By The Sea escrita por Breatty, Ballus


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Mais um pouco de Roland e Vanessa para vocês. ❤️



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Vanessa

Patrick e eu voltamos para casa, peço que ele venha comigo até minha casa, quero ter uma conversa com ele e preciso que seja já. Voltamos de carona com nossos amigos e chegamos rapidamente em minha casa, nos despedimos deles e subimos.

— Patrick precisamos conversar. – digo depois que ele fecha a porta atrás de mim.

— Conversar sobre o que?

— Sobre nós dois... simplesmente não está dando mais certo.

Ele faz uma cara de assustado e de desentendido, depois sua expressão é tomada pela raiva.

— Depois que você conheceu aquele cara é que nossa relação parou de dá certo... não é isso?

— Não, não é isso, e por favor deixa o Roland de lado, ele não tem nada a ver com nossa situação.

— Ah não? E a maneira que vocês estão se aproximando? O jeito que ele ficou te olhando no clube... o jeito que você devolvia o olhar... os sorrisos trocados... acha que não percebi? Não sou idiota!

Ele aumenta a voz, começo a me irritar.

— Patrick, baixa a voz, nós estamos conversando.

— Desculpe, mas só estou falando a verdade.

Ele senta no sofá. Sento ao seu lado.

— Não, não está, é a verdade que você imagina. – desconverso. — O fato é que nós estamos a apenas alguns meses juntos, já havia dito a você que eu não estava procurando nenhum relacionamento sério e que era para você ficar ciente disso. Nós estávamos nos curtindo e passando bons momentos juntos, afinal trabalhamos no mesmo ambiente e fazemos a mesma coisa e você é um homem agradável, atraente, muito bonito e uma boa companhia. Fizemos um bom par esses meses, mas você sabe que não estávamos em busca de nada sério, e você me confirmou isso também.

Ele me olha.

— Eu sei, Vanessa, mas acabei me apegando a você e acho que me apaixonei. Não tenho culpa, você é uma ótima mulher, além de linda e talentosa. Fui me aproximando, mesmo que apenas em alguns meses.

— Patrick...

— Não, tudo bem, não precisa responder a isso, sei que não tem culpa de eu ter me apaixonado... só estou falando a verdade.

— Eu sei, mas me desculpe, tenho que ser sincera com você também e nós dois juntos não está rolando mais... acho que aquela diversão do início já passou e agora sinto que você quer avançar, mas eu não estou no mesmo ritmo que você e não quero ti magoar. Me sinto presa e você quer controlar tudo, hoje no clube você fez aquele papel ridículo e o clima ficou chato, e eu odeio essas coisas, esse tipo de cena.

— Acha que eu estava errado? Aquele Roland estava dando em cima de você, e você parecia corresponder... ele foi te visitar na escola de balé e eu devo agir como? Ser amigo dele? Não mesmo! Não sou obrigado Vanessa.

Ele aumenta a voz e levanta do sofá, está bravo e eu já estou sem paciência.

Ele continua.

— Sei o que vi, e não é justo.

— O que não é justo, Patrick? – levanto do sofá, já chega. — Não vou ficar me explicando, não fiz nada de errado e não preciso ficar escutando essas coisas. Estou conversando com você porque acho que já deu para a gente, tudo já está ficando difícil e não mais agradável como antes, não é saudável para mim e nem para você.

— Quer terminar?

— Sim. Acho que é melhor pararmos por aqui.

Ele me olha, parece que quer falar um monte de coisa, parece chateado, mas vejo que não sabe o que escolher. Pega a jaqueta que havia colocado em cima da poltrona e vai até a porta.

— Se quer assim, tudo bem. Pelo menos foi sincera.

Ele saí e bate à porta.

Respiro fundo e me jogo no sofá, pensei que seria mais difícil, talvez Patrick tenha amadurecido. Não consigo me sentir péssima com o que acabou de acontecer, simplesmente sinto que não dava mais a algum tempo, mas estávamos levando como se fosse algo conveniente, só que Patrick já estava passando dos limites. Não posso negar que conhecer Roland só me fez ter certeza que eu e Patrick não estávamos mais em sintonia, pelo menos eu não estava. Se Roland me deixou balançada é porque meu coração já não estava mais satisfeito com o que estava vivendo, e eu precisava seguir em frente e deixar isso para trás. Não terminei por conta de Roland ou de ninguém, mas por mim mesma, eu não estava mais envolvida no relacionamento e não quero continuar vivendo algo só por conveniência. Coisas acontecem para fazer você enxergar a verdade, mas o importante é que fiz o que achei que era certo para mim, com o tempo as coisas vão se ajeitar.

