Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 5
Capítulo: Primeira e futura amizade




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O Shimura, notadamente, desagradado em ver a herdeira do clã Hyuuga, raivoso exigiu saber:

— Que brincadeira é essa, Sarutobi?!

Hinata encolheu os ombros. Não somente a voz ríspida do homem a assustou, a face enfaixada também.

Lentamente, ela virou a face, cursou a atenção ao acusado.

As orelhas de raposa se mexiam, a cauda se sacudia e a cara dele permanecia petrificada.

A dona dos orbes de lua, elogiou-o na mente:

— “Como ele é fofo.”.

— Sarutobi!

Danzou chamou em voz alta, impaciente.

Sua exclamativa serviu para alertar à menina a voltar o rosto para frente. Havia sido ensinada direitinho sobre como se portar em um julgamento. Ficou acordada até uma hora depois do fim da noite, treinando.

Hiruzen que assistia o estado de choque do hanyou, despertou-se pelo severo chamado do Shimura. Pediu:

— Desculpe-me. Hinata Hyuuga, pode sentar.

A menina assim o fez, sentou-se sobre as pernas e colocou as mãozinhas no colo.

O Sarutobi fez mais um pedido:

— Conte-nos exatamente o que me contou ontem.

— Hai. — De forma séria, ela respondeu. Hesitou três segundos. Cuidadosamente, iniciou: — Ontem de manhã eu acompanhava a okaa-san no comércio, tinha muita pessoa brava lá. A okaa-san encontrou uma amiga que contou o que acontecia na aldeia. Eu não sabia o que era um hanyou, perguntei a okaa-san, ela me explicou apenas depois de retornarmos para casa. Descobri que cuidei de um na floresta, contei para ela. Okaa-san disse para eu não contar a ninguém, mas eu queria contar o que vi aos anciões. Passei mal e chorei bastante, quando anoiteceu, okaa-san mudou de ideia e deixou um guarda do clã Hyuuga me levar para a casa do senhor Sarutobi que fica mais pertinho da minha.

Hiruzen conheceu a natureza bondosa de Hinata, quis que ela pusesse em palavras para o meio yokai escutar, perguntou-a:

— Por que quis tanto nos avisar?

As mãozinhas brancas fecharam sobre o tecido do quimono.

Ela precisou de um momento para se assegurar de que não choraria.

Dois minutos.

Todos respeitaram seu silêncio.

O Shimura, viviselmente, o único expressando impaciência.

E Naruto, o único a exibir brilho nos orbes.

— Eu não quero que punam o meio raposo, ele sofreu bastante, foi ferido nas costas e quase perdeu o otou-san dele.

Hinata respondeu enfim. Sua voz saiu chorosa nas quatro palavras finais.  

O coração do pequeno Namikaze se acelerou, o seu ritmo cardíaco se aprofundara tanto que recebia pontadas agudas de dor.

— “O que há com Naruto?”.

Ele se assustava com aquela agitação em seu imo.

O que aquela menina fazia era algo bom, estava defendendo-o.

A mesma menina que cuidou dele na floresta!

Então por que ele sentia vontade de chorar?

O hanyou se assustava.

 Hinata se tentava em observar outra vez as orelhas e a cauda de raposa, entretanto, esforçou-se em manter a face reta, evitando se distrair. Sua mãe mandou que não se distraísse.

Hiruzen sorriu, observando o espanto no meio yokai.

Quanto mais ela defendia o hanyou, mais perplexo o pequeno Namikaze se tornava.

Homura desenrolou um novo pergaminho e abriu seu yatate, objeto em forma de cachimbo,  dentro do qual tirou o pincel.

Mergulhou três vezes a ponta fina do pincel no algodão de tinta preta que se situava na cabeça do yatate.

Realizando novas anotações, dizia:

— Confirmemos então que Naruto Uzumaki Namikaze fugiu assustado dos adultos e se introduziu na floresta, nela foi ferido por um urso. — Interrompeu sua escrita e fitou a testemunha. — Aliás, você viu o urso, Hinata Hyuuga?

— Hai. O urso grande era a okaa-san do ursinho que eu cuidava, ela estava furiosa procurando por ele, mas eu não podia devolvê-lo enquanto não cuidasse do ferimento dele.

