HL: Kane escrita por Augusto C S de Souza, Heroes Legacy


Capítulo 4
III — Perdas


Notas iniciais do capítulo

E ai, meus lindos, de boas? Sei que demorei pra atualizar, sinto muito por isso. Prometo tentar não fazer de novo. Agradeço a todos os que continuam aqui comigo. E sei que tenho reviews para responder, não se preocupem ^^

Agora chega de enrolar e vamos ao capítulo ♥ Boa leitura



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— Olha só, os irmãos Kane juntos novamente. — Josh sorriu, fitando a estrada. Já em uma zona mais rural, apenas campos verdes e vazios preenchiam a paisagem. — Em apresentação por apenas mais uma noite.

— Cala a boca, Josh. — Killian respondeu sério, não olhando para o irmão. 

— Me lembre de te chamar quando sua TPM passar. — Sorriu de canto, ligando o rádio do carro.

— Cara, para com isso. — O Kane mais novo o fitou dessa vez. — Não aja como se nos estivéssemos bem, valeu? Porque nós estamos longe de estar bem.

— E o que você quer que eu faça, Killian? Peça desculpas? — Josh o fitou, antes de voltar sua atenção para a estrada. — Eu perdi o meu melhor amigo naquela noite.

— E eu também, assim como perdi o meu irmão. Assim como a Rosalie perdeu dois de seus melhores amigos e a Jessie...

— Para de falar, Killian. — Josh o interrompeu, deixando o silêncio tomar conta do carro por alguns instantes. — Como ela está?

— Depois que você foi embora, ela quase entrou em depressão, mas conseguiu se recuperar. Alguns meses depois ela conheceu um cara, ela engravidou e ele foi embora. — Balançou a cabeça, negativamente. — Mas ela seguiu em frente, superando cada desafio.

— Isso é bem a cara dela. — Josh permitiu que um pequeno sorriso se formasse em seu rosto.

 

Já era noite quando Josh parou o carro em uma colina. Do alto dela era possível ver uma grande fazenda, embora nenhum animal pudesse ser visto no campo, o que era no mínimo suspeito. Desceu do carro e caminhou até a beirada, sendo acompanhado pelo irmão.

 

— Chegamos. — Josh comentou, fitando o campo abaixo.

— Não imaginei que a Nêmesis fosse um grupo de caipiras. — Killian ergueu uma sobrancelha, deixando o cabelo balançar com o vento que batia da direita para esquerda.

— É só um disfarce, idiota. — Revirou os olhos. — Tem dois guardas do lado de dentro. A agência fica no subsolo.

— Como você sabe disso tudo?

— Um dos Neo-Humanos que eu interroguei me contou. — Josh riu baixo. — A maioria deles odeia a Nêmesis, então fica fácil descobrir as coisas.

— Entendi. — Killian sorriu de canto, voltando a olhar para a fazenda. — Vamos resolver isso logo?

— Só se você conseguir me acompanhar.

 

Josh sorriu, liberando seu poder, assim como seu irmão. Logo pequenos raios começaram a rodear o corpo dos dois e, em segundos, eles já estava dentro da fazenda. Os guardas que vigiavam o lugar tentaram se defender ao perceberem a invasão, mas foi tarde demais. Josh atravessou o peito do primeiro com o seu braço esquerdo, enquanto Killian levantava o segundo pelo pescoço e o eletrocutava.

 

— Qual é o seu problema? — Killian gritou com o irmão, o empurrando. — Por que matou o cara?

— Você acha que eles iam fazer o que com a gente? — Josh o fitou, franzindo o cenho. — Acha que o que sai dessas armas vai fazer cócegas?

 

 

 

Josh passou ao lado do irmão e arrancou a identificação do guarda caído aos seus pés, indo até um quadro na parede esquerda. Era uma pintura da antiga proprietária do lugar, uma senhora de aproximadamente uns oitenta anos, usando roupas simples e o cabelo preso em um coque.

