Ex Umbris ad Lucem escrita por Ariri


Capítulo 2
Como tudo começou... ou recomeçou...


Notas iniciais do capítulo

Aqui está! O primeiro capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679771/chapter/2

— Crianças, aproximem-se. - Chamei minha família sorrindo - É hora de contar uma história. A história da minha vida.

Eu estava nervosa. Se passaram tantos anos. Guerras, experiências e sofrimento. Um fardo que estaria sempre em meus ombros e que eu deveria dividir com meus filhos, já não tão crianças, e meus sobrinhos. Tentei encontrar alguém semelhante a mim e tinha apenas a Emerald, apesar dos seus olhos verdes. Minha filha de coração.

— Sei que vocês tem uma breve noção da Grande Guerra e do fato de que são filhos de heróis. Mas a guerra não acabou. E vocês precisam saber de tudo, para que possam participar. E eu sou a única que pode dar isso a vocês. Então prestem atenção e venham comigo. Aproximem-se da penseira. Isso. Estão prontos? Então vamos.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

Abri os olhos repentinamente. Toquei meu peito de leve e senti o quanto meu coração batia forte. Não era incomum, principalmente ao se tratar de um sono preenchido de pesadelos. Virei de lado e encarei a parede à minha frente, lendo mais uma vez aquela frase já tão imortalizada em minha mente: “O essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração.” A mais pura realidade da vida, afinal de contas, não importa o quanto pensemos que conhecemos certa pessoa, é como nos sentimos lá no fundo que importa e é a realidade.

Levantei e me espreguicei. Mais uma noite turbulenta se foi e está na hora de esquecer as vagas imagens que ainda estavam em minha mente. Hora de me focar no dia que está por vir. Não sei a quem agradecer por hoje ser feriado, acho que ao destino. Abri a janela e minha linda gata Violet pulou em meu colo. A safada passou mais uma noite fora de casa.

Acariciei-a e olhei o relógio. Não passava muitos das 6:00. Quando posso dormir até mais tarde não posso. Nos últimos tempos tem sido sempre assim. Na verdade sempre tive isso, o que fez minha mãe me levar várias e várias vezes ao terapeuta, quando deveria estar guardando esse dinheiro para imprevistos em nossa nova vida na Inglaterra. Viemos morar em Southampton quando eu tinha apenas cinco anos. Minha mãe queria apenas o melhor para mim após acabar com o próprio casamento catastrófico. É quando começo a me lembrar dos pesadelos.

— Já está acordada? – Escutei a voz de minha mãe ao sair do quarto com Violet.

— Já sim. Não consegui dormir mais. – coloquei minha gata no chão ao chegar à cozinha e enquanto ela seguia para a ração, eu segui para a geladeira e peguei meu leite.

— Isso já está se tornando freqüente. Talvez seja melhor irmos para um médico...

— Não. Nada de médicos. Eu estou bem. É só um período. – sentei à mesa e tentei encarar seu olhar cor de mel que revelava extrema preocupação. – Eu estou bem mãe.

— Está certo. – ela suspirou – Tenho folga hoje. O que acha de fazermos um passeio até a muralha? Já faz anos que não vamos até lá.

— Não dá. Combinei de sair com a Val e o Alê. – Minha mãe estreitou os olhos enquanto eu mordia minha quinta torrada com bastante geléia.

— Bem. Chame-os para ir conosco. Não faz mal.

— Está certo. Que horas pretende ir?

— Depois do almoço. Agora vou ao mercado. Dê o café a sua irmã quando ela acordar, sim?

— Claro. – respondi sem olhá-la enquanto começava a acariciar minha gata.

— Não mexa na gata enquanto come.

— Claro. – Ignorei enquanto tomava um gole de leite e a escutei sair bufando.

