Little Wolf Hunter escrita por Katherine
Por suas expressões nenhum deles estava relativamente confortável com aquela situação, em quanto Deaton analisava cada centímetro de meu corpo até seus olhos pousarem em meu ventre e permanecerem ali, Scott parecia confuso e certamente tentava descobrir de qual lobisomem eu estava me referindo. Estavam um tanto quanto chocados com a noticia, afinal nenhum deles esperava, e eu disse tudo de maneira tão rápida que tive certeza que demoraram algum tempo para assimilar.
— Allison – Deaton disse, com a voz falha. – Você tem certeza disso?
Assenti.
— Não sabíamos se deveríamos simplesmente ir ao médico – Lydia falou, dando um passo a frente. – Queríamos falar com você antes disso.
Scott começou a andar de um lado para o outro no canto da sala, mas nem prestava atenção na conversa. Por um momento pensei em contar toda a verdade à ele, incluindo o nome do responsável.
— Fizeram bem – respondeu. – Mas, acho que devemos falar com Melissa. Eu nunca lidei com um caso como esse antes, apesar de saber que é bastante possível – seu olhar pousou sobre o alfa que continuava a andar, perdido em seus pensamentos. – Acha que a sua mãe está em casa, Scott?
Falar com Melissa sem duvidas era melhor do que falar com Deaton, e me crucifiquei por não ter pensado nisso antes, ela era enfermeira e nos encobriria se algo desse errado, como sempre fez. Olhei para Lydia que estava ao meu lado e ela assentiu positivamente.
— Não – ele parou de andar. – Ela está no hospital.
— Ele quer saber de quem é. – Lydia sussurrou no meu ouvido, sabendo que Scott também ouviria.
— Eu sei. – respondi, também sussurrando.
— Allison... – não deixei que ele continuasse.
— Scott, você não precisa saber de quem é, tudo bem? – falei, sorrindo. – Pelo menos não por enquanto, ainda estou tentando me acostumar. Tudo no seu tempo, por favor.
Ele assentiu concordando.
— É claro, mas... – fez uma pausa. – É alguém conhecido.
— Nós precisamos ir – minha amiga disse, puxando-me pelo braço. – Depois conversamos sobre isso, Scott. Muito obrigado Deaton, de verdade.
— Podem aparecer sempre que precisarem. – o veterinário disse.
Assenti agradecendo e saindo do consultório o mais rápido que consegui, Lydia estava logo atrás de mim, e em questão de dois minutos já estávamos no carro, seguindo a caminho do hospital. Não foi preciso que ela perguntasse a mim se queria aquilo, sabia que sim. Durante todo o caminho brinquei com meus dedos afim de me acalmar, o que foi quase impossível.
— Pronta? – Lydia perguntou, desligando o carro já estacionado.
— Não exatamente – falei. – Podemos deixar isso para outra hora? Estou cansada.
Encostei minha cabeça no banco, inclinando-a para que pudesse ver a expressão da Banshee, e em seu rosto eu tinha a minha resposta, que já era de se esperar. Agradecia a ela por tudo isso depois, bem depois. Agora eu queria só dormir por uma boa e longa noite de sono.
— Não – respondeu, como eu esperava. – Estamos aqui, então vamos até o fim.
Ela saiu do carro dando a volta no mesmo, e em seguida abriu a porta do passageiro.
— Lyd...
— Vamos logo, Allison.
Suas mãos se alojaram no meu braço puxando-me para fora do automóvel, reprimi o gemido de frustração e cansaço que me atingiu. Sempre ouvi dizer que mulheres gravidas sofriam com relação ao sono, e provavelmente eu não seria diferente, mas não fazia ideia de tamanha intensidade desse sono.
Os passos largos de Lydia, a minha frente, faziam um barulhinho irritante do salto alto entrando em atrito com o piso do hospital. Não parecia ser um dia muito movimentado por ali, e agradeci por isso. Poucas pessoas esperavam na recepção, o que me fez pensar que Melissa não estaria ocupada e logo viria a nosso encontro.
— Você está bem? – Lyd perguntou, e só então que percebi ter parado no mesmo lugar.
— Estou cansada. – falei e ela suspirou.
— Tudo bem, senta ali e tente não dormir – disse. – Vou tentar encontrar Melissa.
Assenti e ela largou o meu braço, que ainda a pouco estava sendo puxado por sua mão. Fiz o que ela pediu – ordenou. – sentando-me no banco e me concentrando nas pulseiras presas em meu pulso direito, para não ser dominada pelo sono que já quase vencia a batalha contra o meu corpo.
Senti uma mão se chocar contra o meu ombro nu, em um toque delicado, fazendo com que eu abrisse os olhos lentamente, percebendo que ainda estava na recepção do hospital, mas dessa fez com Lydia e Melissa a minha frente. A mulher morena estava agachada, para que pudesse ficar próxima a minha altura, ela sorriu docemente e então soube que minha amiga já havia adiantado tudo a ela.
— Lydia me contou – disse. – Espero que não se importe.
— Não, tudo bem. – sorri, me ajeitando na cadeira desconfortável.
— Tem sentido muito sono? – perguntou.
— Bastante, não sabia que era tanto.
— E não é – ela riu, sem som. – Mas, acredito que teremos algumas diferenças em relação a sua gravidez, e a de outra adolescente normal.
— Tipo? – minha amiga questionou, quase roendo as unhas.
— Talvez mais intensidade nas coisas – disse. – Eu não sei, teremos que descobrir.
— Você pode me ajudar? – perguntei.
— Posso e vou – sorri, comprimindo os lábios. – Mas não hoje. Vá para a casa e durma, precisará disso.
Assenti ficando de pé.
— Allison – chamou, antes que eu pudesse ir embora. – Scott não tem nada a ver com isso, não é?
Sorri negando.
— Não. – ela suspirou.
— Não pense que é porque... sabe, eu só...
— Tudo bem, Melissa – falei. – Scott não é o pai.
— E quem é? – perguntou, se aproximando.
— Derek.
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