[...]

Duas semanas se passaram, não tive tempo para nada pois os ensaios da nova peça estão tomando todo o meu tempo. Passava o dia todo na escola de balé, os diretores estavam cada vez mais exigentes e eu concentrei toda minha capacidade para fornecer o meu melhor, como sempre faço, mas dessa vez tentei ir além do meu limite e acho que consegui.

Patrick agiu normalmente durante os ensaios, bastante profissional e não tocamos mais no assunto da nossa ruptura.

Roland e eu falamos algumas vezes pelo telefone, mas acabei nem contando que havia terminado com Patrick, não surgiu assunto para isso e eu simplesmente não ia soltar isso como se fosse algo que precisasse contar de imediato. Além de que minha cabeça estava a mil com os ensaios, então as coisas sumiam dos meus pensamentos. Dias atrás ele me convidou para tomar um sorvete em um fim de tarde de domingo e eu aceitei, foi agradável como sempre estar em sua companhia e eu sentia saudades dele. Ele andava atarefado com a preparação do novo livro e falamos bastante sobre isso e sobre minha nova peça, me sinto tão à vontade com ele. Mas Patrick não surgiu em nossos assuntos, acho que Roland não gostava de falar no Patrick, e acho que ele nem imaginou que havíamos terminado. Já virou rotina a gente se falar e passar quase horas ao telefone.

Hoje é sexta e saí do ensaio mais cedo, a estreia da nossa peça está se aproximando e os treinos diminuíram mais, agora são mais ensaios técnicos e de coreografia e isso é bem mais leve. Chego em casa no início da noite e estou morrendo de fome, sento no sofá e o telefone toca ao meu lado, atendo.

— Alô. – digo.

Escuto sua voz e meu coração dispara.

— Nessa? – é Roland.

— Oi Roly. – sorrio.

— Como vai? Já está em casa? Achei que não ia encontrar você ainda aí, imaginei que pudesse estar no ensaio... mas acho que dei sorte.

— Saí mais cedo, com a estreia da peça se aproximando os treinos diminuíram e os ensaios são mais simples. Eu vou bem e você?

— Ah entendo. Que bom então pois tenho um convite a lhe fazer. Eu vou bem, melhor agora falando com você, sinto sua falta.

— Convite? Que convite? – fico curiosa. — Também sinto sua falta. – a mais pura verdade.

— Hoje tenho um coquetel na editora para comemorar o sucesso de vendas do meu novo livro, quero que venha comigo, aceita?

— Hoje? Tipo agora?

— Sim, por volta de 20h começa. – são 18h agora.

Penso, não sei se devo aceitar, além do mais está tão em cima da hora.

Ele continua, acho que percebe que talvez eu não queira aceitar.

— Não é nenhuma festa de gala, um coquetel para a editora, algo social, vai ser divertido. Não falei com você antes pois ainda não estava decidido se iria ter ou não, praticamente foi decidido a algumas horas depois que o dono da editora conseguiu chegar aqui na cidade. Cheguei em casa torcendo para que estivesse em casa para falar com você. Acho que hoje a sorte está do meu lado. Vamos?

— Não sei se devo ir... tem os ensaios da peça e...

Ele me interrompe.

— Vanessa não fique dando desculpas. É por causa do Patrick? Seu namorado?

Ah, lembro que ele ainda não sabe que terminamos. Decido falar.

— Não, eu e Patrick terminamos.

Sinto que Roland ficou surpreso, não sei bem sua expressão, mas ouço sua respiração do outro lado da linha.

— Terminaram? Quando?

— Faz duas semanas, logo depois do clube.

— Do clube? – faz uma pausa. — E porquê?

— Não dava mais, só isso. Já não estávamos na mesma sintonia, ele muito avançado e eu atrasada e eu simplesmente não queria avançar para onde ele estava.

— Bela analogia. – sinto que ele sorri, eu acompanho do outro lado. — Mas você está bem?

— Sim, estou ótima, era o que devia ser feito e eu fiz.

— Fico feliz então.

Será que ele ficou feliz porque terminei ou porque estou bem? Ou as duas coisas?

— Venha comigo então, Nessa. Vai ser divertido. E não venha com desculpas de ensaio, sei que você sabe administrar as coisas. Não quer minha companhia?

