Apenas mais uma de amor escrita por PostModernGirl


Capítulo 14
Acusações


Notas iniciais do capítulo

Mais uma diferença em relação ao anime: aqui o Aizawa não sai temporariamente da equipe.
Have fun!



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Chiara ainda estava tentando se acalmar após o susto. Respirava bem devagar, tentando não demonstrar o nervosismo, mas sua tensão era denunciada pelas suas mãos, que insistiam em tremer. Ver o Shinigami reviveu nela toda a dor da fatídica noite da morte de Sam.

— Você está dizendo que pode ver o Shinigami pelas câmeras? – perguntou Light.

— Ele está lá – limitou-se a dizer Chiara.

Watari trouxe um copo de água para a ruiva, que agora estava sentada no sofá e não tirava os olhos dos monitores.

— Eu devo confessar que por mais que você tenha conseguido conquistar a minha confiança ultimamente, Chiara, ainda é difícil pra mim acreditar nessa história fantasiosa de Shinigamis – afirmou com sinceridade o Sr. Yagami. O preconceito dele em relação à Chiara havia mudado com o convívio com ela. Ele, assim como a maioria da equipe, estava se afeiçoando a ela. Mas ele era também um homem sensato e buscava ser justo nos julgamentos.

— Eu não acho que a Chiara esteja mentindo. Na verdade, eu também estou louco pra ver esse Shinigami. – Matsuda riu e pôs a mão atrás da cabeça.

— Cala a boca, Matsuda! Não há nenhuma prova da existência de Shinigamis. Vamos nos concentrar no que interessa! – interrompeu Aizawa, demonstrando seu senso prático.

— Eu estou me concentrando no que me interessa – rebateu Chiara. – Detetive, precisamos descobrir com qual desses homens o Shinigami está, aí saberemos quem é Kira.

— Você acredita nessa teoria de Shinigamis, Ryuzaki? – questionou Light. Ele queria saber a resposta de L. Light era muito esperto e há um tempo já percebera um clima diferente entre o detetive a pianista. Não sabia o que estava acontecendo, mas queria testar de que lado L ficaria.

— Como eu disse, a existência de Shinigamis é uma possibilidade.... – O detetive deu a resposta de sempre.

Chiara se irritou. Ela achava que ele acreditava nela. Como ela mesma havia dito a ele anteriormente, o fato de ele dizer que era só uma possibilidade na verdade significava que ele tinha certeza. Então por que ele não admitia logo que acredita nela e focava a investigação na pessoa que o Shinigami segue? Por que ele a deixa ser bombardeada de dúvidas pelos policiais?

— Eu pensei em um plano para nos infiltrarmos na Yotsuba – acrescentou o detetive. – Podemos utilizar a burrada do Matsuda a nosso favor. Usarei a minha identidade como Eraldo Coil para plantar a ideia de que Misa pode ser o segundo Kira. Os diretores da Yotsuba vão querer interrogá-la para tentar descobrir a minha identidade e Kira vai querer se aproximar dela. Talvez até a escolham como garota-propaganda.

— Ryuzaki, não pode fazer isso, está colocando a vida da Misa em perigo! – revoltou-se Light. – Não posso deixar que arrisque a vida dela dessa forma!

— Não deveria ser ela quem decide isso? – intrometeu-se Chiara. –Eu quero ir junto.

— O quê? O que você faria lá? – perguntou o Sr. Yagami.

— Agora que o Matsuda “morreu” –, ela fez as aspas com os dedos -, A Misa precisa de um novo agente. Amane não é confiável o suficiente para ir em uma missão dessas sozinha. Além do mais, eu sou excelente em arrancar informações das pessoas.

— Você quer saber quem o Shinigami está seguindo. – Light escancarou a verdade.

— É – respondeu a moça descaradamente. Voltou-se para o detetive, que estava na posição de sempre. – O que acha, detetive?

Ele pareceu imperturbável, mas na verdade estava preocupado em expor Chiara ao perigo. Por outro lado, se ele recusasse, seria questionado pelo fato de querer arriscar a vida de Misa Amane e não a da ruiva. Ele confiava que ela faria um bom trabalho, na verdade ela era a melhor indicada para acompanhar Misa, pois já provara suas habilidades em lidar com pessoas. Mas não queria ter que dividir o trabalho na investigação com a preocupação com ela, que com certeza iria tentar provar sua teoria do Shinigami.

