Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 39
Capítulo: No território Mononoke




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~NH~

21 de março

~NH~

O fim do inverno se encontrava próximo, as chuvas de neve escasseavam, assim, possibilitava-se que as crianças brincassem no gelo.

Era baixo o nível de neve acumulado no solo, ainda sim, os pequenos a usavam como podiam.

Ashitaba e Leo travavam uma guerra com pequenas bolotas geladas.

Sendo domingo, Hinata e Neji se faziam presentes entre as crianças.

Os primos Sarutobis também se faziam presentes e construíam um castelo na neve.

Os dois Hyuugas e a Mitsashi ajudavam o hanyou a construir um imenso boneco de neve.

Rasparam a neve até o solo ficar descoberto, o que não era trabalhoso, visto que o nível da neve chegava a três dedinhos dos joelhos deles.

Kiba e Chouji corriam pela neve, sem um objetivo aparente.

Ranmaru carregava Akamaru que alcançava um tamanho mediano.

A pelagem do canino jazia mais comprida.

Yakumo, Fuki e Kaede brincavam de boneca.

Suas bonecas eram de pano.

As três amigas se encontravam dentro de uma marcação quadrada na neve, delimitando o espaço de uma casinha.

— Leo! — chamou Kaede — Está na hora de você retornar do trabalho, sua filha tem saudade!

— Eu fui pra guerra Kaede! — bradou Leo e argumentou: — Não dá pra eu sair de uma guerra e ir pra casa e depois voltar pra guerra!

— Assim não tem graça, eu preciso de um marido que volte pra casa depois do trabalho. — Kaede choramingou.

— Eu posso ser... — Konohamaru murmurou, aproximando-se da casinha das meninas, e pigarreou, aumentando a voz: — Eu posso ficar no lugar dele.

Os olhos de Kaede brilharam, e sorrindo, arredou para o lado, abrindo espaço, para recebe-lo em seu lar de mentirinha.

Convidou-o:

— Que bom, então venha, querido.

Virando as costas para ela, Konohamaru esfregou as narinas com o lado do indicador e avisou:

— Eu fiz um castelo para nós.

Estendeu o braço, apontando para uma marcação quadrada.

Diferente da casinha das meninas, não era um risco na neve, tratava-se de um baixo muro, com torres articulando as paredes.

Kaede se levantou no mesmo instante, emitiu seu som de fascinação:

— Uooo...

Ninando sua “filha”, Yakumo comentou:

— Que inveja, além de um marido presente, ele ainda tem casa própria. 

— É um castelo. — Konohamaru corrigiu. — Vamos Kaede.  — Chamou-a, afastando-se.

— Kono, não pretende me expulsar, pretende?

Abiru perguntou, após Kaede entrar no castelo de gelo.

Konohamaru o respondeu:

— Lie, você pode ser o servo. Faça tudo o que a rainha pedir.

Kaede se animou mais e ergueu sua boneca no alto.

— Ouviu isso filhinha, você é uma hime.

Abiru enchendo de ar o lado interno das bochechas, virou-se para uma das paredes e continuou reforçando-a de neve.

Não podia parar de reforça-las por muito tempo, ou derreteriam rápido.

— Terminamos! — o loirinho exclamou felizardo, admirando o boneco a se compor de três bolas grandes.

— Ficou lindo. — Hinata admirou o sorriso desenhado no rosto do boneco. — Podemos chamá-lo de Floquinho?

— Claro, Floquinho é um nome perfeito. — O N. Uzumaki concordou.

— Eu preferia chamá-lo de “O boneco detonador”. — Tenten comentou.

— Por quê? Ele não vai detonar nada. — Neji verbalizou.

— Ele pode detonar, na nossa imaginação. — Tenten explicou. — Imaginem que ele é um guardião que atua no inverno e espanta os espíritos malvados que rodeiam a gente?

— Floquinho está bom. — Firmou o Hyuuga, acreditando que a menina dos coques precisava cuidar da mente.

— O primeiro domingo sem treino do Naruto não podia ser melhor! — contentado, o loiro dissera, jogando-se de costas contra a neve.

Ficou todo aberto, curtindo aquele dia maravilhoso.

Hinata se juntou a ele, deitando-se ao ladinho e buscando segurar uma mão do hanyou.

Fuki se retirou de sua casinha, escutou Yakumo chamá-la, mas a ignorou e chegou até os dois pequenos deitados no chão.

— Eu não vou ficar sozinha na casa. — Decidiu Yakumo, erguendo-se com sua boneca, indo atrás da amiga. 

— Eu não entendo. — Fuki direcionou seu desentendimento para Naruto e Hinata. — Hyuuga-hime não se casará com Toneri Otsutsuki?

— Hai. — Confirmou a pequena perolada que se sentou na neve, sem soltar a mão do meio yokai.

Naruto torceu o nariz, desgostando de pensar naquele assunto de novo.

— Então porque os dois sempre andam como se fossem um casal? Otou-san e okaa-san dizem que quando um homem e uma mulher andam de mãos dadas é porque formam um casal.

— Somos crianças, ainda. — Hinata justificou.

— Mesmo assim, se andar de mãos dadas com um menino, significa que o escolheu para casamento quando crescer.

As pálpebras da azulada se espaçaram mais que o comum.

Um raio de compreensão passou pela mente dela.

E falou:

— É por isso que otou-san não gosta de me ver andar de mãos dadas com o senhor raposo.

Seu pai sempre reclamava, explicando que era algo impróprio.

Todavia, ele nunca detalhou o que significava impróprio.

— Gomenasai, senhor raposo. — Tristemente, a Hyuuga soltou a mão do hanyou. — Acho que não podemos ficar dessa forma.

— GRRR! — o meio yokai se avermelhou, enraivecido. Apertou a cabeça pelos lados.

— Senhor raposo? — preocupou-se Hinata.

Imediatamente, Neji ativou sua guarda, interpondo-se entre sua prima e o hanyou.

Leo e Ashitaba pararam de guerrear e foram observar de perto o estado do meio kitsune.

Konohamaru assim que notou que algo acontecia, afastou-se do castelo e em breve Kaede e Abiru também saíram para verificar o que se passava.

Kiba e Chouji foram os últimos a se aproximarem.

Ranmaru se manteve longe, abraçando Akamaru.

— Iiiih ele está com ciumão. — Tenten falou, recuando. — Todos para trás, ele vai explodir!

A situação sofreu uma interrupção pela voz adulta:

— Então aqui está o hanyou de Konoha.

Logo, Naruto abaixou as mãos e sua vermelhidão na face foi diminuindo de tom até trazer de volta sua cor epidérmica normal.

O dono da voz era um sujeito de cabelo branco e volumoso, todos os fios espetados para cima.

Uma máscara negra recobria seu rosto, expondo somente o olho direito.

Usava um quimono e hakama cinzento; por cima, um colete preto protegendo peitoral e abdômen.

Nos pés, meias brancas e chinelos retangulares de madeira.

— Quem é você?

Neji questionou, notando um conjunto de espadas presas nas costas do estranho.

O homem sentia que o menino Hyuuga estava apto para atacar, a qualquer instante.

Respondeu-o:

— O braço direito, do atual líder da divisão, fornecida pelo daimyo, a cuidar da segurança externa da aldeia.

— Kakashi Hatake?!

Ashitaba e Leo questionaram de olhos arregalados; o segundo se ajoelhou e verbalizou:

— A gente escuta dos meninos mais velhos, que estão no exército, que o senhor aprende o estilo de luta do inimigo a partir da primeira vez que o observa.

— Você poderia assumir o posto de Ibiki Morino, se quisesse. — Ashitaba comentou. — Agora que aquele traidor não está mais aqui, precisa-se de alguém tão talentoso e forte, quanto o Morino, para substituí-lo e fazer o que é certo.

— É, nem sabemos quem assumiu o papel de Ibiki Morino. — Leo falou, levantando-se. — Para ninguém mencionar o nome dele, não deve ser famoso ou tão bom quanto o senhor.

— Tenho certeza que ele tem o que é necessário para ser o líder da divisão. Enquanto a mim, pretendo ter somente uma função no futuro. — O Hatake revelou, mirando a imagem do hanyou. — O Daimyo recebeu uma mensagem de Minato Namikaze. Você e o Daimyo se encontrarão para um chá, mês que vem.

— Hai. — Confirmou o hanyou. — Era para o chá acontecer há um tempão, mas a okaa-san Fuso levou Naruto embora, e Naruto retornou gordo e precisou fazer exercícios com Neji para emagrecer.

— Okaa-san? — Kakashi estranhou. — Pensei que fosse criado apenas pelo pai.

— E Naruto é, mas agora Naruto tem uma segunda okaa-san. — Suspirou. — Otou-san ficou com raiva que a okaa-san Fuso levou e engordou Naruto. Agora a okaa-san está proibida de visitar Naruto desacompanhada.

Kakashi se aproximou mais do hanyou, e se agachou, analisando-o de mais perto.

Os dedinhos do meio kitsune coçaram para retirar a máscara da face do Hatake.

— Não parece ser tão forte agora. — Kakashi concluiu. — Pelo que entendi você demonstra maior força quando seu emocional é atingido. Algumas crianças relataram que o viram exalar uma energia vermelha, estou errado? Você acreditou que fariam algum mal contra seu pai.

Desgostava Naruto de se lembrar daquele dia.

Sempre quando sentia o cheiro de Zaku, tratava de passar bem longe dele.

