Dias de Verão em Tempos de Inverno escrita por MiddyMoon


Capítulo 4
Complemento


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente honeys!
Uau, esse capitulo realmente demorou para sair, mas não foi por que eu queria, estou em provas e o dia que posso escrever é apenas no domingo, por isso peço que me perdoem, vou continuar fazendo meu melhor! Aqui esta mais um capitulo, espero que gostem! Boa leitura!



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Não se pode fazer sem pensar nas conseqüências a seguir, mas não foi exatamente o que eu fiz. Essa mania de impulsividade era uma característica minha, além de não ser novidade para ninguém.


   Bati na porta interrompendo a conversa e entrei colocando os livros no espaço livre da mesa entre os dois.


— Professor Faraize me obrigou a entregar esses livros pra você — O observei por um rápido momento e sai da sala. Mas parecia que meus pensamentos ainda ficaram naquele lugar, até mesmo quando passei dos portões de Sweet Amoris, até chegar a minha casa.


   Estava inquieto, andava para um lado e para o outro enquanto Dragon me seguia até sentir meu celular vibrar no bolso do meu jeans escuro. Parei repentinamente e meu cão se chocou com minha perna.


— Dragon... Você está bem garoto? — Me abaixei para acariciá-lo e seu sorriso bobo mostrava que estava mais que bem, afinal, já tinha comido sua ração, quem fica triste depois de comer?


   Desbloqueei meu celular e vi um nome que pensei que havia excluído de lá, me surpreendi e por um momento hesitei em abrir a mensagem, mas continuei começando a ler.


"De: Nathaniel
Castiel, eu sei que esta tarde, mas é o único horário que consegui sair, você pode vir ao parque? Não vai demorar muito, prometo."


   Não queria ficar frente a frente com ele, esperei alguns longos minutos e minha consciência pesava. Será? Pensei, talvez ele ainda esteja lá, me esperando, era hora de afrontar os monstros em minha cabeça. Desci as escadas e sentei-me no degrau que tinha na entrada para colocar meus tênis, antes de sair peguei meu casaco e enrolei o cachecol xadrez vermelho em meu pescoço.


   Só ele para me obrigar a sair nesse frio, estava congelando, olhei para o relógio e quase batia meia noite, os postes mal iluminavam o asfalto, assim como a trilha dentro do parque. Aquelas grandes poças de escuridão em meio a pouca iluminação atrás do portão de ferro entreaberto. Mas um dos postes iluminava um banco de madeira onde vi uma figura loira sentada e cabisbaixa. Inspirei e expirei, então, me aproximei.


— Então, qual é o assunto? — Percebi que ele se assustou. — Não vou te matar, não hoje — Tomei a liberdade de me sentar ao seu lado, levantei o pescoço olhando para o céu enquanto o vapor da minha boca saía. Tirei um maço de cigarros do bolso e o acendi.


— Não sabia que fumava... — Finalmente, parece que o gato costurou a língua de volta. Soltei a fumaça enquanto sentia o olhar dourado sobre mim.


— Não é uma coisa muito interessante de saber... Mas então, qual o motivo de me trazer aqui... — Olhei para o relógio do celular. — exatamente as 00:14?


— O que você ouviu? — Olhei para ele, seu rosto escurecido, desviei o olhar e continuei a olhar para frente, e pensei ter visto alguém nos observando.


— E o que te faz pensar que eu estava ouvindo a conversa de vocês? — Com certeza foi o caso do Grêmio.


— Castiel, não tente mentir para mim, você sempre mentiu muito mal... Dês de criança — Senti algo no peito, e estava torcendo para não ser problema cardíaco, parecia algo mais destrutivo.


— Pensei que tinha esquecido disso — Ri abafado — Vou ser sincero com você, representante — Bati com o dedo indicador no cigarro fazendo as cinzas brilhantes caírem no chão. — Eu ouvi tudo, e realm--


— Esqueça isso — Ele segurava meu braço, seu olhar transmitia um desespero incomum. — Finja que você não ouviu, ok? Por favor — O que realmente estava acontecendo para fazê-lo sair do controle?


