Tiger – Especial Babá Perfeita escrita por Poi Peterson


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Começo das férias escolares. Os gêmeos e o pai homicida em casa com o pobre felino à mercê deles.



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Tiger – Especial Babá Perfeita

Férias, palavra que para muitos significava felicidade, mas para outros, mais especificamente o único felino da casa, era sinônimo de torturas 24 horas por dia.

E pensar que todas as férias ele tinha a casa só para si mesmo. Somente algumas vezes por semana a ajudante da casa vinha para limpar sua caixinha de areia, trocar sua água e colocar mais comidinha para ele. Ah, a vida que ele considerava uma maravilha já era difícil, mas ele não imaginava que poderia ficar muito pior.

Quando as aulas dos seus “queridos donos” terminaram, ele jurava que teria aquele período maravilhoso de paz e sossego, mas não! Sua dona teria que trabalhar, todavia isso ele tolerava, pois ela era única protetora de sua pele peluda. O único problema, um enorme problema, é que ninguém viajou e todos ficaram em casa para infernizar a vida do pobre bichano.

Desde que as crianças, não que a mentalidade do pai tenha alguma diferença nessas horas, ficaram de férias, seus dias tornaram-se piores. Aquela bateria duracell interminável dos gêmeos, que antes era gasta na escola e na natação, agora está sendo usada por todas as partes do loft, inclusive com o pobre gatinho indefeso, o qual era o alvo principal das artimanhas infantis.

Até que noites estavam sendo agradáveis, pois Tiger aproveitava-se para aconchegar-se junto com sua dona na cama, enquanto o marido não chegava. Ah, como ele adorava o cheiro dela. Beckett ficava coçando a barriguinha e as costas dele enquanto Tiger ficava ronronando, uma maravilha. Estranhou porque diversas vezes ele não era escorraçado do local. O marido não estava indo dormir com sua dona, que absurdo! Mas o bichano tirava proveito e deixava seu cheiro de macho alpha sempre que podia.

Os dias do gatinho começavam bem cedo, quando ele já tinha que se esconder das crianças que ainda estavam acostumadas com o horário escolar. Tiger levantava-se de sua caminha confortável e seguia sua dona para a cozinha, a fim de conseguir algo mais gostoso que sua ração. Lá ele ganhava carinho e conforto, mas quando aqueles “chuckys” – sim, o brinquedo assassino – entravam no recinto, ele corria pela sua vida. Deveria permanecer o tempo todo escondido, entretanto, aqueles terroristas achavam que isso era uma brincadeira de pique-esconde, porém, para o felino, era razão de vida ou morte.

Um certo dia, enquanto estavam vendo x-men na televisão. Alexander e Johanna faziam aquelas “carícias depilatórias delicadas” em Tiger, enquanto o menino espetava o gatinho com seu boneco do Wolverine. No desenho estava explicando que o esqueleto de tal personagem era super resistente. Ah, se Tiger tivesse aquelas garras de adamantium, essas crianças e o pai delinquente iriam ver quem manda. Obviamente, na primeira oportunidade ele saiu dali.

Mas a graça toda era assistir de camarote, em seu esconderijo, claro, o pai irresponsável dos gêmeos fazendo brincadeiras pouco convencionais com eles. Se existissem chances acima de 100% de darem erradas, fato que aquelas atitudes estavam inclusas. Joelhos ralados e hematomas pelo corpo, Tiger não entendia como eles ainda estavam em pé, inclusive o “adulto” da casa, que muitas vezes era pior que as crianças.

Mas Tiger também estava se divertindo vingando-se de todos ali. Uma vez, enquanto o pai estava agachado próximo à televisão, o gato atacou-o pelas costas, mordendo os dois lados de seu bumbum. Quando o homem iria pegá-lo, Tiger saiu correndo vangloriando-se.

Quando os gêmeos viram uma animação cuja personagem chamada Felícia esmagava os coelhinhos, tentaram fazer o mesmo com Tiger, que rapidamente esperneou e arranhou as duas crianças, saindo em disparada em direção à lavanderia para esconder-se atrás da secadora, sobre um pano de chão fedido. Isso ele odiava, o que custava às pessoas esquecerem uma das fronhas de seda ali? Assim o gato poderia aconchegar-se sem sentir algum odor fétido que não saía nem com suas lambidas.

A ajudante da casa, Susie, também estava em seu inferno astral com aquelas criaturinhas soltas. Em uma tarde as crianças a enganaram, alegando que Tiger estava sentindo-se mal na lavanderia. Quando a pobre mulher foi verificar, bam! A porta fechou-se! Os “anjinhos” trancaram Susie e Tiger, que estava confortavelmente em sua caminha. Não que isso fosse incômodo algum ao bichano, pois antes trancado com uma mulher indefesa a ficar à mercê de dois pseudodelinquentes.

