Chrno Crusade & Vampire Knight - Vampires&Demons escrita por Mirytie


Capítulo 2
Capítulo 2 - Sangue


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Chrno estava a lavar a cara na fonte quando o sol nasceu e os raios de luz preencheram a escuridão. Não sabia porque é que o fazia, já que tinha uma casa-de-banho completamente funcional no seu quarto. Talvez fosse hábito.

Rosette apareceu alguns minutos depois de ele ter limpo a cara a uma toalha que tinha trazido consigo da Ordem. A tempo de ambos verem uma coisa extremamente rara.

A classe noturna a regressar para o seu dormitório. Yuki e Zero iam a acompanhá-los (ou a escolta-los), por razões diferentes, pensou Chrno.

—O que é que achas deles? – perguntou Rosette a Chrno, sentando-se na fonte, ao lado dele.

—Não são demónios. – respondeu Chrno, olhando para o líder – São bem capazes de ser aquilo que nos disseram que eram antes de deixarmos Nova Iorque.

—Achas que são hostis? – perguntou Rosette.

—Isso cabe-te a ti decidires. – disse Chrno, olhando para Rosette com um sorriso – O que é que achas?

Rosette olhou atentamente para o grupo.

—Gostava de conviver mais com eles antes de decidir. – disse Rosette – Mas parece que tinha de ser uma “guardiã” para estar com eles. E eu estou longe de ser isso…

—Não acho que seja boa ideia conviveres com eles. – interrompeu Chrno.

—Porquê? – perguntou Rosette, mas sabia a resposta por isso suspirou – Achas que eles não são afetados pelo meu sangue?

—Mesmo que sejam, haverá sempre um ou outro que possa querer aventurar-se só para provar. – respondeu Chrno – E, tal como disse, eles não são demónios. Há poucas hipóteses que o teu sangue os afete.

—Então, porque é que não vens comigo? – perguntou Rosette.

—Eles conseguem sentir-me…o facto de eu não ser humano. – explicou Chrno – Por enquanto, seria apropriado observá-los de longe. Depois vemos qual é o próximo passo que temos de tomar e tu podes tomar a tua decisão.

Rosette suspirou outra vez e olhou para o céu.

—Achas mesmo que eles tentariam ferrar-me? – perguntou Rosette.

—Enquanto eu estiver vivo, não o faram. – disse Chrno, olhando para Rosette – Desta vez, eu vou proteger-te apropriadamente. Desta vez, eu não vou deixar que tu…

—Sim, sim! – exclamou Rosette, levantando-se de um salto – As aulas vão começar daqui a algumas horas. Temos de ir preparar-nos.

Quando o sentiu a afastar-se, Kaname parou, fazendo o grupo inteiro parar também. Virou-se para Zero e sorriu.

—Preciso de falar com o Kiryu-kun. – disse Kaname, aproximando-se de Zero – É só um minuto.

Kaname puxou Zero gentilmente para longe, até Zero se soltar com aversão. – O que é que tu queres, vampiro!?

—Já cheiraste, não já? O sangue daquela rapariga. – disse Kaname, mas Zero não respondeu – É mais sedutor do que o da Yuki, não achas? Tive de acalmar a classe noturna, hoje.

—Onde é que queres chegar? – perguntou Zero, que também tinha tido dificuldade em dormir.

—É suspeito. Um odor que se espalha a tal distância só pode ser uma armadilha. – disse Kaname, dando uma palmadinha nas costas de Zero – Até descobrir o que é, não a ferres, por favor.

—Como se eu fizesse isso! – exclamou Zero, ofendido.

—Então podes impedir que os meus colegas o façam? – pediu Kaname, começando a afastar-se – Tenho medo que algum não respeite as minhas ordens.

Enquanto a classe noturna voltava aos dormitórios e Yuki olhava para as portas a fecharem-se para garantir que nenhum aluno da classe diurna entrava, Zero levou uma mão à cara.

Afinal, quem eram aquelas pessoas?

