Saint Seiya: Memórias de um Guerreiro escrita por Rafa Gui Souza


Capítulo 1
Conto 1 - O Sábio, O Teste e as Fúrias.


Notas iniciais do capítulo

O Grande Mestre pede para Ionia de Capricórnio fazer um teste, mas para isso ele deverá fazer a mesma coisa que ele fez há 15 anos quando lutaram com as Fúrias. Veja como foi essa batalha com muita adrenalina e emoções.



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CAPÍTULO I

“Sabe aquele momento em que estamos em contato imediato diante da morte? O momento em que estamos a milésimos de centésimos segundos para morrer? É neste exato momento em que toda a nossa vida passa diante de nossos olhos; O doce e inocente sabor da infância, a família, o amor, os amigos, os companheiros de batalhas, as missões, a alegria, a tristeza, a vitória, a derrota o ápice, a decadência... tudo isso em frações de segundos. E Isso me fez lembrar meus momentos simbólicos e especiais em minha vida. Esses momentos gloriosos e nostálgicos que, talvez, nunca mais voltarão.”

 

X.X.X-

 

Sala do Grande Mestre

— Hoje, a tarde, será o teste para Híade se tornar o novo cavaleiro de ouro de touro. – afirmou Kaus de Sagitário para o Grande Mestre— Quais serão as condições para ele tornar o cavaleiro?

— Hahahahahaha, só terá uma condição - disse o Grande Mestre com uma expressão irônica em seu rosto - Ele terá que se preparar para aquele homem!

— Não me diga que... - Kaus falou de uma maneira intimidada e suando frio só em pensar "nele".

— Sim, será ele mesmo! O cavaleiro que domina o conhecimento e a sabedoria, Ionia de Capricórnio.

— Mas Mestre, ele.... - disse Kaus de forma bastante assustada.

— Chame-o aqui agora. - interrompeu o argumento de Kaus de uma maneira calma e serena.

—X.X.X-

Casa de Capricórnio

"[...] e eles viveram felizes para sempre. FIM".

— Não há nada mais reconfortante e inspirador do que um final feliz. - pensou Ionia sentado em sua poltrona Preta, no silêncio quase absoluto, onde só se escutava o pajear das folhas de seus livros e a sua pena escrevendo seus pergaminhos e livros. Nem os ventos ousariam penetrar naquela casa; Ali só existia o silêncio e o conhecimento. Até que....

Tap, tap, tap........em meio ao silêncio sons de passos se aproximam do cavaleiro de capricórnio.

— Quem ousa entrar em meu recinto e distrair-me de meus afazeres? - falou Ionia de uma maneira calma.

— Eu sou Ka.......

— Eu sem bem quem és. Só quero saber por que vieste. -Ionia  interrompeu Kaus em sua apresentação.

— "Vish, nem chegou na metade do capítulo e já fui interrompido duas vezes." - pensou Kaus. - Por ordem do Grande mestre você tem que se apresentar na sala dele o mais rápido possível. Existe uma prioridade que requer maior atenção para sua missão.

O jovem Kaus explicou a situação para Ionia de uma maneira sucinta e de joelhos no chão, mostrando um imenso respeito pelo capricorniano; Ionia escutando atentamente tudo o que ele estava dizendo. Então o Cavaleiro de Sagitário deixou que o sábio dourado passasse a sua frente para ir até a sala do Grande Mestre. Kaus, por sua vez, acompanhou Ionia seguindo seus passos, até que uma coisa “grave” aconteceu; as asas de Sagitário esbarraram em uma estante fazendo os livros caírem. Ionia olhou para traz franzindo as sobrancelhas e veias expostas em sua testa apareceram.

— O que você fez seu pirralho desastrado? - gritou Ionia com “raiva”.

POW, SOCK, POW, POW...

— Ai, ai, aaaaaai!!!! - reclamou o jovem Kaus com vários galos na cabeça. - Por que fez isso? Doeu sab...

— Da próxima vez você não terá mais filhos. - afirmou Ionia com uma cara sarcástica.

Os dois riram da situação e Ionia seguiu até a sala do Grande Mestre, e Kaus foi arrumar a bagunça que fez.

—X.X.X-

Sala do Grande Mestre

— Graças a Athena, tu chegaste! - exclamou o Grande Mestre um pouco impaciente.

Ionia de Capricórnio, se apresentando. - disse ele em pé segurando seu elmo no seu braço direito.

— Não precisa dessas cerimônias, afinal você sabe meu nome. - proferiu o Grande Mestre com um sorriso inocente.

— Então me diga em detalhes qual será o teste meu Mestre, Pã de Touro. – expressou Ionia em uma expressão séria.

— Hahahahahahahahaha, há tempos não me chamam assim, mas hoje esse título será repassado para um garoto bastante promissor e cheio de potencial, Híades, o sucessor da armadura de Touro.

— Então, qual será o teste?

— Você terá que socar corpo dele apenas uma vez. Mas lembre-se, o soco tem que ser igual ao daquele dia... - se expressou de uma maneira levemente sorridente e com um tom nostálgico, mas com bastante seriedade.

CAPÍTULO II

"Há muito tempo existiu um cavaleiro que se diferenciava de todos os outros, devido ao seu imenso poder. Ele era respeitado por todos inclusive seus rivais em batalha. Nenhum amigo ou inimigo chegava aos seus pés em questão de força. Poucos já mais o tocaram, com exceção de alguns cavaleiros de ouro ou seres mitológicos. Nada superava sua sabedoria. Ele só batalhava segurando apenas o livro. Livro esse que era temido por todos, até pelos deuses. Ele foi capaz de sozinho, dominar uma cidade  inteira sem mesmo levantar seus punhos. Esse cavaleiro era, e ainda é, conhecido como Ionia de Capricórnio, o santo do conhecimento e da sabedoria. Graças ao seu poder ele e seu mestre, e velho amigo, Pã de Touro, foram capazes de evitar uma nova catástrofe. Os feitos de Ionia estão acima dos contos dos heróis, eles se equivalem aos contos divinos."