Tiger, que possuía habilidade nata dos felinos, achava um absurdo subir pelos cabos presos ao teto da sala, quanto mais essas crianças que não tinham um pingo de equilíbrio ou noção de perigo. Presenciou várias quedas e choros ali. De seu cantinho, o gato quase infartava de tanto rir, pois mesmo após tantos acidentes, as criaturas ainda queriam mais. Eram o quê? Masoquistas?

Após um tempo sendo torturado, as férias iriam compensar o felino. A criatura adulta que deveria ser o responsável da casa não trabalhou como deveria e ficou devendo capítulos para a editora e por isso não poderia mais tomar conta das crianças. Não que ele fizesse isso em algum momento, pois achava um milagre todos estarem vivos ao final de cada dia, mas iriam precisar de uma babá. O gato precisava ver para crer quem em sã consciência iria querer trabalhar em um lugar tão perigoso quanto um campo de concentração nazista.

A primeira vítima, ou babá, chegou ao apartamento com uma cara muito amigável. Tiger apenas observava tudo escondidinho embaixo de um móvel próximo. Se ele fosse humano, com certeza iria apreciar tudo acompanhado de pipoca e refrigerante.

As crianças estavam envergonhadas dizendo “oi” para a nova babá. Até parece, quando conhecesse realmente as pestes, iria ver o que é bom.

Mal começou o dia e a confusão já se iniciara com uma briga de brinquedos para saber qual iria mostrar antes. Tiger odiava todos aqueles bonecos, que pareciam mais ferramentas de tortura, por ele todos seriam jogados fora, mas não, a babá até que brincou com eles.

Até que essa ideia dessa nova pessoa em casa estava sendo conveniente. O bichano conseguiu tomar seu banho de lambidas matinal sem levar nenhum puxão em seu rabo, além de ficar confortavelmente entre os lençóis de sua dona aproveitando um bom soninho, sem que o marido dela visse.

Mas tudo que era bom, obviamente duraria pouco naquela casa. Gritos estarrecidos de socorro vieram da sala onde a babá estava. Furtivamente, Tiger foi por baixo dos móveis para saber o que estava acontecendo e ficou em estado de choque rindo por dentro do que os “bonitinhos da mamãe” fizeram. Amarraram a coitada da babá nos cabos pendurados pela sala, fazendo-a parecer a supergirl. Já fizeram isso com ele diversas vezes e sobreviveu como sempre, mas a mulher em questão pelo visto não era uma highlander como Tiger e não iria durar muito tempo ali.

Não deu outra, a mulher saiu correndo parecendo que viu assombração. Mas era muito amadora, como deixou os dois gêmeos terroristas vendarem-na? Nem Tiger seria tão trouxa nas mãos deles, pois sempre se defendia arranhando-os quando podia, mas se aproveitava muito das carícias também.

No dia seguinte apareceu a segunda vítima. Isso já estava ficando divertido para o gato. Posicionou-se em seu local escondido para apreciar a novidade do dia. Nesse caso, nem ele gostou da tal babá. Muito abusada para o gosto dele. Apesar de sua relação de amor e ódio com as crianças, no fundo Tiger os amava e não admitia uma relação diferenciada entre os dois, fora que viu a mulherzinha muito abusada para cima do marido.

Kate Beckett era a dona da casa e de todos ali, Tiger não iria permitir que uma qualquer andasse por ali desse jeito. Em um momento em que a babá desprezou Johanna, Tiger foi todo serelepe ficar na sala ao lado dos jogadores de vídeo game, percebendo que Sandy o olhou com uma cara de desprezo, logo aproximou-se dela se arrastando, gerando uma série de espirros dela. Touché! Ela era alérgica a gatos! Aí mesmo que ele ficou por ali só para infernizá-la.

Mas risadas mesmo o felino deu quando sua dona apareceu na casa mostrando quem manda. Colocou logo a piriguete para fora e Tiger deu uns arranhões nela para ajudar.

A terceira babá apareceu. As crianças deram um banho de inteligência na coitada. Tiger adorava esse lado de seus gêmeos, tinha orgulho do intelecto deles. Não gostou quando ela os fez chorar, somente ele, o gato imortal, é que poderia chamar as crianças de torturadoras ou outros nomes, gente de fora, jamais! Sim, as crianças poderiam ser difíceis, mas eles tinham Deus no fundo do coração, bem lá no fundo mesmo.


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Notas finais do capítulo

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