Love Kitsune escrita por BlackCat69


Capítulo 3
Capítulo: Um anjinho sem asas


Notas iniciais do capítulo

Capítulo alterado no dia 30 de maio de 2021, às 17: 30



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/677284/chapter/3

Sobre os cabelos Naruto pusera o chapéu de Minato.

Agarrou suas orelhas abrindo um sorrisão. Amava suas orelhas humanas!

Diversas vezes passava a língua em seus dentes, não eram mais afiados.

Os caninos eram os únicos pontudos, mas não tanto como em sua forma de meio yokai.

Parou de andar, abrindo os braços e enchendo o peito de ar.

Refrescante.

Avistou uma borboleta branca, acenou para ela. Contente.

Seguiu andando olhando cada árvore, planta, pedra e insetos pelo caminho.

Avistou uma correnteza de água verde.

De sorriso aberto e orbes azulados fulgindo, correu indo alcançá-la.

Parando na margem, abaixou-se, pondo-se de quatro.

Sorriu para seu reflexo trêmulo na água.

Retirou o chapéu do pai e acenou com ele para sua imagem, cumprimentando-a:

— Olá Naruto humano, ohayo! Naruto menino é bonitão!

Do outro lado da correnteza, duas mulheres conversavam enquanto lavavam a roupa.

Naruto estava tão encantado com sua imagem que as despercebeu. Se ele ainda possuísse a audição de meio yokai, escutaria a conversa delas.

 

~

 

A mulher esfregava a roupa com força, reclamando:

— Não sei mais o que fazer com meu filho, amiga. Mais de dez anos e ainda acorda mijado.

— Faça como minha mãe, ela acordava meus irmãos mijões com uma lambada que eles passaram a nem beber água antes de dormir.

A outra extrapolou em risada, todavia seus risos escassearam após notar a presença do menino loiro do outro lado das águas.

O filho do artesão-camponês mudou de posição, sentava no mato enfiando os pés nas águas.

A mulher que o notara primeiro, preocupada o alertou:

— Cuidado criança! Essa correnteza é forte!

Naruto direcionou a face às mulheres.

A primeiro instante, achou que elas se assustaram com ele. Mas lembrou que jazia na forma humana.

Ficou confuso, desentendia o porquê dos olhares estranhos, apenas pegou o chapéu e com ele as acenou.

Retornou a fitar seus pezinhos humanos, amando que suas unhas não se expunham de tamanho anormalmente comprido.

 

~

 

— De quem será essa criança? — a mulher perguntou, desistindo de alertá-lo.

— Deve ser de alguma aldeia vizinha. — A outra se levantou, de roupas colhidas, retornaria ao seu lar, para estendê-las ao sol.

A outra permaneceu abaixada, mesmo já tendo recolhido as roupas lavadas.

— Marcas estranhas que ele tem na bochecha. — Comentou pegando sua cesta onde guardara as roupas, e se ergueu.

— Deve pertencer a alguma família de clã, como os Inuzukas.

— É...deve ser isso.

Membros de clã sempre carregavam alguma marca, até mesmo os bebês eram marcados.

 

~

 

Satisfeito de brincar com a água, Naruto continuou seu passeio pela floresta.

O chapéu de volta em sua cabeça.

Quando experimentava o chapéu de seu pai, na forma de hanyou, suas orelhas peludas ficavam todo o tempo descidas, o que o incomodava.

Na forma humana, esse problema inexistia e podia ficar tranquilamente com o chapéu na cabeça o tempo que quisesse.

— Orelhas grandes, nunca mais!

Contentado, gritou.

Dois minutos depois, seus azuis brilharam ao avistarem uma amoreira.

Pensou em pegar um montão delas para seu pai. Assim provaria que foi cuidadoso em passear sozinho, e ainda levaria um presente!

Avançado cinco passos, deteve-se ao ser atraído por um sapo cruzando seu caminho.

Ele era verde de olhos âmbares.

Naruto curioso não temeu o anfíbio, lembrou-se:

— Uh...eu conheço esse barulho, otou-san me contou o que é. É o senhor sapo!

O anfíbio cessou seus saltos, observou o menino durante um instante.