Não respondeu o Hatake, em vez disso, falou sobre sua força:

— Naruto pode ser forte quando quiser. Yah!

Desferiu um chute ao estilo kata, ensinado por Neji.

Seu pé ficou a uma cutícula de distância do Hatake.

— Ele nem se assustou. — Leo comentou, admirado.

— Que maneiro. — Ashitaba sorriu.

Kakashi riu, divertindo-se.

E esfregou os cabelos loiros do pequeno e a seguir, levantou-se e virou as costas.

Despediu-se:

— A gente se vê. Até.

Dois segundos seguintes, o homem sumiu, deixando quase todos boquiabertos.

— Uau que demais! — Ashitaba exclamou. — Ele desapareceu.

— Lie, ele só foi embora muito rápido. — Kiba esclareceu, cruzando os braços. — Os guerreiros dos clãs da aldeia também têm essa velocidade.

— Você tem essa velocidade? — Kaede questionou.

— Mas é claro. — O Inuzuka colocou as mãos atrás da cabeça, posicionando-se de costas para a menina.

— Poderia nos mostrar? — ela pediu, de olhos grandes e cintilantes.

— Bem... é que eu devo usar minhas habilidades apenas quando eu estiver no exército.

— Não arranje desculpas Kiba. — Chouji dissera. — Admita logo que ainda não tem essas habilidades.

— Eu tenho! Só que elas ainda estão adormecidas dentro de mim, quando eu entrar pro exército, aí eu as despertarei.

— Não são somente guerreiros dos clãs que têm super velocidade e habilidades impressionantes. — Konohamaru se pusera entre Kaede e Kiba. — Meu ojii-san e meu otou-san também têm. Qualquer um pode alcançar habilidades impressionantes.

— Todo mundo pode desenvolver velocidade, força, inteligência e agilidade formidável. — Neji interviera. — Mas há habilidades que somente membros de um clã conseguem realizar.

— Tipo quais? — interessou-se o hanyou.

— Os guerreiros do clã Inuzuka têm habilidades caninas, eu desenvolverei um faro apurado quando for maior. — Kiba procurou por Ranmaru, foi até o menino, e pegou Akamaru para si. — E meu amigo peludo aqui ficará imenso e juntos combinaremos ataques. 

— Isso é sério mesmo?! — as orelhas e a cauda do hanyou se empinaram.

— Claro que é, pode me acompanhar até em casa hoje, okaa-san estará treinando onee-san. Verá os tipos de ataque que ela faz com os três cães dela.

— Três cães?! — Naruto exclamou, maravilhado. — Pode ter mais de um cão como companheiro de batalha?!

— Claro, no caso da onee-san, é que os cães dela, os Haimarus, são trigêmeos, e os Inuzukas não separam cães gêmeos, pois eles têm sincronia especial, o que é vantajoso em batalhas.

— Uau, que sorte a onee-san do Kiba ficar logo com três!

— Não é sorte, é treino. Akamaru e eu seremos muito melhores que a onee-san, meu amigo valerá por todos os cães do clã Inuzuka.

Girou seu amigo canino no ar, o filhote soltou um latido ao tempo em que abanava o rabo, feliz.

O meio kitsune se jogou contra o Inuzuka, abraçando-o, amassando Akamaru que ficou entre os dois.

Animado, o N. Uzumaki exclamou:

— Uh Naruto vai conhecer a família do Kiba!

— Auuu. — O pobre animal choramingou.

— Gomenasai, Akamaru. — O meio kitsune recuou e agradou a cabeça do cãozinho, que já não era tão cãozinho assim, mas todos ainda o viam como um bebezinho.

Empolgado com o papo, o N. Uzumaki se volveu para Neji, perguntando-o:

— Qual a habilidade única do clã Hyuuga?

— Não é exatamente uma habilidade única, mas os Hyuugas criaram um estilo de luta, que Naruto-san já conheceu. — Neji respondeu.

— Então não é nada surpreendente. — Kiba dissera.

— Mas... mas... — a primogênita de Hiashi interveio — antigamente, quando a humanidade iniciava seu povoamento sobre a terra, os Hyuugas eram capazes de ativar o byakugan.

— Hinata-sama. — Neji soou repreensivo, o que surpreendeu a todos, uma vez que ele nunca usou um tom assim, dirigido para ela. — Byakugan é uma lenda, uma habilidade de enxergar muito além, que ajudava os membros do clã a sobreviver, porém isso é apenas uma das interpretações tirada de alguns desenhos antigos. Não se deve espalhar isso como verdade. 

— Então isso prova que Kakashi Hatake é incrível — comentou Leo — ele pode copiar até mesmo habilidades de clãs. Aposto que se existisse esse byakugan, ele conseguiria copiar também. 

— É uma habilidade impressionante mesmo a do Hatake — Tenten se manifestou — mas não acho que ele deva ser admirado. Ibiki Morino era muito admirado e fez o que fez.

Um silêncio recobriu a todos.

A admiração dos meninos pelo Hatake, sofreu uma decadência.

— Nossa pessoal, não precisam ficar nesse clima morto, considerem apenas um aviso. — Abriu um sorriso: — Eu gostei da ideia de assistir os treinos dos Inuzukas, vamos para a casa do Kiba! — ergueu o punho cerrado para o alto.

O clima foi recuperando sua leveza.

O hanyou deu um grande salto, sendo o mais empolgado do grupo.

— Sigam-me então! — Kiba chamou, indo na frente.

— Até depois, Floquinho! — o meio yokai correu para abraçar o boneco de neve e depois se juntou aos amigos.

Instintivamente, ao se colocar ao lado da Hyuuga, ele conduziu a mão para pegar uma mão dela, todavia, a perolada preferiu segurar a própria mão, mantendo as duas mãozinhas na frente do corpo, abaixo do ventre.

O meio kitsune abaixou as orelhas e sua cauda perdeu a agitação.

De coração doloroso, Hinata sussurrou:

— Gomenasai, senhor raposo. 

~

Conforme se aproximava da área dos Inuzukas, o hanyou foi se distraindo de seu chateio, de não poder mais segurar a mão de Hinata.

Suas narinas tremulavam de forma ininterrupta, agitadas pelos diversos cheiros que seu apurado olfato captava

— Kiba.

Chamou uma moça, saindo da porta de sua casa, em direção às crianças.

Ela tinha cabelos compridos, acastanhados, amarrados em um rabo de cavalo e grandes olhos negros.

Na frente do rosto, tanto do lado direito, quanto do esquerdo, caía uma madeixa fina e comprida.

A tintura vermelha de cada lado da face e suas vestes compostas de colete; proteção de braços e pernas; por baixo, quimono e hakama, nitidamente, a identificava como membro do clã Inuzuka.

— Onee-san. — Kiba parou de andar e as outras crianças também.

— Por que trouxe seus amigos para cá?

Ela perguntou, percorrendo sua visão por cada baixinho.

No final, seu olhar se estendeu sobre o meio yokai.

— Muito prazer onee-san do Kiba! — curvou-se o loirinho. — Sou Naruto Namikaze Uzumaki!

— Eu sei quem você é. — Ela dissera, retornando seu olhar para Kiba, aguardando resposta.

Ele explicou:

— A turma quer assistir alguns Inuzukas treinando, e eu pensei em mostrar onee-san treinando com a okaa-san. — Colocou as mãos atrás da cabeça, unindo o encaixe de seus dedos. — Não faz essa cara irritada, eu prometo que eles se comportarão.

— Mostre outro dia, hoje visitarei a nossa hime, esqueceu? E quero você comigo.

— É hoje?! — Kiba arregalou os olhos.

— Onde está com a cabeça, Kiba? Foi por isso que avisei para você retornar cedo para casa. Vá se arrumar e nem tome banho, veste logo a roupa nova, pois sabe que a okaa-san fica uma fera quando não sai pontualmente.

— Ih caramba! — Kiba correu para casa, mas antes de passar pela porta, volveu-se aos demais: — Foi mal galera, terão que assistir o treino outro dia, quando eu voltar, eu explico, até! — acelerou-se ao interior da casa.

— O que está acontecendo aqui? — Tenten desentendida, pusera as mãos na cintura.

— A gente não vai mais assistir treinos de Inuzukas. — As orelhas do meio raposo se curvaram. — Naruto entendeu isso.

— Vocês têm uma hime?

Kaede questionou à irmã de Kiba.

Amorosamente, abraçava sua boneca contra o peito.

— Crianças, outro dia eu respondo tudo o que quiserem, mas ag...

— Não precisa de tanta pressa, Hana-chan. Tsume está tendo uma pequena briga de casal com Gaku. — Avisou uma suave voz, vinda de outra moça que se aproximou da irmã de Kiba.

— Mais uma? — Hana questionou, revirando os olhos, cansada das brigas de seus pais.

— Olá crianças, sou Akita Inuzuka e estou com meu amigo Chamaru.

— Cadê ele? — Leo perguntou.

Um cão se desprendeu das costas de Akita e foi para frente dela, sentando-se.

Seu focinho se mexia sem parar, analisando cada cheiro do grupo de visitantes.

Era um cão amarronzado, com pelagem branca na região frontal, indo do rosto ao peito e abdomen.

Naruto se abaixou, e avançou de quatro até parar na frente de Chamaru que ergueu a pata.

O loirinho abaixou a cabeça e sentiu a pata do canino lhe bater três vezes sobre os cabelos loiros.

— Que gracinha. — Akita se curvou e agradou a cabeça do hanyou.