—X.X.X-

15 anos antes do teste de Híades.

A pedido da Deusa Athena. Ionia fora a uma missão em um lugar ainda desconhecido pela humanidade, onde só os seres mitológicos conheciam. O seu trabalho era eliminar as três Fúrias¹ (Elite da Deusa Nêmeses), Megera (O Rancor), Tisífone (O Castigo) e Alecto (A Implacável). Esses guerreiros abandonaram seus verdadeiros nomes e adotaram a identidade de suas próprias criaturas mitológicas.

Cada um dessas Fúrias tem uma força respeitável, pois esses três conseguiram acabar com diversos exércitos de Ares, Hades e até mesmo de Athena. Eles têm o domínio do 7º sentido, são bastante agressivos e destroem tudo por onde passam.

—X.X.X-

— Finalmente chegamos! - comentou Pã de Touro de uma forma divertida. - Mas que lugarzinho longe e chato de encontrar!

— Então é aqui mesmo?! - disse Ionia, olhando a paisagem seca como um deserto e cheio de pedras e montanhas.

— Vish, é assim que é a estrada para o Oráculo de Delfos²? Isso é uma vergon...

, CUIDADO!!! - gritou Ionia.

KBOOOOOOOOOOM!!! Alguma coisa veio dos céus descendo numa velocidade absurdamente rápida. Mas não demostrava nenhuma intenção assassina.

— IONIA, ATRÁS DE VOCÊ. - gritou também.

Cinco longos cortes vermelhos foram em direção a Ionia em uma velocidade muito rápida e feroz.

“WHOOOOOOOOOOOOOOSH!!!!” SLAAAAAAAAAASH!

IOOOONIAAAAAAAAAA!!!!— gritou desesperado pelo seu amigo.

.

.

.

DOMINATION LANGUAGE. pare! - um simples sussurro foi o suficiente para sessar o corte vermelho. Em sua mão havia se materializado um livro. Ionia se levantou e ao mesmo tempo elevou seu cosmo assim surgindo uma imagem de uma espada sagrada na capa de livro. O ar estremeceu, os cascalhos afundaram e as montanhas se romperam. - APAREÇAM SEUS COVARDESIonia ordenou em um tom baixo, mas agressivo.

— Mas que merda é essa? O que está havendo com meu corpo? - o inimigo perguntou de uma maneira agressiva e confusa.

Então, atrás das montanhas saíram, andando, de forma estranha e travada, duas das três Fúrias; Megera e Alecto. Eles, então, elevaram o cosmo, vendo a “situação” que estavam, e conseguiram sair do feitiço com certa facilidade, mas ainda não entenderam o que havia acontecido. Suas aparências eram obscuras. as vestimentas eram correntes negras, da cor das trevas, envolvendo parcialmente o corpo, não vestiam roupa por baixo, mas sim faixas velhas e surradas meladas com lama e sangue velho. Megera em seu peito tinha um colar feito com dentes humanos e Alecto tinha, pregado, em seu cinturão, dedos humanos em estado de decomposição.

— Hiahiahiahiahia, então mandaram uma vaquinha e uma cabrinha lutarem contra nós?! Acho que a vadia da Athena deve estar ficando louca! Hiahiahiahiahia. -  Megera debochou dos cavaleiros e da deusa.

Megera, tenha respeito pelos seus adversários. - disse Alecto em um tom calmo e baixo. - Não devemos subestimar ninguém, afinal ele parou seu CORTE SANGRIA.

—Hiahiahiahiahia, pare de falar merda, todo mundo sabe que esses cavaleir......

POOOOOOOOOOOOOOOOOOOW!!!!!!

Megera foi arremessado com um soco colossal e extremamente rápido. Seus olhos foram esmagados, seu maxilar se rompeu e soltou de seu rosto e as correntes que protegiam seu rosto se quebraram e sua cabeça girou 360º. Essa força fez com que ele abrisse uma cratera no solo de uma profundidade insana, e consequentemente quebrou 97% de seus ossos, assim perdendo seus 6 sentidos. As fraturas expostas fez com que seu sangue tingisse o solo de um vermelho intenso.

NUNCA MAIS OUSE USAR O NOME DE ATHENA DESSE JEITO, SEU IMBECIL DE MERDA— exclamou Ionia com um rosto enraivado; seus olhos estavam vidrados, suas sobrancelhas franziram assim formando veias expostas em sua testa; os seus dentes ficaram expostos de uma maneira intimidadora, e chegaram até sangrar de tanta força que fez. A força desse ataque foi tão absurda que criou um vácuo no espaço e destruindo tudo em sua volta. O soco foi tão forte que chegou a quebrar os punhos de sua armadura de ouro.

— "Esse é o verdadeiro Capricórnio." - pensou de uma maneira séria. Ele tremeu e suou frio quando viu uma parcela do poder de seu amigo. Seu coração chegou a parar de bater por alguns segundos devido ao colossal impacto. Pela primeira vez sentiu, simultaneamente, medo da vida e da morte. - "Um bode feroz e valente que não tem medo de nada, ataca sem hesitar o inimigo tanto na terra como no mar, essa é a essência de Capricórnio".

— Eu falei para não subestimar seus adversários. - falou Alecto de forma serena. - Mas vi que sua morte não foi em vão.

— “O que é iss.....?” – pensou Ionia

Whooooooooosh!Whoosh!Whoosh!Whoosh!

Ao atacar Megera, Ionia sofreu vários cortes dentro de sua armadura devido ao contra ataque muito rápido de seu oponente. Mas mesmo cortado, Ionia não caiu no chão, todavia sentiu uma sensação estranha em seu corpo. Uma paralisia e dor agonizante, a cada segundo que se passava, ficava mais intensa e dolorosa.