Como a criança não se comportou de maneira ameaçadora, o sapo seguiu seu caminho.

Naruto se divertindo imitou o animal.

Nunca viu um sapo, porém com a audição de hanyou, de dentro de sua casa, escutara várias vezes o barulho que a espécie fazia, frequentemente, em temporada de chuva.

— Sou um sapão, web, web.

Saltando de quatro ultrapassou a amoreira, esquecendo de colher as amoras. Antes que pudesse lembrar, escutou o aproximar de alguém.

Reconheceu ser um som infantil.

Logo soube que não era somente uma voz, eram várias.

A imagem dos meninos os quais foram até sua casa atravessou-lhe a mente.

Seu coração doeu.

Seu instinto foi saltar para trás de uma moita, esconder-se.

Dois segundos posteriores, recordou-se que se tornara um humano.

Ainda sim, não saiu do esconderijo.

Estava nervoso.

Como crianças começavam uma amizade? Qual seria o melhor jeito de cumprimentar?

Enquanto se interrogava, a conversa do grupo de pequenos o atraiu.

Uma menina de quatro aninhos, segurando a mão da irmã mais velha, e uma flor na mão esquerda, perguntou:

— Nee-chan. Okaa-san gostará da camélia?

— Hai Nana-chan, ela vai amar. — A menina de seis aninhos, respondeu. Esboçou seu sorriso banguela.

Atrás das duas andavam três crianças, de cinco e seis anos.

E mais atrás, três crianças de onze a treze anos. Entre esses últimos, dois meninos nada se empolgavam com o passeio, diferente dos mais novos que conversavam animados.

A menina de onze anos, ao lado dos dois meninos mais velhos, conservava um pequeno sorriso. Segurava a alça de uma cesta de palha, cheia de violetas.

Com as mãos, Naruto abriu um espaço na moita para espiar as crianças.

Observou as flores que os pequeninos levavam. Imaginava que cheiro elas teriam.

— “Elas gostam disso, legal! Naruto se apresentará com um montão de camélias! Elas gostarão de Naruto.”.

Quisera escutar mais das crianças e descobrir do que mais elas gostavam.

Abaixado e permanecendo atrás de moitas, o menino Namikaze acompanhava o grupo.

— Ei galera vamos por aqui.  — Sugeriu o menino de treze anos, apontando por um caminho estreito da floresta.

O menino de doze anos parou de andar, e volveu-se ao amigo, atônito protestando:

— Está doido Zaku? Aquele caminho dará nos campos de arroz.

Em breve, todas as crianças cessaram a andança.

Zaku observou todos os olhares sobre si, e riu ao falar:

— A qual é gente, não me digam que vocês têm medo por causa do tal monstro que mora lá.

Naruto encostou a bunda no solo, abraçando suas pernas, apoiou o rosto contra os joelhos, entristecendo-se.

— Okaa-san nos manda passar longe de todo campo de arroz. —Nana falou.

Zaku encarou a menina que se escondeu atrás da irmã mais velha. Cruzando os braços, ele assegurou:

— Tem guardas lá, eles nos defenderão se o monstro sair da casa.

— Eles só tomam conta do campo de arroz... — O menino de doze anos argumentou. —...e mesmo que eles viessem nos proteger, até nos alcançar...o monstro terá nos matado, yokais são muito rápidos.

As crianças mais novas abraçaram umas as outras, encolhidas de medo.

— Sabe de uma coisa, galera... — Zaku abriu os braços, irritando-se. — ...eu nunca vi esse tal monstro. E se isso foi uma mentira para que o tal Minato ficasse com uma imensa parte daquele campo de arroz? Nenhum outro homem quer trabalhar perto da parte dele, por causa do suposto monstro.

A tristeza do filho do artesão-camponês foi se esvaindo e sendo substituída pela raiva. Desgostando de duvidarem de seu pai.

— “Otou-san não é mentiroso.”.

O menino de doze anos retornou a argumentar:

— Se o monstro não existisse....os anciões não deixariam o Namikaze continuar com a maior parte do campo. Os anciões não mentem, são os aldeões mais importantes de Konoha.