Quase da mesma altura que Hana, Akita também possuía cabelos longos e acastanhados.

Eles terminavam antes da cintura e se ondulavam conforme chegavam nas pontas.

Em cada orelha, usava brinco feito de osso de verdade, dentes caninos.

Também usava quimono e hakama cinzento, mas se desprovia de peças de proteção.

Sorridente, o filho do artesão-camponês se alçou, apresentando-se:

— Naruto Namikaze Uzumaki, é um prazer, Akita-chan! — imitou o modo de Akita chamar Hana.

— Igualmente. — Akita dissera, estando mais risonha, reparando no modo que as orelhas e cauda de kitsune se sacudiam.

O brilho nos azulados rotundos, a linguagem corporal do loirinho, constantemente, mostravam empolgação.

As crianças também empolgadas se apresentaram.

Disseram seus nomes quase ao mesmo tempo.

Hinata e Neji se apresentaram por último.

— Conte sobre a hime de vocês, quem é ela? — Kaede retomou o assunto, espremendo sua boneca.

— A nossa hime é a San Mononoke, ela mora no coração da floresta, os ancestrais dela originaram vários clãs, o Inuzuka é um deles. É tradição dos Inuzukas e dos outros clãs originados pelos Mononokes, e que não habitam mais a floresta, levar seus membros para conhecer os Mononokes. Nesse encontro, os jovens de quinze anos, de ambos os clãs, participam de batalhas. É uma tradição.

— Por isso há tantos de partida hoje. — Ashitaba reparou, avistando famílias Inuzukas saindo da área do clã, com suas bagagens.

— Uma hime na floresta? — Kaede estranhou. — Então ela não tem castelo?

— Ela tem uma morada de pedra muito bonita, um templo. — Akita respondeu. — Mas ela quase não fica lá, a casa dela mesmo, é a floresta, a natureza.

— Não é uma hime como imaginei. — Kaede murmurou, abaixando o olhar e “consolando” sua boneca ao fazer um carinho nas costas.

— Uh, Uh! — o hanyou alçou a mão. — Naruto pode acompanhar Hana-chan e Akita-chan até a hime?

Seguido do pedido dele, as crianças também pediram, acaloradas com a ideia.

— Bem...

— Ah nem pensar! — Hana retornou a se manifestar. — É muito longe, e vamos passar uma noite fora da aldeia, não teremos ninguém para mandar acompanhá-los de volta para casa. E mais, duvido que seus pais permitam.

— E-eu sinto muito crianças, mas Hana-chan está certa. — Akita concordou.

— Naruto vai pedir para o otou-san acompanhar Naruto junto com Akita-chan e Hana-chan! Naruto é forte e vai proteger otou-san na volta pra casa!

— Se estiver acompanhado de seu pai, não seria problema. — Akita concordou.

Hana cruzou os braços, virando as costas aos pequenos.

— Eu também posso ir. — Manifestou-se Hinata. — Neji nii-san está cuidando de minha segurança e se eu pedir mais guardas Hyuugas para nos acompanhar, okaa-san permitirá e convencerá o otou-san a permitir também. — Soltou uma risadinha.

— Que honra, Hyuugas em nossa cerimônia. — Akita estava aprovando mais a ideia. — Bem, nesse caso, esperarei vocês.

Naruto em um furacão de alegria foi se afastando, avisando que não demoraria.

Ele sabia que o pai estaria trabalhando em uma rua comercial da aldeia.

Rapidamente, captaria o cheiro dele.

Hinata animada pegou a mão do primo e saiu correndo com ele para fora da área do clã Inuzuka.

— Vamos depressa Neji-nissan! Temos que conseguir nossa permissão!

— Privilegiados. — Tenten se chateou, sabendo que sua mãe não permitiria que partisse.

— É pessoal, vamos voltar para casa. — Leo falou, desanimado.

Compartilhava do mesmo sentimento que a Mitsashi. 

E visivelmente, os outros pequenos, também. 

Ashitaba, Chouji, Fuki, Kaede, Yakumo e Ranmaru seguiram os outros que saíam após se despedirem das duas Inuzukas e de Chamaru.

O Akimichi não se encontrava chateado, estava apenas quieto.

Era muito próximo de Kiba, se pedisse à sua família que iria acompanhá-lo a uma cerimônia importante para a família Inuzuka, sabia que permitiriam.

Mas estava com preguiça.

Iria quando fosse a vez de Kiba apresentar suas habilidades para a hime Mononoke.

— Akita. — Hana colocou uma mão sobre o ombro da amiga. — Não se sinta forçada em ser legal com “ele”.

— Não estou me sentindo forçada a nada, Hana-chan.

— Sério mesmo? — Hana tomou as mãos de Akita. — Preciso que seja sincera comigo.

— Estou sendo, Hana-chan. Nem se meus pais estivessem vivos agora, me conheceriam mais do que você. — Ela rir um pouco. — Entrego-lhe sinal de insegurança agora?

Hana a estudou e no fim meneou o rosto, em negativa.

— Pois então. — Akita a abraçou. — Está tudo bem comigo. — Ao recuar, comentou: — Sou eu quem deveria me preocupar, acha que não percebi seu incomodo quando olhava para o hanyou?

— Eu não forçarei sorriso, posso controlar o que digo, mas não minha cara. — Movimentou-se Hana, passou pelo lado da amiga. — Vamos atrás da dona Tsume e do senhor Gaku, pois todos os jovens Inuzukas já partiram com suas famílias, seremos os últimos.

Akita rindo andou atrás de Hana.

Chamaru pegou distância e deu dois saltos, conseguindo se prender nas costas da dona.

~

Naruto e Hinata retornaram, ela trouxera mais Hyuugas, e o hanyou, o pai.

O pequeno N. Uzumaki avistou seu amigo Kiba que trajava quimono cinza, hakama negro e os calçados em couro, modelando seus pés.

O loirinho pulou contra o Inuzuka que o abraçou pela cintura.

Os dois riam animados e Hinata mantinha um sorriso, segurando as próprias mãos, na frente do corpo.

Neji se punha ao lado dela, e atrás dos dois pequenos, guardas do clã Hyuuga.

Afastados das crianças, Tsume Inuzuka e Minato conversavam.

A mãe de Kiba possuía cabelo volumoso e arrepiado, conferindo-lhe aspecto mais selvagem, além do olhar intenso dos finos orbes negros em suas imensas escleras.

Por cima de seu quimono ajustado cinzento, sustentava seu colete e as proteções nos membros superiores e inferiores.

Com as mãos na cintura, ela assentia a cada palavra do artesão-camponês, mostrando estar atenta a cada sílaba do próprio.

— Me é um pesadelo o meu filho longe de Konoha, nem preciso explicar o motivo. Contudo, a Sra. Hinata irá junto, com o bravo Neji, e mais quatro guardas do clã Hyuuga. E vocês Inuzukas, grandes guerreiros, estarão juntos também, por isso, sinto-me seguro em deixá-lo ir.

Tokuma, Koh, Hoheto e Tetsu, o quarteto Hyuuga, os dois primeiros, habitualmente, guardas da entrada, da residência de Hiashi.

— Que bom que se sente assim, Namikaze. Kiba fala muito de seu filho, tornaram-se grandes amigos. E qualquer bom amigo do meu filho, terá minha guarda irrestrita. — Tsume assegurou.

Um homem com os mesmos trajes de Tsume, e mesmas características dos Inuzukas, aproximava-se, sustentando uma bagagem.

Notavelmente, impaciente, ele questionou:

— Estamos prontos ou só partiremos quando o inverno acabar?

— ESTOU CONVERSANDO COM A VISITA! — Tsume bradou.

— Ah, é o Namikaze. — O Sr. Inuzuka ignorando a explosão dela, chegou perto do homem loiro. — Sou Gaku Inuzuka, pai de Kiba. Olha, não se preocupe, a gente jamais fará algo contra seu filho. Mas se ainda desconfia da gente, pense pelo lado de que os Hyuugas estarão conosco, e qualquer um clã da aldeia seria estúpido de prejudicar alguém que é tão próximo dos Hyuugas.

— Ele não está desconfiando da gente, pulga! — Tsume gritou, cerrando os punhos diante o peitoral.

— Nesse caso, agradeço pela sua confiança depositada a nós. — Gaku firmava sua vista sobre o artesão-camponês, seguindo ignorando a fúria que despertava em sua esposa. — Mas se não se incomoda, podemos partir agora? Nossa filha foi na frente com uma amiga e temos que alcançá-la. 

— Claro, claro. — Minato assentiu repetidamente e chamou seu filho para um abraço de despedida.

O hanyou se afastou do amigo e foi saltando até o pai, agarrou-se ao pescoço de Minato e esfregou seu nariz, contra o nariz do artesão-camponês, depois, retornou ao chão, ansioso para partir com os Inuzukas.

~

A família Inuzuka era animada, percebia Naruto.

Apesar de Tsume e Gaku discutirem constantemente, o hanyou se divertia com o clima do casal.

Qualquer coisinha insignificante se tornava motivo do casal brigar.

O filho do artesão-camponês achava engraçados os xingamentos dentro do contexto dos Inuzukas.

Pulga.

Carrapato.              

Piolho.

E outros nomes de parasitas que o hanyou desconhecia.

Cão e cachorro, duas palavras que para pessoas fora do clã, podiam ser usadas como xingamento, para os Inuzukas eram usadas como elogio.

Mesmo em briga, o casal não se distraía e se mantinha guiando os demais.