O rapaz colocou a identificação na frente do olho esquerdo da mulher, que emitiu uma luz azulada. Segundos depois, a parede se abriu, revelando um elevador branco. Josh indicou o lugar com a cabeça para o irmão, que o seguiu.

 

— Quando essas portas se abrirem, terão pelo menos duas dúzias de agentes apontando as armas pra gente. — Josh explicou, cruzando os braços, enquanto elevador fechava e começava a descer. — Você vai atrás do Wyatt e eu cuido deles.

— Certo. — Killian respondeu, engolindo em seco.

 

O elevador parou no andar desejado, abrindo as portas devagar. Como Josh havia dito, um batalhão de agentes mirava em sua direção. Os homens usavam vestes completamente negras, cobrindo o rosto com uma máscara da mesma cor, com uma boca esquelética estampando o pano.

Killian não pensou duas vezes antes de usar sua velocidade e deixar o seu irmão no lugar. Pelo pouco que conheceu da nova fase do irmão, aqueles homens estariam mortos antes mesmo que seus olhos piscasse pela primeira vez.

 

— Oi. — Josh deu um passo a frente, enquanto os agentes engatilhavam seus rifles. — Neo-Humano grandão e malvado aqui.

 

Os agentes nem sequer avisaram, apenas abriram fogo contra o garoto. Porém, na visão de Josh, tudo aquilo acontecia em câmera lenta. Deixou a eletricidade afiar o seu braço direito e investiu contra o batalhão, fazendo o sangue dos agentes respingar nas paredes e em seu rosto.

 

***

 

Killian corria pelo corredor, sentindo a temperatura do local diminuir aos poucos, conforme se aproximava da possível cela em que seu pai estava. Cientistas passavam correndo ao seu lado, graças ao tiroteio vindo da entrada.

O rapaz virou a esquerda em um corredor, já sentindo um certo incômodo causado pelo frio. Notou os objetos de ferro do corredor apresentando uma pequena camada de gelo sobre si. Vapor saía pela sua boca a cada passo que dava.

Killian sentiu uma movimentação atrás de si e virou a tempo de desviar de um chute alto, que mirava a sua nuca. Deu um passo para trás, mas a sua oponente pulou e girou no ar, atingindo o seu peito com um chute. O Kane mais novo caiu no chão e deslizou por alguns centímetros, por conta da camada de gelo no chão.

A garota ajeitou a postura, ficando ereta, enquanto montava sua guarda. Seu uniforme era um macacão branco, sem mangas. Os cabelos loiros e lisos paravam um pouco acima de sua cintura. Seus olhos azuis fitando o invasor, enquanto a parte inferior do seu rosto era coberta por uma máscara.

 

— Eu não quero machucar você. — Killian disse, se levantando. — Eu só quero resgatar uma pessoa importante pra mim.

— Você não precisa se preocupar. — A garota respondeu, correndo na direção do Kane. — Você vai para a mesma cela que ele.

 

A agente pulou em Killian, tentando lhe acertar uma voadora, mas o rapaz desviou para a esquerda. A garota ficou na ponta do pé direito, mirando um chute alto com a perna esquerda no rosto do Kane, que defendeu com o braço. O rapaz segurou o pé da agente e lhe puxou uma rasteira. Não querendo continuar com a luta, Killian tentou utilizar de sua velocidade, mas não conseguiu sair do lugar.

 

— Que foi, não consegue correr? — A garota zombou, antes devolver a rasteira e se levantar em pulo. — Esse é um dos efeitos do meu poder. O frio impede que que suas moléculas se agitem, o impedindo de correr para longe de mim. — Explicou, enquanto apoiava o joelho no peito de Killian e socava o seu rosto.

— Eu sei que você não quer fazer isso, Elsa. — O moreno falou, após segurar o punho da garota antes que ela lhe desse um segundo soco. — Sei que a Nêmesis tirou algo de você, assim como tirou de mim. — Sorriu de canto ao ver a garota desviar o olhar. — Quem foi? Sua mãe, seu pai? Um irmão talvez?