— Não é isso... não sei se é certo sabe.

Que confusão. Qual é Vanessa?

— Se é certo? Vanessa não estou te reconhecendo. – ele ri e eu sou levada por sua risada. — Somos amigos e você não deve explicações a ninguém. O que te impede agora? – ele tem razão.

Decido ceder. Qual é o problema?!

— Ok, ok. Irei contigo. Não tenho como lutar contra as palavras de um escritor.

Ele ri.

— Que horas prefere que eu passe para pegar você aí?

— A hora que você for sair. Estarei pronta, eu não demoro muito.

— Nem precisa não é, sua beleza já é natural.

Roland e seus elogios.

— Obrigada! – sorrio.

— Então passo aí umas 19:30? Pode ser? O local do coquetel fica no centro.

— Está ótimo. Ficarei no térreo do prédio esperando.

— Certo. Então até mais.

— Até.

Desligamos. Sinto que ele sorriu antes de desligar, e comigo não foi diferente.

Estava com saudades dele, como posso negar? Só de ouvir sua voz ao atender o telefone meu coração já entrou em um ritmo diferente, nem eu tenho controle sobre isso. Finalmente vou vê-lo de novo, estou muito empolgada e ansiosa, me sinto uma adolescente até.

Deixa de ser boba Vanessa!

Decido comer algo antes de ir tomar banho, estou morrendo de fome e não posso sair de barriga vazia. Depois corro para o banho para me aprontar.

 

Roland

Essas últimas duas semanas foram corridas, depois do encontro no clube só nos encontramos para tomar um breve sorvete quase uma semana depois. Ela estava atarefada com os ensaios da nova peça e eu agilizando a finalização do novo livro que escrevi em tempo recorde, mas conversamos sempre que podíamos pelo telefone e falamos de várias coisas. A cada momento sentia mais saudades dela, minha vontade era passar o dia vendo ela dançar e rodopiar naquela sala rodeada de espelhos, mas tenho que me controlar, afinal ela tem namorado e eu não posso parecer um perseguidor desesperado. Sorrio.

Estou ansioso e animado, vou vê-la de novo! O coquetel do sucesso de vendas do meu novo livro vai acontecer hoje à noite, ainda não tínhamos certeza, pois Micky o dono da editora não sabia se iria conseguir chegar na cidade a tempo junto com os outros sócios para a comemoração, mas felizmente ele conseguiu e o pessoal está organizando tudo lá. E obviamente só pensei em convidar a Vanessa para ir comigo, e felizmente ela aceitou. Mas a maior surpresa foi quando ela me disse que havia terminado com o Patrick, meu corpo esquentou e gelou quando ouvi suas palavras, eu fiquei nervoso e satisfeito, sim satisfeito, não vou negar. Eu percebia que ela não estava na mesma sintonia que ele, ela sempre parecia mais distante e ele querendo sempre ir mais longe como se para mostrar que eles tinham algo mais forte. Ela disse que foi a duas semanas atrás e que já estava tranquila, fiquei mais feliz ainda, senti que ela estava sendo sincera.

Bem, ela está livre agora, não sei se conseguirei me controlar daqui para a frente. Meu coração, meu corpo e minha mente só pedem por ela.

Eu me arrumo e demoro um pouco mais escolhendo uma roupa mais social adequada com o evento. Visto um terno preto adequado para reuniões e coquetéis desse tipo, arrumo meu cabelo, meu bigode, ajeito a gravata e passo perfume.

Ás 19:30 estou em sua porta e a vejo em pé junto da portaria do prédio conversando com algumas mulheres, buzino e ela se vira sorrindo, se despede das mulheres e desce as escadas e eu fico sem ar. Ela está maravilhosa. Um vestido preto de alças justo passando um pouco do joelho, sapatos pretos bem alto, o cabelo solto, uma bolsa preta pendura no braço e ao se aproximar mais do carro vejo que ela realçou os olhos com a maquiagem, o que torna difícil qualquer um não ficar hipnotizado com seu olhar. E a boca... que boca... um batom vermelho contorna seus lábios carnudos. Ela entra no carro e seu cheiro invade o pequeno espaço entre a gente.

— Oi. Pontual. – diz.

Beija minha bochecha e eu retribuo o beijo. Do partida no carro.

— Sempre. Você como sempre está encantadora.

— Você como sempre cheio de elogios.

— Só estou falando a verdade. – ela ri.

