Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 30
Capítulo: Retorno




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~NH~

Oitavo mês do ano

Décimo quinto dia

Primeiro dia da semana

~NH~

 

As orelhas de Ise Uzumaki se inquietavam.

No último cômodo da casa, ele se deitava no chão, encimando a cabeça nos braços cruzados.

Sua audição apurada identificava os burburinhos ocorridos na rua, em frente de seu lar.

Pain se ausentava, estava em alguma região da floresta, caçando.

Ise revezava com seu filho quanto à caça, era a vez de Pain caçar a parte de Ashina. 

Em voz rouca, reclamou:

— Eles estão fazendo aquilo de novo.

Fusuo deitada com Naruto no chão lambia as costas do hanyou e pausou para comentar ao marido:

— Não ligue para eles, querido.

O loirinho deitado de barriga pra baixo sacudia sua cauda e suas orelhas felpudas.

Ria à beça das cócegas que a língua da mamãe raposa causava.

Fusuo considerava a risada do meio yokai muito gostosa de se ouvir.

— Fusuo, deve ser a décima vez que eles fazem isso, não tem como ignorar. — Abriu seus olhos e assistindo-a lamber o hanyou, irritou-se: — E pare de fazer isso. Essa criatura tem mais pele do que pêlos. Use um quimono de Pain para secá-lo. 

— Ai querido, eu uso tecido para enxugá-lo, mas ele também gosta que eu use a língua. — Fusuo esfregou seu fuço no meio da coluna de Naruto. Realizando uma voz de bebê, interrogou-o: — Não é meu filhotinho? Não gosta que mamãe Fusuo o lamba?

Nalhuto gosta.

O hanyou afirmou.

Algumas sílabas de sua fala saíam erradas, por causa da falta dos dentes da frente.

Compensando, sua condição de saúde melhorou bastante, pois conseguia se levantar e andar, apoiando-se na parede.

As dores de seus ossos eram perfeitamente toleráveis.

A mamãe raposa fazia ele esticar os braços e pernas antes de dormir, o exercício ajudava imensamente. 

Fusuo se emocionava, presenciando o hanyou se mover sozinho pela casa era como assistir um filho dando seus primeiros passos. 

Naruto se virou de costas contra o chão e agarrou os lados da boca da mamãe raposa e aproximou seu nariz para cheirar os pêlos do prolongamento do fuço dela.

Ise se aborreceu com tanta melosidade, eles ficavam naquele apego o dia inteiro.

Talvez tivesse culpa naquilo.

Fusuo sofria de carência por um segundo filho e agora compensava cuidando do hanyou.

De súbito, Ise se levantou, afastando aqueles pensamentos de sua mente e decidiu:

— Vou lá encará-los.

— Mantenha-se formal querido, lembre-se que é o chefe da vila. — Fusuo comentou, antes de retornar a lamber o hanyou.

— Humpf. — Ise se encaminhou para fora de sua casa.

Atravessando o corredor circular, deixou marcas de suas garras nele.

Fora da habitação, deparou-se com um agrupamento de kitsunes.

Elas findaram o burburinho, assim que ele pisou no espaço de entrada da casa.

Elas reconheciam o ritmo do andar dele.

Ise parou a dois metros delas, e lançou sua cara de espera para saber o que se passava.  

Restando o silêncio, Kurama entre as kitsunes, tornou-se porta voz:

— Estamos preocupados, chefe.

— Com o quê? — Ise manteve seu timbre natural.

— Há alguns dias, avistamos o curandeiro entrar e sair de sua casa.

Uma nova pausa silenciosa.

— Continue. — Ise estimulou.

— Curandeiros só visitam os lares de seus clientes quando o estado é crítico. As kitsunes têm um alto poder de recuperação, então raramente os curandeiros entram na casa de quem deve... a quem deve realizar o serviço.

— E daí? — Ise entendia aonde queriam chegar.

Entretanto, também queria ver se tinham coragem de expor claramente sobre o que desconfiavam.

