Christian entra na sala e Pheobe faz uma careta gigante.

—Eca! —Ela exclama e todos riem.
—Pheobe. —Digo sentindo um rubor tomar conta do meu rosto.
—Mamãe isso só confirma, que nojo. —Ela diz e Christian ri.

Ele envolve minha cintura com os braços e apoia o queixo no meu ombro.

—Vocês estão juntos? —Pheobe pergunta animada.

Olho para Christian e nós apenas sorrimos, sem dar respostas.

—Que legal! —Pheobe praticamente grita.
—Nós não dissemos nada. —Falo calmamente.
—Seu olhar diz tudo. —Ela retruca e eu ruborizo. —Ponto para mim.
—Ana... —Olho para papai e ele se levanta.

Christian me solta e eu caminho até ele, nós nos abraçamos e ficamos assim por alguns minutos, até que Pheobe nos manda parar de melação.

—Como essa menina ficou tão esperta? —Kate pergunta.
—Ela sempre foi. —Digo envolvendo o braço na cintura de papai.
—Eu sempre disse que ela era um projeto de rôbo. —Ethan fala. —Esperta demais para a idade.
—Será que eu sou muito esperta, ou você que é muito ignorante tio Ethan?
—Pheobe! —Dou-lhe um olhar e ela encolhe os ombros e ruboriza envergonhada. —Peça desculpas. Agora!
—Desculpe tio Ethan.
—Tudo bem. —Ethan diz e sorri.
—Oi papai. —Pheobe diz sorrindo e se levanta, ela caminho até Christian e ele se abaixa e pega no colo. Pheobe sorri mais amplamente e dá um beijinho nos lábios do pai. —Bom dia.
—Bom dia. —Christian diz todo bobo.
—Papai, eu ajudei a vovó a fazer biscoitos, você quer provrar?
—Eu adoraria.
—Pheobe, você não está gradinha para ficar no colo? —Elliot diz para provocar Pheobe.
—E você não está grandinho para ser um idiota? —Ela diz surpreendendo à todos.
—Pheobe, vem aqui. —Digo.

Pheobe me dá um olhar e ela já sabe que fez algo errado. Ela desce do colo de Christian e para o meu lado.

—Desculpa padrinho. —Ele diz com lágrimas nos olhos.
—Cuidado com o que vocês dizem. —Falo calmamente. —A Pheobe sentiu falta de vocês, e ela é sensível em relação à algumas coisas, então, por favor. Não esqueçam que ela só tenho nove anos.

Todos ficam em um silêncio constrangedor e envergonhados.
Christian se aproxima e pega Pheobe no colo.

—Você nunca será grande demais para o meu colo. —Ele diz e é ai que ela começa a chorar.
—Tudo bem querida. —Digo acariciando suas costas.
—Eu não queria ter ficado longe papai. —Pheobe diz chorando e eu me sinto culpada por tudo isso. —Eu senti muito sua falta. Mais que tudo.

Fico em silêncio enquanto Christian acalma Pheobe.
Olho para todos e saio da sala sem dizer uma única palavra, subo para o meu antigo quarto e troco de roupa colocando um short jeans desfiado na barra e uma regata pessêgo de seda.
Ligo para Margot e ela atende no primeiro toque.

—Srta. Steele.
—Margot, meu carro ficou na estrada perto da casa da minha avó, dê um jeito de tirá-lo de lá ainda hoje. Eu tenho que estar na editora às nove para uma reunião, mande alguém trazer meu outro carro, traga também algumas roupas para a Pheobe e para mim. E venha rápido.
—Sim senhorita.

Desligo o celular e sento-me na pontinha da cama.

—Eu gostava mais da minha blusa.

Olho para a porta e vejo Christian parado, ele se aproxima e senta ao meu lado.

—Aconteceu algo?
—Não Christian, não aconteceu nada.
—Tem certeza? Porque agora você está muito distante, está fria.
—Sério? Pensei que você tinha se acostumado com isso.
—Você não era assim.
—Mas agora eu sou. As coisas mudaram Christian, e nem tudo vai voltar a ser como era.
—Você tem razão...
—É, eu sei que tenho. —Levanto-me e me afasto de Christian.
—Você não me ama mais... —Christian diz baixinho.
—Isso foi uma pergunta? —Arqueio a sobrancelha.
—Você não me ama mais? —Ele diz olhando em meus olhos.
—Achei que já tivéssemos discutido sobre isso ontem.
—Eu quero ouvir.
—Sim Christian! Infelizmente nem cinco anos apagaram o que nós vivemos, eu ainda te amo, porque foi você quem me mostrou coisas que eu jamais teria descoberto sozinha. Você fez tudo isso, então sim, eu ainda te amo! —Digo com lágrimas nos olhos. —Satisfeito?
—Muito! —Christian se levanta e quando eu percebo nós lábios estão colados.