— AAAARGH!!! Que dor horrenda é essa? – disse Ionia agonizando de dor.

CORTE MACABRO! - exclamou Alecto. - Essa foi a habilidade que ele usou em você. Ela corta diretamente a carne e os nervos do adversário, assim também injetando uma maldição semelhante a um veneno, onde você morrerá sangrando pelos seus poros e orifícios. Os cortes não foram tão profundos porque não deu para ele usar toda sua força, mas você morrerá em breve. Lembrar-me-ei de você com louvor por ter derrotado um de nós com certa facilidade.

Ionia, sentiu-se mais aliviado depois que Alecto explicou a habilidade de Megera para ele; então o sábio dourado olhou para o inimigo com um sorriso em seu rosto e disse:

— Madição é?! Já que é assim...- Ionia elevou seu cosmo, mesmo perdendo muito sangue, e exclamou: - DOMINATION LANGUAGE. Ó grande Grimório da Dominação, ordeno que retire essa maldição de mim. - Depois dessa ordem o livro brilhou de uma maneira intensa que ofuscou todos por um breve momento; os ferimentos de Ionia cessaram e a maldição foi quebrada. - As minhas palavras são mais afiadas e letais do que a lâmina mais afiada existente em todos os universos.

— M-Mas.... como é possível...?! - expressou Alecto que estava confuso e surpreso.

— Sou imune a quase todas as maldições, feitiços e magias... - comentou Ionia—  ...isso por causa do livro, ou melhor, do Grimório da Dominação em que possuo. Esse poder eu adquiri de minhas próprias pesquisas durante minhas jornadas, e também consegui selar cosmos divinos aqui dentro, tornando-o um livro dos deuses. Existem poderes nesse livro que estão além da compreensão humana e isso me inclui também.

Interrompendo o diálogo dos dois, tomou a frente estalando seus dedos e pescoço falando:

— Vamos deixar de enrolar, que eu quero descer a porrada.  Hoje irei fazer uma Fúria lamber o chão! Cai dentro "Furiazinha"!

—Humhumhumhum. Interessante! Hoje terá churrasquinho de vaca. –Alecto o esnobou.

— Ei, bode letrado! - falou com Ionia fazendo um gesto de "legal". - Vai atrás da outro cara, antes que ele mate o Oráculo de Delfos e arrebenta a cara dele. Já já estarei aparecendo por lá. E deixa esse cara aqui comigo, porque ele já é minha presa.

Os dois se olharam firmes nos olhos, expressando uma confiança mútua e se cumprimentram com um balançar firme de cabeça significando “conto com você”; então Ionia seguiu o caminho para o Oráculo de Delfos enquanto deixava seu amigo cumprindo seu dever como Cavaleiro de Athena.

Em certo momento depois da partida de Ionia, a temperatura do ar começou a aumentar de uma forma anormal. O solo e as montanhas já estavam ficando em um estado de magma. O corpo de estava completamente vermelho e supreendentemente quente. Enquanto o taurino se preparava para lutar. Alecto também fez seus preparativos; arrancou as correntes de seu corpo e comeu os dedos humanos podres que estavam presos em seu cinturão. Rapidamente suas correntes se transformaram em uma "armadura", então a mesma se soltou e começou a aderir no corpo de Alecto.

As vestimentas das Fúrias são seladas e chamam-se de Joias. A sua Joia tinha uma cor azul celeste, cobria seu corpo por inteiro e tinha detalhes pontiagudos com ombreiras em forma de asas de pássaro, seu "elmo" lembrava uma coroa de espinhos de diamante.

— Realmente a coisa começou a esquentar. - disse Alecto fazendo um trocadilho.

— Você é um lixo até em fazer "piadas".

CAPÍTULO III

“O touro é um animal brutal, muito impaciente e bastante irritado que o leva a ficar de cabeça quente. Característica essa que tomou como uma habilidade, o Aquecimento Raivoso. Ele consegue esquentar seu corpo a temperaturas de supernovas e assim o ambiente fica quente e inapropriado para qualquer tipo de vida. Essa é a raiva infernal do touro dourado.”

O Cavaleiro de Touro levantou suas mãos para o alto e criou uma energia de calor rodeada por ciclones; então ele comprimiu a esfera e a arremessou.

— Aqui vou eu! CICLONE INFERNAL! - exclamou — Da palma de sua mão saiu uma esfera vermelha rodeadas de anéis laranja.

O ciclone infernal foi em direção a Alecto em uma velocidade feroz, mas ele não saiu de seu lugar. A Fúria estendeu sua mão, de uma forma leve e paciente, para frente na tentativa de parar o ciclone. KBOOOOOOOOOOM!  

O impacto levantou uma nuvem de fumaças e cinzas vulcânicas. O solo já tinha virado um puro magma.  estava observando essa nuvem, com um olhar atencioso e um sorriso em seu rosto, mas já estava ciente de que seu ataque não causaria muito dano. Quando a nuvem começou a desaparecer nada tinha acontecido com Alecto; não moveu nem um fio de seu cabelo. ficou sério e sentiu que ele é realmente um adversário a difícil e complicado de se combater.

— Já terminou? – perguntou Alecto de uma forma séria.

— Como você consegue sobreviver nesse ambiente? Qual é o seu truque?

— Em volta de minha Joia tem uma proteção que anula qualquer habilidade provida do cosmo. Mas ainda assim eu “sinto” o calor desse inferno que você criou. Não é a toa que é o Cavaleiro de Ouro mais forte!

Alecto se preparou para o ataque abrindo seus braços deixando seu corpo em forma de Cruz. Uma energia escura se acumulou em seu corpo então ele a atirou em forma de um feixe de luz negra.

RAIO ECLÍPSE!— exclamou Alecto.

de Touro não conseguiu desviar por completo desse ataque e percebeu que seu braço não se movia mais. Na verdade ele observou que todo o trajeto que o Raio Eclipse tocou, o tempo havia parado. Naquele espaço o Magma parou de ferver, as cinzas pararam no ar e a fumaça vulcânica também, tudo naquele trajeto parou.

