Hero Highschool escrita por Cahxx
— Muito bem, como podem ver, na mesa de casa um de vocês encontra-se uma bandeja lacrada e muito bem fechada. Assim que abrirem-na descobrirão o tema da aula de hoje!
— Ah não... – Stella sentiu seus olhos encherem d’água ao ver uma pequena rã pregada na bandeja.
— Ah sim – disse Hilário – Irão dissecar estas rãs e identificar todos os órgãos que compõem o sistema respiratório deste anfíbio!
— Não, não, não! – Stella reclamava – Harley...! – a loirinha a chamou cochichando – Por favor, vamos fazer alguma coisa! Devem ter outros bichinhos presos por aí na escola! Precisamos salvá-los!
— Deixa comigo...! Tenho um plano. – e ela virou-se para Leigh – Olha, você pode me ser útil. Se me ajudar nessa, paro de te encher...
— O que? Do que você tá... – antes que pudesse terminar a pergunta, Harley revirou os olhos enquanto seu corpo amolecia e caía no colo do rapaz.
— Harley! – Will que estava atrás exclamou e todos os alunos olharam em direção a cena.
— Anda, leve-a a enfermaria – ordenou o professor – E se mais alguém passar mal aqui vai ficar deitado no chão mesmo!
Leigh a ergueu em seus braços e saiu carregando-a corredor afora. Já estavam nas escadas quando Harley abriu os olhos e pulou do colo do rapaz:
— Já pode me soltar.
— Ei! Mas o que... O que... Argh! Você tem problema é?! Eu posso ter estado na cadeia, mas você merecia um manicômio!
— Agora não tenho tempo pra suas idiotices, vamos! – e ela o puxou pelo braço.
— Vamos o que?! Pra onde?!
— Libertar os animais!
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A aula de Hilário terminara de forma conturbada: Stella tirara zero pela primeira vez, pois se negara a mexer na pobre rã. Lollita tentara lhe ajudar, mas também falhara. Raquel e Keira se quer se importaram com seu trabalho feito pela metade.
— Se continuarem assim não terão um futuro tão agradável, seus preguiçosos! – o professor ralhava com todos.
A loirinha guardava suas coisas, cabisbaixa, quando Lollita viu Jimmy passar ao seu lado conversando com um amigo. A morena sentia suas pernas tremerem só de ver o rapaz e sua vontade de falar com ele crescia a cada dia mais:
— Você precisa falar com ele – a loira comentou ao perceber o jeito da amiga.
— Ah Stella... Não sei mais o que fazer... Eu fico nervosa só de pensar em dar “oi” a ele... Me diga você o que devo fazer! Você tem namorado...
— Mas... Eu... Eu sou quase mais tímida que você... Sério! Não saberia te dar conselhos...
Lollita abaixou o olhar de forma triste:
— Maaas... – continuou a outra – Você poderia começar bem, sei lá, pesquisando sobre as coisas que ele gosta. Aí você vai ter um motivo pra falar com ele...
— Uuhh... Pode dar certo! Ah Stella, você é a menina mais inteligente que já conheci! – e deu um abraço apertado na amiga.
— Anda menina! – chamava Raquel – Joga tudo dentro da bolsa!
— Não! – reclamou Keira – Vai quebrar minhas lixas...
— Hunf... Eu vou na frente! Não quero ficar sem almoço por causa dos seus esmaltes!
A castanha apressou-se a sair da sala revirando os olhos e aborrecida, pois começava a sentir muita fome e isso lhe irritava. Já na porta, ela acabou trombando com um rapaz, o que lhe deixou constrangida.
— Ai caramba! – ela exclamou batendo de frente com o garoto. Este riu e pegou suas mãos de forma preocupada.
— Você está bem? – o garoto perguntou rindo.
— Sim, sim... Foi mal... – e a castanha ergueu os olhos para sua barreira e sentiu suas bochechas esquentarem ao reconhecer que era Ian, o menino que lhe salvara na piscina.