Kurama rosnou baixo, nenhuma das kitsunes tomava voz.

Mas não era de se acovardar, e seguiu firme:

— Nem Fusuo ou Pain estão doentes, os vimos saírem de casa mais de uma vez nos últimos dias, estão saudáveis.

— Então qual o problema? — Ise questionou, sustentando uma intensidade desafiadora em seus orbes.

— O curandeiro não quis nos dizer o que fez em sua casa naquele dia. E os vizinhos estão incomodados, escutam sua família cochichando quase o tempo todo.

— Da mesma forma que escuto vocês burburinhando na frente da minha casa? — Ise retrucou, odiando a hipocrisia dos demais.

— Mas a gente faz isso pelo comportamento de sua família, chefe. — Kurama ressaltou.

— Ficam de cochichos por causa dos cochichos de minha família? — percorreu sua vista por cada membro do grupo, até pará-la de volta em Kurama. — Falou e falou, e não parou de dar volteios no assunto, por que você ou alguém do grupo não joga logo a questão principal aqui?

— Está certo. — Kurama concordou. — O que tem na sua casa, chefe? Além de sua família?

As kitsunes ficaram apreensivas.

Uma vizinha, situada ao fundo do grupo, manifestou-se:

— Eu tive a impressão de escutar risos de um filhote, mas sua esposa... sua esposa não exalou cheiro de prenha recentemente. 

Com isso, outra kitsune se encorajou a elevar voz:

— Andamos suspeitando de que seu filho trouxe um filho meio humano e por isso ele está sendo mantido escondido.

— Eu senti um cheiro muito mais forte de humano, no casulo de Pain. — Kurama acrescentou. — E todo mundo chegou a escutar risos momentos atrás. Risos de um ser jovem.

Ise satisfeito pelas kitsunes chegarem aonde queriam, entregou sua sinceridade:

— É um filhote sim, mas não pertence ao meu filho. É o filhote de Kushina Uzumaki.

Um silêncio prolongado dominou o grupo.

Ocorreu troca de olhares.

Identificava-se o surgimento do nervosismo uns nos outros.

Quando as vozes se expressaram, foram várias ao mesmo tempo.

— Oh, quer dizer, o hanyou?

— O primeiro hanyou meio raposa e humano.

— Mas a lei proib...

— A lei proíbe humanos de entrarem na vila, não hanyous. Ao mesmo tempo em que ele tem uma parte que permite a entrada dele, ele tem outra parte que o proíbe de pisar aqui. Se querem proibir a entrada de hanyou na vila, aguardem o início do próximo ano. Quando acontecer a nova votação para a chefia da vila, estabeleçam as novas leis que desejam, por enquanto, sob meu governo, o hanyou terá permissão de habitar minha casa.

As kitsunes apressadamente trocaram palavras entre elas.

No final, perceberam que Ise não atuava contra nenhuma lei.

Em contrapartida, Kurama ergueu uma dúvida:

— Devemos temer uma nova guerra entre kitsunes e humanos? E se tivermos que nos mudar de novo?

— Não acontecerá, caso contrário os humanos já estariam aqui. — Ise calmo, respondeu. — Ele estava debilitado quando foi encontrado, sofreu uma queda de penhasco, mas graças ao curandeiro Ashina ele se recupera rapidamente e em breve retornará para seu lar.

Kurama desgostava de toda aquela forma pacifica de Ise lidar com a situação. E o lançou mais interrogação:

— Como pode confiar assim tão fácil? E se for um truque para repassar informações aos humanos?

— Eu assumirei a responsabilidade, custando a minha vida. Mas se realmente corrêssemos um risco, eu teria expulsado o hanyou no mesmo dia que chegou. Me assegurei de que ele não traria nenhuma desgraça à vila. Então descansem.

Ise se moveu, virando as costas às kitsunes.

Andou de volta ao interior de sua casa, e fechou a porta sem olhar para trás.

