Barriga de Aluguel escrita por Maia Castillo Vargas


Capítulo 17
"Os maus tempos passam para darem lugar aos bons ares"


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOU SEM AVISAAAAAR...

SURPRESAAAAAAAA!

QUEM SENTIU SAUDADE DE MIM? EEEEEEUÔÔÔ! BRINKS

Flowers, que saudade que eu estava de vocês! É muito ruim ficar sem postar, parece que uma parte de mim não faz mais sentido...

Essa é a hora que vocês viram e falam: Ooooown't, como a Lally é FOFAAAAAAAAAAAAA

Sim, gente, eu sou um amor mesmo, mas deixem os elogios para depois, okay?

E olhem só quem favoritou a nossa história desde o último capítulo:
Liv Winchester
Skiller Angel
Patricia
Muito obrigada mesmo meus amores, sejam bem vindas ao jardim!

Bom, eu recebi vaaaaaarios comentários bem motivadores de vocês, alguns eu não consegui responder (peço desculpas desde já!) Mas AMEEEEEEI todos, fico mega contente com a preocupação e a ajuda que recebo de vocês! Obrigada de coração ❤!

PS.: Talvez eu não poste semana que vem por causa do ENEM, e boa sorte para quem for fazer!
Vocês são capazes de tudo, contanto que nunca desistam dos seus sonhos! Não se esqueçam disso, hein!

Sem mais delongas porque eu sei que vocês estão curiosas pra ler esse capítulo logo, então... Bora ler?



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Semanas depois...

— O bebê está oficialmente à caminho! — León gritou feliz enquanto estávamos todos reunidos à mesa. Ri da cara de Dona Olga ao receber a notícia. Ela parecia ter saído de um desenho animado antigo.

A casa não estava muito cheia. Poucas pessoas haviam sido chamadas para esse jantar. Além de Olga e Ludmila, estavam presentes o advogado e melhor amigo de León, o novo vice presidente da empresa (que pelo que pouco sei, é primo de Leonard), sua secretária, uma outra amiga de longa data chamada Francesca e minha tia apenas, pois meu tio estava doente e resolveu não sair de casa. Todos pareciam bem surpresos com a novidade.

— Meu Deus, que notícia maravilhosa! — Olga exclamou se levantando da cadeira onde estava para vir nos abraçar.

— Nós descobrimos há algumas semanas, até já fomos a algumas consultas... Mas queríamos ter certeza de que estava tudo bem para então contarmos a vocês.

— Não sabe o quanto estou feliz por você, meu menino! — Ela deu um abraço em León e depois em mim.

— Obrigada, Olguinha!

Durante os minutos seguidos, os convidados vinham parabenizar León e dizer coisas fofas para mim, já que não sabiam ao certo qual o meu papel real na vida dele. Ludmila foi a última a se levantar para dizer algo. Por mim ela ficaria sentada na dela, não precisava dizer nada, mas foi tudo por livre e espontânea vontade da parte dela. Ela sorriu e veio na nossa direção. Não vou mentir, tive medo do que poderia sair da boca dela em um momento daqueles.

— Fico muito feliz por vocês, de verdade. Eu sei que nem sempre eu fui uma boa pessoa ou uma amiga decente... — Ela parou para encarar León com um sorriso sincero — Mas eu sei o quanto essa criança foi desejada e o quanto que será amada por todos. Parabéns!

Um silêncio se instalou naquele cômodo depois das palavras de Ludmila. Nunca nem sequer pensei que palavras boas pudessem sair tão amavelmente desse jeito dela, era quase impossível pensar em algo assim, mas aconteceu. Ludmila havia sido simpática e até fofa por ter dito isso, talvez ela não seja tão má como eu imaginava.

— Obrigado, Ludmila. É bom saber que pensa assim! — León disse é deu um abraço demorado nela.

O jantar correu bem, até mais animado que antes. Dadas as circunstâncias, isso era esperado. Passei a noite conversando e rindo com Francesca. Acabamos por nos conhecer bastante entre um papo e outro. Estava mesmo precisando arrumar novos amigos e ela parecia ser do tipo que carregava a amizade para a vida, o que já me animou bastante.