A circulação sanguínea do corpo de entrou em colapso, já que não circulava por completo. Seu coração ficou descontrolado, seus sentidos já estavam começando a desestabilizar, provocando assim um processo de sinergia.

— Minha habilidade não se resume só em parar o tempo, nela também existem toxinas capazes de fazer com que meu oponente tenha alucinações. - explicou a Fúria de uma forma séria.

Alecto avançou para matar seu oponente. observou o movimento do inimigo vindo em sua direção e tentou se esquivar, mas o tempo de seu braço parou naquele lugar, então ele não pôde sair do local. Alecto se preparou para dar o golpe final com seu punho.

WHOOOOOOSH!!!!

CRACK!!

A Fúria passou direto pelo Touro; ele ficou bastante impressionado com que acabara de acontecer, já que esse ataque seria fatal. Quando ele olhou para o lado viu que Pã havia quebrado seu braço para se esquivar do ataque mortal de Alecto. O dourado, havia se esquivado saltando para cima já preparando seu contra ataque, levantando sua perna e preparando um golpe destrutivo. Alecto tentou reagir mas não foi rápido o bastante. Foi quando:

PISÃO ALDEBARAN.— gritou com um sorriso estampado na cara – Lamba meus pés meu servo de merda!

— ISSO É INÚTIL! - Alecto gritou com um sorriso desesperado. – Eu desfaço qualquer habilidade que use o cosmo como princípio destrutivo, ou já se esqueceu disso?

— E quem disse que isso é o meu cosmo? – retrucou Pã. – Acabei de inventar esse meu golpe de pura força bruta. “Isso nem estava no roteiro, idiota!”

— O q-quê........AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH.

KPOOOOOOOOOOOOOOW!!!!!!!!!

Quando Alecto voltou a si, ele observou que sua Joia estava em pedaços, mas quando tentou escapar.....

— Aonde pensa que vai? – falou o Taurino com um olhar e voz psicótica que estava segurando o pescoço da Fúria.

 Alecto ainda conseguiu emitir seu Raio Eclipse, assim paralisando o touro de ouro, mas ele não conseguiu sair já que o tempo da mão em segurava seu pescoço estava parado. Alecto olhou para Pã e disse:

— Está tudo acabado! Você nem consegue mais se mover. A única coisa que lhe resta é que minha mão atravesse seu coração.

— Não fode comigo! – retrucou Pã de Touro. – O que lhe protegia dos poderes dos outros era a sua Joia, e ela está completamente destruída.

O ar começou a esfriar em uma temperatura próxima ao zero absoluto, o Magma congelou, o solo passou a ser uma placa de gelo e neve começou a cair, a pele de ficou pálida. O corpo de Alecto paralisou devido ao choque térmico.

— O q-que diabos f-foi isso? – sussurrou Alecto, que estava tremendo de frio e medo.

— Já que você está para morrer vou lhe explicar. – disse Pã. – O touro quando se irrita eleva a temperatura de seu corpo deixando ele de cabeça quente. Mas quando alguém se depara na frente de um touro tem a sensação do frio da morte correndo em seu corpo. Foi através desses conceitos que adquiri minhas habilidades Aquecimento Raivoso e a Morte Gélida. Meu corpo consegue suportar altas e baixas temperaturas sem nenhum efeito colateral. Mas não posso usa-las em qualquer lugar se não eu poderia matar pessoas próximas a mim, inclusive os cavaleiros de ouro.

Pouco antes de terminar sua explicação, Alecto já havia virado um pedaço de gelo que foi quebrado e dissolvido pela nevasca. Embora a batalha tivesse acabado, houve um problema, ainda estava com seu corpo paralisado, ou seja, a maldição ainda continuava. A única maneira de sair é esperar pela volta do sábio cavaleiro de capricórnio.

— Ionia, meu amigo. Desculpe-me por não cumprir minha promessa. Por favor, salve o Oráculo de Delfos. — sussurrou o cavaleiro de Touro que veio a desmaiar.

CAPÍTULO IV

 

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração."                                                      (Hebreus 4:12)

 

Depois que Ionia se “despediu” de , finalmente ele chegou na entrada da Floresta de Delfos. Nem parecia que há poucos minutos um deserto severo e Sol escaldante estavam a alguns metros atrás. Na floresta existem todos os tipos de plantas, de todos os tamanhos e todas as cores, seu cheiro era doce como aroma de flores e refrescante como eucalipto. Os animais mais lindos, fofos e carismáticos vivem errantes em sua vasta casa. Sua terra era levemente molhada, cheia de pétalas e folhas espalhadas pelo solo. O céu é coberto das mais belas nuvens. A brisa dançava em meio aos bosques soando uma canção agradável. Ali realmente era um lugar digno de ser visitado por deuses. No interior dessa floresta existe um jardim onde vive a Oráculo. Alguns dizem que esse jardim é um pequeno terreno dos Campos Elísios.

— Que lugar belo – elogiou Ionia de uma forma emocionada. – Nem parece que estava em uma batalha há pouco tempo.

Ionia começou a caminhar para dentro da floresta para proteger o Oráculo da última Fúria, Tisífone. Durante sua caminhada ele olha para o seu corpo e percebe que não existia nenhum corte em sua pele.

— “Então no momento em que parti, usou seu calor para cauterizar meus ferimentos?” – pensou Ionia. – Não, isso foi devido às essências curativas da floresta! Seria essa uma ajuda dos deuses?! – O dourado não tinha a mínima vontade de batalhar, ficar preocupado, nem impaciente e muito menos irritado. Ele percebeu que ali só a paz prevalecia, até que...

—Bonito não é? – alguém, ao lado de Ionia, comentou sobre o jardim.