2 semanas antes (Academia Cross)

Kaein Cross estava ao telefone com a diretora da Ordem de Magdalene em Nova Iorque a negociar a transferência de Rosette e Chrno para a Academia Cross.

—A Ordem de Magdalene é famosa por treinar os mais poderosos exorcistas do país. – disse Kaein – Está a ver porque é que continuo a perguntar-me porque é que duas crianças da Ordem querem vir para a minha Academia.

“Percebo completamente as suas dúvidas” disse a diretora “E, como prova de confiança, confesso que a rapariga, Rosette Christopher, é uma das mais bem treinadas exorcistas que temos.”

—Mais uma razão para não confiar neles. – disse Kaein.

“Mas ela não vai em missão.” Mentiu a diretora “Ela vai por causa do rapaz.”

—O rapaz?

“Para dizer a verdade, eu sei o que está a tentar fazer na sua Academia.” Disse a diretora “Eu gostaria de fazer a minha própria experiência baseada na sua.”

—O rapaz é um vampiro? – perguntou Kaein, tentando imaginar a Ordem a aceitar um vampiro dentro dos seus edifícios.

“O Chrno é um demónio.” Respondeu a diretora, chocando Kaein, que ficou de boca aberta. Aquilo ainda era mais improvável “Deve estar a pensar que a Ordem nunca aceitaria um demónio. Bem, isso é originalmente verdade. A presença do Chrno é bastante desconcertante para os outros exorcistas da Ordem, para além da Rosette. No entanto, antes de a Ordem adotar a menina Christopher, ela vivia num orfanato perto de onde o demónio estava confinado. Um dia encontraram-se e ficaram bons amigos. Quando fomos buscar a Rosette…ela recusou-se a deixá-lo para trás. Rosette Christopher é uma rapariga muito preciosa para a Ordem, por não tivemos outra opção. No entanto, se o Chrno se der bem em outros ambientes a não ser na Ordem, tenho a certeza que os outros exorcistas ficaram muito mais descansados. Posso garantir que o Chrno é um demónio bastante amigável.”

—Estou a ver. – disse Kaein, começando a confiar na diretora da Ordem – Mas, se ele é amigável, por que é que a rapariga tem de acompanhá-lo?

Houve um silêncio que deixou Kein apreensivo. Quando ouviu algumas gargalhadas da diretora, franziu as sobrancelhas.

“Como já disse, eles não vão a lado nenhum separados.”

—Muito bem. Eu aceito a Rosette e o Chrno na Academia Cross durante um semestre. – concordou Kaein – Se eles se encaixarem com os outros, podem ficar até se graduarem.

“Muito obrigada. Eu vou enviar os ficheiros deles imediatamente. Tenha um bom dia.”

Kaein desligou e ouviu o fax. Foi lá imediatamente e tirou as folhas que a diretora tinha mandado. Sentou-se outra vez, e olhou para elas com mais cuidado, reparando várias irregularidades.

Era normal que isso acontecesse com os dados do demónio. Aliás, não tinha mais nada a não ser a fotografia dele, o nome e a idade humana.

No entanto, a ficha da exorcista perturbava-o. Tal como a do demónio, tinha a foto dela, a idade, quantos anos tinha praticado para ser exorcista, com quantos anos tinha começado, algumas das missões em que tinha participado. Tinha a informação que Chrno era o seu companheiro nas missões e a sua idade.

Tinha o dia e o mês em que tinha nascido, mas não tinha o ano. O campo de familiares estava completamente vazio. O nome do orfanato onde tinha crescido também não estava lá.

Duvidava muito que a rapariga se tivesse esquecido de preencher os espaços. E, mesmo que fosse o caso, a diretora com certeza detetaria o erro e diria para que ela o completasse. Havia ali alguma coisa estranha.

Para uma exorcista tão experiente, as missões em que tinha ido pareciam insignificantes e depois de ter sido promovida, focara-se apenas numa missão que nem estava especificada.

