Mesmo se não der certo escrita por prr


Capítulo 18
18 – Os super-heróis




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Os quatro saíram da rodoviária e foram atrás de uma loja de fantasias, para conseguir uma fantasia para Sabrina. Aproveitaram e compraram também alguns acessórios para animar as crianças, como apitos, confete de papel e balões.

— Chefe, quase morrendo aqui. – Denis falou sério para Leonardo. Sabrina olhou para eles com uma cara de espanto, sem entender o que Denis queria dizer, mas imaginando não ser algo bom.

— Relaxa Sabrina. Só estamos com fome.

— Desculpa, Sabrina. – Leonardo deu um beliscão em Denis. – Às vezes é bom ignorar esses dois. Adoram fazer graça.

— Tudo bem. – Sabrina sorriu. Seu sorriso, conforme Leonardo observou, não estava mais triste como mais cedo. E ele gostou desse sorriso de agora, porque não só os lábios sorriram, como também os olhos.

Pararam em uma padaria para lanchar. Sabrina não pediu nada, mas Leonardo insistiu e os quatro acabaram pedindo uma torta inteira, para dividirem. Depois que comemoram, compraram picolés e mais uma vez Sabrina não quis comprar, mas acabou aceitando um quando Denis insistiu que aceitasse porque ele estava doente e não podia ser contrariado.

— Vocês costumam animar festas infantis? – Tinham acabado de sair da lanchonete e estavam procurando algum lugar para passar o tempo até dar a hora de irem para a festa.

— Ah sim. Somos os mais divertidos, em qualquer festa que vamos. Não é Denis? – Pedro cutucou Denis, que concordou.

— Hum... legal.

— Não leva eles a sério, Sabrina. – Leonardo tentou dar beliscões em Pedro e Denis, mas os dois saíram correndo. – Hoje vai ser nossa primeira animação de festa infantil. Encontramos com essa mulher na rodoviária e como ela precisava de ajuda e não tínhamos nada melhor pra fazer...

— Então vocês andam por ai salvando o dia das pessoas? – A mão de Sabrina procurou pela mão de Leonardo, que com vergonha das mãos suadas, pegou o celular. – Porque é isso que fizeram hoje pra essa mulher e o filho dela e... bem, pra mim. Agora mesmo eu estaria lá na rodoviária, chorando.

— Acho que é meio que isso. Essa viagem é meio que pra salvar o dia também. – Leonardo olhou para Denis e Pedro, que corriam e faziam gracinha à frente dele.

— Ele não foi sempre assim? Quero dizer, a visão do Denis.

— Não. Descobrimos tem uns dois anos. Ele gostava de futebol, era goleiro. Um jovem talento. Mas ai ele começou a perder a visão e vai até ficar cego por completo.

— Deve ter sido difícil pra ele. Para você e seus pais também. – Dessa vez, foi a mão de Leonardo que procurou a de Sabrina. Continuaram andando de mãos dadas até chegarem em frente um conjunto de lojas, nas quais resolveram entrar para passar o tempo e procurar alguma coisa que os lembrasse da cidade para guardar como recordação.

Chegaram no local da festa no horário combinado e foram para a entrada dos fundos. Foram encaminhados para um banheiro, onde se vestiram. Haviam mesas de um lado e brinquedos infláveis do outro. Os adultos estavam nas mesas, comendo, bebendo e jogando conversa fora. As crianças brincavam como se fosse o último dia da vida delas, gritando, pulando e correndo.

— Tudo bem, Léo? – Sabrina perguntou, ao ver Leonardo parado olhando na direção das crianças brincando.

— Lembro do último aniversário do Denis que teve tudo isso. A gente sabe que vai crescer um dia, mas nunca nos damos conta de quando isso realmente acontece. – Leonardo deu um longo suspiro. – Vamos lá divertir esses pestinhas.

Quando o aniversariante viu os super-heróis ficou bastante empolgado. Saiu correndo do lugar que estava e gritando o nome de cada um deles. Pedro e Denis não tiveram nenhum problema no que se trata de divertir as crianças. Depois de um tempo, só de olhar para os dois as crianças já começavam a rir e pedir para fazerem alguma coisa engraçada. Leonardo estava um pouco mais tenso, já que nem quando era criança ele costumava brincar tanto. Sabrina não estava participando da farra, entretendo as crianças menores, cantando musiquinhas infantis e brincando de roda.

Depois que cantaram os parabéns, os quatro ajudaram a servir bolo e doces para as crianças, que agora pararam de correr e de gritar, concentrando toda a sua atenção ao pratinho que tinham em frente. Uma coisa engraçada que observaram sobre as crianças foi que quando lhes era oferecido salgados, eles recusavam, mas quando ofereceram doces, eles sempre queriam mais.

Ao fim da festa, os quatro ficaram em um cenário, onde entregavam as lembrancinhas do aniversário, junto com o aniversariante e tiravam fotos. O aniversariante estava realmente feliz e satisfeito, mas não mais feliz e satisfeito que sua mãe, que afinal, não tinham decepcionado o filho.

Os pais do aniversariante pagaram o valor combinado aos garotos e agradeceram muito pela ajuda. Se não fosse pelos garotos, a festa ficaria sem a equipe de animação e o filho, que tinha contado para todos os coleguinhas que teria heróis na sua festa, ficaria decepcionado.

— Vai pra onde, Sabrina? – Estavam na porta do salão de festas, aguardando o táxi que haviam chamado. Leonardo e os outros dois iriam para um hotel, onde esperariam o dia amanhecer e se não houvesse chuva iriam para o zoológico, caso contrário, pegariam um ônibus para a próxima cidade da lista deles.

— Para a rodoviária. O melhor a fazer é pegar um ônibus e ir para casa.

— Você estava indo pra onde? Não era para casa? – Pedro perguntou.

— Visitando uns parentes. – Sabrina mentiu. Não quis contar o que estava fazendo, porque no fim das contas sua jornada não levaria a lugar nenhum. Preferiu tentar esquecer o que fora fazer.

— Se vai passar a noite na rodoviária sozinha, eu fico com você. É perigoso ficar lá sozinha. A gente só passa no hotel antes para deixar esses dois.

— Se eu não tivesse encontrado com vocês mais cedo, eu estaria lá na rodoviária, sozinha. Não me importo com isso. – “Ou então em casa, se eu tivesse tido coragem de pegar o ônibus”, Sabrina pensou.

— Pois o Léo tem razão. Não vamos deixar você lá sozinha. E depois, estamos em uma aventura e nunca passamos a noite na rodoviária. – Pedro falou, recebendo o apoio de Denis.

Quando o táxi chegou, pediram para ir até a rodoviária. Todos desceram. Sabrina ficou secretamente agradecida aos garotos por lhe fazerem companhia, por dois motivos: 1) não queria passar a noite sozinha, por ser perigoso e meio triste; 2) não queria ficar longe de Leonardo, estava realmente gostando da companhia dele e também da dos outros dois.


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