|Armin|
Quando cheguei na enfermaria, Augusto estava dormindo. Segundo umas enfermeiras, ele havia apresentado uma grande melhora. Sentei do lado onde ele estava deitado, mas decidi não acordá-lo. Queria que ele acordasse por conta própria.
|Augusto|
Senti a presença de alguém do meu lado, então abri os olhos para saber de quem se tratava.
— Augusto. – diz Armin
— Oi cara.
— Você está melhor? – perguntou com o tom de voz preocupado.
— Eu creio que sim, mas o rei não me deixa sair. Ele acha que eu ainda devo ficar aqui, por mais que eu já esteja melhor. – digo incomodado.
Ele percebeu que eu não estava nada feliz com minha atual situação – afinal quem ficaria?
— Mas ele é seu pai, se preocupa com você e só quer seu bem. Ele quase morreu quando soube que o filho dele tinha se ferido.
— Eu sei disso – digo suspirando – mas eu estou melhor, e não é justo que ele não deixe mais que eu faça parte do exército, sendo que passei a maior parte de minha vida treinando para uma ocasião como essa.
— Ele é o rei, e ele que decide. – e essa é a triste realidade.
— Infelizmente isso é verdade. – concordo suspirando.
— Mas apesar dessa situação ruim, agora temos o apoio dos franceses.
— Finalmente uma notícia boa. Camille deve ter pressionado bastante o pai para que mandasse reforços a nós.
— Então foi você? – perguntou Armin, me lançando um olhar acusatório e ao mesmo tempo brincalhão.
— Sim, um dia antes de ser ferido, enviei uma carta a ela pedindo reforços. – expliquei.
— Que bom, creio que agora temos chances de vencê-los.
— Eu também, mas tenho minhas dúvidas. Pensa comigo Armin, o Papa está ajudando o seu exército e ele pretende vencer essa guerra, mas se nós juntos com os franceses vencermos não fará diferença, pois o Papa irá excomungar a Espanha e a França da Igreja Católica. Já pensou o caos que isso causará a nós?
— Eu não havia pensado nisso. – diz colocando a mão no queixo e analisando tudo o que eu havia falado.
— Acho que nenhum de nós tinha pensado dessa maneira e lembrado desse detalhe.
— Mas então, o que acha que devemos fazer?
— Bem, há somente duas alternativas, nós rendermos ou fazermos uma aliança com os italianos.
— Que tipo de aliança? – perguntou curioso pela minha resposta.
— Juntar os dois reinos.– esclareci.
— Então juntando o filho do rei, Felipe de Vannoza com uma de suas irmãs? – perguntou seguindo minha linha de raciocínio.
— Exatamente, de preferência com Ana que é a herdeira do trono. Aí ficaremos em paz um com o outro.
— E o rei sabe dessa sua proposta? – perguntou desconfiado.
— Ainda não, por isso preciso que você fale para ele sobre isso imediatamente. E Armin por favor convença o meu pai, agora está suas mãos o destino da Espanha.
— Pode deixar, eu o convencerei! – exclama ele confiante.
— Obrigado! – agradeci – Quando eu estiver totalmente melhor, irei para Ávila dar notícias a rainha e as minhas irmãs.
— É perigoso você ir sozinho. – me avisou.
— Eu sei, mas irei assim mesmo. – digo dando de ombros.
— Está bem, agora eu irei dar essa notícia ao rei.
— Acho bom meu caro, e se ele decidi guerrear hoje, diga-o para não sair e mande apenas metade de nossos homens, deixe o resto para a França. – lhe dou algumas instruções do que fazer.
— Então, até mais Augusto e melhoras. – se despede Armin.
— Até Armin, e mais uma vez obrigada. – me despeço também.
E assim ele logo foi embora, e eu voltei a dormir novamente.