Chrno Crusade & Vampire Knight - Vampires&Demons escrita por Mirytie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sangue Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de Kaname reportar o que tinha acontecido na noite anterior, o diretor mandou chamar Rosette e Chrno, uma vez que Kaname tinha sugerido que o incidente devia ter alguma coisa a ver com os dois novos alunos.

Eles foram escoltados lá por Yuki, que saiu imediatamente por ordem do pai.

— Passou-se alguma coisa de invulgar ontem? – perguntou o diretor, imediatamente, vendo Kaname a manter uma distância razoável.

Como a ferida de Rosette já não se notava, foi Chrno a responder, antes que ela tivesse tempo de o fazer. – Não, não se passou nada de invulgar. Foi um dia normal.

Kaein olhou de lado para Kaname sem saber o que perguntar, por isso o responsável pela classe noturna deu um passo em frente, recebendo um olhar desconfiado de Chrno.

— Ouvi dizer que ainda não acabaram de preencher os vossos dados. – disse Kaname, aproximando-se mais de Rosette – Nós precisamos realmente de todos os dados dos alunos da Academia.

— Não vejo o que um aluno tenha a ver com assuntos desses. – disse Chrno, numa voz ameaçadora.

— O Kaname ajuda-nos bastante, não só com a classe noturna, mas com a Academia em geral. – interveio Kaein.

— Sim. – concordou Kaname – Se vissem, tem lá um campo para colocarem o vosso tipo de sangue…caso tenham algum acidente. É importante preencherem esse tipo de informação.

Chrno e Kaname ficaram a olhar um para o outro durante alguns segundos.

— Não faz mal. – disse Rosette, com um sorriso, surpreendendo Chrno – Se é só o tipo de sangue, a Orde…o Convento pode enviar-vos.

Kaname sorriu, porque sabia que tinha perdido. A rapariga era esperta. Mas ainda não tinha acabado.

— Eu vi as vossas fichas. – disse Kaname, vendo  Chrno olhar novamente para ele – Porque é que a deixaram tão incompleta?

Os dois fizeram silêncio.

— Eu pedi à menina Rosette para a acabar de preencher no outro dia. – informou Kaein – Mas o Chrno demonstrou-se relutante.

— Porquê? – perguntou Kaname – Será que têm alguma coisa a esconder?

— Tudo o que têm de saber está lá. – respondeu Chrno – O diretor aceitou-nos depois de ver a nossa ficha.

Kaein queria dizer que era verdade, mas só tinha visto as fichas depois de os aceitar. Tinha de demonstrar alguma liderança, agora.

— Gostava que preenchessem as vossas fichas agora. – disse Kaein – Precisas de mais alguma coisa deles, Kaname?

— Em gesto de boa fé… - Kaname olhou para Chrno e sorriu – gostava que eles tirassem sangue nas instalações.

— Que assim seja. – finalizou Kaname, sem olhar para Chrno.

— Isso…

— Isso não importa. – disse Rosette, interrompendo Chrno – Nós pudemos fazer as analises aqui, desde que tenham instalações decentes.

— Garanto-lhe que temos, menina Rosette. – Kaein abriu a gaveta e tirou de lá a ficha com os dados deles. Os dois sentaram-se e começaram a escrever. Sabia que as informações na ficha de Chrno iam ser todas mentiras. Mas não havia outra opção. Ele era um demónio, afinal. No entanto, ele focava-se em Rosette que tinha passado o campo de “Familiares” e estava concentrada na data de nascimento. Quando finalmente pôs o ano, sorriu, o que fez com que Kaname, que também estava a assistir, ficasse desconfiado – Deixou o campo dos familiares em branco.

Quando Kaein disse isso, os dois estudantes do Convento olharam para ele ao mesmo tempo.

— Como? – perguntou Rosette, a fingir que não tinha percebido.

— Bem, eu sei que é órfã, mas podia pôr o nome dos seus pais. – disse Kaein.

— Eu nunca os cheguei a conhecer. – disse Rosette – E não sei o nome deles.

— O orfanato não lhe deu a informação? – perguntou Kaein.

Rosette abanou a cabeça com os olhos fechados.

— Algum irmão ou irmã? – perguntou Kaein.

A mão dela tremeu, mas não desviou o olhar do diretor.

— O mais parecido que tenho de família é o Chrno. – disse Rosette, finalmente – Devo pôr o nome dele aqui?

O diretor abanou a cabeça. – Muito obrigado por preencherem as fichas. Podem esperar um pouco lá fora?