Não me leve a mal. Amo minha mãe e a respeito. Sempre fomos apenas nós duas. Quer dizer, até minha pequena irmã Estela nascer, há quatro anos e meio. Depois de uma viagem fracassada de meu pai até aqui, - dizendo o quanto estava arrependido e o quanto nos queria de volta – que afinal, não foi tão fracassada, já que minha pequena irmã foi concebida nessa viagem. Logo meu pai, que não tinha nem aprendido a ser meu pai direito, foi embora após tentar obrigar minha mãe a abortar. Isso claramente, não aconteceu. Minha mãe, resoluta e decepcionada, se voltou para a carreira de assistente social, afinal de contas, eu já sabia me virar e era bem independente aos dez anos de vida. Isabela nasceu e minha mãe, continuou seu trabalho, mas decidida a voltar a viver, mudou completamente sua vida. Saía sempre, chegava tarde, acordava cedo para trabalhar e sempre namorando. Isso foi um grande atrito quando, no meu aniversário de treze anos, em que ela foi pra balada logo após colocar Isa para dormir, eu gritei, briguei e disse que ela era a pior mãe do mundo.

Não é verdade. É apenas como eu me sentia.

Mas depois daí, a relação piorou. Eu aprendi a ignorar e apenas ser a mãe substituta de Isa e ela a achar que eram apenas os hormônios de uma pré-adolescente. Faz dois anos. Eu vivo minha vida, e nunca precisei pedir permissão para nada. Nunca fiz nada errado ou inconseqüente. Não sou desse tipo.

Levantei e fui para o sofá, peguei meu livro, Pride and Prejudice, e comecei a ler. Essa era minha vida. De férias principalmente. Ler, cuidar de Isabela, conversar com Valentine e Alexandre. Meus amigos. Sou feliz assim.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

— Alô.

— Sel!! E aí? Que horas passamos aí? – escutei a voz de minha amiga Valentine.

— Minha mãe quer ir até as muralhas. Vocês vão. – escutei o suspiro de quem vai começar a reclamar. – Por favor.

— Tudo bem. Depois do almoço?

— Sim.

— Certo. Logo passo aí.

Desliguei e olhei as horas. 11:30. Devo ter dormido um pouco. E Isabela ainda não acordou. Caminhei até o quarto dela e vi meu pequeno anjo deitada em uma posição nada confortável. Sempre Isa. Joguei-me em cima dela.

— Ahhh. Sai! Sai! Sai Nena! – Minha irmãzinha começou a me empurrar em vão, enquanto eu gargalhava em cima dela. – Como você é chata! Irmã chata! Sai, saaaaiii! – Não agüentei e a puxei para meus braços, começando a beijá-la toda.

— Bom dia Estrelinha do meu coração. – ela riu gostoso.

— Bom dia Nena Chata. – Ela agarrou meu rosto e beijou meu nariz. Algo simples, entre nós. Mas que sempre me trazia paz.

— Venha, tem que se arrumar e comer alguma coisa porque vamos sair logo.

— Tá bom.

Observei-a enquanto saltava da cama, agarrava sua boneca com cabelos cacheados feito molas como o dela e saía feliz do quarto. Não precisei segui-la. Sei que vai direto para o banheiro tomar banho. Sai também, mas para arrumar o almoço. Apesar de vivermos aqui há quase dez anos, nunca conseguimos largar o hábito do grande almoço brasileiro com feijão e arroz. Sorte que minha mãe já tinha feito, pois eu sou uma negação absoluta em tudo que se refere a cozinhar. Esquentei e vi Isa sair do banho. Ajudei a arrumá-la e coloquei sua comida na mesa. Liguei a TV para que ela pudesse assistir enquanto comia. Normal. Enquanto ela se sentava, fui tomar banho.

Meus sonhos de hoje foram estranhos. Pena que me esqueci de anotá-los. Não me lembro deles a não ser quando resolvem acontecer, o que não é raro.

— Selene! Saía logo do banheiro! Estamos atrasadas! – escutei o grito de minha mãe. Ela havia chegado.

— Sel! Sai logo! Preciso conversar com você! – Escutei a voz melodiosa de minha amiga. Terminei e saí resmungando. Nunca tenho paz. – Não reclame e venha logo para cá. – Ela me arrastou para meu quarto e trancou a porta.