Depois de algumas poucas horas de conversa o evento se acabava. Aos poucos os convidados iam se despedindo e enfim, suspirei aliviada quando percebi que não havia mais ninguém com que me preocupar em dizer 'adeus' sem nem saber de quem se tratava de verdade.

— Estou exausta... — Disse praticamente me jogando de costa no gigantesco sofá da sala de estar.

— E olha que ainda está de três meses... Já imagino você com oito e reclamando que respirar virou um problema! — Ele disse descontraído e sentou-se ao meu lado rindo junto a mim.

— Vá se acostumando, Docinho. Terá que me aturar por mais seis meses! — Falei rindo e ele jogou o braço por cima do meu ombro e me encarou por alguns segundos.

— Só seis meses? Por que não a vida toda? — Ele perguntou de uma forma dramática e eu revirei os olhos teatralmente. Ele estava voltando para aquele assunto... Céus, ele nunca cansaria de tentar ter algo a mais comigo? Eu já lhe explicara que não era possível termos um relacionamento mas ele se negava a aceitar. Bom, parece que ainda se nega.

— Leonard, tem um contrato separando a minha vida da sua. Eu fui contratada por você para ser uma Encubadora Ambulante, não sua mulher.

— Você não foi contratada para ser uma "Encubadora Ambulante"... — Ele disse sem graça.

— E de que forma você descreveria a minha função aqui? — Perguntei dando uma risada fraca e ele parecia ter parado para pensar em algo.

— Uma Mãe Temporária Que Se Eu Tiver Sorte Será Permanente. — Ele terminou de falar e eu o encarei de boca aberta para não rir — Faça melhor, querida.

— Apenas digo uma coisa: eu desisto de tentar te entender, Vargas. Sabia que você tem um problema sério em dificultar coisas aparentemente fáceis? — Levantei preguiçosamente e ele em um impulso puxou o meu braço para que eu não fosse embora.

— Que bom que notou. É o meu forte! — Ele piscou, tentando ser galante e eu apenas revirei os olhos novamente. Puxei meu braço para longe de sua mão sutilmente e continuei indo em direção à escada.

— Tenha uma boa noite, papai. — Disse educadamente subindo as escadas.

— Tenha uma boa noite também, mamãe.

...

Acordei com o barulho das cortinas sendo abertas. Pisquei algumas vezes até conseguir enxergar o cômodo nitidamente. Sentei-me assim que despertei completamente e Dona Olga logo se aproximou sorridente.

— Não queria ter te acordado, minha flor... Estava abrindo a cortina para deixar um pouco da luz entrar.

— Não há problema, Olguinha! — Respondi me espreguiçando antes de me levantar — Já passou da hora de acordar, acabei dormindo demais.

— No seu estado isso é mais que normal. — Ela disse e tive que pensar um pouco até entender e me lembrar do que ela estava falando — O café ainda está na mesa, pode se servir a vontade.

O apartamento parecia vazio. Não se ouvia nada, apenas meus passos no chão e o barulho do aspirador de pó que Dona Olga estava usando no andar de cima. Entrei na sala de jantar e me deparei com a mesa de café da manhã ainda cheia. Eu me sentia nas nuvens vendo tanta comida. Só de sentir o cheirinho, minha fome monstro se quadruplicou e eu não pensei duas vezes antes de atacar quase tudo o que tinha ali.

— Calma aí, mocinha! — Dona Olga disse rindo e eu parei de mastigar para encará-la — Vai acabar passando mal...

— Eu vou passar mal de qualquer forma, Olguinha. Então prefiro passar mal sem fome. — Rimos juntas.

— Vou ter que dar uma passadinha no supermercado, você sobrevive sozinha nesse tempo?

— Olguinha! — A repreendi rindo — Eu sei me virar sozinha, não se preocupe!

