Duty, Love or War?- Interativa escrita por Ice Queen


Capítulo 11
As Selecionadas- A Noite Começa


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas ♥ Tudo bem com vocês?
Ah depois de duas semanas (Eu acho) de atraso finalmente eu estou de volta e olha gente que duas semanas hein! Caramba que péssimas escolhas de vida que eu fiz, gente foi uma atrás da outra ç.ç
Primeiro a genia aqui esquece que tinha prova de ed física e portanto não estuda pra aquela merda, depois meu adorável professor de física passa a matéria errada pra estudar (Puta que pariu odeio quando professor manda você estudar uma coisa e na prova cai tudo MENOS o que você estudo, tipo sério?) e eu me ferro bonito. Então por algum motivo eu me deixei ser convencida a ajudar na formatura, pra que gente, porque eu fiz isso comigo mesma ç.ç Minha classe é doida só pode, o povo tá querendo dj, alugar chácara com bebida, argh eu sinto como se fosse uma babá e nenhum dos gênios tem a mínima ideia decente de onde arrumar o dinheiro.
E claro pra selar com chave de ouro o que eu resolvo fazer nos meus momentos livres? Ler a nova coleção que eu ganhei é claro! Pra que gente, pra que eu fui fazer isso comigo mesma. Livro filha da puta, caramba CARAMBA é muito, muito incrível, tem tudo que eu AMO em livros e a escrita é super diferente e super gostosa de se ler, a ideia é original, os personagens são bem desenvolvidos e apaixonantes, mas CARAMBA o coração do ser humano não foi feito pra aguentar esse nível de filha da putisse não, para se tá lá mó apegada aos personagens, torcendo por eles e tals e aí o maldito vai lá e morre. Puff já era E A VADIAGEM NO SEGUNDO É AINDA PIOR, ai gente to chorando até agora aqui ç.ç Cê começa o livro sabendo que vai ter tragédia mas a maldita tragédia sempre chega quando você menos espera e acaba com a sua vida, eu não fico tão puta com o fim de um livro desde que eu terminei a saga Filhos do Éden (Brasileira, 10/10 apesar do começo ser meio lento, final vadio também mas super vale a pena, A Batalha do Apocalipse do mesmo autor é ainda mais incrível e tem um final super menos filha da puta ♥). Mas felizmente (Ou não porque a ansiedade tá brava aqui) ainda não acabou então ainda tem esperança de alguma coisa boa.
Okay chega de falar sobre isso, nossa eu to muito falante hoje kkkkk
Ah eu tava quase esquecendo, o livro é o Endgame (O Chamado o primeiro e A Chave do Céu o segundo) de James Frey e Nils Johnson-Shelton.



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“Eu sou apenas mais uma pessoa dançando no meio desse baile.”

Antônio Reis

Mozart- Eine kleine Nachtmusik

Os acordes do violino embalavam os convidados numa altura agradável, alguns casais se aventuravam na pista de dança mas a maioria preferia andar pelo salão na esperança de encontrar uma selecionada para conversar ou então presenciar as interações da mesma com os príncipes, todos curiosos por qualquer informação sobre as candidatas a rainhas, mas as garotas em si pareciam mais preocupadas em evita-los do que qualquer coisa- Um sentimento admissível visto que a maioria não está acostumada a tanta atenção em sua maioria negativa.

Alyssa estava em um dos cantos do salão com uma expressão levemente perturbada quando a provável maior fonte de seu nervosismo atual se aproximou de si trazendo consigo os olhos curiosos daqueles próximos a jovem envergonhada, o príncipe Anthony em pessoa, seu possível futuro marido. Ele tinha o mesmo sorriso galante de antes, um jeito despreocupado de andar e parecia não ligar nem um pouco para os olhos fixos em suas costas, os sussurros que sua passagem provocam- Alyssa se pergunta se é por ele ser confiante naturalmente ou por ter aprendido enquanto crescia-, mas esse fato a fez relaxar um tanto da tensão dos ombros e sorrir mais amplamente, se tem uma coisa em que é boa é reconhecer pessoas simpáticas:

—Olá alteza, boa noite- Inclinou a cabeça em sinal de respeito assim que o príncipe parou a sua frente- É um prazer conhece-lo.

