HL: Kane escrita por Augusto C S de Souza, Heroes Legacy


Capítulo 5
IV — Laços


Notas iniciais do capítulo

Demorei demaaaais, mas finalmente voltei ^^
Bem, queria pedir desculpas pela demora na postagem da fic e bem, espero que ainda tenha alguém por aqui depois de toda essa vida sem cap novo XD Não vou prometer que não vai mais acontecer, já que eu estou com a vida um pouco corrida, mas prometo tentar dar o meu melhor.

Agora chega de enrolar e vamos ao cap. Boa leitura pra vcs ^^



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Bristol, Inglaterra

 

O cheiro de ovos mexidos e torrada, junto com o aroma forte de café fresco, era o suficiente para encher a casa dos Johnson, enquanto deixava os vizinhos com água na boca. Alexander, um homem alto e de cabelos castanhos, com claros olhos verde e o rosto escondido por uma barba rala, tomava o seu café lentamente, saboreando sua refeição, enquanto Katherine, sua esposa, lavava a louça.

A mulher, dona de um corpo de fazer inveja à adolescentes viciadas em academia, possuía fios lisos e castanhos, que terminavam um pouco acima dos ombros, enquanto seus olhos, também castanhos, observavam atentamente à louça, procurando cada sujeira que pudesse estar escondida. Por um breve momento, Katherine olhou para o marido e sorriu, recebendo um sorriso fraco em resposta, enquanto o barulho de um salto alto ecoando pelo chão de madeira apenas aumentava.

 

— Aí vem ela. — A mulher comentou, enquanto uma garota entrava na cozinha. Usava um vestido branco e leve, parando um pouco acima dos joelhos. — Bom dia, Ellen.

— Bom dia. — A morena, assim como seus pais, respondeu, enquanto colocava a ponta de uma torrada na boca.

— Não vai ficar pro café? — Alexander fitou a garota, que ajeitava a mochila nas costas.

— Nem dá, pai. — Ellen respondeu, com a boca um pouco cheia. — Tô atrasada, então, até depois. — Disse, após dar um beijo nas bochechas de seus pais.

— E não se esqueça... — O homem sorriu.

— Notas altas antes, garotos depois. — Completou a morena.

— Muito bom.

 

Assim que ouviu a porta da entrada se fechar, o sorriso de Alexander diminuiu até não mais existir. Com um movimento mínimo da mão direita, fez com que a imagem da esposa começasse a sumir aos poucos, até que então, somente ele ocupava a cozinha. Em seguida, o prato onde antes estavam os seus ovos mexidos, agora dava lugar a um copo de uísque. Tudo aquilo não havia passado de uma ilusão. Uma triste e amarga ilusão.

 

— Hora de ir trabalhar. — Murmurou ele, após beber o líquido no copo e se levantar.

 

***

 

Após se despedirem em Nova York, onde Wyatt mora, Killian e Hazel passaram na casa do Kane mais novo apenas para que o rapaz pegasse o seu carro e os dois pudessem seguir viagem. Uma viagem nada aprovada por Rosalie, aliás.

Seguiam agora para Bristol, na Inglaterra, onde, segundo a garota, seu irmão, James Sullivan estava preso. Hazel mantinha a cabeça encostada na janela do carro, observando os postes iluminando a noite, enquanto Killian mantinha seus olhos na estrada. Hells Bells tocava baixo no rádio do carro.

 

— O que vai fazer depois disso? — Killian perguntou, quebrando o silêncio entre os dois. — Sabe, depois que resgatar o seu irmão.

— Eu pretendo sumir com ele. Sem Nêmesis ou Nexus no nosso pé.

— Vocês não possuem família? — Fitou a loira, antes de voltar sua atenção para a estrada novamente.

— Nenhuma que valha a pena voltar. — Hazel respondeu simples, rindo baixo. — Sempre foi apenas os dois Sullivan contra o mundo.

