e falar .

— Annyo. Sente. Eu já estou terminando, enquanto isso, contem essa história de como começaram a namorar e por que eu só soube por que assisti a uma Vlive.  — Obedeço e troco um olhar com o maknae antes dele dar de ombros e começar:

— Tudo começou quando eu fui passar uns dias no Brasil...

***

— Deixa eu ver se entendi, vocês eram só amigos, a imprensa inventou que estavam juntos, isso deu ibope, a empresa gostou, pediu pra forjarem um namoro e no meio disso vocês acabaram se gostando mesmo?  — Assentimos em reposta a JungSuk que corre os dedos pelos fios e balança a cabeça.  — Wooow! Parece até coisa de fanfic.

Põe parece nisso...  — Murmuro e causo risadas ali.

— A conversa anda muito boa mas Gukkie, meu amor, vai com seu pai lá dentro? Ele precisa de ajuda pra arrumar umas coisas lá tras...

— Ah. Ye Ommoni.  — Dito isso, deixa um selar sobre minha cabeça e vai com o pai que, antes de sair pisca pra esposa e abre e fecha os 10 dedos 3 vezes, ela assente e os dois saem.

 Quem quer ver uma fotos vergonhosas do Gukkie?  — Ela pergunta e eu sorrio, confirmando enquanto tomo mais uma colherada de sorvete e a vejo sair com um sorriso espoleta.

Eu realmente adoro Jeon NaEun.

***

— Ele tinha 7 anos aqui. Nesse dia havia chovido e quando amanheceu, a rua estava com um tapete branco a cobrindo por inteiro, mas tínhamos marcado de a ir praia então empacotei eles e fomos. Nunca os vi sorrir tanto.  — A mulher diz sorrindo enquanto aponta pra uma foto com Jk pequeninho de cabeça raspada e moletom azul e branco. Sorrio junto.

— Ele me falou desse dia com um sorriso tão grande... A senhora marcou a vida de um jeito lindo.  — Digo e ela sorri abanando a mão no ar.

— Tire esse senhora da frase que eu aceito o eleogio! Acho que você consegue pronunciar: N a E u n.  — Rebate separando as letras e me faz rir.

— Okay, me fale sobre essa aqui Na-Eun.  — Separo as silabas e enfatizo seu nome a fazendo rir.

— Ah! Aqui ele tinha...  — Bate os dedos na bochecha.  — Catorze ou algo perto disso. Tinha saído com JungSuk e esbarraram com esse menininho, meu Sukkie, como bom irmão babão, tirou essa foto e me deu. Ah que presente lindo. —  Ela passeia o indicador com um carinho notório, pudera. A foto tinha um Jeon muito distraído conversando com um garotinho que não devia ter mais que 3 anos, era adoravel.  —  Essa daqui também é obra de Sukkie.  — Aponta pra uma foto de Jeon comendo com uma interrogação quase que desenhada na careta, que me fez rir.  —  O que Gukkie tem de quieto, Sukkie que de baderneiro, incrivel...

E ela continua apontando pra mais fotos e contando mais histórias. Fotos do primeiro campeonato de karatê que lhe rendeu uma medalha e um tombo no mesmo dia.

Fotos dele criança com o irmão.  De roupas iguais, pijamas, em frente a escola primaria, na praia, e até mesmo com um balão na cabeça. 

Dele no chão bem, tumblr por sinal, NaEun disse que fora tirado por amigos enquanto iam fazer um trabalho da escola, um video ou algo do gênero.

Tinha fotos na primeira ida a LA, a senhora chorou contando como foi deixar o filho atravessar a o país e depois o mundo em prol do que sempre sonhou,  e foi apontando todos os momentos dele lá. Andando de skate pelas ruas, conversando com os outros alunos enquanto treinavam fronte os espelho e, vejam só, na cafeteria que eu costumava frequentar por lá.

Também haviam algumas com os hyungs do BTS que os mesmos a enviaram, sabiam que a familía sentia falta dele, segundo ela, conheceram os hyungs que dividiam o sonho com o menino quando foram visita-lo em Seul, bem no começo da vida de Trainee do menino.

Eu vi a vida toda dele por entre as fotos e pelas palavras da senhora Jeon.

Até que ela parou em uma pagina especificamente.

Só haviam foto tristes ali. Eles sozinho, fitando os próprios pés, olhando pro nada, com lágrimas nos olhos, de cabeça baixa.