— Você está ótimo também. Adoro homem de terno, acho que fica perfeito. E terno combina com você, está parecendo um empresário ou coisa assim.

Fico todo bobo.

— Não estou parecendo um escritor? – brinco.

— Está também. Um escritor indo comemorar o sucesso do seu livro.

Nós seguimos o caminho conversando, não demoramos muito e paramos na frente do salão de festas. Entrego o carro ao manobrista e abro a porta para ela sair, sorrio e entramos na festa.

Muitos rostos conhecidos, em uma parte alguns exemplares do meu livro estão expostos autografados como brinde para os convidados. Ando com Vanessa ao meu lado e as pessoas olham para a gente, alguns homens curiosos passam os olhos por ela, me incomodo um pouco com isso, mas não demonstro. Quero oferecer meu braço a ela, mas talvez ela não se sinta confortável com isso. Vamos até o chefe da editora e o cumprimentamos, apresento Vanessa e algumas pessoas próximas cumprimentam ela, já conhecem ela de longe e dizem que já viram seus espetáculos e falam sobre a nova peça que está sendo anunciada. Após um pouco de papo pedimos licença e vamos até o bar buscar alguma bebida, petiscos estão sendo servidos e nós pegamos alguns.

— Então, quer dizer que agora não precisa se preocupar com seu namorado esperando você em casa?

Ela me olha, parece surpresa, depois sorri aliviada acho eu.

Escolhemos martini para beber. Encostamos no bar.

— Sim. Já estava ficando chato, era só cobrança. Odeio isso.

— Eu percebi lá no clube, ele estava marcando em cima de mim. Ciúmes?

— Sim, e você deve ter percebido que eu já estava irritada com o comportamento dele.

— Percebi sim. O clima ficou chato para mim, já estava incomodado com ele me olhando, não queria arrumar confusão e estragar mais o momento, então preferi ir embora.

— Eu sei que saiu por causa dele, e o Ricardo também. Patrick azedou tudo, pois fomos embora logo depois. Peço desculpas a vocês.

— Imagina Nessa, nem se preocupe. De qualquer forma foi ótimo nosso encontro, eu adorei.

— É engraçado, parece coisa do destino. – ela ri. — Jamais ia imaginar encontrar você lá.

— Concordo, coisa do destino. – sorrio. — Mas você está bem? Feliz com a decisão?

— Sim, estou ótima. Acho que já tinha passado da hora de fazer isso, foi melhor assim ninguém saí machucado. Cada um segue sua vida agora, e foi mais simples do que eu pensei.

— Patrick aceitou bem?

— Acho que sim, é coisa do passado já. – ela sorri.

Continuamos a beber, o martini está muito bem feito e aproveitamos para beber os coquetéis de frutas. A bebida nos deixou mais animados e descontraídos, algumas pessoas vinham falar comigo, mas eu nem me dei ao trabalho de ir andar pelo salão para puxar papo com eles, eu estava mais interessado em permanecer com Vanessa.

— Vou ao toalete. – diz.

— Acompanho você.

Vamos andando até a área do toalete, eu seguro a bebida dela enquanto ela entra no banheiro feminino. Ao lado tem tipo um terraço ou área externa que tem uma piscina bem grande, o lugar do evento é muito grande e acontecem várias festas aqui. Vou caminhando por essa área, passo pela piscina e olho a paisagem, faz um vento bom e o silêncio é quase absoluto. É agradável.

Vejo Vanessa sair do banheiro.

— Nessa!

Grito quando ela já sumiu da minha vista, provavelmente está me procurando, de repente ela volta e vem andando em minha direção.

— Explorando o local? – pergunta sorrindo.

— Não é lindo? Adorei aqui.

Entrego sua bebida, ela bebe.

— Sim. Estou mexida com essa piscina, é tão bom tomar banho assim a noite. Aquele frio bom.

Eu a encaro enquanto seus lábios mexem, ela está ainda mais linda nessa paisagem.

— Também acho. Com total privacidade.

Nós começamos a andar pelo local, em volta da piscina enquanto conversamos.

— Tem ensaio amanhã? – pergunto.

Estamos parados de frente um para o outro.

— Acho que sim, o diretor está louco com esses ensaios. Não vejo a hora de começar logo a peça, tenho mais paz. – sorri. — Preciso de uns dias de folga. E seu livro?

— Já finalizei.

— Sério, Roly? – sorri lindamente. — Que ótimo! Parabéns! Não vejo a hora de ler.