Devia ter pedido os ficheiros antes de ter aceitado.

2 Dias Antes (Na Ordem em Nova Iorque)

Rosette e Chrno estavam em frente à secretária da diretora da Ordem com as costas direitas, enquanto ouviam quais eram os detalhes da sua próxima missão.

—Devemos matar os vampiros? – perguntou Chrno.

—Não. Não sabemos se eles são violentos. – respondeu a diretora – Tivemos uma reunião, e decidimos mandar-vos a vocês os dois por causa das vossas mentes abertas. A Rosette vai ficar responsável de decidir o que fazer com os vampiros.

—Sim, senhora. – respondeu Rosette.

—Rosette… - a diretora levantou-se devagar, com um olhar preocupado – Tens a certeza que já estás preparada para ir em missões outra vez? O psicólogo ainda tem algumas preocupações em relação…

—Ele liberou-me para ir, não foi? – perguntou Rosette, vendo a diretora a acenar com a cabeça – Se decidiram que eu sou a pessoa mais apropriada para decidir se eles morrem ou não, é o que vou fazer.

—Para bem da Academia Cross, não te ponhas em perigo, Rosette. – a diretora olhou de lado para Chrno – Toda a gente aqui sabe o que acontece quando estás em perigo.

—Eu não me vou descontrolar. – disse Chrno, um bocado ofendido.

—Se isso acontecer… - a diretora voltou a olhar para Rosette – Tens ordens para matá-lo.

—O quê!? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.

—Tu ouviste bem. Não é uma sugestão. É uma ordem. – stressou a diretora – Não levas balas sagradas para matares vampiros. Se o Chrno se descontrolar, pedes reforços e tentas matá-lo o mais depressa possível.

—O que é que está a dizer!? – perguntou Rosette – Eu não vou matar o Chrno!

—Sozinha, talvez não consigas… - a diretora levantou um dedo quando Rosette abriu a boca – Podes afirmar que ele não vai os cornos? Que ele não vai destruir a Academia Cross? Que a nossa Ordem não vai ser completamente culpada por mandar um demónio como o Chrno para uma missão tão importante?

—Posso! – exclamou Rosette, enquanto Chrno permanecia em silencia.

A diretora suspirou fundo. Às vezes detestava o facto de Rosette ser tão idolatrada pelos exorcistas das Ordens espalhadas pelo mundo inteiro.

—Ouve bem, eu não dei a informação completa de nenhum de vocês. – disse a diretora, sentando-se outra vez – Tentem não ser descobertos. Principalmente tu…Rosette.

E assim, tinham feito as malas e dirigido-se para a Academia Cross onde, com grande tristeza, Rosette desvestiu o fato de exorcista e vestiu o uniforme da Academia. Apresentaram-se ao diretor nessa mesma madrugada. Este pediu para manterem o que faziam para eles próprios e tentarem ser apenas alunos normais.

Quando Rosette ia a sair, o diretor pediu-lhe para completar a sua ficha. Ela parou, virou-se, sorriu e dirigiu-se à secretária, acompanhada por Chrno. Pegou na caneta e começou a tremer. Tinham-lhe ensinado que não devia mentir, desde que entrara na Ordem.

—Ela não tem de preencher o resto. – disse Chrno, puxando Rosette até ela estar de pé – As informações necessárias estão aí.

Kaein olhou para os dois enquanto saia.

Devia mesmo ter visto as fichas antes de os aceitar na Academia. Agora, se os mandasse para trás ficaria com mau nome.

Kaein olhou para a ficha de Rosette, vendo uma linha tremida, onde ela tinha pousado a caneta. “Familiares”.

Quem é que eles queriam esconder com tanta força de vontade?

Atualmente

—Menina Rosette.

Rosette acordou depois de o professor a ter chamado três vezes.

—Por favor, não queira seguir o exemplo dos seus colegas, tão cedo. – pediu o professor, apontando para Yuki que também dormia profundamente – Pelo menos, ela tem uma desculpa.