— Sabe Estrella, meu Jungkookie sempre foi um menino sozinho. As amizades dele nunca duravam muito sabe? Ele não conseguia conversar bem, era muito timido, odiava os olhares o acompanhando e muito menos das pessoas perguntando onde estava, por que não respondia. Então desistiam dele com o passar do tempo.   — Sinto um nó na garganta, a mulher ao meu lado parece estar na mesma situação.  — Então começamos a coloca-lo nas mais variadas coisas. Oras, quando estava em casa com Jungsukkie, eu e meu marido ele era uma criança agitada que faltava por a casa abaixo, mas na rua era um perfeito boneco andante. Saia mudo, voltava calado. E foi assim que ele virou "o garoto de ouro", não tinha com quem falar, então o jeito era focar nas aulas e dar tudo de si. Ele não dizia, mas eu sei que pensava "Quem sabe, se eu for o melhor não resolvam ser legais comigo". O bom, é que ao  menos achou algo com o que sonhar, de repente queria ser cantor, mesmo quase chorando toda vez que lhe pediam pra cantar em publico. Mas mudou mais ou menos... Nessa época.  — Ela aponta a foto com o garotinho desconhecido.  — Segundo JungSuk nesse dia uma garota começou a falar com ele e do nada, nosso menino era falante e sorridente, cheio de brilho nos olhos. Mas rápido como veio, o brilho cessou e ele voltou ao silêncio costumeiro. Quando eu perguntava ele dizia que "precisava treinar e debutar". Ele nunca me disse o que houve, mas suspeito que tenha gostado muito dela mas não tenha vingado. 

— Ele me falou um pouco sobre.  — Ela me encara com choque.  — Disse que gostava dela mas era estranho, quando estava tudo dando certo pra saírem como mais que amigos... Algo dava errado. No fim, ela acabou com outro garoto.  — Ela assente. Parece doer tanto nela quanto dói em mim ou doeu nele.

— Entendo. Bem, depois disso, el e foi pro Super Star K, não passou, mas acabou chamado por várias empresa dentre elas a Big Hit, e o resto você deve saber.  — Assinto.  — O que eu quero dizer a você com tudo isso  — ela pega minhas mãos entre as suas, delicadas e longas, mãos de artista, e lança uma olhadela em direção a janela, sigo seu olhar e me deparo com os três homens conversando com xícaras em suas mãos, ambas sorrimos e ela redireciona o olhar em minha direção antes de seguir.  — É meu menino sempre foi quieto, calado com fama de insensível e cruel, você e todas as armys devem saber o que ele fazia nos primeiros meses em Seul.  — Confirmo, é verdade que por muito tempo que por muito tempo, Jeon ia comer, banhar, e se alimentar por ultimo, apenas por achar que incomodaria.  — Ele também não sabe dizer o que sente, se embola todo e acaba machucando quem ama e a sí mesmo. Com isso tudo só quero pedir que tenha paciência, com a timidez exagerada dele e com a demora em dizer "Eu te amo" da parte dele, por que se você for importante como penso que é, não acho que demore em dizer.

Aquilo fez aquele órgão bombeador de sangue resolver dar umas corridas dentro do peito, me pergunto se o local foi tomado de emoção ou se era apenas o miocárdio querendo me matar de taquicardia antes dos 30.

Talvez um pouco dos dois.

Pisquei uma par de vezes antes de repetir o gesto da dama a frente, a tal olhadela, para só então responder.

— Jeon e disse "Eu te amo" mais vezes do que eu posso contar. A questão é que ninguém sabe ler os "eu te amo" presos as entrelinhas dele. Mas se quer saber, ele me disse quando me viu chorar e apenas me abraçou e deixou chorar durante uma noite inteira, disse quando fez esse anel pra mim  — Mostro o colar. —  Disse quando me defendeu em pleno Weekly Idol e disse ontem a noite quando eu tive medo de dividir o quarto com ele devido aos abusos que sofri mas invés de insistir pra qual quer coisa ele só me abraçou e cantou até que eu caísse no sono sem medo. Jungkook diz "Eu te amo" muitas vezes, de muitas formas, todas elas são em silencio e todas elas me fazem me encantar cada vez mais por ele.