— Se toca Dosu! — bradou Zaku. — Os pais do tal Minato eram muito próximos de um dos anciões, aposto que o favorecem apenas por que se tornou órfão.

— O monstro existe! Chouji é meu vizinho, ontem ele me contou que viu a criatura com os próprios olhos! Ainda chegou com o joelho sangrando. — A menina de onze anos, usando maior força espremeu a alça da cesta.

Zaku gargalhou, descrendo:

— Conversa afiada. Eu conheço o gordo muito bem, ele tem medo de tudo, aposto que exagerou na mentira.

— Não é mentira não, pergunte para o Kiba! — a menina reforçou.

— Aquele estressado? Deixa de bobagem, Kin. Ele nunca está de bom humor para conversar. — Zaku se negou a ir atrás de Kiba. Volveu-se ao atalho, avançando: — Querem saber, vão pelo caminho mais longo, seus medrosos. Chegarei primeiro que vocês na nossa rua, e vou rir da cara de cada um.

— Nós temos que ficar todos juntos, Zaku! — Kin gritou, e o viu sacudir os ombros mostrando que não se importava.

— Como Zaku-chan é corajoso. — Nana falou ainda escondida atrás da irmã.

Os orbes ébanos de Kin reluziram, aos poucos a admiração subiu em sua face. Concordou com a pequena:

— Ele é mesmo...

Dosu olhou para Kin, e desesperado, correu atrás do amigo. Falara aos outros:

— Pensando bem, eu vou com o Zaku. E darei uma espiadinha na casa do Namikaze. Vamos desmascarar esse homem e mostrar que é um mentiroso, assim pressionaremos os anciões para não protegê-lo mais.

— Nossa Dosu, não sabia que era corajoso assim. — Kin disse sorrindo, avançando na direção dos dois meninos.

Dosu corou.

— É isso aí, vamos lá gente, aquele verme tem que ser expulso da nossa aldeia. — Zaku falou abraçando o amigo pelo ombro. — Por causa dele, meu pai trabalha em um pedaço minúsculo daquele campo.

— O meu também, acho injusto. — Kin concordou.

— Nee-chan, vamos atrás deles? — Nana saiu detrás da irmã, agarrou a mão dela de novo, sua mão esquerda cuidadosamente continuava segurando a camélia.

— Não podemos ficar sozinhas. — A irmã mais velha olhou para os outros menorzinhos. — Vamos seguir os mais velhos.

Todas as crianças mais novas então seguiram os três mais velhos.

— Ei, que tal jogarmos pedras na casa dele? Vamos destruir tudo para ele deixar de ser mentiroso. — Dosu falou, exibindo-se mais da sua coragem para Kin.

Ela o olhou com um imenso sorriso deixando-o todo corado.

O medo pelo tal monstro, nas crianças se dissipou, elas se sentiam mais seguras com a coragem dos mais velhos, eles convenceram de que tudo era armação do dito Minato.

— FIQUEM LONGE DO MEU OTOU-SAN!

Naruto apareceu na frente do grupo, em uma velocidade monstruosa, dando a impressão de que surgiu do nada.

Suas orelhas de raposa e sua cauda retornaram a aparecer.

Sua boca exibia seus dentes pontudos de yokai.

Suas unhas de pés e mãos, também pontudas, afiadas.

Tornou-se mais longo o trio de traços horizontais em cada bochecha.

As crianças mais novas correram aos gritos.

Kin trêmula se ocultou atrás de Dosu, a alça de sua cesta deslizou pelo antebraço direito ao pôr suas mãos nos ombros do amigo.

Zaku engoliu a seco, e em pânico juntou a primeira pedra encontrada no chão, e exclamou para Dosu e Kin:

— Não fiquem aí parados! Ataquem-no! Ataquem-no!

Dosu demorou em se mover, mas vendo seu amigo se abaixar e atirar incansavelmente contra a criatura, acabou  o ajudando.

Uma das pedras acertou o meio da testa de Naruto, o sangue escorreu em um filete passando entre os olhos.

O hanyou não demonstrou nenhum sinal de dor, seu olhar continuava odioso, não permitiria ninguém fazer nada contra a casa que seu pai construíra.