Ficou aguardando ali, de costas contra a porta, escutando o grupo de kitsunes se dispersar.

E quando não restava mais nenhuma na frente de sua casa, avançou à passagem circular na parede e varou ao cômodo dos fundos.

Dera-se conta de que o hanyou nada falou sobre as pessoas do lugar onde vivia.

Fusuo dava de comer para Naruto.

Ela fizera uma colher de barro pra ele, e cuidadosamente a virava na boca banguela do hanyou.

Sentado no colo da raposa fêmea, o loirinho dava palminhas nos joelhos dela, enquanto mastigava os pedacinhos de peixe que ela previamente catou.

Tendo se atentado à conversa, Fusuo elogiou:

— Você foi muito bom querido.

— Hanyou, há alguém atrás de você? O seu pai é um homem influente na aldeia?

Ise interrogou, sentou-se de frente aos dois.

Fusuo também se interessou, e paralisando a colher no ar, ficou atenta à resposta.

O chefe da vila guardava seu nervosismo, com raiva de si mesmo, por não tê-lo perguntado antes.

Poderia estar pondo toda a vila em perigo.

Conseguiu atuar bem, não transparecendo sua preocupação diante as outras kitsunes.

O U. Namikaze, pensativo, não contara a ninguém o que lhe aconteceu.

E ficou com medo.

Desconhecia qual seria a reação deles se soubessem que um homem foi quem o arremessou do penhasco.

Do jeito que Fusuo ficou apegada, era capaz de ela querer ir para Konoha acabar com Ibiki Morino.

“Não tema a reação das kitsunes, se uma delas lhe fazer mal, eu mesma a estraçalharei com meus dentes.”

Ela lhe comentou um dia, em resposta de ele perguntar sobre as kitsunes não o quererem na vila.

Fusuo dissera calma, porém cheia de sinceridade.

E se ela era capaz de fazer isso com um semelhante, o que não faria com um humano?

O meio yokai não queria criar uma nova batalha entre humanos e kitsunes.

Já estava mais informado a respeito do passado entre as duas espécies, e envolvia diretamente o evento da raposa que causou o terremoto há trinta e cinco anos.

De semblante esmorecido, respondeu a Ise:

Nalhuto caiu dulhante um teino. O teinador deve achar que Nalhuto morreu e os outos da aldeia também.

As orelhas de Fusuo se abaixaram.

O coração da mamãe raposa foi cingindo de dor.

Não podia deixar o hanyou separado do pai, pela carinha dele era obvio que amava o parente.

Sofria antecipadamente com a futura partida do meio yokai.

— Se é só isso mesmo, Pain irá escoltá-lo de volta. — Ise suspirou, aliviado.

— Mas não essa semana, ficará mais alguns dias até estar recuperado completamente. — Fusuo interveio, quase chorando.

O que pudesse fazer para prolongar a permanência de Naruto, ela faria.

Enviou uma nova colherada na boca dele, para fazê-lo esquecer o assunto. Falou-o:

— Continue comendo, meu filhote. 

Após Naruto terminar todos os pedaços, aproveitou para abordar:

Nalhuto podelia molar aqui?

Os orbes de Fusuo chamejaram.

A face de Ise congelou.

O chefe da vila se alimentava com um peixe, segurando o alimento pelas extremidades, enquanto mordia pelo meio.

Seus dentes travaram e seus olhos sem piscar se fincavam na imagem do hanyou.

— As pessoas de Konoha demolalam a gostar do Nalhuto. E as pessoas de fola podem não gostar do Nalhuto. Não quelo que o otou-san sofla por causa do Nalhuto... ele selá perseguido por ser pai de um hanyou.

— Seu pai não pode morar aqui. — Ise disse.

Nalhuto entende, por isso Nalhuto voltalá pala Konoha apenas pala se despedir do otou-san.

— Você será bem vindo meu amor. — Fusuo o encheu de lambidas nos cabelos loiros, toda animada por saber que cuidará do meio yokai para sempre.