Chrno e Rosette levantaram-se e saíram. Depois de fecharem a porta, Kaname sentou-se e começou a ler as informações.

— O que é que se passa? – perguntou Kaein, quando viu Kaname a passar os dedos pelo ano de nascimento de Rosette.

— Quando ela estava a colocar o ano de nascimento… - Kaname olhou bem para os números - …ela parecia hesitante. Como se estivesse a fazer contas. Como nós fazemos nas nossas fichas…

— É um absurdo. – disse Kaein – Ela é uma humana normal. Não pode ter mais de dezassete anos. O que é que te preocupa realmente?

— Eu acho que já a vi em algum lado. – disse Kaname, levantando-se – Houve uma confusão em São Francisco…todos os demónios e vampiros foram recomendados a afastarem-se de lá…

— Eu lembro-me, Kaname. – disse Kaein, enquanto guardava as fichas – Mas isso foi há mais de cem anos atrás.

Kaname ficou em silêncio. Na altura, nem ele nem Kaein tinham ido a São Francisco. Kaname tinha ficado a saber por um dos seus subordinados que só havia destruição, lá. Humanos a lutar contra humanos, demónios a lutarem contra demónios…os clãs mais poderosos ordenaram para que os vampiros não interferissem no assunto, porque havia uma rapariga.

— Uma rapariga… - murmurou Kaname, enquanto se levantava ao mesmo tempo que Kaein.

Nessa altura ainda era novo. Tinha chegado uma fotografia da rapariga a sua casa para os avisar para não entrarem em contacto com ela. Mas a fotografia era de má qualidade e ele não a tinha visto diretamente.

— Vou tirar o sangue deles, agora. – disse Kaein, dirigindo-se para a porta – O teu trabalho aqui está feito. Volta para a Academia.

Kaname fez uma pequena vénia, passou por Chrno e Rosette e dirigiu-lhes um pequeno sorriso.

— Tenham uma boa noite.

Kaein indicou-lhes o caminho para a sala onde iriam tirar o sangue. Tal como Chrno tinha previsto, era revestida a aço ou titânio. Provavelmente Kaname tinha dito alguma coisa sobre o sangue de Rosette.

— Só vão usar o sangue para ver qual é o tipo. – repetiu Chrno, enquanto Kaein trocava de uma agulha normal para uma mais forte para tirar o sangue de Chrno – Não o vão usar para mais nada…

— Para mais nada. – garantiu Kaein, aproximando-se de Chrno – Posso?

Chrno esticou o braço e viu a agulha a entrar com esforço na sua pele. Tal como Kaein tinha previsto, o sangue dele era mais escuro do que o sangue dos humanos. Não muito, mas o suficiente para ele perceber.

— Importam-se que eu faça algumas analises para garantir que estão saudáveis? – perguntou Kaein, pegando noutro frasco.

Chrno ia protestar, mas Rosette parou-o.

— Não faz mal. – consentiu ela, quando Kaein acabou de tirar sangue a Chrno – Já estamos a dar trabalho a mais.

Rosette esticou o braço e ficou à espera que Kaein trocasse de agulha outra vez.

— Muito obrigado. – agradeceu Kaein, aproximando-se de Rosette.

Quando acabou, pediu desculpa por tê-los feito ficar acordados até tão tarde e deu-lhes o “boa noite”.

Na manhã seguinte, enquanto Rosette e Chrno estavam a ter aulas, Kaname encontrava-se de novo no escritório de Kaein com dois frascos de vidro reforçado com sangue nas mãos.

— Arranjou os frascos para que eu não conseguisse cheirar o sangue deles? – perguntou Kaname, mesmo já sabendo a resposta – Quer que eu finja que o sangue do rapaz é normal?

Kaein olhou para ele seriamente.

— Eu convidei-o para estudar na Academia. – disse Kaein – O Convento garantiu-me que ele estava completamente controlado e que não era muito forte.

Kaname sorriu um pouco, passando os olhos para o segundo frasco.

— O sangue dela parece normal. – comentou Kaname.

— É porque é normal. – disse Kaein – Mandei-o analisar e não há nada de extraordinário nele. Não sei porque é que a classe ficou tão perturbada.

— Então, posso abrir? – perguntou Kaname, pousando o sangue de Chrno.

— Não podes abrir. – respondeu Kaein, tirando o resultado das analises da gaveta – Tudo o que precisas de saber está aí.