Em um tom branco, de dia, ele sempre ficava iluminado demais. O que contrastava perfeitamente com as frases em azul escuro que colei nas paredes. Várias frases.

— O que você quer? - perguntei enquanto tirava a toalha e escolhia uma roupa. Um vestido talvez. É, um vestido azul básico.

— Eu acordei com uma sensação ruim hoje. – estaquei e a encarei parando de me vestir.

— Era isso de tão importante? – desviei quando ela jogou um ursinho em mim.

— Cala a boca. Eu estou com um pressentimento. Uma sensação muito ruim. Não acho que devamos ir até qualquer lugar que seja hoje. – A encarei.

— Para com isso Val. Não acontecerá nada. Está tudo bem. – Não pude deixar de me arrepiar ao ter um deja vu. Mas espera deja vu não é algo que está acontecendo?

— Certo. Mas confie em mim. Imagine se encontrarmos Carl hoje? – fiz um barulho de desgosto enquanto remexia em minha cabeceira - Pois é. Você não iria querer encontrar com seu ex namorado.

— Ele nunca foi meu namorado. – Concluí levantando e apontando para ela com meu bloquinho de anotações. Comecei a folheá-lo – Ele foi um amigo, por quem me apaixonei e achei que fosse recíproco. Mas não era. – a vi revirado os olhos.

— Blá, blá, blá. Era recíproco. Ele só quis outra coisa imprestável e dá pra ver o arrependimento no olhar dele. Enfim. De qualquer forma você não gostaria de encontrar com ele.

— Não mesmo. Mas acho difícil me encontrar com ele justamente nas muralhas. – ela assentiu e me voltei para o bloco.

—Selene! Vamos! – Ouvi a voz de minha mãe e a vi batendo na porta.

— Tá! Aqui está Val! – Ela me olhou questionadora. – “Em meio àquele local, aparentemente antigo, a única coisa que vi foi minha mãe caída e pisando em seus cabelos negros, uma pessoa, com uma longa manta preta cobrindo seu corpo, inclusive seu rosto com um capuz. Ele segurava minha irmã nos braços e claramente, a machucava. Minha mãe pálida, minha irmã chorando. O que será?”

— Ok. O que foi isso? – ela me olhou assustada e eu retribuí o mesmo olhar.

— Um sonho que tive, há exatamente um ano. Você acha que... Não...

— Não. – falamos juntas com um sorriso forçado. – Agora vamos. Alê está nos esperando. – Ela levantou e a segui. Ao chegar à sala, lembrei do caderno e larguei-o na mesa. Guardaria quando voltasse.

Saímos de carro. Eu na frente com minha mãe, Isabela e Val no banco de trás. Paramos após dez minutos para pegarmos Alex. O sorriso dele era nítido mesmo a cinco casas.

— Bom dia garotas. – Ele falou quando paramos. Deu um rápido beijo em minha bochecha e entrou atrás, logo beijando Valentina.

— Eca. – Estela gritou e nós rimos.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

— Sel! Vamos tirar foto aqui! – falou Val ao sentar-se na beirado do muro de uma das poucas muralhas europeias ainda de pé. Revirei os olhos acompanhada de Alex. Quanta foto já não tirou ali... – Vem logo e pare de rabugice. – rimos e a acompanhei.

Levantamos e resolvemos voltar. Minha mãe tinha parado para comprar um refrigerante para Isa. Mas como estava demorando, resolvemos ir até ela. Enquanto os dois pombinhos se beijavam, eu examinava o local em que ambas deveriam estar. Não estavam ali, mas segui em frente. Um arrepio não parava de me assombrar desde que chegamos e ficava cada vez mais forte. O mar agitado, o vento forte. Me fez lembrar o pressentimento de Val. Mas nada me preparou para aquilo.

