Never Stop escrita por Ellen Freitas


Capítulo 5
“You always wanna keep my gaze”


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas da madrugada!!!

São precisamente 00:51 e cá estou postando capítulo!!!
Por quê?
1) Meu computador sumiu com esse capítulo e o próximo e tive de reescrevê-los.
2) Estava terminando de responder os lindos reviews que vocês me deixaram!
3) Eu esqueci de postar! ME DESCULPEM!!!!

Então, queria agradecer à Natty Lightwood, que arrumou um tempinho entre uma e outra de suas fics para favoritar a história!! (Sim stalkeio e ainda leio muita coisa de quem me acompanha!)
Agora, principalmente à LOLA!!! Essa linda me surpreendeu e presenteou com uma linda recomendação. Muito obrigada mesmo!!! Sei nem o que dizer, depois que dei um pequeno surto, fiquei meio assim, sem palavras. Então vamos com MUITOOO OBRIGAAAADAAA

Boa leitura!! Bjs*



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— Ray Palmer — repeti sem absolutamente nenhuma necessidade, apenas para tentar diminuir a tensão que se instalou no local. Mas os dois ao menos pareciam notar minha presença ali no meio, eu já quase via os raiozinhos que saiam dos olhos castanhos para os azuis e vice-versa.

— O que você está fazendo em minha boate, assediando minha assistente? — Oliver destacou bem os pronomes possessivos, mas Ray não se abalou nem um pouco.

— Primeiro, eu não sabia que isso aqui era seu. Segundo, se Felicity é tão importante, não deveria tê-la deixado isolada e sozinha nesse sofá!

— Ela não é minha carteira para que eu leve comigo para todo lugar!

— Mas também não é uma mala de viagem para ser esquecida em qualquer canto e só ser procurada quando você bem entende!

Oliver deu um perigoso passo para a frente na direção do oponente, então me virei de frente a ele e segurei seu corpo com as mãos, impedindo que ele fosse adiante e todos acabássemos hoje na cadeia e amanhã em todos os sites de fofoca.

Nossa, senhor Queen, andou malhando? Porque uau!

Foco, Felicity, foco.

— Vocês não vão brigar aqui — ordenei.

— Ele começou, quando mexeu com o que é meu! — Lancei um olhar duro para ele, que nem chegou a notar. Eu? Dele? Só podia ser brincadeira.

— Eu não sou...

— Algum problema aqui? — Tommy chegou e quase suspirei de alivio. Meus bracinhos fracos não seriam suficientes quando um dos dois desse o primeiro soco.

— Graças a Deus! — exclamei.

— Felicity, por que você tá agarrando o Oliver? — Ótimo, a pessoa que achei que resolveria o problema chegou fazendo piada. Soltei meu chefe e me virei para Tommy.

— Você pode cortar esses comentariozinhos espertos, e resolver isso antes que sua boate vire um campo de guerra?

— Algum problema, Oliver?

— Você deveria escolher melhor quem frequenta o meu estabelecimento. — Nem pude ouvir a resposta de Ray pois já estava sendo arrastada para fora sem um mínimo de delicadeza no meio da multidão dançante.

— Oliver, me solta! — Me debati inutilmente, tentando tirar sua mão do meu braço.

— Não.

— Me solta, porra! — Ele parou já próximo à saída e quando achei que fosse me deixar livre, meu chefe apenas me olhou com um misto de surpresa e curiosidade, antes de voltar a me puxar para fora. Eu também ser falar palavrões, oh esperto! — O que você acha que fez? — gritei para ele.

— Estou te protegendo dele, é óbvio.

— Me protegendo do que, seu filho da mãe, eu estava conversando!

— Todo mundo sabe onde aquela “conversa” ia chegar. Além do mais, estava bem claro ali que o Palmer só estava te usando para chegar em mim. — Abri minha boca revoltada. Eu não estava ouvindo aquilo!

— O que está acontecendo aqui? — A pergunta de Diggle foi prontamente ignorada por nós dois.

— Então, em sua opinião, ele chegou em mim pra atingir você?

— É óbvio que ele estudou nossa empresa e foi direto para o elo mais ingênuo e inocente da corrente.

— No caso, eu?

— Oliver...

— Exatamente! — Oliver ignorou o aviso de Dig e confirmou sua tese como se fosse a maior certeza de sua vida.

— Claro, porque eu não tenho nenhuma qualidade que atraia homem algum além do meu emprego e do meu chefe — usei meu talento para o sarcasmo sem ter certeza que ele entenderia.

— Eu não disse isso — justificou-se. — Mas temos que admitir que essas foram as razões dele. Perdeu a competição hoje pra mim e já veio com esse planinho.