Kaname inspirou fundo para tentar cheirar, mas o vidro reforçado não o permitia.

— Não estou convencido com nenhum deles e não estou descansado. – disse Kaname, pousando também o frasco com o sangue de Rosette – Enquanto a turma noturna dorme, dê os frascos a analisar ao Zero. Eu trato para que a turma noturna não sinta o cheiro do sangue deles até anoitecer.

Kaname levantou-se e saiu, deixando o diretor numa posição arriscada.

Tal como Kaname tinha pedido, Kaein deu o frasco de sangue de Rosette a Zero depois de escoltarem a turma noturna até à Academia, pedindo-lhe para fazer uma pequena pesquisa.

Zero relutantemente. Sentou-se nas escadas desertas com o frasco na mão. Não conseguia sentir o cheiro, como era de esperar. Enquanto isso, Kaname garantia que as portas, as janelas e os portões da Academia estavam bem fechados e que todos os alunos estavam completamente satisfeitos.

Yuki estava do lado de fora, por isso estava um bocado preocupado. Mas tinha de descobrir o que é que aquela rapariga tinha de especial para além de ser exorcista, antes que ela trouxesse mais problemas atrás dela.

Kaein também estava ocupado. Enquanto os alunos da classe diurna estavam a jantar na cafetaria, ele entrou com precaução no quarto vazio de Rosette. Muitas armas, pensou Kaein depois de abrir uma mala que estava escondida debaixo da cama. Fechou-o e voltou a pô-lo no mesmo sitio.

Percebia porque é que ela tinha trazido aquilo. Afinal, era uma exorcista experiente e tinha ido para um covil cheio de “monstros” que ela não conhecia.

Dirigiu-se ao armário e viu dois conjuntos de roupa que ela tinha trazido, para além do uniforme da Academia. Um era o seu uniforme de exorcista e o outro consistia numa camisa branca e numa saia longa castanha. Não seria dos gostos de uma adolescente “normal”, mas quem era ele para discutir gostos.

A próxima coisa que lhe chamou a atenção foi uma fotografia a preto e branco que ela tinha na mesa ao lado da cama. Não lhe teria dado um segundo olhar se não tivesse visto uma rapariga com um fato de exorcista, extremamente parecido com o que ela tinha no armário.

Aproximou-se, pegou na moldura e olhou com a boca aberta para a rapariga exatamente igual a Rosette que posava junto a duas outras raparigas e…a Chrno. Era normal para um demónio viver muito tempo. Mas não para uma rapariga normal. E aquela foto parecia ter vários anos. Mais anos do que Rosette parecia ter. E tinha sido tirado em São Francisco.

Kaein tirou o telemóvel do bolso e preparou-se para tirar uma fotografia, mas congelou quando sentiu a presença dela. Olhou para a porta e viu Rosette com uma pistola na mão.

— Essa fotografia é muito importante para mim. – disse Rosette, sem se mexer – Pode pousá-la?

— É a sua avó? – perguntou Kaein, tentando tirar a fotografia sem ela perceber – É uma fotografia bonita.

Rosette levantou a arma e apontou a Kaein, fazendo-o pousar a fotografia.

— Devo atirar? – perguntou Rosette – Não é contra as regras mexer nas coisas privadas dos alunos? – ela olhou em volta – Parece que fez exatamente isso.

— Está tudo bem. – disse Kaein sorrindo – O Kaname está muito preocupado. Por isso vim só dar uma espreitadela.

— Não pode mexer nessa fotografia. – disse Rosette, guardando a arma, fazendo o colar que tinha ao pescoço balançar um bocado – Nem neste relógio. São as únicas duas coisas em que ninguém pode tocar.

Kaein assentiu e saiu devagar, seguido pelo olhar de Rosette.

Zero sentiu que se estava a passar alguma coisa estranha nos dormitórios, mas não desviou o olhar do frasco com o liquido vermelho.

Um pouco entusiasmado, levou os dedos à tampa do frasco, mas este foi-lhe tirado antes de ele o conseguir abrir. Chateado, olhou para cima e viu Chrno a olhar para o frasco, como se nunca tivesse visto sangue.

— O que é que estás a fazer? – perguntou Zero, levantando-se – Isso foi-me dado pelo diretor…

— Eu vou-te dizer isto porque pareces ser diferente dos outros. – começou Chrno, guardando o frasco no bolso – Este sangue é muito perigoso. Vai matar-te, mesmo antes de teres tempo de o provar.


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Notas finais do capítulo

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