— Fusuo, eu ainda não permiti. — Ise agravou a voz. Encarando o loirinho, acrescentou: — Se mudarem a lei da vila, proibindo hanyous de entrarem nela, você terá que sair. Eu sou chefe e meu governo atende o voto da maioria.

Nalhuto molalá perto da vila se for expulso.

— E eu vou cuidar de você todos os dias, mesmo tendo que dormir fora de casa. — Fusuo assegurou, encheu-o com mais lambidas.

O U. Namikaze a agradeceu.

Ele gostava de ser amado pela mamãe raposa.

Acreditava que o que sentia por ela era o que toda criança sentia ao ser amado por uma mãe.

Ise pensativo reencontrou sua calma.

O hanyou era muito obediente e aceitava as condições de modo fácil.

— Se acha que conseguirá viver desse modo.... eu o aceito como membro da aldeia, mas para isso seu sobrenome terá que ser unicamente Uzumaki. Não é nosso costume juntar sobrenomes.

Não dá. Nalhuto quer carregar algo de plecioso do otou-san.

— Bem, como não há nenhuma lei especifica para hanyous na vila, já que nasceu fora da vila pode sustentar os dois sobrenomes. — Ise concedeu. 

Alhigatou.

— Mas caso tenha filhos vivendo dentro da vila, não poderei fazer exceção a eles, precisarão sustentar unicamente o sobrenome Uzumaki.

— Tudo bem, Nalhuto aceita.

Ise repensou nas palavras que dissera, e percebeu que as chances maiores seria o hanyou sequer ter filhos.

Afinal, a lei dificilmente mudaria, nem uma humana entraria na vila.

Se Naruto tivesse filho, seria com alguma kitsune.

Porém, com exceção de Pain, inexistia outra kitsune a andar pela vila em uma forma humana.

E duvidava muito que alguma se interessasse nele amorosamente.

Após o exemplo de Kushina, nem uma kitsune fêmea correria o risco de ser mal falada.

Comemorativa, Fusuo se moveu pelo cômodo, falando:

— Vou catar muito mais peixe para o novo membro da família, vamos meu filhote.

Naruto se prendeu na barriga da mamãe raposa, ele se agarrava a ela como um macaquinho, com braços e pernas bem abertos.

Fusuo pegou mais peixes de um balde e começou a catar, cantarolando, enquanto o meio yokai se mantinha agarradinho ao seu corpo peludo.

Ise mastigando um novo peixe, disfarçou um pouco do sorriso que lhe surgiu, uma parte de si apreciava a felicidade de sua esposa.

 

~NH~

 

Pain em sua forma humana retornou da caça, exausto.

— Não feche a porta. — Pediu Fusuo, estando de mãos ocupadas. 

O homem ruivo observou sua mãe, ela segurava um balde vazio em cada mão.

O hanyou se prendia no meio do corpo dela, na posição de macaquinho.

— Okaa-san, está indo sair com Naruto?

— Claro, está na hora de ele tomar sol, e todo mundo sabe da presença dele na aldeia, por que vou mantê-lo escondido? — ela deu de ombros. — E a água acabou, buscarei mais.

Pain esfregou a cabeça.

Era verdade, as kitsunes evitavam comentar publicamente, mas ninguém mais na vila desconhecia a presença de um hanyou na casa do chefe.

— Como foi a caça? — Fusuo perguntou, curiosa.

— Boa, só precisei ir mais longe dessa vez. — Bocejou, afastando-se da porta. Passando ao lado de sua mãe, aproveitou para fazer um carinho nos cabelos loiros, arrancou um riso do hanyou. — Preciso dormir...

— Está bem, eu separei sua refeição. E não faça muito barulho quando comer, seu pai está descansando para a caçada de hoje.

Pain assentiu, bocejando uma nova vez, de modo mais estendido. 

Ele sequer foi atrás de sua refeição, deitou no chão ali mesmo. 

