“Amaldiçoados”, será realmente que existe tal coisa? Fitz e Jemma, já viram de tudo na sua linha de trabalho é verdade, e para mestres da ciência, onde é possível encontrar respostas para praticamente tudo! Se não para tudo mesmo, Fitz sempre acreditou que a ciência era capaz de provar qualquer coisa, como ele, de todas as pessoas poderia acreditar em tal ideia? Talvez em uma busca desesperada por uma resposta que justificasse tamanha falta de sorte, de sua parte e de Jemma, ou mas ainda sua falta de coragem em revelar seus sentimentos, e o medo de Jemma em assumir seus proprios, todo esse conjunto de más decisões, são a real maldição. Mas agora, não existem sentimentos escondidos, mas ainda existe histórias não contadas, uma história.

Jemma: - Fitz... Você está mesmo bem? O Ward não fez nada com você? Eu estava tão preocupada! – O questionava enquanto caminhavam em direção ao laboratório, após finalmente chegaram a SHIELD depois de horas de voo.

Fitz: - Estou bem Jemma, estou apenas cansado e precisando de um banho, toda aquela poeira daquele planeta, eu preciso tirar isso do mim. – Respondeu gentil e honestamente.

Jemma: - Tudo bem Fitz, mas depois preciso que me encontre no laboratório vou fazer alguns exames apenas para ter certeza que está tudo bem. – Fitz acentiu concordando e mudou seu rumo para o quarto, onde tomou banho, e aproveitou para refletir sobre o que tinha acontecido, o que ele e Colson tinham enfrentado, Will, a Coisa, Ward. Era muita coisa para assimilar, muita coisa.

Fitz saiu do quarto após aproximadamente quarenta minutos e caminhava em direção ao laboratório, ainda afundando em seus pensamentos, que pesavam tanto, pensava em Will, Jemma o amava, saber de sua morte iria partir seu coração e saber que ele o matou, ela poderia jamais o perdoar, e ele não poderia viver com isso, com essa angustia causada por tamanha tragédia, mas estava decidido a contar-lhe tudo que aconteceu, não importava as consequências, sua covardia já lhe tinha custado muito, não lhe custaria mais nada. A verdade no entando, poderia custar-lhe seu grande amor, mas esse era um risco que ele precisava correr.

Chegou ao laboratório, tenso, nervoso, mas decidido aquele seria o momento onde contaria tudo a Jemma, tudo que aconteceu enquanto esteve naquele planeta.

Fitz: - Jemma... – Chamou por ela, em um tom calmo e sereno.

Jemma: - Fitz! Estava preparando os equipamentos para os seus exames, venha, sente-se aqui. – Apontava para a maca que havia preparado.

Fitz: - Realmente acho que não existe necessidade de tantos testes, mas se você insiste. – Respondeu-lhe enquanto caminhava ao local indicado.

Jemma: - Sim, insisto, para sua própria segurança.  – Sorriu ternamente, enquanto iniciava os exames.

Fitz: - Jemma... É... – Exitou um pouco. – Precisamos conversar quando terminar de me examinar, tem coisas que preciso te contar, coisas sobre o Will. – Ficou tenso ao citar o nome dele, percebeu a tensão despertar nela também.

Jemma: - Ok Fitz, mas... – Fez uma pausa para formular sua próxima sentença. – Não se preocupe, não existirão recentimentos entre nós. Eu prometo. – Disse para acalma-lo, havia percebido o quão nervoso ele estava.

Fitz: - Eu não sei... Mas independente de qualquer coisa, eu vou te contar tudo.

Jemma: - Terminamos aqui. Quer ir conversar em outro lugar? – Ele acentiu e os dois caminharam até a sala de reuniões, a equipe nunca usava aquela sala, sempre faziam as reuniões no lounge principal, Jemma sabia que não seriam interrompidos ali. Sentaram-se frente a frente, Jemma encarava Fitz em silêncio aguardando que ele estivesse pronto para dizer o que tinha a dizer.

Fitz: - Eu encontrei o Will. – Fez uma pausa para observar a reação de Jemma, que continuou em silêncio. – Eu encontrei seu esconderijo, e fiz Ward acreditar que ele nos ajudaria a encontrar o portal, então caminhamos juntos por horas no deserto, até enganarmos Ward e começarmos o percurso de volta, eu ia trazê-lo de volta Jemma.