Minha mãe caída, e pisando em seus cabelos, o mesmo encapuzado que vi em meus sonhos. Congelei e o mundo parou por um instante. Estela chorava e tentava soltar-se, batia e mordia fazendo com que o capuz caísse e revelasse uma mulher com um sorriso cruel. Ela me encarou. Pude ver que ela olhava diretamente para mim. E nesse instante, aumentou ainda mais o cruel sorriso. Não pensei e ao vê-la levantando um pedaço de não sei o que, reto e apontando para minha irmã, agi. Corri mas senti algo ferver dentro de mim, e em um instante ela estava no chão. Ao chegar, agarrei minha irmã em meus braços.

— Está tudo bem querida. Tudo bem. – Falei para uma Isa chorona enquanto balançava-a em meus braços. Como? O que aconteceu?

— Ora, ora. Olhe quem encontramos. Acertamos em cheio dessa vez. – Parei ao sentir algo fino em meu pescoço. – Seria tão mais fácil se simplesmente, eu a matasse agora. Sem ameaçar nossos planos. Com certeza eu seria recompensado por isso.

— Solte-a! – Escutei a voz de meu amigo e quando virei, ele estava em cima do novo encapuzado.

— O que aconteceu? – Senti o abraço de Val me esmagar e escutei sua voz. Mas eu não sentia nada.

— Crucio! – Val agora se contorcia no chão! – Não podemos matá-los seu idiota. Quer dizer, esse garoto nós poderíamos, ele dá muito trabalho.

— Não! – Gritei e me virei para a nova pessoa que surgia. Em um instante, ela tinha o mesmo destino que Valentina.

Eu não sentia mais. Meu sangue fervia, meu coração a todo vapor, eu não sentia mais meu corpo. Não ouvia mais. Sem sentir, coloquei Estela no chão ao meu lado e vi-a agarrando minhas pernas. Eu não sentia mais. Vi várias pessoas correndo enquanto vários outros encapuzados apareciam repentinamente e saiam destruindo tudo vindo em nossa direção. Vi uma marca escura no céu.

Vi-me erguendo as mãos. Vi-me dizendo palavras incompreensíveis para mim. Vi vários deles caindo contorcendo-se de dor. Vi Valentina correr, agarrar minha irmã, repentinamente cair inconsciente e ao mesmo tempo, uma luz roxa sair dela envolvendo a ela e à minha irmã como uma redoma. Vi Alexandre correr para me proteger de algo em minhas costas e seus olhos brilhar, seus braços serem marcados com estranhos desenhos e ele simplesmente começar a agir de forma inédita para mim, gritando e apontando aquela varinha para todos. Vi a polícia chegando. E vi mais encapuzados chegando e matando-os. Então vi a mim, flutuando e emanando algo, recitando algo. Eu brilhava e logo todos caíram ao chão.

Eu também caí. E tomei conta de meu corpo novamente.

— Ah meu Deus. Ah meu Deus! – gritei enquanto abraçava Alex ainda consciente.

— Calma. Está tudo bem. – ele ajoelhou-se e beijou minha testa – Estou aqui para protegê-la irmã.

Ele estava diferente mas alheio a minha surpresa, ele sorriu e tocou na redoma que envolvia minha amiga sussurrando algo. Ela se desfez. Ele me entregou uma Isabela inconsciente, a quem abracei com toda força e puxou Valentina para si. Logo, envolveu a nós todas em uma grande bolha negra enquanto novos inimigos chegavam e se dirigiam a nós. Abri a boca, mas ele foi mais rápido.

— Não se preocupe. Estamos indo embora daqui.

Eu pisquei e senti meu corpo se revirar, se contorcer, uma sensação terrível. Agarrei-me à minha irmã esperando tudo passar. Então senti uma mão no meu ombro e um calor aconchegante; Ergui a cabeça e olhei ao redor: Estávamos em um grande salão negro. Notei então várias pessoas paradas a nos encarar e que minha mãe não estava entre nós.

— Alex! Onde estamos?! Minha mãe! Onde ela está?! – Ele sorriu e colocou meu cabelo atrás da orelha.

— Ela se foi Selene. Ela não está mais entre nós irmã. Mas agora você e Isabela estão seguras. – Aquele olhar não era dele, aquela voz não era dele.

