Agentes da CIC - INTERATIVA escrita por OrigamiBR


Capítulo 6
Sutileza em pessoa


Notas iniciais do capítulo

É, eu tinha avisado que iria demorar mais um pouquinho, mas nem passei tanto assim do prazo ^^'. De qualquer forma, aqui está o capítulo, e ainda um pouco maior que o anterior. Sim, e bastante atenção nas notas finais!



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Alguns dias se passaram desde o incidente com o presídio. Souberam que a Equipe Delta conseguiu conter a rebelião junto com a polícia, e lá mesmo fizeram a prisão dos mafiosos. Apesar dessa boa notícia, foi salgada pelo fato que seis policiais e um agente da CIC tiveram suas vidas terminadas no local. Valentine apareceu publicamente como porta-voz da polícia, expressando suas condolências para os heróis que deram suas vidas para manter a paz.

No cubículo da Equipe Silver, Helena havia ganhado sua escrivaninha e uma garagem pessoal, onde poderia exercer seu hobby: a de mecânica de veículos. Naquele dia, os quatro estavam lá, conversando.

— Tudo ficou tranquilo depois de um tempo – comentou Ethan.

— É, mas a gente ainda não sabe quem danado era aquela pessoa – disse Ricky.

— Pois é – disse Rachel – Nem eu que tava aqui consegui vê-lo. Ele só colocou uma transmissão direta pra meu comunicador.

— Mas tem certeza que é da CIC? – perguntou Helena, se apoiando no queixo.

— Sim. Consegui rastrear a conexão dele e encontrei sem dificuldade vindo daqui, da CIC. Ele até falou comigo, depois que o encontrei.

— “Ele”? – indagou Ethan. Agora que ela falou, a voz era estranhamente familiar, mas na tensão, não conseguiu pensar nisso.

— Sim, ele. Bom, considerando as coisas, é bem capaz de Valentine chamar ele pra cá.

— Se chamar, ótimo – disse Ricky – Tamos precisando mesmo de alguém pra mexer nas paradas aqui.

— Sim, Ricky, com toda aquela agonia esqueci de perguntar, mas quando a gente foi falar com aquele guarda e ele descobriu que éramos da CIC, ele ficou bem irritadinho. – questionou Ethan, meio pensativo.

— É, bom... – começou Ricky, antes de se ajustar na cadeira – Senta que lá vem história...

“Como vocês sabem, a CIC foi criada com o objetivo de manter a paz no Brasil. Foi criada quando a polícia não tava dando conta, depois do período militar. Sempre agimos na surdina, mas fomos obrigados a nos revelar pra polícia, pra avisar que não somos inimigos. A repercussão que isso teve... Até hoje, os policiais não gostam que tenha alguém que possa agir fora da lei, com licença pra matar e com autoridade maior que a deles. Quem iria controlar uma organização que poderia se renegar a proteger o país quando ela mesmo não obedecia a ninguém?”

— Saquei... Realmente é perigoso.

— Pois é. Mas Valentine cuidou pra que a gente ficasse escondido de novo, e pede que os agentes não matem por matar. Até hoje, todo mundo conseguiu cumprir isso. E tamos conseguindo tirar essa imagem negativa.

— Mas pera aí – interrompeu Helena – A CIC não responde a ninguém? Pensei que ela não tinha autoridade maior que a polícia...

— Ela tem maior que a polícia – comentou Ricky com simplicidade – Nós, pessoal, somos apenas abaixo do presidente, e nem ele pode encerrar a organização quando bem entende. Dito isso, se fizermos algo contra a Constituição, o presidente ou a organização, todo equipamento eletrônico deixa de funcionar e perdemos o status protegido, virando um “Agente Renegado”.

— Agente Renegado? – perguntou Rachel – Lembro de ter visto algo assim no manual, mas--

— Tu recebeu um manual? – indagou Helena, olhando para a mulher – Não recebi nada.

— Deve tá chegando daqui a alguns dias, não se preocupe – disse a mulher com um sorriso cativante. Helena deu de ombros – Já houve algum Agente Renegado?

— Soube de um, mas a gente não gosta de falar sobre ele... – disse Ethan, e mirou discretamente Ricky, que estava com o mesmo olhar sombrio que tinha quando o viu pela primeira vez.

— Edward Sanders... O antigo líder da Equipe Silver – disse Ricky, levantando o rosto.