O hanyou ia atrás do casal, junto com Kiba e Akamaru, montava sobre Kuromaru, o cão de Tsume, que parecia mais lobo do que cão.

Pelagem negra e arrepiada, inferiormente, encontrava-se uma faixa branca de pelos.

O cão de Gaku, Tsuyoha, ia atrás de Kuromaru, parecia com Kuromaru, a única diferença, era que as cores se invertiam.

A pelagem superior era branca, e a inferior, negra.

Poucos metros atrás de Tsuyoha, o quarteto Hyuuga escoltavam Neji e Hinata.

A herdeira dos Hyuugas não se animava como inicialmente, pois a distância do hanyou começou a afetá-la mais.

Viajavam há quase duas horas, e mesmo antes de deixarem Konoha, a azulada não recebeu nenhum olhar do hanyou.

Ele não falava mais com ela.

— Hinata-sama, sente-se bem?

Neji perguntou, sem parar de andar, com seu rosto virado para ela.

Ele notara que os orbes perolados dela cintilavam devido a algumas lágrimas que almejavam cair, no entanto, não ultrapassavam os cílios.

— Hai, eu estou com um pouco de sono. — Ela respondeu, sorriu e abriu a boca, bocejando, dando algumas batidinhas com os dedos, contra os lábios abertos. — Estou ansiosa para conhecer a hime dos Inuzukas. — Conseguiu sorrir mais.

Neji assentiu e retornou seu rosto para frente, entretanto, suas íris foram aos cantos dos olhos, observando o perfil da pequena azulada durante uns segundos a mais.

Foi óbvio ao menino Hyuuga que ela mentiu.

~

O grupo de viajantes terminou um imenso caminho íngreme.

Em solo plano outra vez, cruzavam um espaço aberto.

Após adentrarem na floresta novamente, o hanyou notou algumas fitas amarradas em alguns troncos de árvore.

Para elas, ele apontou com o indicador, perguntando:

— O que são essas fitas?

— É uma sinalização, para um lugar de refúgio.

Gaku quem respondeu, estando antes, milagrosamente, silencioso durante dez minutos, sem brigar com a esposa.

— Refúgio de quê? — o hanyou se interessou mais.

— De alguma calamidade, como um terremoto originado por alguma imensa criatura em fúria.

Hana respondeu, avançando em direção ao grupo.

Antes mesmo de avistá-los, ela escutou a conversa, por meio de sua afiada audição.

— Oooh. — Admirado, o loirinho pronunciou.

Mas então, nos próximos segundos, as pontas de suas orelhas desceram. 

“Imensa criatura em fúria.”

Tais palavras o arremeteram ao acontecimento da kitsune de nove caudas.

E o olhar de Hana, não lhe era agradável, pois parecia que ela observava o próprio yokai que causou a destruição na aldeia.

Tsume se virou de frente para Kuromaru, com seu corpo, tampou Hana da vista do loirinho, explicando-o suavemente:

— As fitas azuis indicam que há um espaço aberto para montar um acampamento, Naruto. Que é o espaço aberto pelo qual acabamos de passar. Esse espaço pode ser usado por habitantes de qualquer aldeia próxima. É usado como opção de abrigo para aqueles que perderem seus lares seja por inúmeros motivos: alagamento, fogo, tornado...

— Mas essa ideia de reservar um espaço para abrigo, longe da aldeia de origem, surgiu depois que aconteceu o ataque da kitsune yokai. — Hana detalhou. — Faz parte da estratégia de salvar os habitantes, caso ocorra novamente um ataque de algum yokai como a kitsune. As pessoas precisarão ficar bem longe da aldeia, enquanto o exército tentará dar conta do monstro.

— O bom é que nunca tivemos que recorrer ao abrigo novamente. — Tsume mencionou imediatamente e volveu suas costas para Kuromaru, encarando sua filha, mortalmente.

Mesmo ciente de que o olhar da mãe significava “Se continuar implicando com ele, vou meter a mão na sua cara” não foi o bastante para a filha se intimidar. 

Hana continuou sustentando o nítido incomodo, por conta da presença do meio kitsune.

O filho do artesão-camponês, ainda de orelhas descidas, assegurou:

— Na-Naruto não vai trazer calamidade para Konoha. Naruto é metade kitsune então não terá a forma completa de nove caudas.

— Então a forma de nove caudas só pode ser alcançada por uma kitsune yokai completa. — Hana cruzou os braços, não se satisfazendo com aquela informação. — E se fosse capaz de ter as nove caudas?

— Naruto não faria nada de ruim.

O filho do artesão-camponês respondeu seriamente, empinando suas orelhas.

— Onee-san. — Kiba se enraivecia. — Que história é essa de implicar com meu amigo? Há muito tempo onee-san sabe que sou amigo dele e nunca falou nada.

— Eu falei algo de ruim? — Hana questionou.

— Os espetos de carne estão prontos! — era a voz de Akita e ela apareceu momentos depois, cessando ao lado da amiga. Tendo escutado boa parte da conversa, achou melhor intervir para mudar de assunto. — Quem está com fome?!

Imediatamente, os cães se interessaram.

— Uma carninha vai bem agora. — Gaku sorriu e esfregou a cabeça dos pequenos montados em Kuromaru. Akamaru soltou um latido de animação. — Daremos uma pausa e mais tarde continuamos nossa viagem.

Hana virou as costas para o grupo e refez seu caminho.

O N. Uzumaki esqueceu a conversa com Hana, no momento em que avistou três cães cinzentos.

— São iguais, devem ser os Haimarus. — Supôs o loirinho.

— São os Haimarus. — Confirmou Kiba.

Os trigêmeos se deitavam no solo, aguardando as carnes no fogo estarem prontas.

Eram vários espetos de carne, um sobre o outro e um ao lado do outro.

Chamaru, assim como os três cães imensos e cinzentos, não desgrudava sua vista da carne.

— Da esquerda para a direita: Haimaru I, Haimaru II e Haimaru III.

Estando perto dos trigêmeos, Kiba apresentou ao amigo kitsune.

O hanyou se curvou aos três caninos, apresentando-se de volta:

— É um prazer, Naruto Namikaze Uzumaki!

Haimaru III cheirou a cabeça do hanyou por um momento e em seguida, retornou a prestar atenção nas carnes.

A irmã do menino Inuzuka se mantinha longe, ao lado da amiga, observando o hanyou admirando os trigêmeos.

~                     

O hanyou adorou saber que os Inuzukas também gostavam quando a carne ficava meio crua.

Koh negou se servir, avisando que ele e os colegas Hyuugas trouxeram a própria comida.

Eles sabiam que os Inuzukas não se sentiriam ofendidos, uma vez que não eram exigentes quanto às formalidades entre clãs. Todavia, Tsume achou melhor alertá-los:

— Nós Inuzukas não temos essa frescura sabe, mas na presença da nossa hime, seria melhor não negarem quando os serventes dela oferecerem algo a vocês.

— Hai. — Koh, Tokuma, Tetsu e Hoheto responderam, em uníssono.

Após terminar de comer, Naruto se sentava, com as costas contra a barriga de Kuromaru e escutava Tsume narrar sobre a época em que teve que se apresentar aos pais da hime.

De barriga cheia, Kiba cochilou rápido, desinteressado na história que escutara trilhões de vezes.

Akita e Hana estavam mais afastadas do grupo, conversando entre elas.

Gaku ainda comia.

Tsume se interrompeu ao notar que seu marido lhe roubava as últimas fatias de carne, os dois entraram em uma nova e velha briga.

Naruto aproveitou para se afastar e ir mijar, foi quando observou o grupo dos Hyuugas e notou a ausência de Hinata e Neji.

Sumido no mato, o loirinho fez sua necessidade e depois concentrou seus sentidos, tentando localizar os dois pequenos Hyuugas.

Seu sentido de alerta soou, quando reconheceu o cheiro de lágrimas.

Em saltos velozes, guiava-se pelo seu olfato.

Encontrou-os, Neji e Hinata, lado a lado, sentados sobre um meio tronco.

— Hinata está machucada?! — o hanyou pousou na frente dos dois.

A menina não se surpreendeu com o aparecimento do meio yokai, uma vez que o primo a avisou que ele se aproximava.

Neji já reconhecida quando o hanyou estava por perto.

— Lie. — A Hyuuga respondeu surpresa com a preocupação e o carinho na voz do hanyou.

As narinas do N. Uzumaki se contraíram duas vezes, fortemente.

— O cheiro de lágrimas vem da Hinata! — o meio kitsune identificou.

— Hinata-sama está triste porque Naruto não gosta mais dela. — Neji revelou. — Por isso, Hinata-sama chorou bastante.

— Neji-nissan! — ela repreendeu, não querendo que ele revelasse.

— O quê?! — o meio yokai se espantou. — Mas Naruto gosta da Hinata! Naruto sempre vai gostar da Hinata!

A pequena perolada abaixou a cabeça, lutando contra as novas lágrimas.

— Naruto passou a ignorar Hinata-sama. — Neji acrescentou. — Sequer olha pra ela.

O meio yokai pensativo reavaliou seu comportamento durante aquele dia e se justificou:

— Naruto não está com raiva da Hinata, Naruto está com raiva em não poder mais segurar a mão da Hinata por causa das regras bobas que as pessoas colocam sobre como todo mundo tem que agir! E Hinata é muito educada e é claro que vai obedecer, Naruto não culpa Hinata. Fica mais fácil pra Naruto suportar quando não pensa no assunto, mas Naruto sem querer se afastou da Hinata hoje. Perdoa o Naruto, Hinata. Perdoa.