— Cala a boca! — A agente bradou, tentando se soltar do rapaz. — Você não sabe de nada do que eles fazem aqu!

— Me ajude a te ajudar. — Killian a fitou, soltando sua mão. — Me ajude a resgatar o meu pai e eu ajudo você a sair daqui e a recuperar quem eles tiraram de você.

— Como eu vou confiar em você? 

— Do mesmo jeito que eu estou confiando em você.

 

A garota desviou o olhar, mas concordou no fim. Se levantou e ajudou o Killian a fazer o mesmo. Ela indicou o caminho com a cabeça e correu na frente, sendo seguida por Killian. 

Não demorou para que chegassem na sala onde Wyatt estava. Ele permanecia acorrentado em uma maca, enquanto tubos com líquidos de diferentes cores estavam presos por agulhas em seu corpo.

 

— Pai! — O rapaz chamou ao parar do lado do homem. — Pai! Acorda logo!

— Killian? — Wyatt chamou com a voz fraca, ao abrir os olhos. 

— Anda, vamos te tirar daqui. — Ele sorriu, antes de fitar a agente. — Obrigado...

— Hazel. — A loira se apresentou. —Hazel Sullivan.

— Killian Kane.

 

Enquanto o rapaz desamarrava o seu pai, um relâmpago azul cortou o ar, na direção de Hazel. Quando a energia tomou forma, Josh apareceu segurando a garota pelo pescoço, tirando ela do chão.

 

— Olha o que temos aqui. — Sorriu, vendo a garota tentando se soltar.

— Ei! — Killian foi até o irmão, fazendo ele soltar a loira, que tossiu ao massagear a garganta. — Ela está com a gente.

— Tá brincando comigo, né? — Josh cruzou os braços. Sua roupa um tanto quanto suja de sangue, assim como suas mãos.

— Eu pareço estar brincando?

 

Os dois irmãos se encararam, aproximando-se um do outro. Vendo que não mudaria a decisão do irmão, Josh bufou e caminhou até o pai, lhe dando um abraço apertado antes de lhe ajudar a ficar de pé. Killian esticou a mão para a Hazel, que o observava com uma sobrancelha erguida. A garota segurou na mão do rapaz se aproximou, parando do seu lado.

 

— Vamos, hora de ir pra casa. — Wyatt sorriu fraco, enquanto Josh assentia com a cabeça.

 

*** 

 

Após deixar o pai em casa, Josh, Hazel e Killian caminharam até o lado de fora, sendo abraçados pelo frio da noite. As folhas das árvores balançavam lentamente com a leve brisa que as atingia.

 

— Obrigado por hoje, Kill. —  Josh esticou a mão para o irmão, sorrindo. — Acha que podemos voltar a ser o que éramos antes?

— Não mesmo. — O rapaz riu baixo, apertando a mão do irmão. — Mas nós vamos dar um jeito nisso. Somos os Kane. — Killian colocou a mão no bolso e enfrentou um papel com um número de telefone anotado. — Liga pra ela.

— Obrigado por isso, Kill.

— Você ainda vai me devolver esses favores. 

— Vamos, Killian? — Hazel os interrompeu. No caminho, fizeram uma parada em uma pequena loja de roupas femininas, onde comprou uma calça jeans e uma blusa do Ramones.

— Vamos sim. — O rapaz assentiu, antes de virar para o irmão novamente. — Se cuida, Josh.

 

O Kane mais velho apenas concordou com a cabeça, enquanto o observava ir embora. Ao sumir de sua vista, voltou a atenção para o papel em suas mãos. Pegou o seu celular e digitou o número, mas não conseguia iniciar a ligação. Não achava justo com ela.

 

— Quem sabe um dia eu tenha coragem para te encarar, Jessie. — Josh sorriu fraco, voltando a guardar o celular.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram, não gostaram? Me deixem saber nos comentários.
Ate domingo que vem o/



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