Time Travel escrita por Lyn Weiss


Capítulo 11
Emergency


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys! Tudo ok? Espero que sim.
Então, eu duvido que vocês não vão chorar nesse capítulo. Sinto muito, não me matem. rs
Boa leitura. ♥



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Alguns dias haviam se passaram desde que Zoey fora para a faculdade, e eu estava sentindo mais a falta dela do que imaginava. Mas como dizem, ''há males que vêm para o bem''. Eu havia descoberto que Zoey era uma das assistentes que ficariam de plantão nas gravações do novo comercial de Michael para a Pepsi. Mais especificamente, no dia do acidente de Michael. E eu não era uma dessas assistentes. Mas, como Zoey foi embora, eu terei que substituí-la, e estava vibrando de felicidade. Estava sendo mais fácil do que eu pensei. Apenas não sei ainda como farei com que Michael ficasse longe do fogo. E, bem, o dia é amanhã, então não tenho muito tempo para pensar.

Como eu ainda tenho mais o dia de hoje antes da grande bomba explodir, decidi dar uma volta no shopping, e me preparar psicologicamente. Eu adorava ir ao shopping enquanto estava aqui, é tão diferente da era atual. Não há pessoas concentradas apenas em seus aparelhos telefônicos ou em algum notebook na praça de alimentação, as pessoas conversam, riem alto, te cumprimentam. Eu fico tão boba quando vejo isso que as vezes esqueço de responder, porque não é algo que estou acostumada.

Estava frio, então coloquei um suéter de lã marrom, uma jaqueta jeans por cima e uma calça também jeans, e um tênis¹. Era uma roupa meio estranha, pra falar a verdade. Eu ainda não havia me acostumado com a moda. Também passei uma maquiagem bem sem sal, apenas um rímel e uma base pra deixar a pele uniforme. Graças a srta. Zoey, eu não consigo mais sair de casa sem estar maquiada. Baguncei um pouco meus cabelos, peguei minha bolsa e fui até o táxi que já esperava lá fora.

Quando cheguei, não tinha a intenção de comprar nada, até porque eu já tinha roupas o suficiente para até 10 anos. Mas meu ponto fraco são acessórios, e eu dava de cara com tantas coisas lindas que acabei não resistindo. Também passei no cinema e fui ver um filme de terror que estava em cartaz, que a propósito fora o pior filme que eu já vi em toda a minha vida. Eu havia esquecido de como os filmes de terror dos anos 80 são perturbadores ao extremo.

Assim que eu saí do cinema, avistei a última pessoa que eu esperava ver ali: Brooke Shields. Ela estava olhando algumas vitrines e não havia me visto. Mas, de qualquer forma, ela não deve nem fazer ideia de quem eu sou.

Não sei o que deu em mim naquele momento, mas decidi que iria esbarrar nela de propósito. Talvez eu quisesse apenas puxar assunto com ela, saber o que ela acha do Michael, coisas assim, porém não sabia como começar uma conversa com ela.

Acelerei os passos em direção à ela, cada vez mais rápidos, até bater com força em seu ombro fazendo-a derrubar algumas sacolas que segurava.

— Ah, meu Deus, me desculpa. — falei cínica, ajudando-a a pegar o que havia caído. — Estou com um pouco de pressa.

— Não, tudo bem, eu também estava meio distraída. — ela disse gentilmente, e eu me senti mal por estar meio que a ''usando''.

— Hey, eu conheço você. — me fingi de desinformada. Ela não poderia perceber nada agora que eu havia começado com isso. — Brooke... Brooke Shields, certo? — ela sorriu e assentiu positivamente. — Meu nome é Skyler Jones.

— Ah, sim, eu sei. — ela respondeu e eu franzi o cenho. — Você é a garota que invadiu o set no meio das gravações de Thriller, não é? — senti meu rosto corar de vergonha e ela deu uma gargalhada. — Não se preocupe, Michael me falou de você. — senti meu coração acelerar quando ela terminou a frase. Então Michael andava conversando sobre mim?