Ela se aproxima um pouco de mim sorrindo, não tenho reação para responder, encaro seu rosto iluminado e a atração que sinto por ela é intensa. Acho que estou apaixonado.

Seguro delicadamente seu braço, ela me olha ainda alegre.

— Se eu fizer uma coisa, você vai ficar chateada? – pergunto, ela me olha sem entender e ri.

— Depende do que seja.

— Terei que arriscar então.

Agarro sua cintura e encosto seu corpo no meu, seus seios batem no peito e é uma sensação excitante. Olho nos seus olhos e seguro sua nuca com uma das minhas mãos, beijo sua boca e sinto seu corpo e seu gosto, deliciosa. Tudo acontece muito rápido e deixo a delicadeza de lado por enquanto, nosso beijo é urgente, como se estivéssemos cheios de saudades, ela não me afasta e nem dificulta, pelo contrário, suas mãos agarram meus ombros e seus lábios acompanham os meus correspondendo ao meu beijo.

Estamos sós em frente a piscina, um silêncio agradável e a brisa é gostosa, tudo propício para nós dois. Nosso fôlego começa a diminuir, precisamos de ar, meus lábios ardem quando sua boca deixa a minha. Continuo segurando sua nuca e ela me encara, tenho medo do que vou encontrar em seus olhos, penso que ela vai se afastar ou perguntar porque fiz isso, penso tanta coisa, não quero perder ela. Mas para o meu alívio ela me olha sensual e com carinho, passa uma das mãos pelo meu cabelo e desce pelo meu rosto alisando minha barba que teima em crescer, seu carinho delicado me arrepia. Eu a encaro com desejo e sem reação, só quero beijá-la novamente, aliso suas costas, minhas mãos coçam para descer pelo seu quadril e ir até sua bunda, mas eu me contenho. Aperto mais seu corpo no meu, sinto seus seios subindo e descendo e sua respiração descompassada, aproximo mais seu rosto do meu e ela sorri sensual indicando que está tudo bem, e eu como um bom homem que sou agarro seus lábios com vontade e a beijo novamente.

Chupo seus lábios carnudos e minha língua invade sua boca, ela é extremamente sensual e excitante e invade minha boca com sua língua, nosso beijo é avassalador e apaixonante, seu corpo é rígido e cheiroso, ela está me deixando perdido. Estou dominado e hipnotizado nesse momento. Aliso seus braços com minhas mãos, sua pele é macia e delicada.

Precisamos de ar de novo, minha respiração está ofegante, nossos rostos se afastam e eu aliso seu rosto e seus olhos brilham junto com os meus. Tenho quase certeza que ela também estava esperando por esse momento. Meu corpo reage ao que fizemos, sinto algo se manifestar lá embaixo, e eu simplesmente não tenho culpa, foi ela que me deixou assim.

— Eu tinha que fazer isso...

Sussurro, ela sorri sensual e coloca um dedo no meio dos meus lábios, como quem pede silêncio.

— Não precisa se explicar.

Beijo seu dedo e sorrio.

Vejo ela olhar para minha boca rindo sensual.

— Todo sujo de batom.

— Deixa assim, quero entrar no salão desse jeito, deixar o pessoal com inveja de mim. – rio meio safado, ela bate no meu peito.

— Não seja besta. Deixa eu limpar.

Ela passa o dedo em volta dos meus lábios tentando limpar, vejo que está com dificuldade, o batom dela é muito vermelho e olhando para a boca dela dá para perceber que ele ficou todo na minha boca. Gosto disso.

— Tem um lenço?

— Claro.

Tiro meu lenço do bolso interno do terno e entrego a ela.

— Vamos ver se com o lenço saí.

Ela parece concentrada na tarefa, meus lábios já estão pegando fogo de tanto ela esfregar o lenço para tirar as marcas.

— Que batom é esse? É permanente?

Brinco e ela ri.

— Pronto. Acho que deu para disfarçar.

Ela me entrega o lenço, guardo novamente, levo meus dedos ao seu lábio e limpo uma mancha de batom no seu queixo. Ela me encara muito intensa.

Abre a bolsa e pega o batom para retocar, assisto a cena sem conseguir desviar os olhos. Ela guarda o batom novamente e sorri.

— Vem, vamos. Já já vão vir atrás de você.