— Então você não foi assassinar o Oráculo devido ao poder influente dessa floresta não é, Tisífone?

Ambos estavam lado a lado, porém não estavam se encarando, mas sim observando a paisagem. Nem dava a perceber que dois rivais estavam próximos de maneira pacata. Tisífone tem uma aparência pura e angelical, e, embora seja uma fúria, transmite uma presença de conforto e paz.

— Eu sou diferente de Megera e Alecto. Meu verdadeiro nome é Citéron. Citéron de Tisífone. Não podemos nos esquecer de que antes de nos tornarmos Fúrias da Deusa Nêmeses, nós fomos e ainda somos humanos. Não se pode esquecer seu passado e de quem realmente você é. Dominar o cosmo não nos torna imortais e/ou onipotentes. Nossa missão é erradicar a Oráculo, já que ela trará desgraça aos Deuses. Usam esse ser “divino?” para planejar conquistas futuras e não construir uma paz universal. O maior perigo de saber o futuro pelo oráculo é que nunca podemos fugir dele, nem mesmo os deuses.

— Mas o Oráculo pode prevenir catástrofes e desastres entre os humanos e deuses.

— Você acha isso?!

 Por um breve momento Citéron parou de falar sobre o oráculo e percebeu algo..

— ”Então eles morreram! Agora eu sou a última Fúria.” – pensou Citéron calmamente..

— “Hã?! O cosmo de Alecto desapareceu, mas o de meu mestre ainda perece, mesmo que fraco”. – murmurou Ionia expressando uma face de preocupação e alívio.

A Fúria olhou para o Cavaleiro e perguntou de forma calma, pacata e serena:

Ionia, você me acha mal? Qual o significado de “bem e mal” para você? Quem é inimigo e quem é o mocinho? Por que a guerra é usada e manipulada para formar a paz? Por que Athena é a justiça se a deusa responsável por tal responsabilidade é Nêmeses? Por que continua vivendo assim, mesmo sabendo que não existe um final feliz?

Ionia parou e ficou bastante pensativo refletindo sobre cada pergunta e cada palavra. Mas só uma pergunta ganhou destaque e mérito para ser respondida.

— Depois daquele dia, e depois de tudo aquilo que aconteceu comigo, conheci Athena. E nela vi todos em sua volta ficarem agradecidos, confortáveis e felizes. Minha deusa é e sempre será o final feliz para tudo, seja ele mortal ou divino. Mas ela também será o prólogo de um mundo melhor. Athena fará desse mundo o novo Elíseos sem precisar destruir e matar ninguém.

Citéron sorriu para Ionia com lágrimas em seus olhos e disse de uma maneira baixa e calma, quase sussurrando:

— Sábias palavras, Cavaleiro de ouro. Ionia, meu fim está próximo, ele conseguiu enganar, usar e matar minha única devoção, tirou tudo de mim, tudo que eu mais tinha de precioso, a minha deusa. Fomos marionetes dele o tempo todo. Eu não saí ileso, mas consegui fugir deles. O oráculo irá ficar bem, ele não têm intensão de mata-la. Mas antes eu queria ver se por traz dessa sua esperança e força existe algum medo. Afinal são eles são nossas fraquezas e força ao mesmo tempo. Quero ver se você é capaz de superar a si mesmo e testar seu orgulho como um homem.

— Como assim “ele”? Quem é esse “ele”? Responda-me Citéron.

Então Citéron fez um movimento de auto-abraço; uma aura branca o envolveu; o ar ficou na temperatura de um calor materno; e ele proferiu, de forma graciosa, as palavras:

SONHOS DE PESADELO.

—X.X.X-

GRRRRRRRRRRRR!!!!!

Ionia começou a escutar um grunhido de alguma coisa grande que estava vindo em sua direção. Ele se preparou para a defensiva e observou atentamente a floresta. As a´rvores começaram a se afastar; então apareceu uma esfinge gigante em sua frente.

— V-você aqui?! – disse Ionia apavorado de medo. – Agora você quer me levar também? Voltou só para isso?

A esfinge partiu ferozmente para matar Ionia. Ela expos suas garras para rasgar a armadura e o corpo do cavaleiro.

DOMINATION LANGUAGE. CORTE SUA PATA!

O monstro usou as garras de sua pata para amputar a outra. Mas ao mesmo tempo a cauda em forma de serpente da esfinge investiu, sem que Ionia percebesse, contra ele. O dourado foi arremessado longe. Mas logo em seguida o monstro investiu com seu corpo no cavaleiro, que veio a cuspir sangue de tão forte que foi o impacto; até abriu um cratera no solo.

Ionia conseguiu defender da investida de corpo da Esfinge; mesmo estando machucado, o cavaleiro segurou a pata da esfinge e arremessou no chão. No meio desse curto trajeto, ela lançou uma massa de energia pela boca, fazendo com que o dourado afundasse metros abaixo do solo.

O Cavaleiro de Capricórnio levantou todo ensanguentado e sua armadura estava quebrada e com várias rachaduras. Portanto quando ele olha para frente, a esfinge  já estava a avançar em sua direção mais uma vez. Ionia elevou o cosmo ao máximo; o livro levitou em sua frente e ele Ordenou ao Grimório da Dominação:

MODO BERSERKER!

O ar estremeceu; a gravidade ali aumentou umas quatro vezes; todos os seres vivos da floresta começaram a fugir dali; o corpo de Ionia ficou duas vezes maior e mais musculoso; sua pele ficou negra da cor do manto de Hades; seus olhos ficaram vermelhos que nem o sangue da ponta da lança do deus Ares, seus cabelos ficaram brancos e arrepiados semelhantes ao brilho dos trovões de Zeus. Essa foi a habilidade que ele estudou, aprendeu, desenvolveu, dominou e aprimorou quando visitou terra gélida de Asgard.

Por que justo você tinha que aparecer em minha frente?