 

Killian sorriu de canto ao ouvir o comentário, lembrando da época em que ele e o irmão eram unidos assim. Mais precisamente na época do colégio, quando o Kane mais velho o livrava dos valentões.

 

— Você e o seu irmão não parecem ser tão unidos assim. — Hazel comentou, retirando moreno de seu devaneio.

— Bem, já fomos. — Riu baixo, balançando a cabeça negativamente. — Mas agora, acho que estamos bem longe disso.

— Entendo. — A loira o fitou, enquanto coçava o queixo. — Killian, posso te fazer uma pergunta?

— Vai em frente.

— Por que você confiou em mim antes? Não foi só porque eu prometi ti levar até o seu pai.

— Na verdade, foi porque eu notei que você era uma pessoa boa. — Disse simples, fitando a estrada noturna e quase deserta.

— Como? Eu estava pronta pra te prender.

— Porque seguia ordens e não porque queria, certo? — Killian desviou o olhar para a garota e ela assentiu.

— Tá, mas como você sabia? Alguma espécie de sexto sentido ou algo do tipo?

— Na verdade, eu chamo de estática. — Explicou ele, rindo fraco ao ver a expressão confusa de Hazel. — Bem, em resumo, todos os seres vivos possuem um campo elétrico ligado a parte do cérebro que controla as emoções.

— E você pode senti-las?

— Assim como todos os Neo-Humanos eletrocinéticos. E cada pessoa possui uma de uma cor. Pessoas boas possuem a estática da cor branca, como você, já as que são ruins, têm uma cor acinzentada e que só vão escurecendo com o tempo.

— Nossa, ouvir que eu sou uma pessoa boa depois de tudo o que eu fiz é bem...

— Surpreendente?

— Eu diria "reconfortante". — Hazel piscou algumas vezes antes de sorrir. — Obrigada, Killian.

— Não precisa agradecer.

 

Algum bar em Londres

 

O cheiro de cerveja e comida queimada parecia tomar conta daquele pequeno bar de estrada. Frequentado na maioria das vezes por motoqueiros e suas gangues, encontrar alguém usando couro era quase obrigatório. Garçonetes passavam de um lado para o outro, levando novas rodadas de cervejas para os bêbados — quero dizer, fregueses — e recebendo tapas em suas bundas, enquanto sorriam em agradecimento.

Ao fundo, mais motoqueiros criavam um tumulto, enquanto jogavam sinuca e dardos, fazendo com que suas acompanhantes gargalhassem diante de seus "grandes" feitos.

No balcão, Josh terminava de beber o seu quarto copo de uísque — quarto copo da segunda garrafa — e já pedia mais um, fazendo uma morena vir em sua direção. Assim como as outras, tinha o cabelo preso em um rabo de cavalo, usava um short jeans curto e uma blusa preta, com um generoso decote.

 

— Mais um, Bella, por favor. — O Kane pediu, sorrindo fraco.

— Não. — A garota respondeu simples, apoiando as mãos no balcão. Você não vai beber mais, Josh.

— Por que não?! — O moreno não pôde esconder sua surpresa.

— Da última vez você destruiu metade da sala de refeições.

— Aquele era um Josh de outro tempo. Um garoto irresponsável. — Assentiu algumas vezes enquanto explicava.

— Isso foi semana passada. — Sorriu vitoriosa, erguendo uma sobrancelha.

— Bella, Bella, Bella — pegou na mão da garota, acariciando-a com o polegar —, mais bela do que todas as Bellas. Quanto tempo você ainda precisa ficar aqui para pagar a sua faculdade?

— Mais um mês nessa espelunca. — Respondeu baixo, fitando o balcão.

— É quem é o freguês que mais te ajuda com isso?

— Você. — Bella então olhou para o Kane, franzindo o cenho.

— Então traz mais um copo de uísque, por favor.

— Só mais um. — Resmungou, colocando o dedo indicador próximo ao rosto do rapaz. — E então você vai embora.

— Prometo. — Josh riu baixo, fazendo um "x" no peito.