— Não posso... — Parecia que suas mãos amoleceram e simplesmente foram arrastadas para seu próprio colo. — Ouvi Emiliy dizer que me queria e que esta forçando você.


— Isso é...


— Eu faço — Falei indiferente, mas estava determinado.


— O que?! Você é idiota?! Não se meta nisso, vai sair prejudicado, as pessoas sempre saem...


— Eu só tenho que sair com ela, certo? — Me levantei. — Beijá-la, talvez? Nossa, vou precisar de um estoque de pasta de dente.


— Por que está me ajudando? Você me odeia — Nerd idiota.


— Odeio esse sorriso falso de “esta tudo bem” que fica mostrando no colégio, já tive muitos desses na minha vida, não preciso de mais um — Peguei na gola de sua jaqueta azul marinho e o puxei o fazendo sair do banco.


— O que você esta fazendo? — Seu rosto ficou rubro, suas sobrancelhas se juntaram com sua raiva, parecia que estava prestes a levar um soco.


— Vou levar você para casa — Comecei a caminhar, ainda lembrava a rua que esse esnobe ainda morava, eu acho.


— Eu não preciso, vou sozinho!


— E deixar uma donzela a está hora da noite andar sozinha? — Suas reclamações, tudo me lembrava a minha infância, era assim, duas crianças na rua em uma discussão idiota, o que me fez rir, mas parei repentinamente por um olhar assustado de certa pessoa ao meu lado.


— Nunca te vi rir assim — Pigarreei disfarçado, ele sorriu, eu vi seu sorriso, mas isso não significava que éramos amigos. Senti uma presença estranha, um olhar sobre minha nuca, havia algo errado.


   O restante do caminho era tomado pelo silencio, ou pelo menos boa parte dele. Apenas o som de nossos tênis a caminhar na neve que com certeza não se envergonhava de mostrar a diferencia de classe social.


   Viramos a esquina, a em uma memória ligeira e uma nostalgia sentia percebi onde estava, era na rua onde costumávamos correr e levar bronca por quebrar as janelas dos vizinhos, sorri por baixo do cachecol grosso. Nathaniel me parou.


— Até aqui esta bom, não posso entrar pela porta de frente — Explicou-se.


— Parece que fugiu falando dessa forma — Ele demonstrou um sorriso amarelo e com certeza era certo o seu feito. — Espera, você fugiu de casa? — Estranhei, ele fazia esse tipo de coisa? Bem, não seria de menos pelo que esta passando.


— De qualquer forma, obrigado por me levar até aqui — Ele botou a mão na nuca, parecia envergonhado.


— Sem problemas, seria um incomodo se alguém te matasse a não ser eu... Então, até mais — Acenei e o observei pular o muro de sua casa, voltei-me para a rua para voltar a minha residência e um sentimento de ter progredido em algo veio à tona.


   Só havia minha pessoa naquela rua, ou era o que eu pensava. Começou a nevar novamente. Havia esquecido as luvas em casa e o único lugar quente o bastante para não fazer meus dedos caírem era nos bolsos da calça jeans escura.


   Talvez fosse minha imaginação, quando me virei para trás uma silhueta que rapidamente desapareceu em uma esquina, estava sendo seguido?


   No outro dia quando cheguei à escola o primeiro a me cumprimentar foi Alexy.


— Dormiu bem? — Perguntou ajeitando sua mochila nos ombros — Parece que teve uma noite em claro, hmmm...


— Alexy, não pense besteiras — Ele riu — Foi só insônia, mas, onde está Lolla?


— Então... Ela me pareceu meio estranha depois de ontem quando você saiu da sala, e ainda me mandou mensagem falando que ia se atrasar hoje, eu achei estranho.


— Agora que você falou... Ela nunca se atrasada.


— E você que chegou na hora hoje, esse mundo está estranho hoje — Olhei para o relógio de ponteiro do colégio e realmente havia chegado cedo.


— Cheguei! — Me virei para ver quem era a pessoa que respirava ofegante. Lolla estava com as mãos nos joelhos e parecia que havia corrido uma maratona.