O hanyou deslizou pelo corpo da mamãe raposa e com seus passinhos tortos foi até Pain, jogou-se nas costas dele contando sobre a novidade de que moraria com eles.

Contudo, Pain não esbanjou reação, suas pálpebras não conseguiam mais abrir. 

A mamãe raposa colocou os baldes no chão e rodeou seus braços pelo meio do corpo do hanyou.

— Pain precisa dormir ou vai ficar o dia inteiro com dor de cabeça. Venha com sua mamãe Fusuo, por que está na hora de conhecer a vila. De noite você conta a novidade para seu nii-chan.

Os rotundos azulados de Naruto brilharam.

Ele retornou a se agarrar no corpo da mamãe raposa, e quando ela teve certeza de que ele não a largaria; afastou as mãos do corpinho e pegou os baldes.

A cauda do hanyou se balançava euforicamente. 

As orelhas felpudas se mantinham empinadas. 

Fusuo usou a boca para fechar a porta, sem querer a bateu com muita força.

Pain abriu as pálpebras só um pouquinho e comentou com a voz arrastada de cansaço:

— Vista uma roupa nele, okaa-san. 

— Ele está bom assim, volte a dormir.

Só o que cobria o corpo do meio yokai era um pedaço de quimono que foi amarrado parecendo uma cueca e Naruto nem ligava, pois as raposas antropomórficas em seu ponto de vista andavam todas peladas.  

 

~NH~

 

Na rua, o loirinho inspirava o ar com maior gosto.

Era muito melhor do que viajar no casulo de Pain.

Por onde os dois passavam, as kitsunes observavam a criatura agarrada no peito da raposa fêmea.

— Ele tem tão pouco pêlo.

— É mais humano do que raposa.

Kitsunes comentavam aos sussurros, mas a audição de Fusuo não deixava passar nada.

Naruto se entretinha assistindo os filhotes de kitsune brincando na rua.

Eram tão novinhos que não se davam conta do que os kitsunes adultos falavam, ocupavam-se se divertindo de pega-pega.

Fusuo chegava perto de outras raposas fêmeas que iam também buscar água, acompanhadas de seus filhotes, e logo a esposa do chefe notou que elas ficaram receosas com sua aproximação.

Contudo, já esperando aquela reação, Fusuo apenas as desejou um bom dia e não puxou mais assunto, ocupou-se em puxar conversa com seu meio yokai.

Um jovem kitsune se aproximou com seu grupo de seis amigos, questionando-a:

— Ei Sra. Fusuo, o que dá pra ele comer?

— Bastantes larvas de besouro, grãos de feijão. Peixe sem espinha por que ele está banguela e tenho medo que fira a gengiva. — Ela parou de andar e passou a língua nos lábios. — E ovos, muito ovos.

— Ovos? — o jovem kitsune arregalou os olhos.

Seus amigos também se expressaram atentos.

Naruto alheio estendia um braço tentando alcançar uma borboleta, escalou o corpo da mamãe raposa, parando no ombro dela.

E ficou assistindo a borboleta voar ao redor.

— O-ovos de galinha? — o kitsune jovem reforçou sua pergunta.

— Claro, meu filho trouxe vários ovos e eu cozinhei, eles são mais deliciosos dessa forma. Sem contar as coxas de galinha, huuum.

Sua língua passeou fora da boca, enquanto fechava os olhos, fingindo relembrar o sabor.

As kitsunes adultas que não se aproximaram, porém conseguiam escutar a conversa, agitaram-se por dentro.

O assunto de ovos e galinhas era de se deixar uma kitsune inquieta.

— Tivemos que comer longe, para não espalhar o cheiro pela vila. — Fusuo reforçou a mentira. — Pain precisou guardar a comida longe daqui antes de entrar na vila. — Ela jogou a cabeça pro lado, encostando o lado de sua boca nos cabelos loiros.

Naruto sorriu e esfregou sua cabeça, trocando um longo carinho com a mamãe raposa.