Ela saiu e eu percebi que finalmente estava sozinha. Bem, tecnicamente não estava sozinha. Enchi um prato com pães e bolos e corri para a sala. Liguei a TV e fiquei lá assistindo. Não deu dez minutos que já havia acabado, senti-me enjoada.

— Poxa, bebê... Tão pequeno e já está me dando trabalho? — Ri quando percebi que estava falando com ele em voz alta — Aceite pelo menos o café da manhã. Ele está tão bom!

Mas parece que implorar para o serzinho habitante do meu útero não adiantou muita coisa, pois um tempinho depois senti tudo voltar e corri para o banheiro mais próximo. Coloquei mais do que comi no café da manhã para fora e me levantei já sem forças. Lavei a boca e escovei os dentes antes de resolver que dormir um pouco talvez me fizesse sentir melhor ao acordar novamente. Era tanto sono e tanto mal estar que eu não entendia como aquilo tudo podia caber dentro de mim.

Acordei com um pouco de dor de cabeça e desci para ver se Olga tinha algum remédio. Ouvi alguns barulhos vindo da cozinha e deduzi que ela estivesse lá. Mas não estava. Era León.

— A Bela Adormecida finalmente acordou! — Ele exclamou alto e eu tenho quase certeza de que fiz uma careta não muito legal ao sentir minha cabeça latejar — O que houve?

— Shiu! Não fala nada... — Respondi quase que em um sussurro — Não estou bem, então não grite, não fale, não sussurre, não respire perto de mim, okay?

León assentiu sorrindo torto e se levantou para me ajudar a pegar uma caixa de remédios de cima de um armário em que eu não estava conseguindo alcançar. Procurei o que Olga sempre me dava e tomei, me virando em seguida. Mas imediatamente senti tudo à minha volta girar e então tudo ficou escuro.

 

...


Tentei abrir meus olhos mas pareciam estar colados. Conseguia ouvir vozes. Pareciam ser de León e minha tia, deveriam estar conversando. Me esforcei mais um pouco para tentar acordar e então uma luz me atingiu como uma bomba. Tive que piscar algumas milhares de vezes até conseguir ver, mesmo que ainda um pouco embaçado, que estava em um lugar todo branco.

Onde eu estava? E por que eu estava ali? O que tinha acontecido comigo? Eu estava na cozinha, tinha tomado um remédio. De repente me senti tonta e... Oh, céus! O bebê!

— O... O bebê! — Ouvi minha voz soar enquanto tentava me ajeitar no que parecida ser uma maca. Uma mão me segurou assim que me mexi, mas não consegui identificar de imediato.

— Não se mexa, não pode fazer esforço, Vilu. — Era tia Angie. Ela acariciou meu rosto e endireitou algo em mim. Foi então que eu percebi que havia uma agulha enfiada no meu braço. O líquido que escorria era transparente, parecia ser soro.

Olhei novamente à minha volta e vi que só estavam presentes ali ela e Leonard, que acabara de levantar assim que percebeu que eu havia despertado. Seu semblante não era dos melhores e aquilo estava me preocupando muito. Será que tinha acontecido alguma coisa séria? Será que o bebê estava bem? Será que eu havia o perdido? Aquilo tudo era culpa minha! Eu sempre fazia tudo errado. Sempre decepcionava todo mundo...

— Está se sentindo melhor? — León perguntou baixo e eu não respondi. Precisava pensar. Nem sequer sabia se estava sentindo alguma coisa além da minha preocupação.

Um telefone começou a tocar e logo vi tia Angie pedindo licença e saindo para atendê-lo.

— O que eu estou fazendo aqui? — Minha voz saiu rouca e baixa. Acho que se ele não tivesse se esforçado para me escutar, nem teria percebido que eu falei algo.

— Você não se lembra? — Ele perguntou calmo e eu neguei fracamente — Você desmaiou e eu corri com você para o hospital.

— Mas e o bebê? — Perguntei com medo do que viria a seguir. León demorou a responder, o que me fez desabar por dentro e por fora. Lágrimas escorriam descontroladamente em meu rosto. León apertou minha mão e me abraçou.