— Senhor raposo. — Emocionada, a menina saiu do tronco e o abraçou.

— Tudo bem Naruto abraçar Hinata? — o hanyou perguntou.

— A gente não está em público. — Ela argumentou. — Podemos reservar um lugar pra gente ficar de mãos dadas.

A cauda do meio kitsune sacudiu forte.

— E Neji não vai contar? — ele observou o menino Hyuuga.

— Eu só tenho que proteger a Hinata-sama, Naruto não é uma ameaça a ela.

O menino Hyuuga aprendeu a encontrar brechas em suas obrigações.

O hanyou sorriu e carregou Hinata, girando-a no ar, para animá-la e espantar qualquer resquício de lágrima restada. 

Aproveitaram para ficar um tempo sozinhos, e quando chegou o momento de regressarem, mantiveram-se de mãos dadas, soltarem-se quando faltavam poucos metros para se juntarem ao grupo de viagem. 

Hinata segurou sua mão, na qual restou o calor do contato com o hanyou, massageou sua palma.

O loirinho jazia feliz, por ter passado um tempo com sua amiga, colocou as mãos atrás da cabeça. 

Enquanto ela seguia andando, em direção de Kiba que se preparava para continuar caminho, os perolados da menina fitavam suas costas. 

— "Senhor raposo, eu não quero casar com ToneriAcho que eu seria mais feliz, com o senhor raposo.

 

~

 

San Mononoke era uma jovem de estatura média, de cabelos curtos e lisos, de cor castanha clara.

Suas íris se dominavam pela escureza que impedia de se identificar o formato das pupilas.

As marcas vermelhas, uma em cada bochecha, assim como nos Inuzukas, possuíam a forma de um triangulo isóscele, com a ponta mais comprida voltada para baixo.

Entretanto, existia a presença de mais uma marca, situada na testa, essa terceira marca pertencia somente aos membros da realeza dos Mononokes.

Seus brincos e colar se compunham de grandes peças ósseas.

Uma vasta pelagem branca lupina cobria suas costas e se prendia no tecido de sua roupa sem mangas.

Apertando a veste da princesa, um cinto grosso coureado e enfeitado também de peças ósseas.

Daquela forma, ela trajava um curto vestido.

Os calçados também se revestiam de pelagem e terminavam a um palmo abaixo dos joelhos.

Não, Mononokes não caçavam lobos para criarem suas vestes.

Utilizavam-se ossos de lobos que morreram naturalmente ou em batalha.

Aproveitavam-se até mesmo os restos mortais de filhotes não sobrevividos depois do nascimento.

O brilho no olhar da jovem hime exibia a satisfação em ver uma boa quantidade de jovens Inuzukas naquele ano.

Permaneceu ela sentada sobre seu trono de pedra, assistindo os Inuzukas chegando.

Eles se curvavam e a seguir procuravam um lugar para aguardar a chegada dos próximos Inuzukas.

Raspas de neve se divergiam sobre o mato.

A família do casal Gaku e Tsume foi a última a chegar e quando os dois se aproximavam do trono com seus filhos e convidados, o olhar da princesa se estendeu curiosamente sobre os donos de olhos lunares e sobre o hanyou.

Os Hyuugas e o meio yokai imitaram a família Inuzuka, curvando-se perante o trono.

A princesa assentiu para eles, não teceu nenhum comentário e aguardou mais um tempo em silêncio.

De longe, um Mononoke ergueu o braço direito e quando ela fitou o rosto do homem, ele fez um assentimento.

Ela correspondeu ao assentimento e esperou por mais algum tempo, e quando teve a certeza de que ninguém mais chegaria, ergueu-se do trono.

Avançou à beira da escada de pedra.

Tinha toda a atenção do público para si.

Anunciou:

— Bem vindos, todos bem vindos. A neve acabou de ser retirada do campo de batalha, antes de nos encaminharmos para lá, eu gostaria de explicar a nossa tradição, ainda que nossos jovens estejam bem orientados, é sempre bom reforçar. Especialmente, por que hoje temos convidados de fora dos clãs.

— Estão falando da gente.

Naruto comentou, inclinado para orelhinha da perolada que assentiu, com um sorrisinho.

Concentrada, a princesa explicou:

— Cada jovem Inuzuka enfrentará um jovem da minha tribo, embora não seja uma batalha séria, não quer dizer que isso isentará qualquer um a sair com grave dano, e por conta disso, é necessário que estejam dispostos a jurar, de que não sustentarão nenhum tipo de rancor, independentemente, do que acontecer.

— Hai! — a multidão concordou — eu juro!

— Eu juro! — o loirinho falou em seguida, entusiasmado.

— Lie, Naruto. — Kiba colocou uma mão sobre o ombro do hanyou. — É só entre Mononokes e Inuzukas.

— Haaa. — O meio kitsune assentiu. 

— Então, que nos encaminhemos para o campo de combate! — San Mononoke abriu os braços e a multidão gritou “hai” novamente.

— O povo aqui é animado. — Naruto comentou, abanando as orelhas e sua felpuda cauda.

~

O espaço retangular de terra se contornava por grama recoberta com fina camada de neve.

Abeirando o campo de batalha, do lado direito, os Mononokes, do lado esquerdo, os Inuzukas.

A tarde ainda não chegara ao fim, por isso, jaziam apagadas as tochas compridas, cravadas cada uma, em um canto do campo de batalha.

Em frente, a uma das extremidades do campo, San se sentou sobre o solo, cruzando os tornozelos e pondo as mãos nos joelhos, aguardando a primeira batalha começar.

Naruto imitou a pose dela, quando notou ao redor, os Inuzukas fazendo o mesmo.

Hinata se sentou sobre as canelas.

Iniciaria a luta entre uma Mononoke e um Inuzuka, eles se curvaram, ao mesmo tempo, um ao outro e a seguir, puseram-se em modo de ataque.

Seus imensos cães, igualmente.

Os movimentos de luta se iniciaram tão rápidos que o hanyou forçou seus sentidos para acompanhar.

Hinata confusa, em um momento, via a Mononoke no chão, e em outro, o Inuzuka quase pra fora do campo de batalha.

Os animais se tornavam manchas brancas e negras.

O loirinho se fascinava pelos olhares ferozes e os dentes caninos que cresciam de ambos lutadores.

Não sabia se focava nos movimentos dos humanos ou dos animais em campo.

Totalmente entrertido com as batalhas, o meio yokai não viu o tempo passar.

Quando dera-se conta, as tochas estavam acesas e a lua subia.

Kiba igualmente distraído com as batalhas, só foi notar a ausência da irmã, quando supos que a vez dela se aproximava.

Ele olhou ao redor e não localizou Hana.

Inclinou-se para o lado da progenitora, verbalizando:

— A vez da onee-san está chegando, okaa-san. Cadê ela?

— Ela está se preparando. — Tsume revelou. — Estava ansiosa demais, disse que foi refrescar a mente.

Os Haimarus deitavam um ao lado do outro, pacientes, aguardando pela dona.

— Esse ano não tem nenhum Mononoke a ser responsável por trigêmeos lupinos, então para a luta ser justa, nossa filha só poderá entrar em campo, com um cão. — Comentou Gaku e supos: — Acho que Hana está indecisa sobre qual dos Haimarus terá que escolher, pois ela não se habituou a treinar só com um.

— Não podemos culpá-la. — Tsume dissera. — É tão comum nascerem gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos. Pena que justo no ano dela, não veio nenhum pro lado dos Mononokes.

Era uma chance muito baixa e ainda sim, aconteceu.

O meio kitsune prestou atenção e reparou que Akita e Chamaru também se ausentavam.

Curioso questionou:

— Akita-chan também vai participar?!

— Lie — Tsume respondeu com certo pesar — Infelizmente, mesmo Akita tendo quinze anos, ela e Chamaru não alcançaram o nível de batalha esperado, para participar da tradição desse ano.

— Puxa que pena.

Naruto lamentou e em seguida, ergueu-se, avisando que estava apertado.

Longe da multidão, na floresta, avistou Chamaru.

O meio yokai sorriu, assistindo o canino se sujar na terra, em um buraco recentemente cavado.

— O que faz aí, Chamaru? Cadê Akita-chan?

Naruto se debruçou sobre o buraco, as mãos apoiadas nos joelhos.

O cão, repentinamente, mordeu o quimono do loirinho e o puxou ao interior do buraco.   

— Eca, Chamaru mijou aqui? — o hanyou desgostou de sentir o odor impregnado em seu corpo. — Essa não, Naruto não pode voltar desse jeito!

O meio kitsune saiu do buraco e resolveu urinar logo.

Depois, decidiu procurar por alguma região de água.

Recordara-se de ter a impressão de escutar barulho de uma cachoeira quando restou pouco para chegar ao território dos Mononokes.

— Para com isso, Chamaru. — O loirinho mandou. — Naruto não quer brincar agora.

O cão não parava de esfregar seus pelos sujos de terra impregnada de mijo, contra as vestes do meio yokai.

— Chamaru está dodói? Está soltando muito pum!

A audição de yokai identificava o som de vento saindo da traseira do canino.

Os pezinhos do N. Uzumaki cessaram.

Captava uma conversa, vozes distantes, mas facilmente reconhecíveis, pertenciam a Akita e Hana. 

— Eu nunca me incomodei de Kiba ser amigo dele, e por que justo hoje? Justo hoje o hanyou teve que vir. — Reclamava Hana, sua voz replena de atordoou. — Era para ser meu dia especial.