— Onde meu filhote mora tem muita galinha. Já imagino o tanto de presente que vou ganhar do meu novo amor. — Falou ela carinhosa.

— A-ainda bem que ele não é humano e sim um hanyou... a-assim ele poderá entrar na vila. — O jovem kitsune mostrou logo de que lado ficaria. — Se tiver uma votação eu vou ficar a favor da entrada dele na vila Uzumaki.

Os amigos da jovem kitsune logo concordaram.

— Isso é muito bom, aposto que meu filhote trará muitos ovos para agradecer, quem sabe até presenteie a vila com uma... uma não, mas duas galinhas. — Fusuo alimentou o sonho das jovens kitsunes.

As kitsunes adultas quase perderam o controle com a possibilidade.

Fusuo se despediu, apressando seus passos.

— Quem vai tazer uma galinha, okaa-san Fusuo? — Naruto só prestou atenção na conversa quando a borboleta havia ido embora.

— Você meu amor, sabe como conseguir ovos, não sabe?

— Talvez otou-san consiga complar um. Ele tabalha em um campo de arroz.

— Hum, kitsunes não são muito fãs de arroz. Mas tudo bem, Pain dará um jeito de arranjar ovos.

— Ovos são importantes, okaa-san Fusuo?

Fusuo aguardou estarem longe da multidão, em uma área florestal, na beira de uma lagoa.

— As kitsunes são um bando de interesseiras, elas não admitem. Toda raposa é louca por galinha, principalmente pelos ovos. Não temos a praticidade humana de criar galinhas, nossa presença as afugenta. Eu sei que dois daquele grupo de raposos jovens já foi punido por fugir para roubar galinha de algum camponês.

Fusuo encheu cada balde e os deixou descansados na margem; devagarinho foi entrando na água e colocou o hanyou para repousar em sua cabeça, cada perninha dele ficou em um lado do pescoço da raposa. 

A água estava gelada.

Naruto se desprovia da vontade de mergulhar.

Descansou seu queixo nos pelos da mamãe raposa.

Seus braços ficaram bem agarradinhos em torno da cabeça de Fusuo, suas mãos se entrelaçavam debaixo do queixo dela. 

Todavia, Fusuo não deixou ele ficar sem se molhar por muito tempo, queria ver se ele nadava bem, gostaria de ensiná-lo direitinho. 

No início, o loirinho choramingou, porém alguns minutos seguintes, acostumou-se com a sensação da água e não demorou para brincar com Fusuo. 

Eles não notaram, mas as outras mães kitsunes começaram a se aglomerar para assisti-los.

Os filhotes delas após testemunharem os dois na lagoa, insistiram para suas mães brincarem com eles, como Fusuo e Naruto faziam.

 

~NH~

 

No último dia do oitavo mês do ano, o hanyou se preparou para partir.

E na entrada da vila, algumas kitsunes que se amigaram com ele, despediam-se com palavras carinhosas, pedindo-o que ele trouxesse quantos ovos pudesse.

Fusuo não deixou as kitsunes tocarem nele por muito tempo, ela apertou-o contra o peito quase desistindo de soltá-lo.

Pain precisou retirar o hanyou do colo dela. 

E Ise ajudou, abraçando a esposa pelo ombro, impedindo que ela fosse atrás dos dois.

Pain usou a mesma estratégia de viagem, utilizava-se da forma humana em lugares a céu aberto, Naruto fazia o mesmo e apresentou sua versão de Kuna para seu companheiro viajante. 

Pain se utilizava da forma de raposa imensa em lugares fechados, o U. Namikaze não conseguia assumir aquela transformação, uma vez que precisava concentrar muita energia para mantê-la. 

Naruto então montava em Pain, sorria de boca aberta. 

Quatro de seus dentinhos novos exibiam as pontinhas, não podia mastigar como antes, porém pelo menos se animava ao ver que eles começaram a nascer.

No final da segunda semana do nono mês do ano, eles avistavam Konoha. 


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