— Ei, calma. Por que está chorando? — Ele perguntou e eu fiquei confusa — Está tudo bem... Ele disse que fez alguns exames mas vai passar aqui pra ver como vocês estão e se estiver tudo certo, irá te liberar.

— Estou com tanto medo! — Respondi e senti as lágrimas voltarem — Eu nunca vou me perdoar se alguma coisa acontecer a esse bebê...

León se preparou para responder mas a porta se abriu no instante seguinte. Um médico adentrou segurando uma prancheta e logo atrás dele veio um enfermeiro trazendo uma máquina que no começo não reconheci, mas deduzi que fosse para o ultrassom.

— Boa noite. Como está se sentindo, Violetta? — Ele perguntou se aproximando e encarou a bolsa de soro ao meu lado, estava quase vazia.

— Eu não sei... O que aconteceu comigo?

— Bom, pelo que me parece você desmaiou e o senhor Vargas a trouxe aqui. Os exames mostraram fraqueza, uma quase desnutrição, por isso está no soro. O que estava sentindo antes disso acontecer?

— Eu estava com uma dor de cabeça muito forte, não tinha conseguido segurar nada no estômago o dia inteiro. E ontem não foi diferente.

— Ah, sim... Isso esclarece muita coisa.

— Doutor, como está o bebê? — Peguintei sem hesitar e ele encarou a prancheta.

— Pelos resultados dos exames... — Seus olhos corriam pelas informações à sua frente. Meu nervosismo aumentava a cada segundo que ele demorava para responder — ... Está tudo nos conformes. Só vou fazer um ultrassom agora para ter certeza, tudo bem?

Ele se aproximou e iniciou o procedimento. Por mais que ele dissesse que estava tudo bem com o bebê, precisava ver com meus próprios olhos que ele ou ela ainda estava ali, forte, lutando para um dia enfim conhecer o mundo e o pai maravilhoso que o espera aqui fora.

E foi então que começamos a ouvir seu coração bater. Rápido e forte.

O bebê estava bem!

E eu estava chorando mais uma vez... Era tão bom poder saber que estava tudo bem! Eu só queria ficar ali para sempre ouvindo aquela linda melodia e sorrindo ao pensar que nada de mal aconteceu àquela preciosidade.

— Viu, está tudo bem com o bebezinho de vocês! — O médico disse sorridente e eu sequei uma lágrima que teimava em cair antes que León a visse — Vou transcrever alguns remédios contra enjôos, tudo bem? Acho que assim você vai se sentir melhor. Mas por favor, não deixe de se alimentar. Eu sei que a culpa não foi sua, mas se estiver se sentindo mal, sem conseguir ingerir nada mesmo tomando os medicamentos, não hesite em voltar. Não se esqueça que está comendo por dois agora.

— Tudo bem, tomarei mais cuidado. — Respondi sorrindo fraco.

— Sua alta já está assinada. Nada de esforço, ouviu? Quero a senhorita de repouso durante alguns dias para não correr o risco de um aborto espontâneo, okay?

León pegou algumas coisas minhas para me ajudar. Nos despedimos do médico e voltamos para casa. Eu estava com medo mas temia dizer algo para Leonard e ele começar a se preocupar com algo sem tanta importância.

Naquele momento eu só precisava me isolar no meu mundinho mágico e tentar me acalmar.


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Notas finais do capítulo

Heeeey, quem aí ficou com o coraçãozinho na mão com a Vilu hoje? Tadinha, mas eles vão ficar bem, prometo!

E vocês viram quem finalmente entrou na história? Eu já estava morrendo de saudades de fazer capítulos da Vilu com a Fran e agora coloquei ela na história uhuuul!

E então, gostou de ter BDA de volta? Comente aí o que achou do capítulo e me encha com suas mirabolantes ideias!

FAVORITEM E RECOMENDEM SE ESTIVEREM GOSTANDO DA HISTÓRIA!


Até logo, Flowers!



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