Polaroid escrita por Swimmer


Capítulo 18
I'll Be There For You


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls! And boys! Agora fiquei curiosa, algum guri lê a fic?
Anyway, aqui está mais um capítulo pra vocês! (Jura? Abri achando que eram os números da loteria) Esse tá menos depressivo, juro.

Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/678032/chapter/18

Annabeth

Annabeth saiu da sala do hospital confusa e segurando uma pasta. Já fazia mais de vinte e quatro horas desde que ela recebera o telefonema sobre a mãe. Ela tinha cochilado um pouco nas cadeiras da sala de espera, que não eram nem um pouco confortáveis, e sentia dores no corpo todo. A garota quase não se dava conta disso, tamanha era a preocupação com a mãe.

A maior surpresa dela foi quando um homem, que devia ter uns vinte e cinco anos, apareceu pedindo para falar com ela o mais rápido possível. Ele dissera ser representante de um dos patrocinadores da empresa de Atena e que a companhia para a qual trabalhava se dispunha a pagar todo o tratamento e qualquer gasto extra com a mãe dela.

Annabeth saíra da sala com aquela pasta, com um contrato dentro, prometendo pensar no assunto. Era estranho que essas pessoas aparecessem do nada mas poderiam ser a salvação da mãe. E Annabeth faria qualquer coisa para salvá-la, ela repetia isso em sua cabeça.

Depois de tanto tempo dentro daquele lugar, a loira fizera o irmão ir para casa tomar banho e descansar um pouco. Já ela, não tinha deixado o lugar de jeito nenhum.

Atena estava em coma, quebrara o braço esquerdo e tivera duas hemorragias cerebrais, além de outras fraturas menores e outras consequências que só poderiam ser confirmadas quando ela acordasse. Se ela acordasse. Os médicos tinham descartado o risco imediato de morte, mas não havia como saber se a mulher acordaria. Poderia levar dias ou anos.

—E aí? – Thalia se levantou.

Annabeth não tinha mencionado o problema do dinheiro com a amiga, de modo que tivera que inventar uma história sobre o homem. Depois da briga dos garotos, Thalia explicara toda a situação e pedira desculpas. Desde então ela só olhava de cara amarrada para o irmão, que só olhava desse jeito para Nico.

—É um dos patrocinadores dela, são documentos pra assinar – ela explicou, inventando, e mostrou a pasta.

—O médico passou aqui. A última cirurgia deu certo, ele disse que tudo está indo melhor do que ele esperava e que você precisa urgentemente sair desse prédio.

—Por que? – Annabeth perguntou. Depois de tanto tempo sem dormir direito de verdade ela não notou a nota de ironia na voz de Thalia.

—Por que você tá começando a feder – Thalia revirou os olhos e Annabeth fechou a cara. – Vamos lá, Annie. Peguei umas roupas suas e levei lá pra casa, Jason até falou comigo! Ele deve estar nesse exato momento tentando convencer o Percy a ir pra lá.

Annabeth olhou ao redor. As paredes eram brancas e com quadradinhos de azulejo até certa altura. Três crianças brincavam num canto, alheias a qualquer que fosse o motivo de estarem ali. No centro da sala havia uma planta com cadeiras bege em volta. Mais cadeiras se espalhavam pelo espaço. Nas paredes, quadros claros, dos quais a garota já decorara todos os detalhes.

Talvez ela devesse dar um tempo daquele ambiente.

—Tudo bem – ela colocou a pasta na bolsa.

—Sério? – Thalia se levantou da cadeira tão rápido que derrubou os fones de ouvido.

—Vamos antes que eu mude de ideia.

Depois que a recepcionista garantiu que ligaria se tivessem qualquer novidade, elas foram atrás de Jason e Percy.


No banheiro do quarto de Thalia, Annabeth ligou o chuveiro e repassou, de olhos fechados, os últimos dias. O baile parecia ter sido séculos antes. E Aurora... ela nem se lembrara de perguntar o que tinha acontecido com a bebê. Percy estava dando um apoio enorme para ela e ela tentava fazer o mesmo.