— Oi – ele sorriu.
— Ah, você veio por causa da Stella, né? Ela tá lá dentro, eu vou chama-la...
— Não! – o rapaz chamou-a antes que ela saísse – Na verdade eu vim por causa de você...
— Ah... C-como assim...?
— É que... Bem... Eu queria saber se você não quer tomar... Comigo.
— C-como?!
— Tomar! SUCO! É! Tomar alguma coisa... De beber...
— Ah sim... Claro. É. Tá. Pode ser.
— Ah. Legal.
E o garoto ficou parado na porta, olhando ao redor. Raquel ficou esperando e então começou a olhar para os lados também.
— A gente vai agora? – ela perguntou enfim.
— Ah é! Sim! – ele finalmente se tocou e apressou-se a sair.
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— O laboratório fica do outro lado desse corredor – avisou Harley. Ela e Leigh continuavam com o plano dos animais – Só precisamos atravessá-lo.
— Olha, eu não sei se isso é uma boa ideia...
— Não acredito que estou ouvindo isso de um prisioneiro!
O garoto a fitou impaciente:
— Eu não me orgulho disso, beleza?! Tenho meus motivos para estar lá e não os considero ruins.
— Verdade: como posso confiar em alguém que está preso?
— Acredite, você não me incomoda falando essas coisas. É apenas mais uma esfregando isso na minha cara.
— Vamos logo, garoto!
— Eu tenho nome...!
— Depois acendemos um bolo pra isso! Agora me dá sua mão e atravessa a gente AGORA!
Ele apenas revirou os olhos e fez o que a menina “ordenou”. Assim que atravessaram a parede do laboratório, Harley soltou a mão de Leigh e olhou ao redor; desta vez ela não se sentiu mal:
— Caraca! É bem pior do que imaginava... – a sala estava repleta de gaiolas de ratos, alguns gatos, aquários com rãs, aranhas e muitos outros animais indefesos.
— Ok, chegamos. Mas agora, como é que vamos levar tudo isso?! E pior: pra onde?!
— Fala menos e me ajuda mais! – Harley tirou um dos gatos da jaula e começou a acaricia-lo – Vamos ter que levar um por um... E podemos coloca-lo na... Sala de Dança! É isso! Ela vive vazia e só tem aulas semana que vem!
— Meu Deus... Isso é loucura demais...
— Toma – Harley entregou o gato a ele.
— E o que eu faço com isso?
— Leve até a Academia!
— Hunf... Que grande merda...
Leigh segurou o animal firme em suas mãos e desapareceu pela parede. A garota permaneceu na sala escolhendo a próxima “vítima”. Por incrível que pareça ninguém estava passando pelos corredores naquele momento e Leigh muito menos encontrara pessoas em seu caminho. Logo só restavam os aquários de anfíbios e aracnídeos. Harley segurou um enquanto o rapaz carregava o outro e juntos correram até a Academia, que ficava separada da escola, depois das piscinas, descendo uma escada de pedra, embaixo de um grande terraço.
A sala era ampla, toda coberta por carpete de espuma e espelhos nas paredes. A lateral era toda revestida por grandes janelas de vidro transparente, o que deixava o local bem iluminado, arejado e confortável.
— Valeu... – Harley agradeceu sentando-se no chão. Leigh sentou ao seu lado e sorriu.
— De nada... Ainda bem que ninguém nos pegou, porque se tivesse visto você seria expulsa e eu voltaria pra cadeia sem mais tréguas...
A menina o encarou surpresa:
— Caraca! Eu tinha me esquecido desse detalhe!
— Tudo bem... Me arrisquei por uma boa causa... Se bem que... ainda não terminamos.
— É...
— Onde vamos colocar todos esses bichos? – ele se questionou observando o grande zoológico que passeava pela sala e Harley fez o mesmo.
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— Oi amor! – Brandon cumprimentou Stella enquanto esta guardava livros em seu armário. Após um selinho a menina sorriu – Estava pensando em quando você vai me ver jogar.