O clima ficou mais pesado depois da informação, mas Rachel tratou de puxar um novo assunto.

— Como ficou o caso de DiMarco?

Ao ouvir o nome, o semblante de Helena se fechou imediatamente, e se ajeitou na cadeira, cruzando os braços. Ethan ficou atento, apesar de não mostrar nada. Sabia também que Ricky fizera o mesmo.

— Eu disse algo errado?

— Não – disse Helena – Só falou o nome do infeliz que quero ver a dois palmos do chão...

— Não precisa disso. Somos companheiras nesse caso.

— Você não passou o que eu passei...

— Não passei não, mas ficar atacando quem está procurando pistas e prestando atenção nos chamados de rádio dele pela cidade não é nada legal.

— A-ah... – Helena pareceu encabulada e escondeu o rosto. Bem baixinho, para que só Rachel escutasse, murmurou um “Desculpa...”.

Rachel pareceu satisfeita consigo mesma e voltou para o computador, digitando algo e esperando. Ethan e Ricky soltaram a respiração: esperavam que as mulheres se estapeassem, mas Rachel teve um bom controle da situação.

Momentos depois, Valentine chamou Ricky para a sala. Sem saber muito bem o que esperava, o homem deu de ombros e foi para lá. As duas procuraram o olhar do parceiro, mas ele também não sabia dizer.

— Sim, Ethan, por que a sede da CIC é aqui em João Pessoa? Não seria melhor colocá-la em São Paulo, ou Rio de Janeiro? Até mesmo Brasília seria uma boa opção – perguntou Rachel.

— Como tu sabe, a CIC age por todo país – respondeu o rapaz – A sede aqui deixa ela mais escondida de grandes centros e minimiza a chance de ataques diretos, por mais que ajamos.

— Mas deixa a gente também com acesso a menos recursos, não?

— É, mas se tivesse nesses outros cantos, ela já teria sido erradicada. Tanto é que a CIC de São Paulo mesmo é menor que a daqui. Se tivessem deixado lá, mesmo que recebesse menos recursos, a cidade é muito visada, e é preferível mandar agentes do que deixar um efetivo grande por lá – disse Ethan, e continuou – Eu não concordo muito com a decisão, mas não nego seus méritos.

— Entendi.

Dois minutos depois, Ricky chegou no local da equipe, com um sorriso largo no rosto. Também andava com um homem do seu lado: era bem alto, passando já da altura considerável de Ethan. Tinha cabelos loiros escuros, com olhos pretos e uma ligeira barba por fazer. Era de porte médio, com apenas o corpo ligeiramente definido. Usava um óculos de armação fina e redondo, que lhe dava um ar de inteligente. Ricky colocou a mão no ombro dele e disse.

— E aí, pessoal? Descobri quem ajudou a gente por debaixo dos panos. Se apresente, rapaz!

— Err... – começou o homem, e Ethan imediatamente reconheceu a voz dele. O rapaz estava nervoso, mas os dois homens notavam os olhos dele correndo para as mulheres, olhando com interesse – Olá... Me chamo Jed Hatfield. Sou um especialista técnico e fui escalado pra Equipe Silver.

— Aê!!! – gritou Ethan, comemorando – Finalmente!

Em alguns momentos, o cubículo foi organizado com o monte de birôs que estavam sendo colocados. A Equipe Silver estava aumentando, e era questão de tempo para que fossem chamados para alguma missão. Como que prevendo isso, Ethan e Ricky foram convocados para o escritório de Valentine. O herói de guerra, o líder da organização estava com um olhar um pouco preocupado, mas manteve o olhar firme ao fitar os dois agentes.

— Ethan, Ricky...

— Chefe... – disseram os dois ao mesmo tempo.

— Como a equipe de vocês já tá formada, tenho uma missão pra vocês: a polícia nos contatou pra um resgate de reféns. Os bandidos renderam uma família no bairro da praia, tomando refúgio numa das mansões após o roubo de um carro-forte. Eles chamaram a CIC para infiltrar-se na casa e neutralizar os bandidos. No momento, eles estão fechando as ruas e contendo a área.

— Há quanto tempo estão lá? – perguntou Ricky, pondo a mão no birô do chefe.

— Tem pouco mais de uma hora.

— Então vamos nos apressar. Bora, Ethan.