A informação espantou Koharu e Homura.

Danzou elevou a sobrancelha, desconfiado.

A idosa perguntou-a:

— Como pegou o filhote de urso?

— Tenho um lugar escondidinho na floresta, só dá para entrar nele quem é pequenino, arrastei ele para lá quando a mãe urso caçava. Pus uma faixa em torno do pescoço dele, usei a minha pomada especial. — Seu rosto desceu alguns centímetros. — Percebo que foi minha culpa o meio raposo ser ferido, ela só queria o filho de volta…

Seus beiços tremeram, lutava contra um possível choro.

Detestando ver aquele rostinho murchar, o hanyou se levantou, desesperado em mostrar o quão bem ele estava, dirigiu suas primeiras palavras a ela:

— Naruto está bem, está novinho em folha, olhe pro Naruto!

Deu uma volta com os braços abertos, expondo não ter nenhum machucado.

— O remédio da Hinata é bom!

Complementou, adorando pronunciar o nome dela.

A Hyuuga foi alimentada com alegria, gostando de escutar a voz do hanyou.

— Sente-se! — Danzou ordenou ríspido. — Só pode falar algo quando for permitido, Naruto Uzumaki Namikaze.

Frisou o sobrenome do meio yokai como se fosse um palavrão.

Os dois mais novos perderam os sorrisos.

Naruto de cara feia se sentou de joelhos.

Hinata pôs os lábios pra dentro enchendo as bochechas de ar. Fechou suas mãozinhas de novo. Era o modo de se controlar.

Hiruzen se levantou e vagou ao canto da casa mais próximo do seu lugar. 

Naquela localidade da habitação, estava um cesto de palha, do qual de dentro, retirou a caixa da menina.

Retornado ao seu lugar, avisou aos outros:

— Eu tive que pedi-la emprestado, temporariamente.

Homura perguntou:

— O que é isso?

— São os pertences de Hinata Hyuuga, ela me mostrou quando veio falar comigo. Ela usa esses materiais para cuidar dos animais na floresta. Reparei algo interessante. — Abriu a caixa e retirou um rolo de faixas, em alguns pedaços delas existiam pêlos laranjas, meio vermelhos. Segurou um entre o polegar e o indicador da mão direita, cinco centímetros em frente dos olhos. — É sem dúvidas, pêlos de Naruto. E não há somente pêlo dele, tem de cor marrom.

Os marrons pertenciam ao urso.

Danzou espremeu o quimono encimando as mãos nos joelhos. Argumentou:

— Hiashi Hyuuga jamais permitiria que a filha intercedesse por um meio yokai.

Rebateu Hiruzen:

— Não pode responder por ele, Danzou. Hiashi se ausenta de Konoha no momento. Hana Hyuuga, mãe de Hinata, permitiu. Isso nos basta.

O Shimura rangeu os dentes, inconformado, criticou:

— O que uma herdeira fazia sozinha na floresta?! Como herdeira de Hiashi, não tinha que andar acompanhada?!

As finas sobrancelhas de Hinata se elevaram, sua boca abriu dois centímetros. Aquele idoso definitivamente a desagradava e lhe criava medo.

— “Naruto vai morder ele, vai morder ele!”.

O Namikaze Uzumaki pensou, odiando notar o medo em sua cuidadora. Abriu os lábios exibindo seus dentes pontudos cerrados.

— “Esse olhar... essa boca... aí está o animal que você é, sua aberração.”. — O Shimura refletiu avaliando o modo, pelo qual era observado, pelo meio yokai.

— Controle o seu tom, Danzou. — O Mitokado advertiu. — É com a filha do líder do clã Hyuuga que está lidando.

— Sabe o quanto severo é Hiashi, não intimide a herdeira. — A Utatane falou em seu timbre mediador.

Dentro das mangas do quimono, cruzavam-se os braços do Shimura. Ele precisava se controlar mais, sabia. Ter inimizade com Hiashi Hyuuga era uma escolha imbecil.

— Hum. — Danzou fechou o olho, descendo o rosto alguns centímetros, preservando-se no silêncio.

Hiruzen educadamente pediu:

— Nos conte, Hinata Hyuuga. Por que estava sozinha?

