Peter Hale  

Lydia e Malia se encontravam o dia todo fora por conta da bendita escola, e a casa estava extremamente silenciosa, o que era extremamente entediante. Derek havia voltado do centro a poucos minutos e não tinha uma expressão muito boa em seu rosto. Não conseguia segurar a vontade de tira-lo do serio. O mesmo andava por todo o loft sem ao menos saber o que estava fazendo, como se estivesse procurando solucionar um enorme problema.

— Cuidado – sorri – Você pode fazer um buraco no chão.

— Seria mais satisfatório fazer um buraco na sua cara – rebateu o Alfa.

Não fiz questão de prender a risada, fazendo-o ficar ainda mais indignado.

— Se soubesse o motivo, tenho certeza de que não riria – provocou.

— Então, solucione esse problema, sobrinho – dei de ombros – Me conte o que está acontecendo.

— Teremos uma pequena reunião aqui em casa hoje – suspirou.

— Não me diga que está nervoso porque não sabe o que vai servir de entrada, sobrinho – debochei.

— Se eu fosse você, parava de fazer piadas, Peter – grunhiu se aproximando – Tenho certeza de que Lydia é a mais afetada com toda essa história.

Engoli seco.

— Do que você está falando? – perguntei, me levantando do sofá.

— Jackson quer entrar pro bando do Scott – pigarreei – O problema é que ninguém realmente sabe quais são as intenções desse garoto.

— Não me diga que querem aceita-lo – Derek deu de ombros – Não sabem qual é a intenção dele e mesmo assim vão colocar o garoto no bando? Depois de tudo o que ele fez pra cada um de vocês? Não pode ser verdade.

— A escolha não é minha – disse – Eu nem se quer faço parte disso, mas Scott nos quer por perto.

— Scott quer você por perto – falei, pronto para sair do loft – Eu não.

— Mas aposto que a Lydia quer! – rebateu.

Fechei a porta logo atrás de mim, não me importando com o que aconteceria depois disso. Comecei a dirigir sem rumo pela estrada. Aquilo tudo não podia ser real, a raiva estava me consumindo a cada segundo mais. Com as mãos presas ao volante só me dei conta de onde estava quando o carro estava estacionado na frente da escola.

 Lydia estava lá dentro.

 Malia estava lá dentro.

Jackson também.

A porta do carro se fechou em um rompante, causando um grande barulho com o impacto. Entre tantos cheiros misturados, não era tão simples encontrar o lagarto, mas o cheiro da Banshee se sobressaia entre todos os outros. Ela estava na sala ao lado. Percebi que Malia também, quando a mesma sussurrou.

— Lydia – ouvi o sussurro da coiote – Você chamou o Peter aqui?

— O que? – indagou, ainda entre sussurros.

— Ele está aqui – houve uma pausa de tempo entre as duas – Professora, a Lydia esta passando mal, tenho que leva-la até a enfermaria.

Tentei mais uma vez sentir  o cheiro do desgraçado, mas ele não estava ali. Continuei andando antes que as garotas saíssem da sala. Percebi que Scott estava no campo, então os outros garotos também deveriam estar. No momento em que pisei nas escadas, Malia e Lydia subiram a mesma, se aproximando.

— O que você está fazendo aqui? – minha filha perguntou.

— O que você está fazendo fora da sala de aula? – perguntei.

— Péssima hora pra bancar o melhor pai do mundo – a Banshee rebateu – O que está acontecendo?

— Derek me contou do que estão planejando – falei – Colocar o lagarto pra dentro do bando? Sério? O que vocês tem na cabeça?

— Em nossa defesa, ninguém quer que ele entre – Malia deu de ombros – Mas, não podemos deixa-lo de lado, né?

— Podem – grunhi – Podem sim!

— Peter – Lydia chamou – Tudo isso vai ser conversado na reunião de hoje. O que você quer aqui?

— Vê-lo.

— Você não vai mata-lo – ela rebateu.

— Não foi o que eu disse, ruiva – dei de ombros, sorrindo.

— Foi exatamente o que você disse – rolou os olhos cruzando os braços.

— Nossa... – Malia suspirou – Vocês realmente combinam, é assustador. 

— Volta pra aula, Malia.

— Volta pra casa, Peter – Lydia retomou a dizer

— Banshee, estamos juntos. Mas isso não significa que você vai se meter na criação da minha filha.

— Criação? – arqueou as sobrancelhas – Malia, tem 17 anos.

— Não importa – voltei a olhar para a garota – Volta pra sala.

Lydia uniu minha mão com a dela, me empurrando para descer as escadas.

— Vamos pra casa!