Os dois voltaram para o cubículo, onde os membros da equipe esperavam o desfecho.

— Temos uma missão: resgate de reféns – disse o homem.

— Jed, pode puxar a visão de satélite de lá? – pediu Ethan, enquanto ia para o balcão de armas.

— Pode deixar – disse o rapaz enquanto ia para o computador e começava a mover o mouse e digitar freneticamente.

— Rachel, pode ficar a postos pras câmeras? – disse Ricky, e enquanto pensava na melhor abordagem, viu o confirmar da cabeça da mulher – Já como a gente vai fazer esse negócio.

“Helena, você vai e tenta abrir acesso por alguma das portas enquanto Jed dá apoio visual e Rachel a previsão das rotas. Ethan fica de longe com suporte balístico e eu vou no avanço tático junto com nossa infiltradora. Beleza, pessoal?”

— Isso! – confirmaram todos.

—-

O local era realmente uma mansão, com seus 100 metros de terreno frontal e quase todo ocupado por uma grande construção. Era repleta de janelas, mas muitas estavam bloqueadas. Tinha uma longa varanda, com cobertura usável e linhas de armação melodiosas. A polícia fechara as ruas como haviam sido informados, só que estava tudo muito quieto, como se os sequestradores não tivessem feito contato há algum tempo.

— Hell, na escuta? – perguntou Ricky pelo rádio.

— Sim, Black. Na escuta – respondeu Helena, recostada no muro na parte mais baixa possível – Seria melhor se fosse de noite, mas esses pestes não ajudam.

— É, eu sei. Já conseguiu encontrar uma forma de entrar?

— Ainda não, mas tô achando muito quieto aqui. King, confirma que não tem assinaturas de calor por aqui?

— Sim, confirmo. Pode entrar. Já desliguei a cerca elétrica – comentou Jed, enquanto observava com atenção os movimentos de dentro da mansão.

Helena olhou rapidamente por cima do muro, e com luvas de couro grosso, forçou seu corpo para cima com um movimento só, saltando além da cerca elétrica e muro, e caindo graciosamente no chão com nenhum ruído. Olhou rapidamente para os dois lados e continuou.

— Entrei. Tem visual, Sight?

— Tenho. Vejo também movimento sutil no primeiro andar, mas nada que me dê uma posição boa pra atirar – disse Ethan com o olho na luneta do rifle de precisão tranquilizante (modificação de Darla), estacionado a uns 50 metros, no topo de um prédio.

Helena continuou o avanço, caminhando furtivamente até o portão de entrada, onde viu de relance o aviso visual das sirenes da polícia.

— Hell, não avança mais: tenho movimento brusco no térreo. Sai da linha de visão! – gritou Jed, que fez a mulher parar de chofre.

A porta da frente da casa foi aberta com violência, com um homem vestido de roupas táticas e armado com uma metralhadora leve de 5,56mm, esbravejando contra o policial.

— É a última chance! Ou nos dão o que a gente quer, ou toda essa gente vai pro saco!

“Cara, onde eles conseguem todo esse equipamento avançado?”, pensou Ricky, enquanto estava trás do muro, parado e esperando. Do seu lado, à vista do bandido, estava um único policial, e falou calmamente.

— Estamos falando com o banco nacional. Espere mais um pouco que iremos dar seu dinheiro.

— Black, ele vai atirar! – exclamou Rachel imediatamente – Sai daí!

O policial também percebeu a atitude e tentou sair da linha de tiro, mas foi alvejado com dois disparos, um no peito e outro na perna. Ricky tentou ficar parado depois de sair, mas não faltou vontade de ir ajudar o policial caído que agonizava.

— Sis – disse, mantendo a voz o mais firme possível – Ele já saiu da frente?

— Já – respondeu Rachel – Não há ninguém olhando...

Sem pestanejar, o homem correu em auxílio do policial, puxando rapidamente do bolso uma atadura e gaze, tentando estancar o sangramento do peito. Uma equipe de policiais veio correndo pouco tempo depois e veio ajudá-lo. Assim, eles conseguiram salvar o homem.

— Hell, alguma novidade?

— Acabei de destravar a grade; só preciso descobrir as janelas.

— Vai precisar não, mas valeu pela grade. Sight, King? Deitem o máximo possível de inimigos nas janelas ao meu sinal.