— E a conversa voltou para você — atestei, apontei as mãos para ele. — Você é inacreditável, Oliver Queen! Mas eu vou te contar uma novidade aqui, queridinho: nem tudo gira em torno de você! O planeta não gira, Star City não gira. Eu, Laurel, Tommy, Diggle, Ray não estamos na órbita do seu corpo e rosto perfeitos! — Droga de língua descontrolada! — Corpo e rosto idiotas! — Ele abriu a boca para responder, quando Diggle tocou seu ombro.

— É melhor se calar agora, Oliver. — O loiro o olhou com raiva.

— Melhor conselho da noite. Agora se me dão licença, vou embora. — Saí caminhando em nenhuma direção específica, já que eu não fazia ideia onde estava e nem onde tinha um ponto de táxi por perto. E ainda tinha esquecido meu casaco no carro dele naquele frio do caralho! Parabéns, Felicity, parabéns!

— Caminhando?

— Sim.

— Do Glades?

— É, Oliver, do Glades.

— Ah, mas não vai mesmo. — Rolei olhos. Senhor, dai-me paciência! Quando ele veio em minha direção, recuei um passo.

— Encosta em mim de novo, e eu chamo a polícia. O pai das suas ex namoradas, que tal? — Oliver puxou uma respiração profunda, se acalmando.

— Não importa seu nível de raiva agora, precisamos ser racionais. Você não sabe onde está e não pode ir a pé. Vamos para casa.

— Eu não vou pra sua casa.

— Vamos para a sua.

— Você não vai pra minha casa.

— Inferno, estou dizendo que vou te deixar em casa! — Toda paciência que ele tinha reunido evaporou na hora. — Que mulher teimosa, caralho!

— Nem fodendo que entro no mesmo carro que você hoje, chefinho. Por que você não volta lá para dentro? Tenho certeza que a Charlotte já está te esperando no banheiro da boate sem calcinha.

— Que tal assim, Oliver. Eu levo ela, depois volto aqui e busco você e Laurel. — Diggle ofereceu e finalmente pareceu uma solução boa para os dois. O motorista ainda recebeu algumas instruções do patrão enquanto eu já caminhava em direção ao estacionamento.

Quando entrei no banco do carona, abracei meu casaco quentinho, feliz por finalmente estar encerrando aquele dia e poder ir para casa. Eu não iria me demitir, reconhecia que eu precisava da CQ e a empresa de mim, mas meu chefe ia ganhar uns bons dias de tratamento de silêncio. Diggle entrou no carro e ainda ficou parado por alguns minutos olhando para mim.

— Se tem alguma coisa para dizer, apenas diga e me leve logo pra casa.

— Você sabe que todo o estresse do Oliver não era apenas pela empresa, não sabe? — Segurei uma risada irônica. Um planeta em que Oliver Queen se importasse com algo além do seu nariz não existia.

— Apenas dirija, Diggle.

~

“Querido senhor Queen...” Não, não se começa uma frase com a palavra querido para quem você está bem puta. Ok. “Nunca mais me trate daquele jeito.” Muito simples. Então que tal “Oliver Queen, seu filho da mãe, se você acha que sou sua irmãzinha retardada e acha que tem o direito de mandar em qualquer aspecto da minha vida, não poderia estar mais errado. Então a próxima gracinha ou comportamento possessivo e agressivo, eu estou fora!” Isso aí, gostei desse.

Quando ouvi o apito do elevador, já tomei fôlego para começar a falar.

— Bom dia, Felicity. — O loiro cumprimentou sorrindo. — Você poderia, por favor, deixar na minha mesa aqueles relatórios financeiros da semana passada e marcar uma reunião com o jurídico com urgência? Ah, e chama Isobel aqui na minha sala, preciso atualizá-la sobre a compra de ontem. Não aguento mais aquela historinha de “sou excluída das decisões dessa empresa”. — Ele estava mesmo fingindo que noite passada não tinha acontecido ou eu tinha imaginado tudo? — E se puder, vê com a Cassie do almoxarifado se a máquina nova de café já chegou. Ainda não são nem nove da manhã e já estou precisando de um duplo forte.

Pisquei meio aturdida para ele, todo meu discurso escapando da minha mente. Ou Oliver Queen tinha a pior memória ou a maior cara de pau da história.

— Alguma dúvida, Felicity?

— Ah, não. Eu acho.

Nesse momento, Laurel entrou com tudo na sala, já pisando firme na direção dele e lhe meteu um belo de um tapa na cara que doeu até em mim.

— Eu me demito!

— E lá vamos nós de novo. — Oliver comentou quase que para si mesmo. — O que eu fiz?

