By The Sea escrita por Breatty, Ballus


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hello de novo ❤️



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Roland

Ela dormia nua ao meu lado, olho para o relógio e já são 9h. Vou ao banheiro e depois visto uma bermuda. Meu estômago faz barulho. Vanessa se mexe e continua dormindo. Vou a cozinha ver o que temos para o café. Vejo que Emily, minha diarista está aqui em casa, nem lembrava que hoje era sábado.

— Bom dia Emily.

— Bom dia sr. Roland.

— Não lembrava que vinha hoje.

— Hoje é sábado. É o dia que sempre venho para a faxina. — ela sorri.

— É verdade.

Sorri.

— Fez café?

— Sim, fiz. Assei umas torradas que o senhor gosta, fritei uns ovos e bacon.

— Está ótimo, obrigada.

Vou a dispensa e pego uma bandeja. Emily me olha sem entender.

— Vou arrumar numa bandeja, Vanessa está aqui.

Ela vem para me ajudar e digo que não precisava. Emily já conheceu Vanessa na semana passada e gostou muito dela, as duas conversam como duas amigas.

Coloco umas frutas, pego um suco de laranja na geladeira, sei que Vanessa gosta de suco, sirvo o café nas xícaras, pego as torradas, ovos e bacon e vou em direção ao quarto. Vanessa ainda estava na mesma posição que a deixei. Coloco a bandeja ao lado da cama e vou acordá-la.

Ela dormia de lado, suas mãos apoiadas na cama escondiam seus seios, tão tranquila, me deito e passo os dedos no seu rosto. Ela se mexe e continua dormindo. Sorrio. Continuo passando meus dedos no seu corpo, desço para o ombro, ela se move com meu toque e abre os olhos.

— Oi. — ela sorri.

— Bom dia.

— Bom dia.

Abaixo minha cabeça e beijo seus lábios.

— Trouxe café.

Ela arregala os olhos e sorri.

— Estou faminta.

Me levanto e coloco a bandeja a sua frente, ela abre um sorriso lindo.

— Uau! Café na cama.

— Você merece! Sua apresentação foi um sucesso. Teatro lotado e todos aplaudiram de pé.

— Obrigada Roland.

Ela se levanta e fica nua aos meus olhos, não consigo disfarçar, ela entra no banheiro e volta com meu roupão e seu cabelo num coque. A visão é mais sexy do que dá para imaginar.

— Pronto, vamos comer agora.

Vanessa se senta e cruza as pernas, sorri quando percebe meu olhar sobre ela. Vou ao seu encontro e beijo seus lábios, ela passa a mão na minha cintura. Olho para ela, seus olhos ainda estão fechados e depois ela abre e sorri sedutoramente.

— Vanessa, você quer namorar comigo?

Perguntei na lata.

— Sim, eu quero.

Ela responde sem hesitar, o que me deixa aliviado.

Sorri demostrando está muito feliz, ela me correspondeu.

Me sento ao seu lado e nos servimos, tudo estava uma delícia e a fome que sentíamos fez com que comêssemos tudo. Ficamos na cama por mais um tempinho conversando. Depois Vanessa diz que precisava ir embora, que tinha que resolver umas coisas. Insisti que ela ficasse para almoçar, ela aceitou. Ainda tomamos um banho maravilhoso juntos, que acabou em um sexo gostoso.

 

Vanessa

Um mês depois

Março

Eu e Roland estamos cada dia mais apaixonados, estamos namorando a pouco tempo, mas as coisas entre nós foram evoluindo de uma forma que parece que estamos juntos a mais tempo.

Essa semana é a última do espetáculo e vamos ter uns 15 dias de férias. Hoje é sexta e Roland dormiu lá em casa, tenho que ir na escola de balé cedo e ele me leva. Me despeço dele e saio do carro, dou de cara com Patrick que me devolve um olhar zangado. Sinceramente eu não entendo ele, já tentei conversar, mas ele me ignora, nossa relação está estreitamente profissional, todo clima bom que restava entre nós acabou quando Patrick pegou eu e Roland nos beijando no camarim.

Estou trocando de roupa na sala onde os bailarinos se trocam, Patrick entra e me dá um susto, pego uma toalha e me cubro.

— Jesus, que susto Patrick.

— Desculpa não sabia que você estava aqui.

Me viro e vou em direção ao banheiro.

— Eu já vi você nua, não precisa ter vergonha.

Olho para ele incrédula.

— Quer que eu me troque na sua frente agora? — digo irônica.

— Só disse que eu já vi você nua, não é novidade para mim. Eu vou esperar lá fora. 