 

Bella então deixou o lugar e voltou com uma garrafa de uísque pela metade, enchendo o copo do Kane logo em seguida. Josh assentiu em agradecimento, enquanto observava a garota se afastar. Tomou um gole, fazendo uma careta ao sentir o líquido descer pela sua garganta. Entediado, Josh olhou ao redor, encontrando nada mais do que motoqueiros velhos e enrugados e acompanhantes bonitas, mas quem nem deveriam ter terminado o Ensino Médio.

O Kane então olhou para à sua esquerda e encontrou algo diferente naquele mar de couro, bandanas e óculos escuros. Um rapaz negro, com não mais do que vinte anos, virava uma dose de vodka ao seu lado. O rapaz aparentava frequentar bastante a academia, já que seus bíceps pareciam querer rasgar a manga da blusa social lilás que usava.

Seu cabelo era curto, seus olhos eram verdes e um brinco brilhava em sua orelha esquerda. Josh pôde notar seu olhar vazio quando os dois trocaram um rápido cumprimento com a cabeça.

 

— Você parece estar bem longe de casa, garoto. — O Kane comentou, fitando o rapaz.

— Assim como você. — Riu fraco antes de responder. — Por que está bebendo?

— Só uma desculpa para alguma coisa idiota que eu venha fazer mais tarde.

— E que seria? — Ele ergueu uma sobrancelha, o fitando de volta.

— Não sei, ainda estou trabalhando nisso. — Sorriu de canto. — E você, por que está bebendo?

— Hoje eu fiz uma uma entrevista para ganhar uma bolsa de estudo em Oxford.

— E?

— Bem — terminou sua segunda dose de vodka —, não estou bebendo para comemorar. — Suspirou, voltando a virar-se para frente. — O pior disso é saber que eu perdi a vaga para um cara burro feito uma porta, só porque o pai dele é alguém importante.

— Sinto muito, garoto. — Josh assentiu. — Quer saber? Dane-se Oxford! Desde quando estudar deu futuro?

— Desde sempre? — O rapaz devolveu, surpreso com a atitude do homem ao seu lado.

— Isso não importa agora. — Sorriu, pegando o copo de vodka dele. — Sabe do que você precisa?

— Estudar mais?

— Não! — O Kane respondeu, jogando o copo para trás e o ouvindo se quebrar segundos depois. — De uma briga de bar.

— Não sei como isso pode ajudar.

 

Enquanto o rapaz fitava o Kane, um grupo de seis motoqueiros se aproximava dos dois. O mais alto deles, um homem careca e com cicatrizes ao redor do pescoço, os encarava e o Josh não pôde deixar de notar os cacos de vidro em seu ombro. O mais alto então se aproximou mais um pouco dos dois e cruzou os braços, aproveitando para mostrar o tamanho deles e intimidar os dois. O Kane apenas riu baixo, enquanto o rapaz ao seu lado pareceu diminuir em seu banco.

 

— Vou perguntar apenas uma vez — O careca disse devagar —, qual das duas mocinhas me acertou com o copo de vodka? — Perguntou, olhando de Josh para o rapaz do seu lado e voltando.

— Bem, eu estou bebendo uísque e o garoto aqui estã com um forte hálito de vodka. — O Kane sorriu, apoiando as costas no balcão. — A matemática é bem simples... até pra vocês.

— Está nos dizendo que não sabemos fazer conta, fedelho? — Bufou o motoqueiro, levemente irritado, enquanto segurava o Kane pela jaqueta.

— Eu acabei de afirmar isso, posso desenhar se quiser, mas não sei se vocês são capazes de interpretar uma obra de arte.

— Engraçadinho ele, não acham? — O homem então olhou para os amigos, que sorriram, enquanto estalavam os dedos e os pescoços. — Que tal mostrarmos um pouco do nosso senso de humor?