A esfinge avançou em direção ao cavaleiro atacando com a cauda. Mas, quando menos se espera, o Sábio guerreiro, já estava na frente do monstro, que não teve uma reação tão rápida para esquivar do ataque do dourado. Ionia chutou a criatura, entretanto só pegou de raspão, mas foi o suficiente para esmagar a cauda e abrir uma fenda gigantesca na terra. O lado oeste e noroeste da Floresta de Delfos foram reduzidos a nada.

A criatura mitológica tentou fugir, mas Ionia abriu a palma da sua mão e puxou com força em direção seu ombro, fazendo assim, por pressão, um deslocamento do ar que foi capaz de puxar a esfinge até ele.

Quando a esfinge estava na frente do cavaleiro ele a socou mandando-a para o alto, criando assim um vácuo que a levou até os céus. A força foi tão insana que a floresta de Delfos e o deserto se elevaram até os céus; foi como se meteoros saíssem da terra. Tudo ao redor de Ionia foi reduzido a pó. Aquele foi um soco capaz de estremecer, distorcer ou até mesmo romper dimensões.

Cansado, o cavaleiro suspirou e foi voltando ao normal e, quando voltou a si, ele viu ainda estava na Floresta de Delfos. Até que percebeu que tudo não se passou de uma poderosa ilusão criada por Citéron de Tisífone. Ionia olhou para ele com um olhar curioso, mas satisfeito.

— Entendeu por que eu represento o castigo? - falou Citéron com um tom quase inaudível. – Eu ponho as pessoas para lutarem com seus próprios medos, a maioria delas acaba morrendo e as que vivem acabam com sequelas físicas e mentais. Não sei o que essa coisa causou em você para temê-la tanto, mas o mais importante é que você se superou. Desculpe-me se fiz mal a você ou ao mundo, mas, por favor, não deixe que aqueles dois o façam despertar. Ionia tenha mais controle de sua força, o que aconteceu em sua batalha contra a esfinge é a sua verdadeira força, ainda bem que você usou ela em uma ilusão, se a luta fosse real, aquilo tudo aquilo que fez teria acontecido de verdade.

Ionia estava muito abatido devido ao ataque que recebeu Sonhos de Pesadelo. Sua vista estava péssima, assim como todos os sentidos; a armadura estava muito rachada e quebrada em vários lugares.

— Em nome dos deuses, me diga quem irá despertar! E quem mais está aqui em Delfos? Responda-me Citéron!

Citéron estava muito debilitado. Naquele momento o único sentido que lhe restava era o paladar. Então assim ele sussurrou:

— Obrigado por me fazer acreditar que Athena poderá ser a esperança para um mundo mais justo e melhor. Nós conversamos por pouco tempo, mas acho que....... p-posso lhe ch-chamar de.....amigo. – murmurou quase morrendo.

Citéron....

— S-será que agora terei m-meu final feliz? – essas foram suas últimas palavras antes de vir a morrer.

Athena, perdoe os pecados desse nobre rapaz e faça dele uma pessoa eterna e memorável. – falou Ionia chorando diante do corpo de Citéron, aquele que reconheceu como o homem que procurava por um mundo melhor e mais belo. - Por favor, guie meu amigo até os Campos Elíseos.

Depois que Ionia se “despediu” de Citéron, ele rasgou um página de seu grimório da dominação; falou na frente da folha rasgada: quebrar maldição; amassou a folha e a lançou em direção a seu mestre e amigo Pã de Touro. Logo em seguida ele adentrou para o Jardim de delfos.

Quando o sábio guerreiro estava perto do jardim. Ele avistou duas pessoas com “armaduras” semelhantes, ambas eram aladas, mas uma das asas era menor. Um deles possuía cabelos verdes e tinha luvas estranhas, o outro tinha cabelos metade azul e metade vermelha, e estava segurando algumas “argolas”.

— Ora, ora, ora! Olha quem chegou?! – disse o que segurava as “argolas”. – Pena que está atrasado!

— Olha, ele é um daqueles “Cavaleiros de Athena” – debochou o portador das luvas estranhas. – Achou que irei quebrar e colecionar mais uma armadura para mim.

— Não temos tempo a perder Miller, o Sr. Saturno espera o seu despertar.

— Entendido Europa! O Oráculo já disse tudo mesmo. Pena que irá demorar

— Para nós, servos de Saturno, o tempo é o que menos nos preocupa. – Europa virou-se para Ionia e disse: - Até nunquinha, cavaleiro de Athena – Então os dois se teleportaram.

Ionia não entendeu muito bem o que tinha acabado de acontecer já que estava muito esgotado. Ele nem mesmo sabia se aqueles dois eram reais ou sequelas do sonhos de pesadelos. Mesmo estando em estado crítico Ionia continuou andando em direção ao oráculo.

— Olá belo guerreiro!  - tentou o Oráculo. Ela era linda como a deusa Afrodite. Possuía cabelos longos de cor castanhos claros; olhos negros; lábios carnudos e tentadores; nariz afilado; estava despida, tinha seios fartos e mamilos durinhos; um corpo esguio e nenhum pelo pubiano; possuía apetrechos enganchados em seus mamilos, umbigos e em sua vagina delicada e rosada. – Não precisas me proteger mais.

— S-será que é o Oráculo?

—Sim, sou toda sua. – Ela estava massageando seu corpo e sua parte intima. – Já que tentaste me salvar, irei te dizer teu futuro.

As massagens se intensificaram, seus cabelos, olhos e apetrechos começaram a brilhar, uma energia prateada emergiu ocupando todo o jardim; O Oráculo veio a ter um orgasmo divino que a fez proferir tais palavras:

“Aquela que tanto idolatras será a tua queda. Duas asas reluzentes irá trazer teu fim, mas ficarás satisfeito por estar envolto pela luz que tanto amas, e se entregarás a ela de braços abertos.”