— Continua sendo seu dia especial, Hana-chan. De você e dos outros Inuzukas que estão se apresentando para nossa hime. E ninguém, de nenhum dos clãs está reclamando da presença dele, só você.

— Claro que não reclamam, um único murmurio, e todos escutarão com a audição apurada. Por que acha que eu vim esfriar a cabeça a uma distância segura? Quero desabafar sem ser repreendida pela senhora Tsume. E sabia que ainda me dói digerir o fato de você estar sendo realmente gentil com o hanyou?

— De novo essa conversa, Hana-chan? Esqueça isso.

— Foram os seus pais, Akita. — Sofrível, Hana enfatizava: — Seus pais.

— Hana-chan, não culpo o hanyou pela morte deles, na verdade, não culparei qualquer kitsune. Graças a você e sua família, assim como outras famílias do clã, consegui superar, e hoje, consigo pensar com clareza sobre tudo. Tenho até medo de dizê-la, mas foi uma decisão errada dos Inuzukas em procurar pelo território das kitsunes, isso não fazia parte de nenhuma missão ordenada por Konoha. Eles foram porque quiseram ir, por causa do maldito reconhecimento. Queriam ser reconhecidos ao mesmo nível que os Hyuugas, e olha no que deu. As kitsunes yokais se sentiram ameaçadas, agiram em defesa própria.

Na época do ódio dos aldeões aflorado pelas kitsunes yokais, revelar o novo esconderijo da espécie, seria muito louvável. 

As emoções do hanyou se agitavam.

— Eu sinto muito, amiga. Eu não queria fazê-la comentar sobre tudo. — Na voz de Hana, arrependimento. — Você é muito forte, eu queria ser forte e seguir em frente, como você.

— Mas você pode. É só você querer, Hana-chan. — A voz de Akita saía em doce timbre. — Se seu namorado estivesse vivo, e a visse desse jeito, eu sei que ele se arrependeria, de ter alimentado esse sonho horrível em você.

— Ele... não era meu namorado. — A voz saiu meio constrangida.

— Mas seria, ele não ligava para nenhuma outra menina do nosso clã. — Akita suspirou. — Vamos pôr um ponto final nisso.

— Eu não tenho mais vontade de saber onde é o esconderijo das kitsunes yokais, Akita. Mas não consigo me livrar desse sentimento ruim que nutro contra elas. É um sentimento que me consome todo dia quando acordo. Eu não ligo se agiram em defesa própria, tudo começou por causa da kitsune de nove caudas. Hoje, somente hoje, no meu dia especial, pensei que eu me livraria dessa sensação amarga, mas aí o hanyou apareceu. Na minha própria estreia para a nossa hime, há um meio kitsune no público.

Um silêncio se prolongou.

Naruto seguiu paralisado.

Os pais de Akita morreram por kitsunes yokais, ou por uma única.

Provavelmente, o namorado de Hana também.

E talvez, vários dos Inuzukas também.

~NH~

O filho do artesão-camponês encontrou a cachoeira e se mantivera durante um tempão nas águas, certo de que perdia o resto das batalhas entre Mononokes e Inuzukas.

Chamaru também se banhou, e nadou várias vezes ao redor do meio yokai, convidando-o para brincar.

Em nenhum momento, o hanyou o correspondeu, estando aprisionado em uma melancólica reflexão.

Havia muitas estrelas no céu, quando os dois regressavam da cachoeira.

— Naruto, por que demorou tanto? — perguntou Kiba. Brevemente, desviou o olhar para o amigo hanyou. Retornando a assistir sua irmã, avisou-o: — A luta da onee-san está quase terminando.

O loirinho entregou meia verdade:

— Naruto caiu em um buraco e ficou cheio de terra, teve que se lavar bastante.

Descansou as mãos sobre os joelhos, suas pernas, cruzadas na pose de meditação.

Encaminhou sua visão para Akita que sentada atrás do casal Inuzuka, deixou de assistir a luta, ao receber Chamaru em seu colo.

— Chamaru, onde esteve?

Akita perguntou aliviada, com cada mão apertando um lado da face do animal.

Em seguida, ela esfregou o nariz dela contra o focinho do canino.

— Chamaru também estava sujo e se lavou com Naruto na cachoeira.

O meio yokai a informou, ocultando a parte que o cão o puxou para o buraco.

Quis evitar de Chamaru receber uma bronca.  

O pobrezinho só queria se divertir, pensou o hanyou.

Akita ficou abraçada ao cão e seguiu assistindo a amiga lutando.

O hanyou ao se concentrar no que se procedia no campo de batalha, testemunhou o golpe final desferido por Hana.

Ela, junto com o Haimaru que escolheu, tornou-se uma espécie de furacão e atingiu o meio do peito do Mononoke.

Mesmo com a proteção coureada, cobrindo o peitoral e abdomen, o Mononoke recebeu grande dor e foi incapaz de frear o impacto do golpe.

O oponente de Hana voou para além dos limites do campo de batalha. 

O companheiro lupino do Mononoke já estava muito abatido e não conseguiu ajudar na defesa contra o golpe.

Gaku e Tsume se ergueram, comemorando, com gritos e punhos cerrados erguidos.

Kiba bateu palmas e Akamaru teceu alguns latidos.

Hana exausta abraçou o Haimaru pelo pescoço e dirigiu seu olhar à hime que a observava aprovativa.

Encabulada, curvou-se Hana para a hime e se afastou de seu Haimaru, indo ajudar o não mais oponente a se levantar.

De pé, o Mononoke a agradeceu.

Hana o sorriu, e em seguida, volveu-se ao lupino, agradando-o pela cabeça.

Haimaru cheirou o pescoço do canino de pelagem longa e meio cinzenta, depositou duas lambidas ali.

Após o Mononoke e o lupino se afastarem, Hana e o Haimaru contornaram a borda do campo de batalha.

Hana ia sendo cumprimentada pelos Inuzukas, com tapinhas nos ombros e assentimentos.

O Haimaru indo logo atrás dela, recebia várias mãos sobre sua pelagem.

Hana cessou diante sua família, seus pais a encheram de abraços, enquanto seu irmão lhe dirigia um sorriso de admiração.

Akita com Chamaru nas costas, abriu caminho para abraçar a amiga.

Os outros Haimarus também se aproximaram e cheiraram o Haimaru que lutou ao lado de Hana.  

Hinata batia palminhas, mesmo não tendo acompanhado todos os movimentos de combate, os poucos que conseguiu entender, foram-lhe algo magnífico de se assistir.

~

Com as batalhas finalizadas, a pedido da hime, todos se encaminharam para outro espaço a céu aberto.

Sobre o solo, antecipadamente, limpo da neve, serventes Mononokes distribuíram diversos tecidos retangulares, posicionados um ao lado do outro.

Encimou-se em cada tecido, um banquete.

A hime se sentou à “mesa” na qual se postava um imenso javali assado, com uma maçã na boca.

San convidou a família de Tsume e Gaku, mais os Hyuugas e o hanyou para que se sentassem com ela.

Assistindo os outros se sentarem, Akita começou a recuar.

— Aonde vai, Akita? — Hana a perguntou.

Encontravam-se as duas, mais afastadas do grupo.  

— Acho melhor ir comer com outro grupo, Hana-chan.

— Você veio comigo, Akita. Quero que sente ao meu lado. — Hana usou de exigente timbre.  

— Hana-chan, eu não participei das lutas esse ano e acho que não conseguirei participar no ano que vem.

Chamaru nas costas de Akita, emitiu um som choroso.

Akita seguiu lamentando:

— Ainda que eu melhore minha força e velocidade, Chamaru não me alcançará ano que vem. Temos uma assincronia muito grande. O que consigo aprender em três semanas, ele só consegue assimilar, com mais de três meses. E quando não é assim, é o contrário, há habilidades que ele desenvolve, muito mais rápido que eu.

Despreocupava-se em reduzir o volume da voz, haja vista que em volta, uma harmoniosa agitação se expandia.

Muitos risos, gritos de alegria ali e aqui, inúmeras conversas ao mesmo tempo.

Espalhados pelas bordas do espaço aberto, Mononokes músicos batiam tambores, tocavam flautas e alguns instrumentos de corda.

Ninguém prestava atenção na conversa delas.

Hana deslizou sua mão pelo antebraço de Akita até parar na mão dela e encaixar seus dedos, entre os dela.  

Agiu seriamente motivadora: 

— E daí? O importante é que você permanece treinando. E eu não lembro de nenhuma regra que para se sentar com a hime deve participar das lutas tradicionais, caso contrário, ela não convidaria gente além dos clãs para se sentar com ela.

Cingiu o punho de Akita e a puxou em direção do banquete principal. 

Akita não resistiu, embora seu rosto estivesse meio rosado e seu olhar cabisbaixo.

Chamaru abanou o rabo com um pouco de agitação.

O meio yokai não pensava mais na conversa que escutou entre Hana e Akita; e também não prestou atenção na recente conversa delas.

O clima alto astral em volta o contagiou e se distraía conversando com Kiba, Hinata e Neji.

Seus orbes imensos azulados se voltavam repetidas vezes para o javali, o aroma da carne o tentava.

Sentado entre Kiba e Hinata, o loirinho prendia sua vista sobre o imenso javali assado.

A hime atraiu a atenção de todos:

— Não posso deixar de admirar a presença do clã mais bem prestigiado da aldeia de Konoha, em meu território. É uma honra recebê-los.