— O que você fez? Inacreditável você perguntar isso justo pra mim! — Me levantei da minha cadeira. Eu não iria ficar para presenciar o restante da discussão quando daqui a dez segundos ela cedesse ao charme Queen, e os dois já se agarrariam ali mesmo.

— Vou falar com Cassie — anunciei deixando a sala.

— Me desculpe, Laurel, você não pode nos deixar. Você quer que eu me ajoelhe? — Rolei olhos. Sério, Oliver? Os mesmos argumentos que usou em mim?

Me peguei olhando para ele através do vidro durante o dia todo mais vezes que o normal. Não era possível ele ter esquecido mesmo de ontem. Laurel parecia mais calma trabalhando em seus papeis. Tentei lembrar do meu discurso que ainda seria dito a ele em algum momento. As coisas não poderiam terminar daquele jeito só porque ele queria.

— Meninas, eu já vou. — Oliver anunciou saindo de sua sala quase no fim do expediente. — Hoje tenho um jantar na perfeita família Queen. Eu até levaria vocês, mas todos sabem como é minha mãe, e eu gosto das duas o suficiente para deixá-las longe da linha de tiro.

Agora você gosta? Ontem não pareceu.

— Ei, ei. — Laurel chamou nossa atenção já terminando de arrumar suas coisas. — O que ele fez com você ontem? O que você fez com ela ontem? — A loira se direcionou a mim, depois a ele. — Mais uma vez, eu tinha tagarelado alto demais.

— Nada.

— Tudo — respondemos ao mesmo tempo. — Quer dizer, não tudo tudo que você está pensando, vareta.

— Não lembro de ter acontecido nada de mais ontem, Felicity. — O dissimulado falou na maior cara de pau.

— Ai meu Deus, você não pode ser tão desmemoriado! — Me ergui da cadeira. — Para seu conhecimento, não que seja da sua conta, mas ele acha que eu sou uma criancinha de sete anos que não sabe identificar caráter e que não tenho nenhum bom atributo além de trabalhar para ele.

— Melhor que eu. Na cabecinha lunática de Oliver Queen eu sou apenas uma putinha que ele e o amigo podem pegar quando quiserem.

— Qual é, Laurel. Felicity. As coisas não são assim.

— Você me largou na Verdant para ir pra casa com qualquer vagabunda sem o mínimo de respeito próprio e com alguma mini saia.

— Ela não estava de saia. — Oliver deu a justificativa mais rasa do mundo e ainda me olhou de relance.

— Não venha me fazer acreditar que você foi embora ontem depois que Diggle me levou em casa. — O olhar meio safado e meio culpado que ele tinha no rosto me mostrou que eu estava certa.

— Você mandou o motorista levar ela e me deixou lá sozinha?

— Mandei mensagem pro Tommy te deixar em casa.

— Acontece que seu amigo é tão irresponsável quanto você!

— Nem eu faria isso com a vareta, Oliver! — Quando ele começou a rir, nos duas nos olhamos com estranheza.

— Qual a piada, palhaço?

— Vocês duas finalmente pararam de brigar entre si e concordaram em alguma coisa. É uma pena que o motivo seja uma raiva mútua por mim, mas já é um avanço.

— Você não tem concerto. É inútil alguém pensar que sim!

— Ok, ok. Vocês precisam ficar mais calmas.

Oh, não, ele falou! Oliver acabou de dizer a pior coisa possível para uma mulher nervosa, e pior, ele disse a duas. Se eu fosse ele, procuraria a saída mais próxima, nem que fosse preciso pular desse andar mesmo.

— Você acha que a gente está nervosa?

— Você ainda não nos viu nervosas, Oliver! — Nós duas começamos a andar na direção dele, que recuou alguns passos com as mãos erguidas em rendição.

— Estou começando a cogitar a hipótese de chamar Diggle para cuidar da minha segurança aqui em cima também.

Laurel abriu a boca para responder quando meu telefone tocou em cima da minha mesa. Salvo pelo gongo, Queen.

— Alô? — respondi quase gritando para a pessoa de número desconhecido que me ligou no meio de uma discussão.

Foi um péssimo momento? Pareceu um péssimo momento. — A voz masculina perguntou receosa. — Aqui é Ray Palmer.Oh, Deus. Obrigado por essa oportunidade.

— Oh, olá Ray. — Ganhei atenção instantânea de Oliver, e até Laurel agora parecia atenta ao telefonema, porque privacidade é uma coisa que não existe nessa empresa. — Como você está?

— Me dá esse telefone, Felicity — grunhiu.