— Tudo bem – decidiu, por fim. – Mas você usará um nome falso por questão de segurança. Vai acompanhar Misa durante a entrevista e se certificar de que ela não vai fazer nenhuma besteira. Também não mencione qualquer coisa sobre Shinigamis por enquanto, tudo bem?

— feito. - A ruiva deu um sorrisinho triunfante.

—____________________

Chiara estava pronta para enfrentar o encontro com o Shinigami. Havia passado os últimos dias se preparando para não esboçar nenhuma reação ao ver a imagem do deus da morte. Por outro lado, qual seria a reação do Shinigami ao vê-la? Será que ele a reconheceria? Será que faria algo a ela? Não havia como saber, apenas podia esconder suas expectativas para não dar na vista. A ruiva pensava nisso enquanto caminhava pelo corredor da empresa acompanhada de Misa Amane, que fora devidamente instruída sobre como agir. Chiara devia apenas acompanhá-la para não deixá-la fazer besteira. Para a ruiva, essa foi a deixa perfeita. Descobriria quem era Kira e daria um jeito de provar a L que falava a verdade.

O funcionário da empresa que as acompanhava abriu-lhes uma porta e saiu. Chiara e Misa entraram e deram de cara com 8 executivos bem vestidos e aparentemente ansiosos com a visita. L havia colocado uma câmera escondida naquela sala e assistia a tudo junto com o restante da equipe.

— Bom dia senhores – disse Chiara, com um sorriso. – Me chamo Chiara Torrente, sou a nova agente de Misa Amane.

Na sala de controle, L estremeceu. Eles haviam combinado de ela dar um nome falso, por que ela deu o nome verdadeiro?

Como a pianista imaginava, o Shinigami estava lá. O coração dela acelerou, esperando que o deus da morte lhe fizesse algo. Mas ele não fez. Chiara se acalmou e evitou olhar diretamente para ele, apenas deixando-o na sua visão periférica.

— Bom dia a todos. – Misa cumprimentou-os animadamente.

— Como combinado, Misa veio para uma entrevista com os senhores a respeito da contratação dela como garota-propaganda de sua empresa. Como nova agente dela, acompanharei a entrevista, mas os deixarei à vontade para perguntarem o que desejarem.

A ruiva estava usando todo o seu charme enquanto falava, sorrindo sempre. Fazia parte do seu plano chamar a atenção de todos os homens que estavam ali, para que ela pudesse conseguir o que queria. Misa sentou-se numa cadeira em frente à mesa onde estavam os executivos e Chiara sentou-se em um sofá mais ao lado.

— Bom Misa, vamos direto ao ponto – iniciou o homem de olhos claros e barba por fazer que estava logo na frente de Misa. As duas sabiam que ele havia sido contratado por L para se passar por detetive. – Nós estivemos conversando sobre isso e decidimos contratar você. Mas existem algumas coisas que queremos esclarecer antes. Soubemos por fontes seguras que você veio a Tóquio para conhecer Kira. Isso é verdade?

— Como soube disso? – respondeu a loira.

— Eu tenho minhas fontes. Mas pela sua reação, posso dizer que é verdade.

Enquanto a entrevista se desenrolava, Chiara pensava em formas de descobrir com quem o Shinigami estava. Haviam 8 homens na sala e com eles juntos não dava para saber qual deles seria Kira. Provavelmente, no final da entrevista, ela e Misa teriam que deixar a sala antes dos executivos, então não daria pra ver qual deles o Shinigami seguiria. A melhor forma de descobrir era investigá-los um a um.

— Soubemos por fontes seguras que você foi presa pelo L por suspeitas de ser o segundo Kira. Perguntamos isso porque não é interessante para a empresa que nossa representante seja, na verdade, Kira. Gostaria que nos contasse a história completa sobre o que aconteceu.