— Ele... Ele falou, é? — deixei escapar um suspiro.

— É, falou sim. — embora ela ainda sorrisse, senti uma certa raiva em sua voz, e ela me olhava fixamente, o que estava começando a me deixar assustada. — Eu sei que está com pressa, mas por que não almoça comigo? Eu pago. — estranhei um pouco o convite, mas aceitei. Afinal, comida de graça. Não preciso dizer mais nada.

Fomos até a praça de alimentação e pedimos uma porção grande de fritas para dividirmos, já que nós duas não estávamos com muita fome. Durante todo o almoço ela me perguntava coisas sobre o Michael — coisa que eu devia estar fazendo —, e a cada frase que eu dizia, sua expressão mudava drasticamente, e depois voltava ao normal. Aquilo estava muito estranho, e eu estava tentando adiar o assunto o máximo possível para sair logo dali.

— Você e Michael são... próximos? — ela perguntou como se estivesse no meio de um interrogatório.

— Bem, não muito. Estamos começando a nos aproximar agora, eu acho. — o rosto sorridente dela se transformou instantaneamente em uma expressão um tanto sociopata. Parecia que ela poderia me matar a qualquer momento. Ela se debruçou sobre a mesa para dizer algo e eu me afastei com os olhos arregalados.

— Escuta aqui, sua patricinha maluca. Eu acho bom você ficar bem longe do meu namorado, ou eu vou acabar com a sua vida. Entendeu bem? — eu escutava tudo paralisada. — Não se aproxime dele. — ela me encarou com os olhos cheios de ódio por mais alguns segundos, o que me deixou extremamente perturbada, pegou sua bolsa e foi embora.

Eu fiquei ali perplexa por mais alguns minutos antes da fixa cair. Brooke Shields não era nem de longe a garotinha doce e gentil que eu achava que era, e ela havia me ameaçado! Eu não fazia ideia do que fazer agora. Eu não poderia contar à Michael, ele jamais acreditaria em mim. Na verdade, acho que ninguém acreditaria. Brooke com certeza seria espera e acharia uma forma de deixar todos contra mim, principalmente Michael, e isso eu não iria suportar. Não, é melhor eu guardar isso pra mim.

Quando eu finalmente consegui me recuperar, peguei minha bolsa, as sacolas e voltei para casa. Eu precisava dormir, havia sido um dia longo e amanhã seria mais ainda.

***

Quando acordei eram quase cinco horas da tarde. Eu havia acordado várias vezes durante a madrugada por conta da ansiedade. Tantas coisas martelando minha cabeça. O acidente de Michael, Brooke Shields me ameaçando. O que mais pode acontecer?

Levantei me sentindo muito mal e indisposta, mas me arrumei o mais rápido que pude quando vi que horas eram. As gravações começariam em 1 hora, e eu não poderia me atrasar. Não mesmo.

Na pressa, coloquei a primeira roupa que vi na frente, o que fez com que eu me agasalhasse menos do que pretendia e eu acabei passando frio, mas eu não dava a mínima. A única coisa que passava pela minha cabeça agora era que eu estava a ponto de perder a chance de salvar a vida do meu ídolo, e se isso acontecesse, eu não me perdoaria nunca.
Peguei um táxi, dei o endereço do local e disse ao motorista que dirigisse o mais rápido possível, e assim fez. Quase batemos uma centenas de vezes, mas pelo menos cheguei à tempo.

O lugar estava completamente lotado de fãs histéricos berrando por Michael, por isso tive que entrar pelos fundos, subir umas escadas e entrar direto no backstage. Michael estava se arrumando, e eu soltei um suspiro aliviado por não ter me atrasado, mas meu coração continuava acelerado. Eu ainda estava com a sensação de que tudo aquilo era um sonho muito, muito longo. Era meio difícil de acreditar que eu estava prestes a presenciar o acidente que acabaria com a vida de Michael Jackson, mas eu estava, e estava paralisada. Não sabia o que fazer, como agir, se devia desligar todos os registros e deixar o local completamente sem luz. Eu não fazia ideia, e estava começando a ficar desesperada.