Bem, na verdade, graças a você. Eu devo ter passado uma péssima primeira impressão já entrando em uma briga na sua frente em uma boate. Geralmente não sou assim, mas seu chefe...

— Não se preocupe, todo mundo tem seus momentos de discutir com idiotas em boates. — Fixei meu olhar no de Oliver ao pronunciar as palavras. — Como conseguiu esse número?

Sou um gênio da tecnologia. E você deixou um currículo aqui na Palmer Tech dois anos atrás. — Ele riu do outro lado da linha e eu o acompanhei na risada. — Então, queria saber se você queria sair comigo um dia desses. Nada de assuntos de trabalho. — Nada de trabalho. Toma essa na cara, Oliver!

— Tipo um encontro?

É, tipo um encontr... — Senti o telefone ser tirado das minhas mãos.

— Se você ligar mais uma vez para assediar minha assistente, eu mesmo ponho fogo no seu prédio! — E desligou, devolvendo-me o aparelho com toda a calam do mundo.

— O que deu na sua cabeça?

— O que deu na sua cabeça, senhorita Smoak? Esse cara está só querendo se aproveitar de você!

— Se aproveitar como, se eu sou a assalariada e ele o multibilionário? Você tá louco, Oliver!

— Espera, esse Ray é o Ray Palmer? — Laurel perguntou curiosa.

— Ele está querendo me atingir, pensei que tivesse deixado isso claro pra você ontem.

— Ah, então você lembra?

— Que ele te abordou com segundas intenções? Sim.

— O Ray Palmer, da Palmer Tech? — Alguém cala a boca da Laurel pra mim, por favor, antes que o soco que seria para Oliver vá parar direto na cara dela?

— Pois para seu conhecimento, ele nem perguntou de você. Ficou ofendidinho agora?

— Você é muito ingênua.

— E você um arrogante!

— Com licença, posso falar uma coisinha? — Laurel ergueu a mão pedindo permissão. Não que ela fosse esperar realmente minha resposta. — Um cara lindo e podre de rico te chamou pra sair e você tá perdendo tempo brigando com esse traste? Acorda pra vida, Smoak, e liga pro moreno.

— A vareta está certa — falei convicta.

— Porra, Laurel!

— E meu trabalho aqui está feito. — Ela fez uma reverência antes de pegar a bolsa e ir embora. Peguei meu telefone já em busca do último número atendido.

— Me dá esse troço aqui. — Oliver pegou o telefone das minhas mãos novamente e guardou no bolso da calça social, parecendo que ia entrar em combustão a qualquer momento.

— Você precisa de créditos emprestados, ou coisa assim, Ollie?

— Felicity. — Ele me chamou paciente, tomando fôlego, perdendo a exagerada coloração vermelha do rosto e começou a caminhar em minha direção. Oh, não! — Você só está fazendo isso pra me provocar... — Continuou com voz rouca, e senti meu quadril encostar na mesa enquanto ele ainda se aproximava e eu recuava. Ele não gosta de você, Felicity, só está fazendo isso para te ver ceder. Foco, garota, e fique firme! A Sociedade Anônima das Paixões Secretas por Oliver Queen está toda de mãos dadas torcendo para você nesse momento! — Está conseguindo. — Suas mãos foram parar espalmadas na mesa uma de cada lado da minha cintura e ele baixou o rosto para ficar quase à altura do meu, nossos narizes a pouquíssimos centímetros.

— Sabe, Oliver? — Mordi o lábio, olhando fundo nos seus indescritíveis olhos azuis. Ele riu de lado, provavelmente achando que já tinha ganho mais aquele embate. — É melhor irmos. Você tem um jantar para ir e eu tenho uma ligação para fazer. — Usei uma habilidade quase ninja para pegar meu celular do bolso dele, minha bolsa em cima da mesa, e passar por baixo de seu braço antes que eu caísse em tentação.


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Notas finais do capítulo

Isso aí, Fel, nos represente!!!
Laurel finalmente deu um conselho que prestasse, concordam? E Oliver? O filho da mãe usa seu charme mesmo, como se não houvesse amanhã, apenas para conseguir o que quer. Mas dessa vez, não, meu bem!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
E vocês, concordam com Dig? Todo o estresse foi só por causa da empresa? Hm, senhor Queen, estou vendo essas mudanças aí, hein?

Comentem, recomendem, favoritem!! Vocês me deixam muito feliz com isso e ainda ajuda outras pessoas a conhecerem essa história que tanto amo.
Ah, tenho uma novidade! Quando fui refazer o roteiro, a história acabou crescendo mais cinco capítulos!! Ouvi um "eba"?! Não? Ok. hehehehehehehehehe

Até os reviews... Bjs*