—Olá, o prazer é todo meu- Anthony lhe deu um aceno informal- Senhorita Alyssa não é? Daqui da Inglaterra mesmo?

—Exatamente alteza, eu sou de Yorkshire.

—Belo lugar- O príncipe comentou pensativo- Eu acho que já passei umas férias em York, mas não estou certo. Gosta de viver lá senhorita?

—Só Alyssa está bom alteza- Comentou, não é acostumada a tais formalidades e parece incrivelmente estranho que um príncipe a chame assim- Ah eu adoro! Tem sempre muita coisa para ver e os cenários são lindos.

—Isso é ótimo, não tem coisa melhor que o lar certo?

A selecionada somente assentiu com ênfase, é verdade que de vez em quando Lyssa se sente presa por sua vida e não aguenta a completa monotonia a qual parece estar fadada a viver por toda a vida, mas também não pode negar que não se pode imaginar sem sua família. Olhou timidamente para o príncipe mordendo o lábio inferior sem saber como continuar com a conversa, mas Anthony não pareceu ter nenhum problema em continuar com as perguntas e o fato dele parecer tão interessado em sua vida e opiniões a agradou, uma parte sua temia um príncipe arrogante e frio totalmente detestável:

—Sei que está ainda em idade escolar- E com isso uma expressão desconhecida se apossou do rosto do rapaz, mas sumiu rápido demais para a selecionada identificar- Mas trabalha em algum lugar? Tem algum plano para o futuro?

—Sim e sim- O sorriso se alargou ao pensar em duas de suas paixões- Eu quero muito entrar numa boa faculdade de música, queria mesmo tentar entrar em uma em Illéa já que elas formam os melhores músicos, mas por enquanto eu trabalho meio período na floricultura da minha irmã, é um negócio pequeno e o salário baixo, mas é o suficiente para o que eu preciso.

—Isso é incrível, sempre admirei as pessoas que estudam e trabalham- O moreno afirmou com um aceno de cabeça- E você vai ter que se apresentar para mim um dia, tenho certeza que é muito talentosa.

—Muito obrigada alteza- Conseguiu até sentir o calor em seu rosto enquanto corava- Toca algum instrumento?

—Mais ou menos, perdi uma aposta para o Nik alguns anos atrás e tive que aprender flauta só que acho que nem sei mais como tocar- Ele riu como se lembrasse de algo bom e isso alegrou a garota

—Tenho certeza que era muito bom alteza- E apesar de envergonhada não pode evitar a próxima pergunta- E de flores alteza? Conhece alguma coisa?

—Não, sou totalmente leigo nesse assunto, só sei que elas cheiram bem e que as preferidas de minha mãe são as tulipas- O príncipe deu uma pausa onde a olhou de cima a baixo e quando voltou a falar seu tom caiu para um quase sussurro, um meio sorriso brincando em seus lábios- Mas quem sabe você não possa ser minha professora particular?

O flerte foi tão claro que o rosto da garota pareceu pegar fogo. Alyssa se perguntou se é normal corar tanto assim em tão pouco tempo, mas não tem experiência com isso para afirmar porque verdade seja dita ela tem zero experiência quando se trata de garotos e ainda mais de relacionamentos- Sabe que é uma garota bonita porque sua família e Jared vivem comentando, mas não se recorda de já terem tentado flertar com ela e se tentaram então claramente não percebeu:

—Isso...Isso seria ótimo alteza- Murmurou por fim ainda sem saber como reagir- Se desejar eu posso lhe ensinar é claro...

—Não precisa ficar tão envergonhada Alyssa- O príncipe lhe sorriu, mas revirou os olhos e a garota não sabe dizer se sua timidez o incomoda ou não- Se eu a deixar desconfortável, é só falar.

—Não é isso alteza! -  Apressou-se em explicar- É que eu não converso com muitos garotos além de meu irmão e de Jared, e ele é praticamente um irmão também, então não sei como agir...