— Tudo bem, eu vou contar tudo... – A interpretação de Misa estava sendo convincente até o momento, para alívio de todos. -  Eu fui presa pra interrogatório. Eu não sabia que era o L... ele me fez muitas perguntas! Mas eu estou sendo sincera, eu não sou o segundo Kira! Eu fui solta por que ele percebeu que eu não tenho nada a ver com Kira.

— E você conseguiu ver o rosto dele? – insistiu o homem.

— Não, eu fiquei vendada o tempo todo.

— Mas você certamente ouviu a voz dele, não é?

— Só por um alto falante com um filtro de voz...

— Hora, mas o que é isso afinal? Uma entrevista de emprego ou interrogatório policial? Quanto tempo mais isso vai durar? – Um dos executivos, um homem de uns quarenta e poucos anos, interrompeu Misa, visivelmente insatisfeito com o rumo da conversa. O homem levantou-se e foi ao banheiro, que não ficava naquela sala. Misa também foi ao banheiro e o Shinigami atravessou uma parede e desapareceu.

“Será que é ele?”, pensou Chiara, estreitando os olhos, já planejando os próximos passos. A ruiva aproveitou o tempo para conversar com os executivos e tentar aproximar-se deles. Quando Misa voltou, a entrevista continuou normalmente.

— Então, era isso que tínhamos para falar com você, Misa. Senhorita Chiara, estamos felizes em fecharmos o contrato coma a sua cliente.

— Nós é que ficamos felizes em termos uma modelo nossa na Yotsuba. Ela levantou-se do sofá sorrindo. Num gesto pensando, mas sutil, soltou o cabelo ruivo que estava preso em um coque, chamando a atenção de todos na sala.

— Vou deixar o meu cartão com os senhores, mas nosso advogado entrará em contato para acertar os detalhes do contrato – falou a moça. Ela olhou especialmente para o homem que havia ido ao banheiro, que sua intuição dizia que poderia ser Kira.

— Adeus, senhores.

— Tchaau – disse Misa dando um tchauzinho de miss.

—___________________

L mal esperou que as duas moças entrassem na sala para falar.

— A operação foi bem sucedida. Conseguimos plantar a ideia de que Misa é suspeita de ser o segundo Kira, o que pode atrair o Kira da Yotsuba e distrair os diretores enquanto pensamos em uma forma de pegá-lo. – O detetive agora se voltou para Chiara, sem deixar transparecer o nervosismo que estava sentindo pela estupidez dela em arriscar a vida. - Mas nós havíamos combinado de você dar um nome falso Chiara. Por que você deu o seu nome verdadeiro?

Não ficou visível a olhares desatentos, mas quem observasse mais atentamente perceberia o olhar dele direto para ela em tom acusatório, como se ele estivesse acusando-a de arriscar a própria vida. Light percebera isso. Chiara retribuiu o olhar dele com um olhar decidido, como ela tinha no dia em que eles se conheceram.

— Dei o meu nome verdadeiro por que sei que Kira não pode me matar com o caderno – justificou.

L ainda investigaria porque era tão importante pra ela provar essa suposta imunidade em relação à Kira.

— Você fez algo diferente do combinado e colocou a sua vida em risco. Sinto muito, mas não posso confiar em você para ir à campo novamente. – Não havia muito pesar na fala de L, ao contrário, ele parecia ter certeza de que estava fazendo a coisa certa. – A partir de agora, para sua própria segurança e pela segurança da investigação, você será acompanhada pelo Sr. Mogi sempre que precisar sair.

A expressão de resposta de Chiara ao que o detetive dissera foi uma mescla de decepção e raiva. Depois de tudo o que eles passaram juntos, ele agora queria controlar os passos dela? Chiara odiava que lhe tentassem exercer qualquer tipo de controle.

— Você não pode fazer isso! Eu estou prestes a descobrir quem é o Kira! – respondeu revoltada a ruiva.

— Sinto muito, mas não posso voltar atrás. – Ele viu a revolta nos olhos dela, mas em sua consciência, tinha o dever de não permitir que nada de mal acontecesse a ela.

Ela fuzilou-o com os olhos.

— Yes, Führer - disse com todo o sarcasmo que conseguiu e caminhou em direção à porta.


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Notas finais do capítulo

A primeira briga sempre chega.
Cenas para os próximos capítulos...



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