Sentindo-se segura de que o Shimura não retornaria a gritar com ela, compartilhou:

— Eu ando com o nii-san na floresta, mas naquele dia nii-san teve dor de barriga, aí eu saí escondida. — Seu tom adotou a melancolia. — Eu desobedeci a okaa-san.

Naruto crer que Hinata se sentia em parte como ele, o arrependimento de não obedecer quem amava.

Hiruzen determinou:

— Enviaremos homens para procurar pelo urso, assim reforçaremos a prova de Hinata Hyuuga. Se a faixa saiu, ao menos terá algum rastro de um ferimento recente. Além da marca, ainda poderemos comparar com o pêlo encontrado nos pertences dela.

A pequena Hyuuga assentiu considerando uma ótima ideia, levantou a mão buscando sua permissão de fala.

Nenhum dos anciões se opôs, Hiruzen assentiu para ela.

— Os ursos vão pra montanha do norte, os outros ursos da espécie vivem lá.

— Tão pequena e muito sabida, não me admira que seja parte do clã Hyuuga. — Koharu elogiou.

— Confiarei no relato da filha de Hiashi Hyuuga. — Homura estabeleceu.

Satisfazendo-se, o Sarutobi determinava:

— Hinata Hyuuga, ficarei com a caixa até confirmarmos sobre o urso, pediremos ajuda de um membro do clã Inuzuka, os cães dele são os melhores farejadores de Konoha.

A menina balançou a cabeça, positivamente. Estava de castigo, proibida de passear na floresta, não precisaria de suas coisas no momento.

— "Que ótimo, o favoritismo do clã Hyuuga começou.” — Danzou pensara, incomodado. Sem ou com o encontrar do urso, o meio yokai já era considerado inocente. Domando seu volume de voz, manifestou-se: — Não esquecemos outro assunto importante dessa situação, o descontrole do hanyou. As crianças disseram que ele exibiu uma energia vermelha saindo do corpo dele e olhos da mesma cor.

Hinata estranhou, por mais que precisasse manter seu olhar reto, durante um momentinho virou sua cabeça, fitou o perfil do hanyou e não conseguiu imaginá-lo com aquela aparência.

As orelhas de raposa desceram, seus orbes azulados fitavam o piso de terra batida, em frente dos joelhos juntinhos.

Lembrava-se do ódio invadindo seu interior, todavia não se dera conta da forma que assumia.

Energia vermelha.

Olhos vermelhos.

Devia se tornar mais assustador para quem já o temia, poderia causar um trauma.

Homura e Koharu seriamente se encontravam pensativos. Nenhum elevou voz por que esperavam pela mesma pessoa a abordar o assunto: Hiruzen Sarutobi.

Foi ideia dele usar Naruto como arma.

A hora estava chegando.

Hiruzen aprofundou uma respirada, e relatou:

— Eu o presenciei nesse estado, ele manifesta essas características quando é atingido emocionalmente. Há um limite que ele não aguenta e alastra tamanha energia. O pai dele foi capaz de acalmá-lo. E na vez que ele estava com as crianças, parou a si próprio. Ele demonstra senso de controle.

O Mitokado estabeleceu:

— Nesse caso, Naruto deve ingressar mais cedo ao treinamento da guarda, para desenvolver seu autocontrole antes que acabe machucando alguém.

A Utatane fez um acréscimo:

— Necessitamos de cautela para selecionar o responsável pelo treinamento de Naruto Uzumaki Namikaze, ele não poderá ficar perto dos outros aprendizes da guarda.

— Começarei hoje mesmo a entrevistar alguns. — Hiruzen decidiu.

As orelhas de raposa iam e voltavam, moviam-se de um lado a outro, no mesmo ritmo que a cauda. A curiosidade o inflava.

— “Naruto aprenderá a ser um guarda?”. — Perguntou-se o meio yokai. Fechou as pálpebras durante três segundos. Distraindo-se, pensou: — “O cheirinho...”. — Como era bom respirar aquele aroma.

Hinata não fazia ideia do quanto seu cheiro agradava o olfato do hanyou.