Ionia mal conseguia entender o que ela proferia. Seu corpo ficou pesado e começou a cair. Antes de chegar ao chão ele foi segurado por Pã de Touro, que chegou ali depois que o selo foi rompido devido ao arremesso da folha do Grimório que o Ionia lançou.

— E ai amigo? Estou aqui, assim como prometi. – disse Pã com um sorriso estampado na cara. – Você está detonado. Acho que o bagulho foi muito louco.

— Graças a Athena, tudo deu certo. – Ionia dormiu depois que mencionou essas palavras.

 

CAPÍTULO V

“A língua pode ferir muito mais do que a espada, por isto temos de pensar e repensar naquilo que vamos dizer, pois ao exemplo da flecha, uma vez proferida determinada palavra, não há como haver retorno.”

(Ditado nórdico)

Dia do Teste de Híades para obter a Armadura de Ouro de Touro.

— Me recuso a fazer isso Mestre Pã— disse Ionia. – Eu poderia destruir o santuário inteiro.

— Nem pensei nessa possibilidade.

— Você é um péssimo Grande Mestre. – comentou Ionia com um sorriso irônico.

— Eu não queria esse posto, mas foi o que aquela Oráculo tarada me “ordenou”. – resmungou Pã. - Então o que sugere?

— Quero testar algo a mais que a determinação dele como cavaleiro de touro.

— Quero ver. Ei, mais tarde apareço por lá!

Ionia se despediu do Grande Mestre e seguiu em direção a casa de seu respectivo signo para trajar sua armadura. Então ele desceu até a casa de seu pupilo, Kaus de Sagitário, para convida-lo a assistir a cerimônia e o teste.

— Pare de ficar conversando com sua armadura. Se for para conversar, que faça isso com uma mulher.

— M-mestre Ionia! – falou Kaus de forma cabisbaixo.

— Que cara é essa? Já fez coisa errada de novo garoto?

— Não é isso. É que Sagitário é uma armadura muito solitária e triste. Portanto como eu consigo conversar com armaduras, ela fica bem com contente e feliz por estar aqui escutando minhas histórias. Ah!, Espera um momento que irei me vestir!

Ionia saiu da casa de Sagitário, olhou para o céu pensando e refletindo no que acabou de ouvir de seu pupilo. E veio a mente seu falecido amigo, Citéron de Tisífone. Por impulso ionia murmurou:

— “...ela fica contente e feliz...”, estou muito orgulhoso de você, Kaus de Sagitário.

No Coliseu.

POOOOOOOOOOOW! POOOW!

AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEW!

CLAAAAAASH! KBOOOOOOOOOOOOO!

WOOOOOOOOOOOOOOOOW!

VAI, MANDA PRA FORA.

WOOOOOOSH! KBOOOOOOOOOM

Todos vibraram com as batalhas que estavam acontecendo. O povo leva os acontecimentos do coliseu muito a sério. Ali é usado para vários fins: treino, escola, teatro, eventos e por fim, teste para se tornar um cavaleiro de Athena. Que, por coincidência, acontecera neste mesmo dia.

— CALEM A BOCA! – gritou o Grande Mestre para as pessoas presentes no coliseu. - “O furo no roteiro foi tão grande que cheguei aqui antes de Ionia. Aposto que os leitores nem perceberam isso. hehehehe” – pensou consigo mesmo.

— Shhhhhhhhhhhhhhhhiu, o Grande Mestre mandou a gente fazer silêncio.

— Hoje será um dia que não acontece frequentemente aqui. Será um dia ímpar onde vocês irão assistir um teste aonde um guerreiro irá se tornar uma das 12 elites do exército da deusa Athena, um Cavaleiro de Ouro. E será o meu sucessor, o Touro dourado. O candidato será Híades. Isso por que ele demostrou nobreza ao proteger um orfanato de uma avalanche de pedras. Isso fez com que mesmo despertasse seu cosmo de forma benevolente. Mesmo se machucando gravemente, ele manteve um sorriso mostrando esperança para as pessoas que salvou. Isso fez honras ao seu mérito para ele estar aqui. Então por favor recebam-no com gratidão.

Então todos aplaudiram a entrada tímida do candidato.

CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP! CLAP!

— A prova será escolhida pelo cavaleiro sábio Cavaleiro de Ouro, Ionia de Capricórnio.

Então Ionia apareceu perante todos, trajado com a armadura de Capricórnio e segurando o Grimório da Dominação. Todos começaram a cochichar e fofocar sobre Ionia. Estavam mencionando seus feitos; uns falavam de maneira respeitosa e outros com medo. Ele era um cavaleiro Temido e Respeitado por todos. A cada passo que o dourado avançava em direção ao centro do coliseu. Os múrmuros aumentavam, e o silencio foi quebrado quando todos começaram a falar em voz alta. Ionia ficou impaciente, afinal ele detesta barulho. Então ele deu uma ordem por intermédio de sua habilidade.

Calem-se todos e não se movam!

Todos se calaram. Muitos não sabiam o que acabara de acontecer; estavam privados de seus tatos e paladar. Centenas de teorias foram criadas a respeito daquele momento. Ionia entrou no centro do coliseu; olhou para Híades e disse:

Se arremesse nas paredes, no chão e nos pilares do coliseu com toda sua força e esforço!

Sem entender o jovem garoto começou a se jogar com toda força nas paredes do coliseu, causando assim ferimentos graves. Então Ionia suspendeu sua ordem e analisou o garoto que estava com alguns ossos quebrados e cortes por boa parte do corpo. O Sábio cavaleiro viu que o garoto tinha resistência e capacidade, já que um ataque desses mataria um cavaleiro de Bronze, com armadura, facilmente. O garoto estava vestindo apenas roupas comuns.

— Como já disseram, todos sabem quem eu sou. Hoje você, Híades. Passará pelo meu teste. Mas antes me responda uma pergunta.

— S-sim, Sr. Ionia.  – O garoto estava muito ofegante.