— Okay,  — ela disse sorrindo enquanto enxugava as lágrimas metidas a besta que cismaram em fugir aos olhos — Que tal umas fotos vergonhosas?  — Disse apontando um álbum colorido com os dois irmãos só de frauda e bunda pra cima além dos dizeres "BEST MOMENTS".

Eu gargalhei e começamos a esquadrinhar os "melhores momentos"

***

— Não acredito que ela mostrou minha foto com uma frauda na cabeça... — Jungkook reclama e eu rio.

— Ah mas você tava tão fofinhoooooo.  — Dito e aperto suas bochechas recebendo um olhar de puro tédio em resposta.

— É Kookie. TÃAAAAAAAAAAAO FOFINHOOOOOOOOOOOOOO.  — JungSuk ri do mais novo que vira os olhos e finge bater nele me fazendo rir.

JungSuk, é 4 anos mais velho que o Golden Maknae, e no presente momento está nos acompanhando numa conversa sobre as vergonhas que o maknae passava quando criança, enquanto os pais riem comigo da besteira alheia. Eles tem uma amizade estranha e engraçada, passaram o dia se xingando e entregando os podres um do outro.

"Você sabia que o Kookie se cobriu de cocô quando tinha 3 anos?"

"Você sabia que foi o Hyung que sugeriu isso?"

— Uh, Kookie. Boa viagem pestinha, eu ficaria até vocês irem, acenando e sendo o hyung bobo e pateta que eu sou  — Kookie virou os olhos e soltou um "Anda logo!" que fez o outro repetir o gesto e aumentar as risadas  — Mas minha belíssima Savannah  —  mostra o celular aberto no Kakao talk! —  está chamando então...  — Bye Omma.  — Beija a bochecha da mais velha que sorri e fala o que eu imagino ser um "Vá com cuidado".  — Bye Appajieeeeee.  — Prolonga as letras antes de abraçar o pai que ri da bobagem alheia.  — Toma cuidado e vem visitar sem hyung por que eu te amo, apesar de achar que devia ter te jogado no lixo quando tive a chance. — Diz e os dois trocam uns tapas fracos antes de se abraçarem. — Foi bom te conhecer Estrella. Cuide bem desse moleque por que ele não se cuida. — e recomeçam as implicâncias.

— Igualmente. Cuide de sua Savannah. Ela deve ser tão legal quanto você.  — Ele riu. 

Savannah é a noiva de Jungsuk, eles tem a mesma idade e, de acordo com as fotos que mostrou orgulhosamente, é uma menina de fios castanhos e ondulados e longos pele amorenada e olhos verdes puxadinhos, uma mestiça de um Norte-americano e uma coreana. Segundo ele, ela estava numa aula da faculdade de odontologia, por tanto não pode vir, mas mandou seus cumprimentos e um "Parabens!" ao maknae pelo sucesso do Comeback.

— Pode apostar. Annyong! — Então ele saiu acenando e batendo a porta. 

Checo o relógio.  14:30.

— Kookie-ah, melhor irmos, sua apresentação é as 19:00 e você ainda tem que se aprontar e fazer checagem de som.

— Mas já?  — O patriarca reclama.  — Aigooo. Nosso menino nunca vem. E quando vem mal fica.  — Emburra a cara. Já descobri a que os dois puxaram. Jungkook ri fraco.

— Ye. Prometo voltar, mas eu realmente tenho que ir. Podem me ver nos palcos pelo VLive. Ligo pra vocês logo depois.

— Arrasseo. Mas traga Estrella e seus hyungs junto. Saudade dos meninos. Hoseok e Jin principalmente. São dois anjinhos. —  Diz eo seu cônjuge apoia suas palavras, o que me faz sorrir.  Eram realmente unidos.

— Uh, Hoseok hyung está namorando também sabia?  — Kookie afirma enquanto saímos rumo ao carro. 

— Sério! Ainda bem! Ele merece alguém legal... Séria o Yoongi?  — Pergunta suscinta e rimos. NaEun é um comédia.

— Annyo. Hoseok-hyung está namorando com um staff, mas ainda não anunciaram então...  — Leva os dedos em pinça ao lábios e os passa por eles como quem pede total sigilo e recebe o mesmo em resposta.  — Temos que ir.  — Destrava o carro e abraça os dois ao mesmo tempo. 

Quando terminam, eu apenas assinto em resposta, mas tomo um pequeno susto ao ser abraçada por ambos os mais velhos. 