NINGUÉM!

Uma energia vermelha começou a fluir do corpo do meio yokai e seus olhos começaram a piscar na cor escarlate.

O chapéu voou somente com a força da energia, os cabelos loiros se sacudiam. 

Foi demais para Dosu que desistiu de continuar atacando o hanyou, rodou seus tornozelos e puxou Kin pelo braço.  

— Merda! — Zaku gritou, o medo o venceu, também bateu em retirada.  

Naruto correu aumentando gradualmente sua velocidade, alcançaria as crianças em questão de cinco segundos, porém cessou ao escutar o choro de uma menina.

Não a via, mas sua audição aguçada captava a distância na qual a pequena se encontrava.

Era a menina chamada Nana, que apavorada lamentava ter deixado a camélia cair.

Os orbes do hanyou pararam de piscar em vermelho, ao mesmo tempo, a energia deixou de fluir. Ele sentiu um cheiro suave cuja fonte era a flor caída de Nana.

O desespero da menina o tocou.

Ficou imóvel, a agitação estranha de seu interior, amenizava-se.

— “A pequena não tem culpa...mentem para ela.”.

Se alcançasse os meninos, e os atacasse na frente de Nana, aí que ela se apavoraria mais. Confirmaria os boatos de que era um monstro.

Fechou os olhos, tentando se concentrar sob o propósito de reverter sua forma.

Contudo, não obtinha resultado.

Seu coração se tornava mais dolorido.

Desistindo de retornar à forma humana, lentamente, procurou pelo chapéu, juntou-o do chão, observando-o com tanta melancolia.

Suas orelhas se empinaram, em alerta, escutava novas vozes.

Vozes furiosas.

Eram adultos. As crianças pediram ajuda, ele acreditou.

Saiu correndo dali, antes que o vissem.

 

~NH~

 

Descansando sob o carvalho encontrado no decorrer da fuga, Naruto admirou-se pelas longas e grossas ramificações da árvore cobertas por folhagem perene.

Essa atenção foi morrendo ao repensar em sua situação.

 — “Tenho que voltar pra casa.”.

Sua audição indicava que ainda o procuravam, por sorte, nenhum dos adultos adentrava a região áspera da floresta pela qual viera.

Dali a pouco o sol se poria, erguendo-se decidiu que procuraria outro caminho para casa.

Foi andando a esmo.

Recordava-se do olhar severo de seu pai.

— Perdoa Naruto, otou-san. Perdoa o Naruto.

Dizia choroso, lamentando desobedecê-lo. Abraçou o chapéu contra o peito.

Após alguns metros, parou avaliando ao redor. Um ponto do lugar, chamou-o atenção.

— “Aquela arvore lá é a mais alta.”.

Correu em direção da árvore, subiria ao topo dela para visualizar algum caminho possível que o afastasse de cruzar com os adultos a procura dele.

Preparava-se para saltar a arvore maior, entretanto, alertado por sua audição de raposa, pulou ao lado esquerdo, três segundos antes. 

Virando-se, o meio-yokai encarou a figura de um urso o qual cravou a boca contra o tronco da arvore.

Se o hanyou não saísse do caminho, estaria entre os dentes afiados do imenso animal.

Sem pensar muito, o pequeno Namikaze correu e se encontrou sendo perseguido pela fera.

A fúria do urso era tanta que o hanyou acreditou que a velocidade do animal era gerada na força do ódio.

— Por que quer matar o Naruto?!

Tentou conversar, mas tudo o que escutou da criatura peluda foi o rugir.

— Nem os animais gostam do Naruto.

O pequeno rompeu em choro, pensando que morreria e nunca mais veria seu pai, faria Minato sofrer.

Para Naruto, imaginar o pai chorando sozinho era mais doloroso do que considerar que morreria nas garras de um animal feroz.

Tropeçou em algo e caiu em cambalhotas.

O urso tentou parar, mas passou direto, não sendo capaz de conter tamanha velocidade de seu corpo imenso.

Enquanto o animal fazia uma curva acentuada, Naruto se levantou e escolheu outro caminho para correr.