“Vão se arrepender de tocar o terror.”, pensou o homem, empunhando sua pistola de choque.

Entrou com calma na porta, com Helena atrás dele armada de uma pistola de choque também. Os dois combinaram de irem um em cada escada. Ao subir, Ricky se deparou com um bandido sozinho patrulhando o corredor. Chegou na surdina e aplicou uma coronhada na nuca dele. Atordoado, recebeu um aperto no músculo no pescoço e caiu inconsciente. Segurou-o para não fazer barulho e deitou no chão. Escutou passos logo adiante e atirou, vendo que um dos bandidos havia saído do banheiro. O homem caiu no chão tremendo, mas o barulho da queda chamou a atenção no andar de cima.

— Ei, o que foi isso? – disse um deles, meio assustado.

— Vai lá ver, Ben.

— Tá, tá – resmungou o que deveria ser Ben, e passos ecoaram na descida da escada.

Ricky aproveitou a deixa e se escondeu do lado da escada. Ben andou e deu uma olhada para os lados e viu os corpos de seus companheiros caídos. Iria gritar, mas levou um tiro certeiro na cabeça da janela, caindo. Ricky deu um riso maldoso, sabendo que fora Ethan de lá longe. Continuou sua subida, vendo se não havia mais ninguém. Antes mesmo de pôr a cabeça na altura do primeiro andar, escutou disparos e gritos confusos. Correu, temendo o pior, mas viu Helena escondida atrás de uma meia-parede atirando e derrubando aos poucos um grupo que havia a visto. Três deles estavam caídos, inclusive o que tinha a metralhadora leve. Ricky avançou e atirou, nocauteando os outros dois. Helena viu e deu um aceno com a cabeça.

— Ótimo, não vejo mais ninguém com roupa tática na visão térmica – disse Jed, checando os satélites – Vejam nos banheiros do primeiro andar: lá devem estar as pessoas.

Os dois andaram até onde foi indicado e Ricky tentou abrir a porta, sem sucesso.

— Droga!

— Salva a gente, por favor! – gritou uma criança de lá de dentro.

— Deixa comigo, bombado. Dispositivo mecânico é comigo mesmo – disse a mulher, pegando um estojo e começando a mexer na fechadura. Rapidamente, com dois cliques, ela destravou a chave e liberou as pessoas, que agradeceram profundamente aos dois.

— Isso, missão cumprida! Boa, gente – disse Jed, aliviado – Não vejo mais ninguém nas redondezas.

Os dois acompanharam os reféns até a saída da mansão, onde a polícia entrou para apreensão. O chefe da operação, que estava ferido, agradeceu com um “legal” aos dois. Pouco tempo depois, Ethan se juntou, e os três voltaram para a agência.

Lá, foram recebidos com aplausos e tapas no ombro pelo cumprimento da missão. Ricky empinou o nariz de orgulho e Helena fazia questão de receber os lisonjeiros comentários. Ethan andava meio calado, mas mantinha um sorriso no rosto, cumprimentando quem viesse. Estava realmente agradecido por fazer parte de algo assim, só ficava preocupado com a repercussão de suas ações. Havia também o problema da ELITE que ainda estava à solta, e os mafiosos de Carlo DiMarco agindo pelo país. Mas tinha certeza que iria cumprir o que prometeu: com toda a sociedade à mercê de criminosos assim, iria salvar cada um, até acabar com toda a coisa ruim.

Valentine os recebeu com um sorriso no rosto e abriu os braços para abraçar cada membro da equipe Silver, inclusive os que estavam no escritório oferecendo apoio tático.

— Muito bom, muito bom! Tenho certeza que vocês irão crescer muito aqui. Continuem desse jeito.

“Agora, tenho um assunto um pouco mais sério a tratar com vocês.”


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Notas finais do capítulo

E aqui que vem a primeira parte interativa da história, uma decisão maior a tomar. Coloquem nos comentários sua opinião acerca do que irá acontecer em seguida:

A. Eles irão recrutar mais um membro para a Equipe Silver.
B. Eles irão passar direto pra um ponto-chave da história.

A votação fica até o limite máximo do prazo. Ou seja, desde a postagem desse capítulo até o dia 3 de maio vou coletar as opiniões de vocês.

Outra coisa também: vocês querem sugerir codinomes para seus agentes, ou preferem que seja mantido assim? Comentem também.
Até a próxima!



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