Logo cessamos o enlace com sorrisos mutúos, e zarpo com o Jeon mais novo rumo a Seul.

***

SoundTrack

O sinal fecha. O Sol já está a pino alto, são 15:50 e eu me pego fitando o menino-homem ao meu lado enquanto acompanho a letra da musica em minha mente.

Nada me preparou para o privilégio de ser sua.

Se ao menos tivesse sentido o calor do seu toque

Ou ao menos visto o seu sorriso enquanto cora 

Ou ainda o jeito que crispa os lábios enquanto se concentra

Eu teria sabido pelo que eu vivi sozinha pelo que vivi até hoje

Seu amor é como pagina virada.

 

E o carro volta a andar enquanto eu me dou o privilégio de notar quanto aquela musica se encaixa na presente situação. 

Eu sempre vivi só. Vivendo de relações amorosas, amistosas e familiares onde eu sempre acabava amando sozinha e pelos dois. Findava sempre pensando que ia morrer sozinha. Sempre. 

Até ele chegar aos poucos.

Apenas as palavras doces restam

Cada beijo é como uma linha curva 

E a cada toque uma frase é redefinida

A ultima frase é a que me atinge com mais força.

Por que a cada, toque, a cada vez que eu ganho um abraço, a cada vez que meus dedos se prendem aos dele, a cada beijo, seja na bochecha na testa ou até mesmo nos lábios, meu passado é enfiado num cantinho escuro esquecido da memoria.

Tudo vai sumindo aos pouquinhos.

Outro sinal.

— Não acha que essa musica combina com a gente?  — Dizemos ao mesmo tempo e rimos, Digo eu começo a rir e acabo parando apenas para observa-lo exibindo os dentes. Checo o semaforo. 20 segundos até ficar amarelo e há uma pequena fila  de carros na frente. Okay. Dá tempo.

Me ergo e selo os lábios antes de voltar ao lugar anterior.

Ele pisca aturdido.

O Sinal fica verde. 

— Quero um de verdade depois.  — Diz e eu gargalho.

— Vou pensar no seu caso.

— Com carinho?  — Pergunta fazendo o automóvel voltar a andar. 

— Com muito carinho.

Aquela foi a forma que eu achei de responder aos "Eu te amo" dele.


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Notas finais do capítulo

GLOSSARIO: Jagaiya - Querida
Anndeyo - Não mesmo/Não quero
Adul - filho

Quem não tem uma foto com uma frauda na cabeça?
Pais e suas fotos vergonhosas...
SWEETIES FOQUEM AQUI UM MINUTINHO

Eu, bem metida, não fiz esse capitulo a sem cuidado. Pesquisei ao máximo, sobre o JK
e as fotos são todas deles sim, alias eu salvei umas BEM fofinhas no meio do caminho, se tiver são uma ou duas mas parece ser ele em tds XD

Jk realmente tem um irmão mais velho, ele é artista e faz fanarts do BTS o ig dele é Jeon506, mas é bloqueado. Se quiserem, podem procurar "Jungkook brother fanart" vão achar, a mais recente é o Yoongi fazendo o "KEEP JJANG!", uma graça!
Eu inventei a aparecia dos parentes dele pq não achei UMA foto deles. Pois é. Tbm sei q tds desenham bem e fazem algo relacionado a isso, mas só isso mesmo.

Agora vem o papo sério, boa parte do que eu falei sobre o passado do Kookie, é vdd, na minha humilde opinião.

"Ah, mas ele nunca falou sobre"

Eu sei, mas eu acho o Kookie uma criatura que sempre desconta tudo em trabalho, e eu não duvido que ele tenha feito tantas aulas, karate, futebol, basquete, canto e dança se não pra achar algo q gostasse e pudesse fazer amigos com gostos em comum

"Pq vc tá dizendo isso"

Pelo mesmo motivo que a "mãe dele" falou, pra vcs pararem de ver ele como o "insensivel que bate e rouba as linhas dos hyungs" , vcs meus amados Sweeties, podem nem vê-lo assim, mas boa parte do fandom vê ele assim, rolou mó hate pra ele dps de Spring Day, e não mata tenta ajudar essa peste né nom?

Quem vê pensa que eu amo o moleque. Puff

Enfim, é isso, deixem nos comentários, perguntas, musicas e xingamentos, pq não? Vou responder todos com todo o carinho!

Obrigada por todo o amor e até meus Sweeties ♥333