Avistou um túnel moldado por plantas espinhentas.

Faltando cinco metros para alcançá-lo, sentiu uma ardência nas costas, o urso raspou os dentes em sua pele.

Naruto gritou e deu um salto, enfiando-se com tudo dentre a plantação de espinhos.

Rastejando pelo espaço apertado, sentia o odor de sangue partido de suas costas, rastejava-se deixando um rastro de sangue.

Alguns espinhos o furavam conforme se movia.

O animal grande tentou arrancar a entrada da plantação, mas os espinhos machucaram seu fuço.

Esgotando as forças, Naruto varou do outro lado do túnel.

O chapéu ficou para trás, em algum lugar do caminho sob os espinhos.

Não reparou aonde chegara, exausto fechou os olhos.

 

~NH~

 

Uma menina de pele branquinha, orbes de incrível cor lunar, e cabelos curtinhos na tonalidade azul, usava quimono amarelo escuro.

A faixa na cintura era cinza clara.

E o desenho na base eram de chamas vermelhas, dentre elas, um símbolo: uma espiral com cauda.

Ajoelhada cuidava de um filhote de urso.

Melava os dedinhos da mão direita em um pote de pomada e depois passava no pescoço do animal.

— Prontinho ursinho, gomenasai por afastá-lo de sua okaa-san, ela não me deixaria cuidar de ti.

Teria sido morta antes de encostar nele.

A pequena terminou de passar a pomada, e alcançou uma caixa amadeirada, dentro da qual pegou um rolo de faixas. Tirou um pedaço de faixa e colocou em torno do pescoço do filhote.

O ursinho gemeu de modo prolongado, não doía mais, apenas sentia falta da mãe.    

Terminando de amarrar a faixa, a pequenina guardou o rolo e a pomada dentro da caixa a qual possuía um par de cordas.

Punha cada corda em torno de um ombro e em seguida, abaixou-se, carregando o filhote.

A cada passado dado, a menina gemia baixo, o pequeno urso era quase do seu tamanho.

— Que pesado...

Ela sussurrou.

Sairia por uma passagem atrás de um mato avolumado, entretanto, o filhote se remexeu em seus braços até conseguir cair no chão.

Desesperado o urso avançou em direção oposta.

— Onde está indo? — ela perguntou indo atrás dele, preocupada.

O filhote alcançou a frente de uma plantação espinhenta.

A menina ao alcançá-lo, arregalou seus olhinhos se deparando com uma criatura diferente a perder sangue.

O urso colocou o fuço nas costas do Namikaze, farejou o cheiro de sua mãe, e se desesperou a entrar no caminho de espinhos.

—Cuidado...

A pequenina sussurrou.

Escutou o rugir de um urso maior, não nutrira duvidas de que fosse a mamãe urso procurando pela cria.

Quando os rugidos pararam, deduziu que mãe e filho se reencontraram.

Concentrando-se na criatura nova, a menina não perdeu tempo, retirou as alças de cordas e depositou a caixa no solo.

Apressadamente, retirou da caixa um recipiente de água, seu pote de pomada e o rolo de faixas.

Limparia os ferimentos e passaria remédio, depois enfaixaria. Era só o que podia fazer, oraria para que fosse o suficiente para salvar aquela criatura.

Começou a trata-lo.

Em um momento, os olhos de Naruto se entreabriram, enxergaram a imagem daquela pessoinha toda miudinha e séria tratando-o com cuidado.

— Você ficará bem, menino gato.

A voz suave dela não exibia medo, ao pequeno Namikaze transmitiu apenas segurança.

Naruto retornou a fechar as pálpebras, não conseguindo pensar direito, somente sentia dor e imenso cansaço.

Após meia hora, a pequenina concluiu seus cuidados.

Analisando mais as características do hanyou, comentou:

— Você não é menino gato, é um meio raposo.

Reconheceu o tipo de orelha e cauda da espécie.

Já era noite, precisava retornar pra casa.

Apressada guardou seus materiais, colocou a caixa nas costas, e antes de partir, despediu-se:

— Gomenasai não esperar acordá-lo, meio raposo.

Foi embora, oraria para que ele ficasse bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!