Descontentado, o Shimura dissera:

— Já que esse assunto está resolvido, vamos tratar dos punidos. Os envolvidos na invasão e agressão a Minato, agiram por que acharam que as crianças foram machucadas pelo hanyou, foram movidos pela emoção, e para não considerar que estamos protegendo o meio yokai, vamos perdoá-los pelo deslize. Ao menos isso, livrem-nos das punições.

Naruto enrijeceu o maxilar, e suas unhas se fincaram no quimono, abriu mais as perfuradas no tecido.

Hiruzen se contrapunha:  

— Estão sendo perdoados à medida que devolveram o que roubaram e as horas de trabalho cumpridas na parte do campo de Minato, visto que o mesmo está incapacitado temporariamente para o serviço. Os que não foram pegos ainda, caso se entreguem, poderão cumprir pena construindo o que foi destruído. Não vejo nada mais justo que isso, ou prefere que sejam punidos com a morte? 

O maxilar do Shimura se tornou rígido. 

Homura e Koharu balançaram as cabeças, em afirmativa.

Nada mais justo, concordavam.

O Mitokado acrescentou à fala do Sarutobi:

— Os culpados estão recebendo penalidade branda.

Koharu moveu a cabeça para cima e para baixo.

— Quando a desgraça devastar essa aldeia, não adianta chorarem e se perguntarem onde erraram. — Danzou falou se erguendo, retirou-se da casa sem dirigir olhar ao meio yokai ou à menina. Estava óbvia a decisão do trio de idosos, não esperaria pela votação. — “Está durando mais tempo do que imaginei, meio yokai.”. — Refletia se não seria hora de fazer algo a respeito.

Com a saída de Danzou, calmo o Sarutobi dissera aos dois pequenos:

— Isso é tudo, vocês estão liberados.

Hinata se curvou e se levantou, também se curvou ao Uzumaki Namikaze.

Naruto se paralisou, tendo ficado tímido de repente.

A menina saiu um pouco triste pelo meio raposo não a cumprimentar de volta, gostaria de conhecê-lo mais.

O hanyou a viu sair da casa, levando com ela aquele cheirinho bom, quanta falta o faria!

Koharu e Homura conversavam baixo entre si, de outro assunto não mais relacionado a situação de Naruto.

Hiruzen se afastou do seu lugar e ao chegar perto do meio yokai, avisou-o:

— Ela o cumprimentou em despedida, Naruto. Vamos até ela, você precisa se despedir de forma adequada. — Estendeu sua mão.

Os orbes azulados cintilaram, quase chorando, precisava se despedir dela! Segurou a mão enrugada do Sarutobi.

Os dois saíram da casa e dessa vez andaram pela rua central da aldeia, os primeiros aldeões ao verem eles juntos, exibiram expressividades nada amistosas.

Naruto não ligava para nenhum deles, sequer os percebia, mesmo com sua audição aguçada.

Toda sua atenção ia para a Hyuuga.

A menina cingia a mão da mãe.

Atrás das duas, uma moça proporcionava sombra para elas, segurando uma wagasa, sombrinha de papel wagashi e estrutura de bambu.

— Sra. Hyuuga.

Hiruzen a chamou quando chegou perto o bastante.

Hana deu meia volta, sem soltar a mão da filha, e a moça a segurar a wagasa acompanhou o movimento da Hyuuga, continuando atrás dela.

Os azuis de Naruto se fixaram na barriga avolumada da mãe de Hinata.

Hana observou a imagem do meio yokai. 

— Não vim atrasá-la, Sra. Hyuuga. — Hiruzen avisou. — Naruto quer apenas se despedir de forma adequada de sua filha. — Esfregou os cabelos loiros. — Não é, Naruto?

O hanyou se concentrou, localizando o olhar doce da menina, deu um passo à frente e curvou-se:

— Arigatô. — O frio domava a sua barriga.

A pequena Hyuuga ergueu o rosto olhando para a mãe.

Hana a esboçou um sorriso e liberou a mão da menina.

Hinata avançou um passo também, e correspondeu o agradecimento.

Naruto envergonhado, curvou-se mais uma vez.

A Hyuuga por diversão, outra vez se curvou.

— Está bom Naruto, elas precisam ir. — Hiruzen segurou o topo da cabeça do hanyou, impedindo-o de se abaixar de novo.