— Ué, quando você quiser...
— Que tal agora?
— Agora?!
— É! Temos treino agora mesmo.
— Mas eu posso ir sem problema?
— Bem, o treinador fica enchendo dizendo que não é bom trazer garotas no treino porque você perde a atenção, mas eu vou perder de qualquer jeito pensando em você... então...
Ela riu:
— Seu bobo...
— Vamos então?
— Tá...!
Brandon passou seu braço pelo ombro de Stella e saíram abraçados, conversando e rindo em direção ao estádio. Mal percebiam os olhares que arrancavam de um trio de garotas revoltadas:
— Você viu Alicia?!
— Claro que eu vi, sua retardada! Não sou cega!
— E não vai fazer nada?
— Bem, fico feliz que tenha perguntado. Eu ando bolando um plano pra separar esses dois... nojentos! Mas vou precisar de um tempo pra preparar tudo.
— O que vai fazer?!
— Você verá... Você verá... – e ela despertou de seu devaneio – Agora andem suas recalcadas!
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— Anda Leigh! Você precisa ir mais rápido!
— Estou fazendo o que posso! Caso você não percebeu, eu atravesso paredes e não tenho super velocidade!
O garoto terminava que colocar o último coelho dentro da sala de dança enquanto a menina vigiava ao redor. Quando o “trabalho” finalmente terminara, uma voz autoritária surpreendeu a ambos:
— O que está havendo aqui?!
Um homem de meia idade, cabelos tingidos de preto, óculos quadrados e barba meio rala apareceu.
— É... E quem é você pra perguntar?! – Harley rebateu.
— O Diretor desta instituição.
Ambos engoliram em seco. Poucos alunos conheciam o diretor por este passar mais tempo fora da escola, mas precisava ser agora?
— Vocês dois, me acompanhem. Teremos uma bela conversa na minha sala! Rápido!
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— Toca pra mim! – gritou um garoto e logo recebeu a bola. Este se preparou pra correr com esta, mas logo foi barrado por um adversário – Droga! – e passou a bola rapidamente pra outro companheiro que estava mais a frente da quadra e este enterrou na cesta com 2 pontos.
— Boa!
— Beleza...
Brandon chegou na quadra abraçado de Stella que sentia-se nervosa por conhecer os amigos do namorado. Estes logo se aproximaram para cumprimenta-los:
— E ae cachorrão! – um deles exclamou atirando a bola para Brandon que pegou-a por reflexo.
— E ae! Trouxe a Stella pra assistir. Ela disse que “sempre quis ver seu gatão jogando”. Então tive que realizar o sonho da bichinha...
— Ei! – protestou a menina e todos riram.
— Tá bom... Tá bom... Deixa eu ser feliz... – Brandon murmurou.
— Eu vou sentar ali no meio – a loirinha avisou e saiu andando até a arquibancada. O garoto correu até o vestiário para se trocar e os demais voltaram ao jogo.
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— Aqui está: um suco de abacaxi e um de morango – disse a moça do quiosque.
— Valeu Lola – Ian agradeceu pegando os copos e entregando um a Raquel.
O dia estava ensolarado e alguns alunos aproveitavam para divertir-se nas piscinas:
— Então você é um dos alunos com o nível mais alto da escola – admirou-se a castanha – É assustador.
— Não tanto, se pensarmos no Anibal, que é o mutante mais poderoso do país e seu nível é 40. Ter 32 não é nada...
— Mesmo assim... Ah, de qualquer forma deve ser um saco ter aulas extras com a Morgana...
— Na verdade eu gosto. Considero-a uma excelente professora. Além disso, ela nos ajuda a controlar nossos dons em um nível avançado e bem mais complexo e profundo do que as aulas comuns nos permitem chegar.
Raquel piscava os olhos para Ian, tentando assimilar o que ouvia:
— Que foi? – o rapaz perguntou nervoso.
— Meu Deus, você é um nerd!
— Ah... – ele riu – É, acho que sim. Isso é ruim?