Bristol, Inglaterra

 

Killian parou o carro algumas quadras antes de onde ficava a estrutura militar da Nêmesis, que decidiu adotar como disfarce uma fábrica de calçados. Hazel agora começava a colocar o seu uniforme branco novamente, enquanto o Kane olhava para fora. Depois de muito discutirem sobre o que fazer quando chegassem no local, decidiram seguir o plano da Sullivan, que era nada mais, nada menos do que levar o rapaz para a prisão.

Após terminar de se trocar, foi a vez de Killian ir para o banco de trás, onde a garota lhe colocou uma algema inibidora de poderes, muito comum entre os agentes da Nêmesis e da Nexus. A loira então assumiu o volante e desceu a rua, até chegar na entrada da "fábrica de calçados", onde fora parada por dois seguranças.

 

— Identificação. — Pediu o primeiro que se aproximou (itálico) assim que a garota abaixou o vidro, enquanto o segundo segurava uma espécie de tablet.

— Hazel Sullivan, codinome Coldheart, código de verificação Zero-Alfa-Quinze. — Respondeu firme, fitando o segurança.

— Qual o motivo da visita, Coldheart? — Ele perguntou, após trocar um rápido olhar com seu companheiro, que autentificou a identidade da mulher.

— Transferência de prisioneiro. — Ao falar isso, o segurança logo olhou para o banco de trás, encontrando um Kane levemente irritado. — O Dr. Johnson estava precisando de um eletrocinético.

— Certo, pode prosseguir.

 

Assim que a cancela se levantou, Hazel subiu o vidro do carro e seguiu adiante, até a entrada do local. Parou o carro na frente da porta e puxou o Kane do banco de trás ao sair, com uma certa falta de delicadeza. Trocaram um olhar rápido e o Kane assentiu, indicando para continuar com o plano. Passaram pela porta, onde os guardas soltaram algumas risadas ao ver um homem daquele tamanho ser feito de prisioneiro de uma garota tão mais baixa.

Viraram o corredor e, ao olhar para os lados, Hazel congelou a algema do Killian, apenas para facilitar caso ele precisasse lutar, ou fugir com ela. Logo os dois começaram a correr pelos corredores da base. A garota o guiava pelos corredores sem guardas, o que adiantou bastante naquele momento, já que um simples alarme poderia colocar toda a operação em risco. Os dois então desceram para o primeiro andar, não deixando de notar a repentina queda de temperatura do lugar.

— Por que está fazendo isso? — Killian a fitou, enquanto corriam. — Sabe que vai atrapalhar os meus poderes.

— Não sou eu, eles devem ter outro criocinético por perto. — Hazel respondeu, virando à esquerda.

 

Ao virar atrás da garota, Killian parou ao seu lado, enquanto seu caminho era bloqueado por uma outra mais à frente. O Kane pôde notar um certo desconforto em Hazel quando ela encarou a mulher do outro lado. Ela usava uma saia branca, com uma fenda na lateral esquerda e um short da mesma cor por baixo. Usava uma blusa colada em seu corpo e um quepe meio acinzentado, cobrindo parte dos seus cabelos prateados. Mantinha os olhos azuis presos aos de Hazel, enquanto sua mão direita ficava presa no cabo de uma katana presa ao seu cinto.

 

— Bom te ver novamente... Hazel-sensei. — A mulher sorriu, endireitando sua postura. — Só não queria que fosse nessas circunstâncias.

— Fubuki. — A loira disse baixo, enquanto a fitava. — Killian, a prisão das cobaias fica no subsolo. Vai logo, eu cuido disso.

— Tem certeza? — O moreno ergueu uma sobrancelha, alternando o olhar entre as duas.

— Eu sempre tenho certeza. — Ela respondeu, enquanto voltava a normalizar a temperatura do local. — Vai!

 

O Kane assentiu com a cabeça, enquanto passava por Fubuki como um relâmpago — literalmente —, deixando as duas sozinhas no corredor.

 

— Sabe, acho que isso vai ser divertido. — A espadachim comentou, retirando sua lâmina da bainha, que brilhou ao ser iluminada pelas lâmpadas do corredor.