Jemma: - Oh Fitz... O que aconteceu?

Fitz: - Passamos pela civilização daquele planeta, você sabia que havia existido vida lá? Cidades? Passamos por uma cidade.

Jemma: - Não vi nenhum sinal de civilização quando estive lá.

Fitz: - Existiu, o lugar tinha vida, bem não tinha mais vida alguma quando passamos por lá mas costumava ter. Will começou a me contar sobre a vida que existia lá, e ele sabia muita coisa, coisas que pelo tempo que ele esteve lá, ele não deveria saber, A “coisa” já tinha acabado com tudo quando ele chegou, como ele poderia saber tanto? Então ele me revelou que ele tinha distruído tudo aquilo, todas aquelas vidas, eles não aceitaram a mudança que ele havia proposto, Jemma, ele não era o Will, A “coisa” tinha se parasitado no corpo do Will, ele me falou que Will morreu enquanto te salvava. – Ele fez uma pausa, Jemma tinha lágrimas nos olhos, e acentiu para que ele continuasse. – Então ele me atacou, estavamos perto do portal, e ele tentava entrar, eu não poderia deixar aquela “Coisa” vir para a terra, então eu peguei a arma e atirei nele, eu atirei na “coisa” e ele continuava se levantando, eu continuei atirando, até que as balas acabaram e ele ainda caminhava em direção ao portal, então peguei o sinalizador e atirei nele, ele começou a pegar fogo e caiu, finalmente imóvel. Eu matei a “coisa”, mas era o corpo do Will, era o Will Jemma, eu sinto muito por não trazê-lo de volta, eu não podia. – Agora lágrimas escorriam do seu rosto, Fitz enterrou seu rosto em suas mãos enquanto chorava.

Jemma: - Oh Fitz... Eu sinto muito... Eu sinto muito que tenha passado por isso. – Ela disse aproximando sua cadeira da de Fitz e segurando suas mãos. – Não era o Will Fitz, você não o matou, ele já tinha ido a muito tempo.

Fitz: - Eu sinto muito Jemma... Você... Você o amava, e eu queria trazê-lo de volta pra você.

Jemma: - Eu o amava, mas não mais do que amo você. Will sabia disso, você foi o que me fez continuar lutando pra sair de lá, o Will me ajudou a voltar pra casa, voltar pra você Fitz, e se você não tivesse voltado por aquele portal, eu não sei como poderia viver. Tudo que eu pensei enquanto você estava lá foi no quanto eu queria que você estivesse aqui. – Ela segurava suas mãos, agora eles haviam estabelecido um forte contato visual, era como se um pudesse ver a alma do outro.

Fitz: - Você não me odeia?

Jemma: - Como poderia? Você se jogou em um buraco no universo por mim, duas vezes, abriu mão de oxigênio por mim no fundo do oceano, você tem sido meu melhor amigo desde sempre, e Fitz tudo que eu sou capaz de fazer é te amar. – Sorriu ternamente.

Fitz: - Eu te amo Jemma, eu... Talvez eu devesse ter dito antes, eu sempre te amei, mas a nossa amizade, eu... Eu não queria...

Jemma: - Eu sei Fitz... Eu também não escolhi um bom momento pra revelar meus sentimentos se lembra? Estavamos no meio de uma guerra, e você indo para o campo de batalha. Eu só quero te dizer mais uma vez, que não estamos amaldiçoados Fitz, apenas escolhemos momentos ruins. Mas agora talvez, possamos acertar nossos ponteiros.

Fitz: - Sim... Talvez sim. Eu espero que sim.

Jemma: - Mas vamos devagar, eu... Eu não quero passar a carroça na frente dos bois, eu quero ir em um encontro com você.

Fitz: - Você quer?

Jemma: - FITZ! – Ela deu um tapa em sua mão e sorriu ternamente.

Fitz: - Jemma! Você aceita ir a um encontro comigo amanhã a noite?

Jemma: - Sim, e prometo não chorar no seu ombro dessa vez.

Fitz: - Não me incomodo, mas prefiro que sorria dessa vez. – Ele a encarou sorrindo.