Michael, quando me viu, veio até mim com passos largos e rápidos, e tinha uma expressão que eu não sabia definir. Parecia irritado.

— Em primeiro lugar, quero saber por que demorou tanto. E em segundo, o que disse para Brooke? — droga, só faltava essa. Por um momento eu havia esquecido daquela maluca.

— Espera, o que? — perguntei incrédula.

— Mas que merda! Brooke tem um ciúmes doentio de mim, você não sabia disso? — balancei a cabeça negativamente. — Ela me ligou completamente transtornada, dizendo que eu estava trocando-a pela ''assistente ruiva''. — Michael parecia estar com mais raiva de Brooke do que de mim, e isso me deixou um pouco mais aliviada.

— Eu apenas disse que era sua assistente, só isso. — menti. Não queria deixar Michael nervoso. Não apenas por mim, mas porque isso complicaria ainda mais as coisas.

— Tudo bem, não é sua culpa. — ele massageava os olhos, visivelmente estressado. Droga, isso estava ficando cada vez pior. E eu tinha cada vez menos ideias de como impedir o maldito acidente.

— Michael, você entra em dois minutos. — disse um homem que eu não consegui reconhecer. Comecei a perder o fôlego. ''Deus, o que eu faço? O que eu faço? O que eu faço?''. Pensava andando de um lado para o outro e dando tapas na minha testa.

— Você está bem? Está pálida. — Michael perguntou, eu assenti mas não consegui dizer uma palavra. — Ok, eu tenho que ir, depois nos falamos. — ele disse e correu para o palco. Os gritos desesperados dos fãs que o esperavam eram possíveis de se ouvir à quilômetros de distância. Eu estava tão nervosa que sentia que poderia desmaiar a qualquer momento, e tinha quase certeza de que estava suando frio. Mas eu não iria desmaiar, não agora. Eu tinha que fazer alguma coisa, não importava o que fosse.

Corri até a entrada do palco e o observei. Ele dançava tão naturalmente, parecia que tinha nascido com isso. O clima estava bom, nem parecia que minutos depois, uma falha técnica incendiaria o couro cabeludo de Michael. Não demorou muito e eu comecei a ver umas faíscas caindo de algum lugar no teto. Ele começava a dançar outra música, mas eu não conseguia ouvir. Minha visão estava falha e minha audição havia sumido. Minhas mãos estavam geladas e eu tinha certeza de que estava mais pálida do que nunca. Eu estava imóvel, completamente paralisada. Michael estava bem próximo do local onde estavam saindo as faíscas, que estavam cada vez maiores. Naquele momento, eu soube exatamente o que fazer.

Assim que vi o jato de fogo que cairia sobre a cabeça de Michael, eu corri até ele e o empurrei para longe. Algumas pessoas estranharam a atitude, mas isso fez com que o fogo atingisse parte das minhas costas, e logo todos entenderam o que aconteceu.
Eu gritava de dor, sentindo as chamas em contato com a minha pele. Em poucos segundos, várias pessoas da equipe se acumularam em volta de mim. O fogo de apagara, mas a dor da queimadura era insuportável. Lágrimas pesadas rolavam sobre meu rosto e eu caí de joelhos no chão. Eu não conseguiria ficar muito tempo acordada, aquilo era demais pra mim. Levaria meses até cair a fixa do que havia acontecido ali.

Michael correu até mim e se ajoelhou na minha frente. Eu tentei olhá-lo, mas minha visão estava embaçada e escura, e eu não conseguia levantar a cabeça. Minha respiração começou a falhar, e eu sentia que o palco inteiro estava girando. E aí, eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram?
(1) Roupa da Sky: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=197664851&p=2



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