Concordo e seguimos de volta para o salão, estou parecendo um bobo, acho que meu sorriso não cabe em meu rosto. Tento disfarçar o máximo que posso. Quando chegamos ao salão vimos que o jantar estava sendo servido.

— Com fome? – pergunto.

— Sim. Vamos jantar.

O cardápio muito variado tinha peixes, carnes, frango e massas. O cheiro era divino, eu praticamente não comi hoje correndo com a finalização do livro, então estou louco de fome.

— Acho que vou comer tudo. – digo e ela me olha.

— Está falando sério?

— Sério. Eu quase não comi hoje.

— Vai com calma. – ela ri e eu acompanho.

Nos servimos e sentamos na mesa junto com os sócios da editora. Vanessa come uma macarronada de frutos do mar e eu misturo um pouco de tudo. Ela não come muito, é bem moderada. Comemos e conversamos com o pessoal da mesa, faço minhas piadas e o pessoal se acaba de rir e Vanessa também, ela é muito divertida e se envolve em qualquer ambiente.

Terminamos o jantar e vamos pegar a sobremesa perto do bar, Vanessa come um bombom de limão e eu escolho um de morango, ela está de costas para mim e eu me aproximo por trás, encosto meu corpo no seu e disfarçadamente cheiro sua nuca perto da orelha, sinto e vejo que ela se arrepia e seu corpo vai um pouco para frente. Não consigo me controlar e coloco minha mão em sua cintura e vou descendo até chegar perto de sua bunda, o tecido do vestido é macio e seu corpo cheio de curvas, de repente ela me dá uma cotovelada de leve e eu rio meio safado.

— Pare. – sussurra, seu rosto parece irritado, mas percebo um brilho de divertimento por trás da cara amarrada.

— Assim você me machuca Vanessa. – finjo estar sentindo dor.

— Você aguenta Roland. É um homem bastante esperto. – aperta os olhos.

— Me desculpe. Não consegui me controlar.

— É melhor se controlar.

— Então pare de me provocar.

— Eu não estou te provocando.

Passo a mão no cabelo, ela ri.

Peço mais uma bebida no bar, preciso baixar a bola.

As pessoas começam a ir embora. Já passava das 22h.

— Roly, vamos indo? Tenho ensaio amanhã.

— Se você quer ir, vamos.

— Eu não quero te atrapalhar, é festa da sua editora, acho melhor pegar um táxi, está cedo para você ir. Mas eu realmente preciso estar descansada nesses ensaios.

— Não, jamais, eu vou lhe levar em casa. Não tem porque eu continuar aqui, já aproveitei bastante com você. – sorrio e ela também. Parece meio envergonhada, ficou fofa, vontade de beijar ela de novo e de novo. — Vamos indo.

Acabamos saindo direto e nem indo falar com ninguém, apoio minhas mãos em suas costas e peço o carro ao manobrista, não demora e já estamos dentro seguindo até a casa dela.

Depois de alguns minutos estamos parados na frente da sua porta.

Quando o carro para eu avanço nela e a beijo novamente, nosso beijo esquenta e é difícil se movimentar no espaço pequeno do carro, minhas mãos descem por sua perna e sobem por sua barriga e ela corresponde, mas de repente segura minha mão e afasta seu rosto do meu.

Ela me olha e parece indecisa, parece que está lutando internamente.

— Roland eu não quero me precipitar, desculpe.

Meu coração dispara.

— Você não gostou do que aconteceu? Pensei que tinha gostado.

— Não é que eu não tenho gostado... aconteceu e foi bom, não vou negar isso, mas acho que não devemos nos precipitar.

— Nos precipitar? Como assim, Nessa? Não estamos fazendo nada de errado.

— Eu sei...

Eu a encaro.

— Eu não fiz por mal. Desculpe então. – digo.

— Ei, não tem porque se desculpar. Você não me obrigou a nada, não é isso que estou dizendo. Se eu não quisesse beijar você eu não tinha beijado e teria me afastado.

— Certo. Não vou forçar a barra. – sorrio e ela também.

Beijo sua mão.

— Mas não me arrependo de nada.  – ela diz e meu coração se alegra. — Apenas vamos com calma.

Sorrio. Concordo com ela. Mas ela me deixa descontrolado.

— Então até mais? – pergunto.

— Até mais.

Ela beija minha boca, um selinho simples, um beijo gostoso e cheio de sentimentos, faz até barulho. Retribuo na mesma intensidade e ela saí do carro entrando no prédio.

Sorrio.


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Notas finais do capítulo

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