Depois de vários minutos embaixo da água quente, ela desligou o chuveiro e se enrolou na toalha. Ela saiu para o quarto e começou a vestir as roupas que Thalia deixara na cama – uma calça jeans azul clara e uma camiseta rosa com a frase “Saber as perguntas certas, é melhor do que ter as respostas certas” estampada.

—Almoço chegando – Thalia falou. Ela e a empregada de Zeus, Dalilah, entraram com bandejas. – Vamos comer aqui hoje.

Elas colocaram os quatro pratos em cima da mesa de estudos da morena – que nunca usava aquela mesa para estudar. A mesa só tinha duas cadeiras, por isso Thalia arrastou os pufes roxos e quadrados para perto. Annabeth deduziu que Percy e Jason se juntariam a elas.

—Querem suco ou refrigerante? – Dalilah perguntou.

—Suco, por favor – Annabeth falou.

Metade do estoque de refrigerante e café - por mais ruim que fosse - do hospital tinha sido consumido por ela. Ter algo natural seria ótimo.

—Coca – Thalia disse.

—Olá, meninas – Jason entrou depois de dar passagem para Dalilah, seguido por Percy. Ele parecia estar de bom humor.

Percy deu um sorrisinho para Thalia que rapidamente disfarçou a surpresa. Eles foram até a mesa e se sentaram. Os pratos estavam cheios de macarrão com molho branco, um dos preferidos de Annabeth.

Eles comeram em silêncio por um tempo, quando Annabeth estava na metade do prato, viu um garfo que não era o seu invadir seu espaço e pegar um pouco de seu macarrão. Ela levantou o rosto e viu Percy olhando pra ela com um meio sorriso enquanto mastigava a comida dela.

—Você é estranho – ela falou e bebeu um gole do suco de morango.

—E você come devagar – ele pegou mais uma porção do prato dela.

—Não, você é que come rápido demais – Annabeth revirou os olhos.

—Garotas – Jason falou e Percy assentiu pra ele.

—Garotos – Thalia e Annabeth trocaram um sorriso.

Eles terminaram de comer e Jason disse que ia comprar sorvete para todo mundo e que a questão não estava aberta a discussão.

Annabeth nunca gostara realmente do irmão de Thalia, mas estava começando a mudar de ideia. Ele estava fazendo de tudo para que Percy e ela se sentissem melhor, Jason era um amigo leal.

Os quatro jovens saíram do quarto de Thalia em direção às escadas, mas antes de chegarem até lá, Zeus apareceu no corredor. Talvez pela primeira vez, pelo menos na presença de Annabeth, o homem não usava terno. Com a barba curta e o cabelo começando a ficar grisalho ele só parecia um pai normal quando usava calças jeans e moletom, não lembrava o presidente da Olympus Enterprise.

—Onde vão, crianças? – ele perguntou.

—Sorvete – Jason falou, claramente desconfortável.

Zeus assentiu e passou os olhos por Percy e Annabeth.

—Sinto muito – ele disse. Não precisava dizer mais nada para que os dois entendessem do que ele estava falando. – Se precisarem de qualquer coisa, saibam que eu e minha família estamos aqui.

Eles agradeceram e saíram da casa. Foram até uma sorveteria ali perto no carro de Jason. Durante o caminho e enquanto comia o sorvete, ela se esforçava para não pensar demais. Só que toda vez que Annabeth acabava esbarrando os olhos seu reflexo, via a expressão de desespero e as olheiras pretas debaixo dos olhos.

Depois do sorvete, Jason dirigiu para a casa de Hades, alegando que "alguém" queria ver Percy. Thalia e ela foram na frente, os garotos andaram mais devagar. No jardim, Annabeth avistou Hazel, Bianca, Nico e um garoto que ela não reconhecia sentados na grama. Elas se aproximaram e eles se levantavam. Annabeth encarou o garoto de cabelos encaracolados por alguns segundos antes de reconhecê-lo e fez uma careta.

—Grover Underwood? - ela perguntou.

—Annabeth Chase - ele cruzou os braços.