— Você sabe a função de todos os cavaleiros de ouro?

— Sinto muito, mas não sei Senhor, Eu não sei ler e não escuto muitas histórias. Só trabalho para ajudar no sustento de minha família e ajudar o santuário. Afinal só estamos vivos por causa de Athen...........

— Preste atenção – interrompeu Ionia. – Não quero saber se é analfabeto ou pobre. Todos passam ou passaram por dificuldades. Então não se lamente achando é o único nesse mundo que vive desse jeito. Você só é mais um que vive desse jeito.

—Entendo...

—Como lhe disse, irei dizer qual função de cada cavaleiro de ouro durante uma guerra. Áries, ele repara as armaduras danificadas; Gêmeos, aniquila exércitos e é espião; Câncer protege o submundo e extermina as almas no campo de batalha; Leão, é o informante; Virgem protege a deusa Athena pessoalmente; Libra cede suas 12 armas em momentos críticos; Escorpião, tortura e extrai informações sobre o inimigo; Sagitário, comanda o exército; Capricórnio, é o assassino da deusa Athena; Aquário, é o conselheiro; Peixes, o estrategista.

— Mas e Touro senhor?

— Touro?! Ele é o responsável pela linha de frente; tem que receber e suportar todos os ataques do exército inimigo. Tem, também, uma função de distração. Mas se ele cair, a guerra poderá fracassar. Sua força deverá ser insuperável e sua defesa terá que ser impecável. E agora, entende qual será sua responsabilidade?

— Não sei muito bem o que significa esse negócio de ser um cavaleiro. Mas só pelo fato de proteger os outros e a deusa Athena, darei tudo e mim e mais um pouco. Quero um futuro prospero para as gerações que estão por vir. Não sei o que irá fazer comigo, mas, por favor, venha com tudo que tem Sr. Ionia.

Fechem os olhos e tapem os seus ouvidos com força. - Ionia ordenou mais uma vez à plateia. – Gostei de você Garoto. Seja como um touro, nada irá lhe derrubar ou parar você.

— Podem me atacar sem piedade. – Ele começou a elevar seu cosmo intensamente.

— “Como ele sabia?” – pensou Ionia, ele ficou surpreso. – Vamos lá Kaus!

De repente Kaus de Sagitário aparece dos céus em direção as costas de Híades, concentrou uma energia em seu ombro direito e usou sua Habilidade ao mesmo tempo em que Ionia.

GIGA IMPACTO!!!  — Os dois usaram a mesma habilidade

KBOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOM! 

Isso provocou uma explosão no coliseu. Onde uma imensa nuvem de poeira se levantou. De repente um brilho dourado saiu de dentro da fumaça. A concentração de Ionia, para com o teste, foi tão empolgante que o encanto da dominação se desfez, e o publico voltou ao normal. Portanto todos estavam confusos com o que estava acontecendo. A poeira começou a se dissipar mostrando a silhueta dos cavaleiros no coliseu. A plateia não entendeu o que Kaus estava fazendo lá. Mas aquilo ali no centro do coliseu formou uma cena típica de contos mitológicos. Híades estava trajado pela armadura de Touro. Em seu braço direito estava segurando, ao alto, o pescoço de Kaus e seu antebraço esquerdo tinha defendido o chute de Ionia. A ponta da asa de Sagitário estava tocando o pescoço do jovem touro e a mão de Ionia estava próxima ao olho de Híades

— “Então ele foi digno de se tornar parte da elite de Athena.” – pensou Ionia de uma maneira muito satisfeita. – Isso é o que chamam de instinto do touro. O garoto ainda não sabe, mas ele se adapta aos movimentos dos outros sem que ele mesmo perceba.

— Nossa, ele é bom de briga não é mestre?! – falou Kaus sorrindo.

Ionia olhou, de longe, para seu amigo Pã e acenou com a cabeça confirmando com o que ele havia falado.

— Realmente, foi como ele disse – refletiu Ionia se lembrando de sua conversa com o Grande Mestre Pã.

“...hoje esse título será repassado para um garoto bastante promissor e cheio de potencial, Híades, o sucessor da armadura de Touro.”

 

CONTO 1 - O SÁBIO, O TESTE E AS FÙRIAS - FIM

 

—X.X.X-

 ¹ As Erínias, chamadas de Fúrias pelos romanos, eram personificações da vingança. Semelhantes a deusa Nêmesis que punia os deuses, as Erínias puniam os mortais.

Elas nasceram das gotas do sangue de Urano quando ele foi castrado por Cronos. Elas encarregavam-se de criar, nas almas pecadoras, o remorso e a necessidade de perdão.

Megera, era a personificação o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castigava principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. Era a Fúria que perseguia, fazendo a vítima fugir eternamente.

Alecto, a implacável e eternamente encolerizada, encarregava-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba etc. Era a Fúria que espalhava as pestes e maldições. Seguindo o infrator sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixava dormir em paz.

Tisífone era a vingadora dos assassinatos e homicídios, principalmente aqueles praticados contra os pais, irmãos, filhos e parentes, e açoitava os culpados, enlouquecendo-os.

²  Durante mais de 15 séculos, do nascimento ao fim da cultura grega antiga, o Oráculo de Delfos, ou templo de Apolo, serviu como local em que peregrinos vindos das mais diversas latitudes do mundo helênico consultavam as pitonisas, as sacerdotisas oraculares, para saber qual seu destino, da sua família ou da sua pátria. Delfos tornou-se um dos lugares sagrados mais venerados pelos gregos, sendo que suas previsões e predições tiveram enorme repercussão nos destinos de reis, de tiranos e de muita outra gente famosa daqueles tempos.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a sua atenção. Espero que tenha gostado, afinal escrevi essa história elevando meu cosmo ao máximo! Próximo conto: O PASSADO TRÁGICO E UM FUTURO ESPERANÇOSO.



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