— Aconteceu algo no caminho? — Perguntei.


— Nada de mais, agora vamos para a aula, ok? — Ela realmente parecia estranha. Lolla entrelaçou seus braços sendo um no meu e outro no irmão gêmeo de Armin e fomos praticamente puxados.


   Em meio à multidão, pessoas falando, armários batendo, havia um loiro. Os orbes dourados tinham sua beleza ofuscada pelo roxo ao redor, seu pescoço com hematomas visíveis em partes e mãos escondidas por luvas, mas pela fenda entre as luvas e o casaco mostrava a pele do pulso avermelhada. Melody passava seus dedos pelas feridas, o que fazer? Pensei. Sabia que ela estava apenas preocupada por ele e agora não era o momento de ter um sentimento desses, de querer simplesmente levá-lo daquele lugar, longe de tudo e de todos.


— Preciso mijar — Disse retirando meu braço de Lolla.


— Era só falar que ia ao banheiro, Castiel! — A garota reclamou — Mas não vai se atrasar viu! Vamos Alexy — Ele continuou a levar o azulado com ela.


   Não me importei com quem me esbarrava, ou quem estava na minha frente naquele instante, minha visão de voltou Nathaniel que por um breve momento me fitava, porém seu olhar desviou assim que encontrou os meus. O peguei por um dos braços e o arrastei enquanto Melody olhava perplexa.


— Castiel! Esta doendo! — Protestou. Adentrei a sala e verifiquei para que não houvesse ninguém e o soltei. — Por que estamos na sala de transmissão?


— Por que você está todo machucado? — Perguntei tentando mirar seus olhos que constantemente desviavam dos meus.


— Isso não te interessa você não se import-- — Estava com raiva e cansado. Coloquei minhas mãos por cima da parede atrás dele, o som o soco o havia assustado.


— Eu me importo seu idiota — Por um instante pude ver meu reflexo em seus olhos, eu havia ganhado algo com isso, sua atenção. — O que houve? Não diga algo como “Eu cai” ou “Me meti em um briga com alguns caras”, pois essa ultima é impossível.


— Castiel, não se meta nisso, não há motivo de tanto interesse em mim, vai ser pior para você, acredite.


— Por mais que você não me queira já estou dentro disso, falei que ia te ajudar, e eu... Tenho um motivo — Retirei meu braço e ajeitei meu cachecol xadrez para esconder um pouco meu rosto. — O seu pai... Esta batendo em você, não é?


— Não quero que fale disso — Mais uma vez, o rosto sombrio se mostrava diante de mim, distante e frio.


— Você vai acabar morrendo do jeito que as coisas andam, parece que a cada semana se torna mais violento — Havia aproximado meus dedos dos ferimentos, mas hesitei em tocá-lo.


— Por quê?... Por qual motivo você quer tanto me ajudar?! Você nunca ligou para mim! Você simplesmente me deixou de lado depois do que aconteceu com Debrah e nem se quer acreditou em mim! Você é um completo babaca, um desgraçado que nem sequer olhava na minha cara direito! Um... um... — Aversão, foi isso que senti quando ele gritou cada palavra, até quando seus olhos marejados fitavam qualquer coisa menos a mim.


— Olhe para mim — Pedi.


— Não! Você é um... —Talvez fosse o calor do momento, mas cada parte do meu corpo clamava por isso. O beijo repentino naquele momento, na sala de transmissão, quente e doce como algo que nunca havia experimentado ou que podia saber que poderia ser transmitido pelos lábios do representante. Quando toquei sua pele do seu rosto senti seu corpo estremecer junto ao meu, com um pequeno gemido de Nathaniel era uma sensação nova, que não precisava de muito esforço ou um beijo feroz para ser sentido.


— Um idiota delinquente que está apaixonado por você — Completei enquanto o clima se fechava com a confusão de Nathaniel, o garoto que me fez o desejar.




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Notas finais do capítulo

Olha eu aqui de novo beautiful people!
Obrigada por lerem! Espero que tenham gostado do capitulo!
Até o próximo!

Beijos rosados com glitter dourados!