— Quem é você?! O QUE FEZ COM MEU AMIGO?! – gritei levantando-me e vi algumas pessoas desaparecerem. – O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! ONDE ESTAMOS?!

— O que diabos está acontecendo aqui?! – escutei uma voz diferente e áspera e olhei para a direção em que estava. Era um homem ruivo e muito branco em grandes túnicas vermelhas e pretas. Senti meus pés tocarem o chão. - Alex? É você Alexandre?

— Deram festa e não me chama... – Escutei outra voz, zombeteira e olhei. Aqueles olhos. Ao encará-lo, ele também se calou. Olhamo-nos e eu vi minha vida em seu olhar. Comecei a chorar e caí no chão sentindo um tremor.

— Alexandre?! É você Alexandre?! O que aconteceu, porque está assim?! - Alex virou-se para a mulher castanha que falava mas permaneceu em silêncio.

— Alex. - chamei e meu irmão virou-se para mim - O que aconteceu? Tudo que eu quero é ir para casa. Alexandre, por favor. Ajude-me. Ajude-me Alex. Onde está minha mãe? O que aconteceu?

O silêncio foi interrompido quando eu escutei passos se aproximarem de mim. Me virei - Fique longe de mim! - ele de repente desapareceu.

— Caius. – escutei a voz de meu amigo e de repente todos o encararam – Só você pode tocá-la. Confie em mim.

— Caius! Está louco?! Quer acabar como meu pai?!

Escutei mais passos. E vi uma sombra ajoelhar-se a minha frente.

— Olá. – levantei o rosto. Era aquele mesmo olhar cinzento, mas brilhante, parecido com um lago – Nossa. Você é perfeita.

— Ótimo Caius. Você com certeza vai impedi-la de destruir o ministério cantando-a.

Senti um baque no chão e me virei.

— Alex! – Ele havia caído e vi pessoas indo em direção a ele. – Não toquem nele! – Um grande fogo se alastrou ao nosso redor e aproveitei para ir até ele, mas senti algo segurar meu pulso. Virei pronta para batê-lo, mas a mesma mão me puxou e senti-me ser abraçada.

— Solte-me! – Gritei me debatendo.

— Não! – ergueu minha cabeça e vi aquele olhar. Voltei a chorar e ele segurou minha face carinhosamente – Ficará tudo bem. Vou cuidar de você. Vamos cuidar de vocês. Eu prometo. – Então voltou a me abraçar e de repente caí. Ele me segurou no colo.

— Sim! Entrem rápido! Rápido. Cuidem deles. Estão muito feridos! Leve-os para o St.Mungus – escutei uma voz feminina mandar e outros saírem correndo em direção à única família que eu tenho. Retesei-me, mas senti o abraço mais forte – Descubram de onde vieram, logo!

— Ministra Hermione! Houve um grande ataque nas muralhas de Southampton. – escutei uma voz.

— Então corram para lá...

— Ei. – Olhei para o homem que me segurava em seus braços. Ele sentou-se comigo e me aninhou em seus braços – Olhe para mim, esqueça o resto. - encarei seu olhar e de repente todo o resto desapareceu - Posso ver minha vida inteira em seus olhos cor de âmbar. Também posso ver a sua. Você vê o mesmo? - Assenti e ele deu um amplo sorriso - Ótimo. Agora olhe para mim e veja que tudo ficará bem. Veja que pode confiar em mim – Seus cabelos loiros, arrepiados para cima, seu olhar de gelo e seu sorriso torto me encantaram. – Confie em mim.

Então eu vi. Que ficaria tudo bem. Mas antes, vi muita coisa ruim. Vi também, um amor e senti um amor crescer dentro de mim, como uma rosa que brota repentinamente e floresce de forma encantadora. Uma rosa que nunca murcha. Vi dor, a minha dor, e a dor dele unidas em uma só, uma dor terrível, um cargo terrível, um destino terrível. Mas o senti, ao meu redor, e me senti protegida pela primeira vez em minha vida. Recostei minha cabeça em seu peito e fui sentindo ir embora aos poucos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curtiram? Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ex Umbris ad Lucem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.