—Vocês se conhecem? - Bianca perguntou.

—Quinta série. Esse é o garoto que roubava meus livros de arquitetura grega - ela torceu o nariz.

—Tá brincando? Essa é a loira maluca que quebrava minhas flautas! - Grover exclamou.

—Grover? - Percy chamou. Os garotos finalmente tinham alcançado os outros.

Percy abraçou Grover como se faz um amigo muito querido que você não vê há muito tempo. E provavelmente era isso mesmo.

—Podemos ir pro seu quarto? - Annabeth perguntou para Bianca.

As garotas subiram depois que Nico abraçou a loira. Ficaram conversando por um tempo até que Annabeth caiu no sono, sem querer. Mas também, depois de quase três dias sem dormir direito, ela não aguentaria muito mais.

Por quanto tempo ela dormira? Minutos? Horas? Annabeth esfregou os olhos e viu que o quarto estava escuro. Horas, com certeza.

Ela saiu para a sacada de Bianca e olhou em volta. Na sacada ao lado, que saia do quarto de Hazel, ela viu a garota morena e Frank sentados. Annabeth ficou olhando por um tempo até que a notassem. Os dois levaram um susto, ela sorriu e sinalizou que estava indo para lá.

Ela saiu para o corredor vazio e usou o celular para iluminar o caminho. O relógio marcava mais de quatro horas da manhã. Annabeth bateu na porta e Frank abriu, com um sorriso sem graça. Eles foram para a varanda em silêncio.

—Ninguém sabe que vocês tão aqui, né? - Annabeth perguntou em tom baixo e eles negaram - Relaxem, não vou falar.

Annabeth se sentou no chão e Frank de frente para ela, abraçando Hazel de lado.

—Nico ainda pega no meu pé e Frank é um dos melhores amigos dele - Hazel falou. - Tive um pesadelo.

—Tem certeza que vocês são desse século? - Annabeth soltou um riso curto. - Vocês precisam assumir que se gostam. Nico vai dar um jeito de lidar com isso, se o Jason tá conseguindo ele também consegue.

Os dois trocaram um olhar confuso.

—Jason? - Foi Frank quem perguntou.

Annabeth contou a eles toda a história sobre Thalia e Nico estarem escondendo seu "pseudo-relacionamento" de todo mundo, como Jason tinha visto os dois no hospital e eles saíram dando socos um no outro.

—Sério? Como ele pôde não me contar isso? - Hazel se indignou.

—Pelo menos já temos o argumento - Frank riu.

—Valeu pelo conselho, Annie - Hazel pegou a mão de Annabeth e a apertou. - Principalmente agora, sei como deve estar sendo difícil pra você.

O olhar de Hazel dizia mais. Ela entendia a dor da outra.

—Quanto tempo eu dormi?

—Umas doze ou treze horas seguidas - respondeu Hazel.

—Meu Deus. Enfim, vou deixar vocês aproveitarem seu... estranho encontro na sacada - ela soltou a mão de Hazel e saiu.

Annabeth desceu até a cozinha e tomou um copo d'agua. De volta ao quarto de Bianca, todo decorado em preto e verde piscina, ela se deitou na cama da amiga, se enrolou no cobertor que alguém tinha jogado sobre ela e se permitiu chorar tudo que tinha guardado durante anos.

Chorou pela mãe. Chorou de saudade do pai. Chorou pela tristeza do irmão. Chorou de medo, desespero e angústia. Chorou pela família. Uma nuvem negra parecia persegui-los. Primeiro os avós, antes mesmo que ela nascesse, depois o pai. O destino não podia levar também a mãe dela. Não era justo.

E numa prece silenciosa para qualquer um que pudesse ouvir, desejando que a mãe ficasse bem, ela adormeceu novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, espero que comentem e espero que meu sátiro apareça.
Como tá a vida de vocês? A minha tá mais parada que a mente do Percy quando tem que se declarar...
Vejo vocês nos comentários, se tiverem ideias, sugestões ou se encontrarem algum erro, digam, eu não mordo...
Beijoss de luz ♥ ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Polaroid" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.