O pequeno Namikaze observou Hana, também a agradeceu:

— Arigatô.

A mulher o sorriu, um pouco envergonhada. Ele não parecia nada com o monstro que todos falavam.

Hiruzen também resolveu agradecê-la, curvou-se pondo os braços nas costas:

— Domo arigatôu gozaimasu. Permitir que sua filha testemunhasse impediu que uma imensa injustiça ocorresse.

Hana com falta de jeito, falara:

— Não precisa tanto, senhor Sarutobi, minha filha estava bem mal por não poder ajudar, não suportei vê-la sofrer, fiz o que qualquer outra mãe faria... confio em Hinata, sei que ela não mente. Eu deveria tê-la permitido falar desde o momento que me pediu.

E com a despedida apenas nos olhares, os adultos se afastaram.

Hana deu meia volta, pondo uma mão no volume de sua barriga e apertando a mãozinha de sua filha. Depois abraçou sua filha pelo pescoço, trazendo-a mais para a sombra da wagasa.

Os dois a ficarem para trás, o primeiro a romper o silêncio foi o mais velho:

— Acompanharei você em casa, Naruto.

O meio yokai concordou emudecido, deixou-se ser conduzido para fora do centro da aldeia, só então se dando conta do que as pessoas de longe falavam.

— Um momento... — O hanyou pediu se soltando de Hiruzen.

— Não se sinta provocado, Naruto!

O Sarutobi temeu que ele fosse enfrentar algum dos aldeões a olharem-no feio. Sabia que a super audição do hanyou o fazia escutar seja lá o que aquelas pessoas distantes diziam.

Correndo de quatro, causando susto nos aldeões, o meio yokai seguiu o cheirinho de Hinata.

E quando as alcançou novamente, parou na frente delas.

— Onegaaai. — Ajoelhou-se no chão, juntou as palmas e encostou a testa contra a terra. Suas orelhas desceram e sua cauda ficou imóvel, em sinal de submissão. — Quando a casa de Naruto ficar novinha, deixe Hinata visitar Naruto, só uma vez. Na-Naruto promete não pedir de novo.

— Hana-sama... — A moça a segurar a wagasa, que também era uma Hyuuga, se preocupou e sussurrou no ouvido da outra: — ....gostaria que eu chamasse um guarda do clã?

Naruto captou a fala, mas permaneceu quieto.

— Não será preciso, Natsu. — Hana respondeu, tranquila. — Por favor, levante-se Naruto.

O hanyou ergueu-se de rosto abaixado, envergonhado.

Hinata apertava o quimono da mãe, observando com doçura a imagem do meio raposo. Ficava com imensa vontade de acariciar as orelhas peludas.

Calmamente, Hana falou:

— Primeiro preciso conversar com meu marido, ele chegará daqui a alguns dias, farei de tudo para vocês se encontrarem pelo menos por um momentinho.

Os dois pequenos sorriram esperançosos. 

— Domo arigatôu gozaimasu.

Ele gravou o agradecimento formal. Em sequência, partiu saltitante, sentindo-se a criatura mais feliz do mundo, o sofrimento de dois dias atrás pareceu ser algo acontecido há séculos, algo fácil de ser superado. 

Hana com um pequeno sorriso, observou o céu. Continuando a andar, refletiu:

— “Minato... seu filho tem o seu olhar gentil.”.

Tivera uma amizade com o Namikaze, perdida quando ela se tornou noiva de Hiashi, bem antes de Minato se mudar para o campo. 

Lamentou tudo o que aconteceu com o camponês desde então.

Envergonhou-se de si própria, por chegar a acreditar que o hanyou era o monstro terrível que os aldeões espalhavam.

Bastou-lhe acreditar em sua filha, e olhar para Naruto e enxergar a pureza existente nele. Recordou-se do amigo bom que o Namikaze lhe foi.

— “Me perdoa, Minato.”.

Não deixaria mais que boatos e fofocas envenenassem sua mente.

Enquanto isso, Hinata se enchia de anseio em brincar com o meio raposo, sabia que seu pai era carrancudo, seria difícil ele permitir, mas não impossível. Ela se esforçaria para arrancar uma aceitação dele.


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