Tetsu verbalizou:

— Onegai, não nos considere tanto, estamos apenas realizando nosso trabalho.

Educadamente, Hoheto fez um acrescimo:

— Temos sorte de termos sido escolhidos para escoltar Hinata-sama. É sempre uma experiência única presenciar tradição de outros clãs.

— Arigatou gozaimasu pela recepção, hime Mononoke. — Koh finalizou.

Tokuma assentiu.

— É um grande apreço saber que se sentem dessa forma. — San ergueu as mãos para os lados: — Que todos se sirvam à vontade.

— Puxa, finalmente! — o U. Namikaze aprovou, salivando.

Hana franziu o cenho ao ouvi-lo.

Ela se sentava longe da hime, ao lado da extremidade do tecido.

San se sentava diante à extremidade oposta.

Akita ao lado de Hana, acariciou a mão da amiga, pedindo-a em seu silêncio, para não se incomodar com o hanyou.

Brevemente, Hana a sorriu.

Ansioso para comer, Naruto desceu seu olhar para o tecido, e observou o recipiente que lhe foi dado.

Ao lado do recipiente raso, um objeto cortante.

Inuzukas e Mononokes se serviam utilizando os dois objetos, depois de lavarem as mãos em uma cuia de água.   

— Senhor raposo.

Hinata o chamou, enfiava suas mãos dentro da água e convidou o hanyou a fazer o mesmo.

Não havia cuias de água para cada um, então os dois dividiram a mesma cuia.

Sendo cavalheiro, Naruto pegou o recipiente raso da Hyuuga e o aproximou do javali.

Com o objeto cortante, ele retirou uma fatia que caiu sobre o recipiente, e em seguida, colocou-o na frente da menina.

— Arigatou, senhor raposo.

— De nada, Hinatinha. — A seguir, ele se serviu. Nas primeiras mastigadas, sentiu-se no céu. — Que legal, a parte de dentro está crua.

A perolada observou as outras opções de jantar, e decidiu colocar alguns alimentos verdes sobre sua carne.

Couve-flor, alface e aipo.

Preocupada com a alimentação do hanyou, ela também colocou alguns alimentos verdes sobre os dois pedaços de javali que ele selecionou.

O apetite do loirinho quase se esvaiu por completo, ele a avisou:

— Arigatou Hinatinha, mas Naruto não está a fim.

— Senhor raposo, seu lado humano precisa de verduras e legumes. Precisa cuidar de todas as suas partes, senhor raposo. 

— Mas o otou-san do Naruto já o obriga a comer em casa, esses alimentos verdes. — Desagradava-se.

— Então nesse caso, senhor raposo, se não comer, vou avisar ao otou-san do senhor raposo, que não quer comer legumes e verduras, e aí o seu otou-san não vai mais deixá-lo sair sem a companhia dele.

— Huuum.

O beiço inferior do hanyou ficou todo para frente e lentamente ele espetou os pedaços verdes, junto com pedaços da carne.

Hinata sorriu ao vê-lo mastigar devagar.

A seguir, ela se concentrou em seu jantar e quando deu as primeiras mordidas na carve, seus beiços travaram no mesmo instante.

Neji sentado do outro lado de Hinata, inclinou-se para ela, sussurrando-a:

— Hinata-sama, se não conseguir comer, eu como a sua refeição.

— Arigatou Neji-nissan, mas não farei desfeita, vou engolir com água.

A perolada pegou um copo de bambu, entendendo que a água que se encontrava naquele tipo de copo, destinava-se para ser bebida, diferente da água encontrada em cuia.

Em um ritmo lento, a menina Hyuuga consumia o jantar, cortando a carne bem miudinha e engolindo-a com ajuda do liquido.

Embora San focasse sua visão na comida, sua audição entendia tudo o que se conversava em volta.

Achou a relação entre os pequenos, uma graça, especialmente, envolvendo o meio yokai.

Resolveu chamá-lo atenção:

— O hanyou tem boa apetite. Diga-me hanyou, como se tornou amigo de Inuzukas e Hyuugas? Lembro-me de escutar entre os Inuzukas, que o meio yokai de Konoha vivia isolado da aldeia.

De boca cheia, o loirinho aumentou a velocidade de sua mastigação, intencionando transformar, imediatamente, em um bolo pastoso, o que se detinha em seu paladar.

Vendo que demoraria para o meio yokai responder, Tsume fez por ele:

— Aconteceram muitas coisas, Hime-sama. A situação em Konoha se tornou mais harmoniosa, celebram-se tempos de paz e nada mais justo que acolher aqueles que nunca fizeram mal a aldeia. Não foi mais aceito agir como se Naruto Namikaze tivesse culpa de... de coisas ruins.

Preferiu não mencionar a kyuubi, sabendo que a hime entenderia sobre que tipo de coisas ruins se referia.

— Naruto Namikaze Uzumaki. — O hanyou corrigiu, após conseguir engolir tudo.  — Naruto aprendeu a gostar do Naruto, do jeito que é. Otou-san ama a parte kitsune do Naruto porque lembra a okaa-san.

— Seu otou-san é um homem especial. — San avaliou.

— Se é. — Ele concordou sem hesitar. — Otou-san queria está aqui, mas precisava terminar algumas encomendas. Otou-san é muito gentil, hime iria gostar dele.

— Encomendas... ah sim, se estou certa, é filho de um carpinteiro. — San arriscou.

— Otou-san é muita coisa, bom cozinheiro, fazedor de brinquedos, excelente costurador, artesão, camponês que vale por cem e... e um pai que vale por infinito.

Fez uma pausa, tornando-se sério, sequenciou os seus verbos:

— Por muito tempo, Naruto quis ser humano completo, para não ser mais rejeitado pelos outros. Naruto se sentia mal porque o otou-san amava por dois. E ainda sim, Naruto queria conviver com mais pessoas. Era como se Naruto fosse insatisfeito só com o amor do otou-san. Chegou o dia que Hinata salvou Naruto e foi muito legal com ele. Hinata ama as orelhas e cauda do Naruto, Naruto adora quando Hinata pega nas orelhas de kitsune. Naruto criou esperança de conhecer muito mais pessoas que gostem dele assim e está dando certo, Naruto tem muitos amigos.

O discurso do meio yokai silenciou os outros grupos em volta.

— Naruto, ninguém está incomodado com sua presença aqui. — Tsume comentou. — Se é o que pensou.

— “Eu não afirmaria isso.” — Pensou Hana.

— Deixe-o continuar, Sra. Tsume. — San pediu, atenciosa ao meio yokai. — Onegai, prossiga.

— Naruto não pode mudar o tempo, mas se pudesse, tentaria impedir o que a kitsune de nove caudas fez. Naruto só quer que todo mundo entenda, que da mesma forma que os humanos bons não são culpados, pelo que humanos ruins fazem, os yokais funcionam do mesmo modo. Naruto não quer ser associado ao azar, Naruto não pretende estragar nenhuma vida, Naruto só quer viver em paz, se tornar um bom protetor da aldeia e continuar fazendo muitos amigos. 

O hanyou evitou olhar para Hana, todavia nutria esperança de que conseguisse retirar o sentimento ruim que ela nutria por ele.

Akita sorria, pondo as mãos sobre o peito, enquanto Hana se mantinha de braços cruzados, com seus olhos focados, em seu jantar.

— Gostei de conhecer mais sobre você, hanyou. — Declarou San. — Que esse jantar possa também celebrar, esses novos tempos de paz, e uma melhor vida para você.

~

No transgredir da noite, mesmo terminando a refeição,  havia quem preferisse permanecer sentado à “mesa” e conversar.

Os jovens Mononokes interagiam com os jovens Inuzukas, estreitando seus laços.

Alguns voltaram para o campo de batalha.  

Um grupo de crianças Mononokes rodeava o hanyou.

Uma menina acariciava sua orelha e outra, passava a mão em sua cauda.

Um garoto mostrava os dentes para o loiro, exibindo seus caninos tão longos e afiados, quanto os de Naruto.

O meio yokai começou a sentir um peso em suas costas, era um bebê de um pouco mais de um aninho, escalando seu corpo.

— Ele está sendo a atração da criançada.

Tsume comentou, satisfeita em ver que foi uma boa ideia permitir que o hanyou os acompanhassem.

E quando pensava no discurso dele, sentia-se profundamente tocada.

— Não somente ele. — Gaku avisou, mirando a menina Hyuuga contornada por crianças e até adultos.

Uma mulher se agachava em frente da menina e sem machucá-la, abria o olho direito da herdeira Hyuuga.

Neji estava ao lado da prima, e logo atrás, o quarteto de guardas Hyuugas, atentos para qualquer ação que fosse desconfortável para Hinata.

Todavia, até o presente, a menina mantinha um sorriso dócil, permitindo-se ser examinada pela mulher.

— Eles não param de encarar. — Tokuma sussurrou para Koh.

— É por causa de seus olhos, parecem pedaços de lua. — Explicou um jovem Mononoke que carregava seu irmão caçula nas costas. Mesmo longe de Tokuma, entendeu o sussurro. — Contemplar a lua para nós é sagrado, admiramos qualquer coisa que se assemelhe a ela.

— Iam adorar o reino Otsutsuki, chamam lá de reino da lua. — Hinata comentou.

— Okaa-san, posso ter a Hyuuga como esposa, quando eu crescer? — pediu um Mononoke de dez anos.

