Apenas mais uma de amor escrita por PostModernGirl


Capítulo 3
L's affair


Notas iniciais do capítulo

Na medida em que mais coisas são descobertas em relação à Chiara, mais L parece estar interessado. O que ele acha tão interessante nela, afinal?



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Era difícil encontrar uma palavra para definir o clima no quartel general da força tarefa depois da invasão repentina da mulher emblemática. Era muita informação pra apenas uma noite. Todos estava impactados tanto pela presença dela como pelo que ela dissera.  L estava com a expressão vazia novamente, como se tivesse mergulhado nos próprios pensamentos em busca de respostas. Light estava aliviado com a saída dela, mas ao mesmo tempo, sentia a pressão de tudo o que estava acontecendo sobre suas costas. Misa estava presa, Rem ameaçava matá-lo e ele ainda nem conseguira bolar um plano para soltar Misa. Agora, essa mulher. Ele sentia ódio pelo descuido de Misa.

“Por que ela ainda não foi morta? Não há nada que indique que o nome que ela deu foi verdadeiro, mas mesmo que tenha sido, não posso arriscar escrevê-lo no meu Death Note e matá-la. Isso só aumentaria ainda mais as suspeitas sore mim. Preciso pensar em uma forma de resolver tudo isso.”

O Sr. Yagami, Aizawa e Mogi permaneciam em silêncio, ainda tentando digerir o que havia acontecido. Matsuda, com sua total falta de bom senso, quebrou o clima:

— Eu meio que gostei dela! – Disse. Matsuda parecia gostar de ser o bobo da corte.

— Cala a boca, Matsuda! – Essa frase era tão dita por Aizawa que já deveria ter virado um bordão – Temos que pensar no que fazer com as informações que ela passou.

— Então Ryuzaki o que vamos fazer? – Mogi, que evitava dar opiniões, pediu instruções.

— Por favor, Sr, Mogi, levante todos os dados que puder a respeito dessa moça.

— Sim, Ryuzaki, com licença – Mogi atendeu prontamente.

— Pode explicar agora porque não deixou que eu a prendesse, Ryuzaki? – O Sr. Yagami parecia ressentido com isso- Ela pode ser vítima do Kira, mas é uma criminosa e tem que ser julgada por isso!

— Pode prendê-la depois se quiser. Mas antes pretendo confrontá-la novamente.

— Mas qual a necessidade disso? – Retrucou Soichiro.

— Ryuzaki quer atestar a consistência da história dela, e além disso, verificar se há algo mais que ela queira contar somente pra ele. Se ela for tão esperta quanto fez parecer, talvez desconfie de alguém da força tarefa. Não é isso, Ryuzaki? – Light se adiantou.

— Você nunca deixa a desejar com a sua habilidade dedutiva, Light! É exatamente o que pretendo fazer. – L descontraiu o tom de voz ao falar com Light. –Sr. Yagami, amanhã eu e o Sr. iremos à casa da senhorita Chiara para que ela nos conte suas conclusões sobre o caso.

—Tudo bem. – Respondeu o Sr. Yagami.

— Se não se importa, Ryusaki, vou para casa descansar. Amanhã será um dia agitado na universidade. – Light, na verdade, buscava tranquilidade para bolar um plano.

— Sem problemas, Light. Até amanhã – Disse L, sem olhar pra ele.

Algum tempo depois, Mogi entra novamente segurando alguns papéis.

— Ryuzaki, não foi difícil encontrar as informações sobre a Chiara. O nome que ela deu foi o verdadeiro. Reuni algumas informações e chequei em redes sociais. Foi o suficiente para sabermos quem ela é.

— Então fala, Mogi, estou curioso. – Matsuda, afoito, sentou-se no sofá para ouvir.

— A senhorita Chiara Torrente – Mogi estava lendo uma das folhas que trouxe -  tem 23 anos e é brasileira radicada na Inglaterra. Aos 19 anos, foi aceita na Universidade de Cambridge, mas seis meses depois desistiu e foi cursar música na Universidade de Oxford. Ao terminar o curso, foi convidada para ser pianista da Orquestra Filarmônica de Londres, mas recusou. Pouco tempo depois foi convidada para realizar alguns concertos com a Orquestra Sinfônica Japonesa. Foi quando ela e o noivo, Samuel Novack, vieram para o Japão. Ele era advogado. Sua morte aconteceu na mesma noite da transmissão da TV Sakura. Depois disso, ela abandonou os ensaios da Orquestra. Conversei por telefone com o Maestro e ele disse que Chiara é uma das pianistas mais talentosas de sua geração, mas que perdeu o rumo depois da morte do noivo.