— Não. Quero dizer... Ah, só fiquei surpresa porque, bem, você não parece ser assim.
— É mesmo? E por quê?
— Bem, porque você é muito bonito.
— Sério? Me acha bonito?
— Ah, claro, né? Todas as garotas da escola devem achar. Além disso, deve ter um monte de meninas loucas pra ficarem com você.
Ian riu e seu rosto avermelhou um pouco:
- Na verdade não tem – ele deu de ombros.
— Por quê?! – Raquel perguntou surpresa.
— Porque sou um nerd.
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O jogo continuava de forma calma. Ambos os times estavam bem equilibrados e praticamente empatados. O time de Brandon ganhava por 6 pontos na frente, mas bastaria apenas duas cestas de 3 para empatarem.
O rapaz acenava para Stella a cada vez que ganhava, o que deixava a garota nervosa e envergonhada. Mas ela sabia que logo iria se acostumar com o jeito exibicionista do namorado.
— Acabou gente! – avisou Gregory – Para o vestiário! Rápido!
Brandon correu até Stella antes de ir se trocar e esta desceu a arquibancada para recebê-lo:
— E aí? O que achou?
— Ah, bem... Eu não sabia que tinha que achar algo...
— Como assim?! Claro que tem!
— Ah mô... É que eu não entendo nada desse jogo.
— Bem, só precisa entender que eu ganhei! – ele sorriu.
— Então tá. Parabéns! – e o beijou bem de longe, porque o garoto estava suado.
— Eita, isso tudo é nojo?
— Claro! Vai tomar banho logo, vai! Anda!
— Tá, tá, tá...
E ele foi correndo em direção ao vestiário, mas um grupo de rapazes entrando na quadra chamou sua atenção:
— Ei Jason! Kurt! – ele chamou os amigos – Olhem só isso...
Os rapazes observaram o grupo de garotos entrarem no estádio de forma imponente, como se fossem os donos do lugar. O time de Brandon voltou à quadra para “receber” os visitantes. Ambos os grupos se encararam ameaçadoramente e assim que Gregory notou o que acontecia, este voltou correndo para o meio da aglomeração.
— Timberwolves... – rosnou um garoto do time adversário, de cabelos negros longos e espetados como lanças. Seus olhos eram pintados de lápis preto e havia alguns piercings em seu rosto.
— Jiplin Stones... – foi a vez de Jason “cumprimentar” o outro time.
Stella notou de longe que o clima não parecia bom e começou a descer a arquibancada e dar a volta pela grade de proteção.
— Não acredito que estavam treinando – comentou o primeiro rapaz – Se chama isso de treino, já vi que o campeonato desse ano tá ganho.
— Eu não diria isso – Brandon interveio – Por mais que vocês treinem, continuarão correndo como velhinhas.
— Você é um babaca, Brandon.
— E você é filho de uma puta, Heidan.
Num milésimo de tempo, o moreno tinha seus olhos brancos, uma fumaça negra emanando de seu corpo e uma luz verde em sua boca enquanto agarrava a roupa de Brandon que tinha seu corpo coberto por chamas.
— Parem vocês dois! – gritou Gregory – Parem agora! Brandon!!!
O professor puxou o garoto pelo braço e teve suas mãos queimadas severamente. Heidan voltou a seu estado normal e sorria vitorioso:
— A gente vai ser ver de novo, Brandon. Você e seu time de garotas...
— Não deseje isso, Heidan – rebateu o garoto em chamas – Porque se a gente te encontrar de novo, vamos acabar com a tua raça!
O moreno riu e deu meia volta, sendo seguido por seus companheiros de time. Jason tentava acalmar o amigo, que tinha fumaça saindo pelo corpo e seu uniforme estava em pedaços.
— Brandon! – Stella chamava-o de forma preocupada – Brandon! – mas ele não quis lhe dar atenção. Estava aborrecido demais e envergonhado pela cena toda. Apenas seguiu para o vestiário e desapareceu lá dentro.
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