— Não sei responder, filho. Mononokes, quando se casam com alguém fora do clã, casam-se com quem pertence a um clã aliado.

— Nossa hime gostou deles, ela já os considera aliado, okaa-san.

— Não tão depressa, filho. Precisam-se de algumas formalidades para serem cumpridas e assim oficializar a aliança.

Neji interveio:   

— Hinata-sama está prometida para o filho do Daimyo Otsutsuki.

— Não tem problema, eu luto por ela. — Insistia o menino.  

— Pois bem, então vai ter que lutar comigo. — Um outro Mononoke, de idade próxima, aproximou-se e deu mais uma observada nos orbes perolados. — Meus filhos serão os primeiros Mononokes a terem olhos de lua.

Mais garotos chegavam perto.

As orelhas do hanyou não paravam de tremular.

Com mais de quinze metros de distância, escutava tudo.

Desvencilhou-se das crianças que o acarinhavam.

Cuidadoso, colocou o bebê no chão, e por meio de saltos longos, meteu-se na multidão de Mononokes e retirou Hinata dali.

Os garotos iam persegui-los, entretanto, os guardas Hyuugas se intrometeram no caminho e Neji os ajudou a barrar a passagem dos Mononokes.

~

Momentos posteriores, quando Hinata só enxergava arvores pelos lados, sorriu e agradeceu:

— Arigatou senhor raposo, eu estava ficando assustada, eu não queria causar problema.

— Hinata não causou problemas, é que os meninos Mononokes nunca viram uma menina tão bonita.

A perolada ficou vermelhinha.

Agora que passou a pensar no hanyou, como alguém com quem gostaria de casar no futuro, cada elogio dele, cada segurar de mãos, cada gesto lindo dele para ela, causava um impacto maior ao coração da perolada. 

Ele a colocou no chão e olhou ao redor, certificando-se de que estavam a sós.

Sorrindo, o loirinho capturou a mão dela, e a pequenina sorriu mais.

Sozinhos novamente, andariam de mãos dadas.

O coração da primogênita Hyuuga, acelerava-se.

No decorrer de alguns minutos de passeio, a azulada avistou parte de uma construção pedregosa.

Apontou:

— Ei, senhor raposo, o que é aquilo?

— Naruto não sabe — piscou três vezes em uma sequencia veloz — ah, e se for a morada da hime que Hana-chan mencionou?

— Verdade, ela contou que é feita toda de pedra.  

— E se Naruto e Hinata derem uma olhada lá? Hana-chan disse que a hime quase não usa mesmo.  

— É verdade, ela disse que o verdadeiro lar da hime é a floresta.

Hinata concordou e quando viu o loirinho lhe oferecer as costas, não hesitou em subir.

Abraçou-o pelo pescoço e esfregou seu nariz contra os espetados cabelos loiros.

Com os imensos saltos do hanyou, a herdeira Hyuuga apreciava o vento gelado contra sua face.

Momentos posteriores, o hanyou avisou:

— Chegamos.

O filho do artesão-camponês colocou a menina no chão e segurou a mão dela, observando a entrada da construção.

— Está iluminada com tochas. — Hinata reparou.

— Que bom, assim não ficaremos no escuro.

Ele avançou, empolgando-se mais.

Os dois juntinhos, conforme avançavam caminho adentro, viam surgir mais caminho até que o final do imenso corredor cavernoso deu em um espaço mais amplo, um cujo piso liso de pedra conduzia até uma escada de degraus largos e que se reduziam de tamanho na medida que se aproximavam do trono de pedra, situado na estreita plataforma.

O trono não ocupou muito a atenção dos pequenos, eles prenderam a vista, sobre o par de esculturas de lobos.

Cada lobo sentado sobre um pilar, cada pilar, de um lado do início da escada.

— Que lindos lobos, será que eles existiram? — o hanyou questionou, admirado, tanto pelo tamanho das esculturas, quanto pelas suas formas bem detalhadas.

— Espiritualmente, devem existir, senhor raposo. — Hinata respondeu, aproximando-se do lobo da direita.

— Sabe quem são eles? — o loirinho questionou.

—Lie, esculturas de templo, representam função protetora, esses lobos devem ser os guardiões desse lugar. — Hinata se ajoelhou. — Vamos orar para eles, senhor raposo.

Ele reduziu a distância entre os dois, abaixou-se ao lado dela, perguntando-a:

— Nós precisamos?

— Hai, essa é a casa deles, é até mais casa deles, do que da hime, será educado da nossa parte, dedicar uma oração para eles.  

— Hai. — Facilmente convencido, o pequeno N. Uzumaki se preparou para orar.

O loirinho orou por cinco minutos e ficou com a mente vazia, não sabendo mais que palavras emitir em sua mente.

Esperava que Hinata terminasse, mas ela prosseguiu sua oração, por pouco mais de dez minutos.

Quando ele a escutou se erguendo, aliviou-se e abriu os olhos, de pé, curvou-se para uma das esculturas.

Girou um pouco o seu corpo, e se curvou para a outra escultura de lobo.

Hinata mal se levantou e testemunhou as esculturas brilhando.

Cada rajada de luz saiu de um lobo e mirou perante os dois pequeninos, cada luz se materializou em duas criaturas identicas.

— Kami, o que é isso?!

Instintivamente, protetor, de braços abertos, o meio yokai se colocou na frente da Hyuuga.

Rapidamente, notando que as criaturas não se posicionavam em ataque e preferiam conhecer o cheiro do meio yokai, o loirinho abaixou os braços e Hinata deu um passo para o lado, sorrindo para as criaturas.

— Eles são lobos? — a perolada questionou.

— Só se foram esmagados por uma pedra. — O hanyou respondeu.

— Senhor raposo. — Hinata comentou, com uma voz de pena. — Não fale assim deles, eles são bonitinhos. — Arriscou-se a estender a mão, e velozmente, uma das criaturas encostou o fuço em seus dedinhos. — Parece que são misturados...

— Com o que?

— São komainus.

San respondeu, acabando de chegar.  

E Naruto ficou impressionado de não tê-la percebido se aproximar.

— Komainus são guardiões de templos, são uma mistura de leão com lobo. — San se aproximou das criaturas e se agachou, agarrou a cabeça de uma das criaturas. Avaliou o comportamento de cada komainu e depois se dirigiu para a perolada: — Pelo visto, eles são seus.

— Meus?!

— Hai, os lobos guardiões deram-lhe de presente, aceite-os. — San confirmou. — Apreciou muito sua oração.

— Naruto também orou por eles. — O meio yokai comentou, com inveja.

San fitou o rosto do loirinho e depois levou seu olhar para o teto, após refletir, verbalizou:

— Bem, acredito que você não precise deles, a Sra. Hyuuga não tem habilidades yokais e eles são criaturas de proteção, ela precisa deles, mais do que você, hanyou.

— Huuum. — Naruto cruzou os braços, sentando de pernas abertas no chão.

Mesmo que os achasse feios, adoraria tê-los como companhia, eles se mostravam criaturas bem dóceis.

Ele teve uma dúvida:

— Por que eles não enviaram lobos?

Reflexiva, San o fitava e a seguir, mudou sua atenção para Hinata:

— Os Hyuugas têm algum animal como símbolo?

A perolada pensativa, levou uns quatro segundos para respondê-la:

— Uh, nos quartos antigos do meu lar, têm muitos vasos e tapetes com desenhos de leões. Mas não usamos como símbolo sagrado.

— Entendo, tratando-se de milênios, algumas tradições se perdem, acredito que antigamente, os leões fizeram parte de algum culto envolvendo os Hyuugas. Komainus são o símbolo perfeito para representar uma união entre Hyuugas e Mononokes, pois são a fusão de animais com presença especial em nossos clãs. Minha lealdade, você tem, herdeira Hyuuga.

— A-arigatou gozaimasu. — Hinata se curvou e depois se preocupou: — Ai kami, não sei como vou criá-los, terei que explicar direitinho para otou-san e a okaa-san.

— Não será necessário, eu já recebi um presente dos guardiões de meu lar, trata-se de um lobo imenso.

Levou suas mãos para trás de seu corpo, e desprendeu do cinto, uma escultura de pedra, a caber na palma de sua mão.

— Para deixá-lo na forma verdadeira, eu apenas preciso gritar “transformar” e para que volte ao normal, eu grito “regressar”.

— Uaaauu — Naruto se hipnotizava pelo que escutava.

Toda ansiosa, Hinata observou os komainus e gritou “regressar” e os testemunhou reduzirem de tamanho.

Cada komainu se transformou em uma pequena escultura de pedra.

— Que demais! — os azuis do hanyou reluziam.

— Hime-sama, não é desconfortante para eles ficarem nessa forma? — Hinata se preocupou, segurando cada escultura, em uma mãozinha.

— Pode ter certeza que não, enquanto não estão ativos, estão em um bom descanso.

— Bem, ainda sim... — Hinata colocou cada escultura no chão e se afastou, comandando: — Transformar!

Os komainus na forma verdadeira, aproximaram-se da pequena, um a cheirava, outro a lambia.

— Posso aproveitá-los, enquanto não vou embora.

Hinata dissera, acarinhando cada um.

San a contemplava, serenamente.

Naruto sorria e aceitou que foi muito melhor Hinata ganhar os komainus.

Próximo da meia noite, foi que os Hyuugas junto com o hanyou, tiveram que retornar para Konoha.

Kiba passaria a noite com a família, no território dos Mononokes.

Naruto e Hinata partiram com uma doce leveza no coração.


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