— Vou para o banheiro, pode se trocar aí.

Digo e saio da sala, espero que quando eu voltar ele não esteja mais aqui.

Que esquisito.

Quando saio ele está sentando numa cadeira e me olha. Que droga, ele não dá um tempo.

— Vanessa você disse que não queria um relacionamento sério, disse que não estava pronta, mas a gente termina num dia e no outro você já está com aquela cara.

— Não foi bem assim.

— Você estava dormindo com ele enquanto estávamos juntos?

— Não, isso nunca aconteceu.

— E o que aconteceu Vanessa? Me explica, estava tudo bem, mas de repente tudo desmoronou.

— Eu me senti atraída por ele, saímos algumas vezes e começamos a nos conhecer e eu me apaixonei.

— Ainda estávamos juntos quando saíram, certo?

— Sim.

Não vou mentir.

— E rapidamente você se apaixonou? Do nada?

— Sim, aconteceu. Me desculpa se com a gente não deu certo, mas eu não podia continuar. Eu não queria te fazer sofrer, gosto de você e quero que seja feliz.

— Eu estou sofrendo agora.

— Sinto muito.

— Estava tentando superar tudo, mas você esfrega todo dia esse homem na minha cara.

— Nós estamos namorando Patrick.

— Vanessa você não entende como é difícil para mim ver vocês juntos.

— Por favor, vamos tentar superar isso, eu não quero perder sua amizade.

— Tarde demais para pensar nisso.

— Aos menos vamos nós tratar com respeito aqui, no nosso trabalho.

— Tudo bem, mas se eu pudesse nunca mais olhar na sua cara, seria melhor.

— Nossa, muito bom saber disso. Espero que consiga isso logo.

Saio da sala e deixo ele lá, nossa conversa foi pior do que eu imaginava. Ainda estou em choque com suas palavras. Charlotte chega e me vê nervosa, pergunta o que tenho e digo a ela da discussão com o Patrick. Ela diz para eu não me importar, que ele falou isso por raiva. Mas eu fiquei bem triste.

[...]

O dia segue uma bosta, eu não gosto de discutir com ninguém, isso sempre me afeta. Passei o dia na rua e nem voltei para casa, fiquei direito para o espetáculo. Depois Roland veio me buscar e fomos para sua casa. Paramos num japonês e compramos comida para levar. Ele percebeu que alguma coisa aconteceu, mas eu não queria falar disso, e graças a Deus ele não insistiu. Eu estava exausta e minha cabeça estava para explodir, não estava no clima para namorar. Conversamos um pouco sobre pequenas coisas e peguei no sono rapidamente. 

 

Roland

Vanessa estava estranha, tenho certeza que aconteceu alguma coisa e ela está me escondendo.

Acordo com ela agarrada ao meu corpo, beijando minhas costas. Suas mãos descem para o meu membro, já fico de sobreaviso. Passo minhas mãos na sua perna, ela sobe em cima de mim e fica a minha frente, sorri e beija minha boca. Fazemos amor.

Fomos a cozinha e Emily já tinha preparado nosso café. Quando ficamos a sós eu pergunto para ela o que aconteceu ontem.

— Não aconteceu nada Roland.

— Você estava diferente Vanessa. Sinto que aconteceu algo.

Ela me olha e sorri.

— Patrick e eu brigamos ontem.

— Porque?

— Ele queria tirar satisfação comigo. Me falou absurdos que nem vou repetir. O clima está tenso entre nós.

— Ele está passando dos limites. Fique longe dele.

— E eu faço o que? Ele está lá todo dia, ele é minha dupla nas danças.

— Peça para trocarem, tem que ter algum jeito.

— Depois vou ver isso. Graças a Deus que hoje é o último dia.

— Hoje eu vou assistir você e depois podemos sair com Ricardo e Charlotte, o que acha?

— Acho uma grande ideia.

 

Vanessa

Chego no teatro duas horas antes do espetáculo. Vou ao camarim fazer o cabelo e a maquiagem. Me arrumo para o espetáculo. Roland aparece meia hora antes de começar.

— Oi querida.

Ele me abraça apertado.

— Oi Roly.

— E os ânimos? Tudo tranquilo por aqui?

Ele me analisa.

— Tudo tranquilo. Por enquanto está tudo na paz.

Sorrio.

— Eu vi ele lá fora, fez uma cara feia quando eu estava vindo te ver.

— Vamos deixar isso para lá. Só estou pensando em ficar sozinha com você mais tarde!

Provoco.

— E o que vai fazer quando ficarmos sozinhos?

Sinto a malícia na sua voz.

— O que você quiser baby.