— Tenho o mesmo pressentimento.

 

Ao dizer isso, Hazel cobriu o seu corpo com uma grossa camada de gelo. Parecia uma estátua de cristal. Uma mortal estátua de cristal. Ela então levantou o dedo médio e o indicador esquerdo, para logo os alongar com uma camada de gelo fino, fazendo parecer uma lâmina de espada. As duas então trocaram um último sorriso, antes de avançarem uma na outra. As espadas colidiram, levantando algumas lascas de gelo. trocavam golpes rápidos e quase sincronizados. Ataque. Defesa. Esquiva. Tudo parecia detalhadamente coreografado enquanto as duas brigavam, ou melhor, dançavam uma fria e mortal coreografia.

Beco de algum bar em Londres

 

Josh e Oxford foram violentamente jogados para fora do bar. O Kane apresentava diversos cortes e hematomas em seu rosto, assim como o seu novo companheiro de bebida. No chão, os motoqueiros os pisoteavam e chutavam, aumentando ainda mais força ao ouvirem baixas risadas vindo de Josh.

Após se sentirem satisfeitos, a gangue se afastou, subindo em suas motos com suas acompanhantes e indo embora, antes que alguém decidisse chamar a polícia. Com um pouco de dificuldade, Josh se sentou no chão, enquanto cuspia um pouco de sangue e mostrava um sorriso vermelho.

 

— Ei, Oxford, isso animou ou não o seu dia? — O Kane fitou o rapaz, que permanecia imóvel, embora respirasse devagar. — Oxford? Droga.

— Qual é o seu problema, Josh? — Bella perguntou alto ao sair pela porta lateral do bar e parar ao lado do garoto caído. — Você disse que não ia brigar dentro do bar de novo.

— E foi por isso que viemos aqui pra fora. — Deu de ombros. — Melhor ligar para uma ambulância, ele vai precisar. — O moreno pôs as mãos nos bolsos da jaqueta, enquanto se afastava.

— Agora você vai simplesmente ir embora? — A garota perguntou, enquanto já discava o número da emergência no telefone.

— Sim, nos vemos depois, Bella mais bela que as outras Bellas.

Bristol, Inglaterra

 

Killian chegou rapidamente ao subsolo, precisando somente deixar alguns agentes inimigos desacordados enquanto passava. Na prisão, atravessou o corredor, repleto de crianças amedrontadas e jovens desconfiados. usavam um uniforme preto, junto com algemas anti-poderes.

 

— James! James Sullivan! — Chamou enquanto passava, mas sem obter resposta. — Alguém sabe onde ele está?

— Eu sei. — Um moreno alto e forte respondeu de um das celas, encostando nas grades, que era fechada por um painel eletrônico. — Ele foi levado para a sala do Alexander. Eu sei onde é, posso te levar até lá.

— Certo, só preciso que se afaste um pouco.

 

Sem tempo a perder e temendo pela situação de Hazel, Killian energizou a mão direita e socou o painel, o desativando. O garoto logo saiu e levantou as mãos algemadas para o Kane, que também as tirou. Depois, olhando em volta, ele lançou uma rajada elétrica nas outras celas, liberando as cobaias, porém, ninguém quis sair.

 

— Estranho. — Killian comentou, os fitando. — Por que não saíram? Estão livres.

— A Nêmesis ameaça a maioria dos nossos parentes. — O rapaz respondeu, enquanto massageava os pulsos. — Devem estar tentando protegê-los.

— E você não tem medo que algo aconteça com os seus?

— Não tenho ninguém, senhor. — Deu de ombros, enquanto lhe virava as costas. — Vem, vou te mostrar o caminho.

— Eu vou voltar por vocês, eu prometo. — Killian disse alto, seguindo o garoto. — Meu nome é Killian, aliás. — O moreno comentou ao chegarem do lado de fora da prisão. — Killian Kane.

— Arthur Haynes. É um prazer.