Rosette riu-se e pôs uma mão atrás da cabeça. – Desculpe.

—Estou bastante surpreendido por ver que o Kiryu-kun ainda está acordado. – disse o professor, voltando-se para o quadro outra vez.

Como é que ele podia dormir com o cheiro do sangue dela a espalhar-se pela sala inteira, pensou Zero um bocado irritado. Ela nem estava a sangrar!

Quando pensou em mordê-la, viu o companheiro dele a virar a cabeça para olhar para ele. Tinha intenções assassinas nos olhos, como se soubesse o que ele estava a pensar.

Quando a campainha tocou, levantaram-se todos quase ao mesmo tempo.

—Talvez me deva juntar às raparigas que fazem “kya kya” aos vampiros, por enquanto, então. – disse Rosette, levantando-se – Tu ficas longe. Não precisas de te preocupar, afinal a Yuki e o Zero estão…

Mas, quando ia acabar a frase, foi empurrada por uma das raparigas que ia em passos rápidos para em entrada do dormitório dos alunos noturnos e caiu.

—Rosette, estás bem? – perguntou Chrno, aproximando-se imediatamente para a ajudar a levantar-se.

—Peço imensa desculpa. – disse Yuki, aproximando-se – Ela está bem?

—Eu estou sempre a cair. – respondeu Rosette, sorrindo desajeitadamente.

—É melhor irmos para a enfermaria. – disse Chrno imediatamente, quando viu sangue a escorrer da ferida que ela tinha no joelho.

—Querem que vá com vocês? – perguntou Yuki.

—Não. – respondeu Rosette, endireitando-se – Só vou porque o Chrno preocupa-se demais.

—Sim. – concordou Chrno, olhando para trás. Zero já tinha desaparecido – Vamos.

Yuki ficou a olhar para os dois até saírem. Ela ia ficar mesmo bem com um demónio ao seu lado? Preocupada, virou-se e foi fazer o seu dever como guardiã. No entanto, quando chegou lá, os portões ainda não estavam fechados e as raparigas da classe diurna não paravam de se queixar.

Quando os portões se abriram, as raparigas encheram-se de entusiasmo, mas só Kaname é que apareceu e foi diretamente ter com Yuki.

—Os meus “colegas” estão um bocado agitados, por agora. – informou Kaname – Estou a tentar acalmá-los, mas acho que vamos sair um bocado mais tarde.

—Ouviram o que o Kaname-sempai disse! – exclamou Yuki, virando-se para as raparigas – Podem voltar para os dormitórios.

Desiludidas e a queixarem-se, as alunas começaram a dirigirem-se para o dormitório.

—O que é que se passa, Kaname-senpai? – perguntou Yuki.

—Não é nada com que te tenhas de preocupar. – Kaname fez uma festinha na cabeça de Yuki e voltou para o dormitório. Olhou para os colegas, todos com os olhos vermelhos e bateu com força na parede – Hoje, ninguém sai daqui!

Irritado, Kaname saiu, trancou a porta e virou-se para Zero, que estava à espera.

—Espero que me ajudes a mantê-los aqui. – disse Kaname, para Zero – Não queremos nenhumas casualidades, hoje.

Enquanto Kaname e Zero tentavam manter a turma noturna sob controlo, Rosette e Chrno estavam na enfermaria.

—É melhor deixares que eu faça isso. – disse Rosette, pegando no desinfetante que Chrno tinha ido buscar – Não quero que te magoes.

Chrno sentou-se ao lado dela, atento a todos os sons à volta deles. Os vampiros já deviam ter cheirado o sangue dela. Não podia descuidar-se.

—Esta noite, porque é que não vamos dar uma volta juntos para explorar a escola em vez de irmos para os dormitórios? – propôs Chrno.

—Estás preocupado que eles venham atrás de mim? – depois de limpar a ferida, Rosette levantou-se e sorriu – Pode ser.


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Notas finais do capítulo

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