Sorrio e ele me beija.

— Desculpe interromper.

Charlie entra no camarim e sorri. Eu e Roland olhamos para ela desconfiados.

— Tudo certo para depois do espetáculo Charlotte?

Roland pergunta.

— Sim. Tudo certo.

Ficamos nós três conversando por um tempinho, depois um assistente do palco vem nós chamar, faltam 10 minutos para começar. Roland vai embora e eu e Charlie saímos da sala também e vamos para a concentração.

Todos já estavam a nossa espera, cada um já estava na sua posição. Patrick estava ao meu lado, sua expressão é séria. As cortinas abrem e eu e ele entramos, a primeira dança é nossa. Tudo ocorre como ensaiamos, nos bastidores nenhuma conversa é mantida entre nós. Já está no fim do espetáculo, já se passaram quase duas horas, eu estou exausta, troco de roupa mais uma vez, e ainda bem que é a última.

Entro sozinha e faço Air, en No ar, esse movimento é feito no ar, depois Patrick entra e dançamos juntos. Executamos movimentos lentos onde ele me levanta, sustenta ou me transporta de um lado para o outro. Assim, com sua sustentação, eu posso então exibir minha postura e meu perfeito equilíbrio, executamos também développés, piruetas e arabesques.

Agora me afasto dele para o grande final. Danço ao redor do seu corpo e saio para então eu pular em seu colo, e ele vai me levantar até o topo e me trazer para o chão novamente. Esse passo requer muita confiança entre a gente, e muita força e firmeza de Patrick.

Me preparo para pular no seu colo, vou em sua direção. Ele está a postos à minha espera.

Dou o salto e estou suspensa no ar, Patrick me segura com firmeza, arrumo meus pés na posição certa, eu preciso estar totalmente reta para a descida, ele começa a me pôr no chão, mas sinto que vou descer errado, minha posição não está correta, tudo isso leva segundos e quando já estou no chão sinto uma dor.

Continuo, é meu último passo, dou um salto e quando meus pés tocam o chão sinto uma dor enorme no meu tornozelo, as cortinas fecham. Caio no chão segurando meu pé, Charlotte corre em minha direção.

— O que foi Vanessa?

— Acho que torci meu tornozelo, está doendo muito.

Tento me levantar, mas a dor só piora. Reclamo, sinto meus olhos úmidos.

— Vanessa espera, vou pedir para alguém te carregar.

Charlotte chama um dançarino para me levar para o camarim, mas Patrick está ao meu lado e quando percebo já estou nos seus braços.

— O que aconteceu Nessa?

— Acho que na hora que fui descer do ar eu fiz alguma coisa errada, não sei o que aconteceu.

— Não chore, vamos ao hospital para ver se não foi nada grave.

Ele me leva ao camarim e me senta no sofá. Fica conversando comigo e em poucos minutos Roland e Charlie aparecem, e ele já está em cima de mim, querendo saber se estou bem.

— Acho que torci o tornozelo.

— Vamos ao hospital agora. Consegue andar?

— Não muito bem.

— Eu te levo.

Ele me pega no colo e olha para o lado e vê Patrick.

— O que está fazendo aqui?

— Eu trouxe Vanessa do palco, ela chorava e reclamava de dor, só tentei ajudar.

— Obrigada.

Saímos do camarim, olho para meu tornozelo e ele está inchado e muito vermelho. Entramos no carro e em 20 minutos chegamos ao hospital.

Fui atendida na emergência, fizeram raio x do meu pé. Distendi um ligamento do calcanhar, vou ter que ficar de repouso e vão imobilizar minha perna até o rompimento sarar.

Roland está comigo aqui no quarto, ele é muito atencioso e preocupado. Charlie e Ricardo vem me visitar. Ela traz minhas coisas que esqueci no teatro.

— Vanessa como foi isso? Fazemos isso o tempo todo.

Charlie me pergunta.

— Quando estava dançando com Patrick eu senti que não estava certo, a forma que ele me segurou foi errada e meu corpo ficou na posição errada, quando desci já senti o atrito do meu pé com o chão e doeu, mas eu continue e acho que só piorou.

— Vanessa, quando sentiu a dor era para ter parado.

— Charlie, eu ia largar o espetáculo?

— Era para seu bem amiga.

— Eu vou me recuperar em vinte dias.

Sorrio.

Alguém bate na porta, é Patrick perguntando se pode entrar.

— Sim. — digo.

— Oi gente, só passei para saber como Vanessa está.

Ele olha para Roland que confirma que está tudo bem com a cabeça.

— Eu estou bem, obrigada pela preocupação.