 

Sorriram um para o outro, antes de voltarem a correr. Não demorou muito para entrarem em uma sala, onde um homem alto passava o bisturi próximo ao olho de um rapaz preso em uma maca. Killian logo lançou uma rajada elétrica no cientista, mas somente com força o suficiente para lhe nocautear. Aproximaram-se do rapaz na maca, que Killian presumiu ser o Jimmy, e o livraram das amarras. Com um sorriso fraco, ele se apoiou em Arthur, que logo se encarregou de levá-lo pra fora. Vendo que o garoto havia saído com o amigo, o Kane lançou uma rajada de energia na sala, quebrando frascos com compostos químicos e destruindo aparelhos eletrônicos.

Então, não querendo abusar da sorte, Killian apareceu ao lado dos dois garotos e, ao segurar em seus braços, utilizou de sua super velocidade para levá-los para o lado de fora, voltando apenas para buscar Hazel, que respirava ofegante após uma luta difícil contra a sua antiga aluna. A loira apresentava alguns ferimentos no rosto, mas nada disso pareceu importar quando ela correu até o irmão e abraçou fortemente, se permitindo chorar um pouco em seu peito.

 

— Senti sua falta, sem cérebro. — A garota disse baixo.

— Também senti a sua, Elsa. — Ele sorriu de volta, acariciando os cabelos da irmã.

— Sabe, odeio interromper momentos assim, mas precisamos sair daqui. — Killian comentou com os dois, que assentiram em resposta.

 

E, apenas alguns minutos mais tarde, estavam de volta em Londres, na porta da casa de Killian. O moreno emprestou algumas roupas para os dois rapazes, que riram baixo ao se perguntarem se serviriam.

 

— Pra onde vão? — O Kane perguntou, fitando os três.

— Não faço ideia. — Hazel sorriu, dando de ombros. — Pra algum lugar quente, talvez. Tipo o Brasil, não sei.

— Só se cuidem, certo? — Killian riu com a garota, antes de dar um rápido abraço nela e apertar a mão dos garotos.

— Killian, obrigado por tudo. — Jimmy assentiu, fitando o Kane.

— Não precisa agradecer, só estava cumprindo uma promessa. Agora me promete que vai cuidar dessa encrenqueira aí.

— Pode deixar. — Ele sorriu, enquanto se afastava com a irmã. — Até outro dia, Killian.

— Sabe, é melhor eu cuidar deles. — Foi a vez de Arthur finalmente falar algo, embora já se afastasse também. — O Jimmy não é muito responsável.

— Faça isso, por favor.

 

Com um aceno de cabeça, eles se despediram. Killian continuou olhando os três se afastarem, até não conseguir mais enxergá-los e enquanto fazia isso, sentiu alguém se aproximar por trás, o envolvendo em um abraço apertado.

 

— Nada de voltar a resgatar adolescentes perdidos, tá? — Rosalie comentou, após entrelaçar seus dedos com o do rapaz. — Fiquei preocupada.

— Sinto muito por isso, Rosie — beijou as costas da mão direita da garota —, não vai acontecer de novo. — Mentiu, já imaginando como resgataria as crianças de Bristol. — Vem, vamos entrar. Salvar adolescentes perdidos dá muita fome.


Casa do Wyatt, Nova York, uma semana mais tarde

Ao ouvir a campainha tocar, Wyatt levantou do sofá e vestiu uma blusa, caminhando até a porta logo em seguida. Ao abrir, encontrou uma mulher e uma garota, com ambas usando o uniforme da Nexus. A mais jovem guardava uma katana uma katana presa em suas costas, enquanto a mais velha lhe parecia levemente familiar.

 

— Então, o que a Nexus quer dessa vez? — Ele perguntou, cruzando os braços e encostando no batente da porta.

— Boa tarde, Sr Kane. — A mais velha começou, um pouco nervosa. — Podemos conversar?


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? gostaram, não gostaram? me deixem saber com um review de vcs e até a próxima o/



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