— Então ela é realmente quem disse ser – Aizawa disse o óbvio.

— Por que alguém recusaria um lugar na Filarmônica de Londres? É o sonho de todo músico... – L pressionava o polegar sobre os lábios.

A pergunta de L não era dirigida a ninguém. Ele apenas estava pensando alto. Mesmo sabendo de tudo isso, ainda não conseguia entender aquela mulher. “Poderia perguntar-lhe isso amanhã. Não, claro que não, isso não tem nada a ver com a investigação! Estou perdendo o foco...”

Watari chegou na sala cumprimentando a todos.

— Misa está dormindo, amanhã continuaremos a tentar fazê-la falar. Soube que tivemos visita.

— Sim, e era uma mulher muito bonita! – Matsuda parecia um adolescente.

— Tem mais Ryuzaki – Aizawa tirou os olhos da tela do computador à sua frente e olhos para os demais – Encontrei um vídeo de uma apresentação dela em Londres.

— Por favor, Sr, Aizawa, coloque um dos vídeos no telão principal.

Uma página do Youtube surgiu no grande telão que havia na parede da sala. No vídeo, uma Orquestra se encontra no palco de uma luxuosa casa de apresentações lotada. O maestro convida Chiara para tocar e cantar duas músicas* acompanhada pela Orquestra. Ela entra sorridente com um vestido marfim na altura do meio da coxa, todo rendado e de mangas compridas. Seus cabelos estão mais curtos do que atualmente, ondulados e levemente presos dos lados. Ela se senta ao piano, ajeita-se e começa a tocar e cantar uma música de melodia doce e letra delicada. Sua voz é aveludada, mas ao mesmo tempo, marcante. Ela sorri a maior parte do tempo enquanto canta, com uma expressão leve, bem diferente da que os rapazes conheceram. Era difícil acreditar que aquela mulher irônica e arrogante que acabara de sair era a mesma que cantava aquela música tão bonita.

A segunda canção foi mais austera. Os dedilhados no piano eram mais intensos, e a letra mais profunda. Os rapazes assistiam fascinados ao vídeo, e mesmo Aizawa, o mais destemperado do grupo, admirou a beleza da apresentação. Watari sorria discretamente, apreciando a música. Ao final, a plateia aplaudiu fervorosamente, e Chiara cumprimentou os outros músicos antes de deixar o palco.

L assistiu aos vídeos com um interesse incomum. Na verdade, não havia nenhuma razão especial relacionada à investigação para exibi-los. Ele apenas queria ver ela se apresentando. Não conseguia entender o porquê desse interesse por ela. Talvez estivesse encarando o mistério em torno dela como um caso a ser resolvido. Pôde perceber que o fato de ela ter um ouvido muito bom deve justificar seu talento para a música, pois ela executava as notas com perfeição. Pelas letras das músicas, imaginou que ela fosse uma pessoa bastante sensível, e a voz dela faria qualquer pessoa se sentir melhor... Ela parecia feliz enquanto tocava e sorria muitas vezes. Era um riso fácil, ela ria mais com os olhos do que com todo o resto. Muito diferente do que L vira há pouco. Ele sentiu raiva do segundo Kira por ter tirado o brilho dos olhos dela. Na verdade, sentiria raiva de qualquer pessoa que lhe tirasse o sorriso do rosto.

“Não entendo o que está acontecendo”, pensou. L era incapaz de nomear o que estava sentindo. “Ainda tenho que esperar cerca de 14 horas para poder vê-la amanhã”

L ainda assistiria ao vídeo mais algumas vezes naquela noite.


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Notas finais do capítulo

*Para quem se interessar, essas sãos as músicas que Chiara tocou com a Orquestra:
https://www.youtube.com/watch?v=VmfZDt8wvcs
https://www.youtube.com/watch?v=GUpjZZvNsJo

L parece sentir algo em relação à Chiara que ele próprio é incapaz de compreender.
Será que é recíproco?
Cenas para os próximos capítulos...



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