— Sinto muito Vanessa, acho que quando pulou no meu braço, seu corpo e minha mão te seguraram errado, colocou muito impulso e meu corpo não acompanhou seu movimento. E quando você foi para o chão o peso não ficou equilibrado.

— Eu sei. Não foi sua culpa.

— Quebrou alguma coisa ou foi só uma contusão?

— Distendi um ligamento do calcanhar, vou ter que ficar vinte dias com a perna imobilizada.

— Poxa, que chato isso. Mas logo logo você está de volta.

— Sim, obrigada mais uma vez.

— Já vou indo. Tchau gente, te vejo depois Charlie.

— Tchau Patrick, depois eu te ligo.

Charlie fala com ele.

Ficamos nós quatro conversando até que a enfermeira veio trazer o material para colocar na minha perna, que por sinal está mais inchada e vermelha. Ela traz uma bota preta e me ensina como colocar, e diz que preciso apertar bem para ficar boa. O médico vem me dá alta e me dá uma receita, alguns anti-inflamatórios e uma pomada para o tornozelo. Já passa da meia-noite.

— Poxa gente, estraguei nossa comemoração hoje.

— Vanessa, não se preocupe com isso. Teremos muito tempo para isso.

Roland me ajuda a sentar na cadeira de rodas, ele empurra a cadeira até o carro.

— Charlie, Ricardo obrigada por tudo, vamos deixar nosso jantar para outro dia.

— Vanessa, amanhã irei ficar com você lá em sua casa, te ligo para avisar que horas eu vou.

— Charlotte, Vanessa vai lá para casa, você pode ir visitar ela lá.

Olho para ele e o interrompo.

— Amor, obrigada por isso, mas eu prefiro ir para casa, onde tenho minhas coisas, vou ficar mais confortável.

— Tem certeza Nessa?

— Absoluta certeza.

Sorrio. Nós despedimos e entramos no carro. No caminho Roland está meio calado, na dele. Fico na minha também, espero ele falar algo.

— Nessa, acha que Patrick fez de propósito?

— O que?

— Esse seu acidente foi muito estranho, ele ficou muito preocupado, não sei, achei estranho.

— Não Roland, ele não faria isso. Eu não acredito nisso. Foi um acidente.

— Hum... não sei. Mas tudo bem.

— Não, eu não acredito. Esses acidentes acontecem o tempo todo com a gente. Faz parte do nosso trabalho.

— Ok, tudo bem, acredito em você. Está com fome?

— Sim, morrendo.

— Quer um hambúrguer?

— Sim, com suco.

— Antes temos que passar na farmácia para comprar seus remédios. Precisa tomar ainda hoje.

Passamos em uma lanchonete e fizemos o pedido, esperamos uns 15 minutos e fomos para minha casa. Roland me leva no colo nas escadas e volta para pegar nosso lanche no carro. Comemos no sofá e depois fomos para o quarto. Ele me deita na cama.

— Quer ajuda para tomar banho?

— Quero. Me ajude a ir para o banheiro e lá eu me viro.

— Nessa, eu vou te ajudar no banho. Acha que vou te deixar sozinha no banheiro? Você pode cair.

O encaro séria. Ele sorri.

— Sinto que isso não se trata apenas do meu pé.

Sorrio.

— Claro que se trata. Deixa de conversa e vamos tomar banho para dormir.

Ele tira minha roupa, me arrepio com o toque da sua mão. Vamos ao banheiro. Ela passa sabonete no meu corpo, sinto minha pele queimar. Depois vamos escovar os dentes. Me enxuga e visto uma camisola, ele vai buscar água para eu tomar o anti-inflamatório. Me deito na cama, ele pega a pomada e passa no meu pé bem devagar, sinto dor e reclamo. Depois coloca a bota imobilizadora. Ele ainda está de toalha e vai vestir uma bermuda. Meu pé está tão inchando, lembro que a enfermeira disse que tenho que fazer compressas quentes.

— Roly temos que fazer a compressa. Na receita o médico explica como faz. Vai ajudar a desinchar meu tornozelo.

— Tinha esquecido, vou pegar a receita e vê como faz. Vai tirando a bota de novo.

Ele sai e vai à cozinha, minutos depois volta trazendo a compressa pronta e coloca sobre minha perna durante 15 minutos. Depois ele me ajuda a pôr a bota de novo e nos deitamos.

O dia não podia estar mais longo, eu estava cansada, exausta e sentia dor.

Me deito sobre seu peito e adormeço nos seus braços.

— Boa noite Nessa.

Ele beija minha cabeça.

— Boa noite Roly.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem. Beijos.



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