Anthony lhe sorriu de novo, mas Alyssa percebeu a rápida expressão que passou por seu rosto apesar de não saber dizer se aquilo foi preocupação ou desgosto, antes que pudesse tentar pensar naquilo mais seriamente o príncipe já pegava um novo tópico de coversa. E enquanto ele ria de uma de suas piadas e lhe contava sobre uma viajem que fez Alyssa entendeu porque tantas garotas tem paixonites por ele mesmo sabendo de seu status como príncipe, porque se Alyssa bloquear o baile e todos os elementos luxuosos pode acreditar que Anthony é um rapaz totalmente normal e isso a conforta mais do que esperava.

Em outros cantos do salão as demais selecionadas se espalham em grupos ou sozinhas, tanto esperando pelos príncipes enquanto conversam entre si- Passos pequenos, algumas são tímidas ou desconfiadas demais para qualquer coisa a mais que uma conversa superficial- ou conversando com convidados curiosos e de olhos críticos. Alyona é uma das que se encontra nessa situação, não encontrara com quem conversar a princípio- As garotas que vieram com ela parecem estar tão confortáveis, se mesclando com facilidade tanto entre nobres quanto selecionadas, Valentina conversa com nobres como se os conhecesse a anos, Darya e Nikolaevna já parecem ter encontrados pessoas com quem conversar e Maryia apesar de que Aly achara no avião conversa com os convidados com naturalidade, ela quase inveja as outras quatro.

Tão imersa estava em seus pensamentos que só notou a proximidade de uma pessoa quando uma educada tosse forçada chamou sua atenção. Instantaneamente colocou seu sorriso mais amigável e gentil para esconder o nervosismo e ergue os olhos para o rapaz parado a sua frente- Bonito ela não pode deixar de notar, com olhos verdes sérios e uma expressão diplomática, e definitivamente da realeza:

—Olá senhorita- Ele se pronunciou primeiro num russo impecável apesar de um sotaque ainda ser perceptível- Se importa de conversarmos um pouco?

—Não, claro que não- Alargou o sorriso e sem saber exatamente como prosseguir decidiu se apresentar-Sou Alyona Gerasimovich, muito prazer.

—Ah eu sei, é a selecionada russa de Edmund- Um fantasma de um sorriso apareceu no rosto dele, mas sumiu igualmente rápido- Sou Harry Savernake, herdeiro de Lancaster.

Alyona teve a impressão que a última parte foi adicionada só para que ela soubesse com quem exatamente está falando, mais uma questão de educação do que de arrogância- Ou assim ela espera, lidar com colegas arrogantes é uma coisa com a qual ela sabe lidar, mas e com nobres de nariz empinado? Certamente ela não vai se permitir ser destratada por eles só pela diferente posição social– e serviu para lembra-la da etiqueta formal, o uso do primeiro nome do príncipe não passou despercebido e não pode evitar a pergunta:

—É amigo do príncipe, sir? - Olhou-o atentamente

—Sim- O mesmo fantasma de sorriso agora um pouco mais demorado- Eu conheço os gêmeos desde que nasceram e alguém tem que ser a voz da razão de vez em quando.

—Eu não tinha pensado na realeza assim antes- Arriscou resolvendo seguir seus instintos- Como pessoas que fazem amizades como todas as outras se é que faz sentido, tenho a impressão de que a maioria só se encontra para discutir política.

—Não posso dizer por todos os reinos, mas aqui no Reino Unido pelo menos nós tentamos ter ao menos relações casuais uns com os outros, torna mais fácil zelar pela nação quando não se tem intrigas.

—Faz sentido- Admitiu- Parece que eu tenho muita coisa para aprender se quiser ficar não é mesmo?

—Então tem pretensões de ganhar senhorita? - E ao ver a expressão confusa dela o inglês explicou- Nem todas as garotas aqui se inscreveram para serem rainhas, não tenho ilusões que o dinheiro ou a oportunidade de conhecer lugares novos não motivou muitas.

A pergunta a deixou em silêncio por alguns instantes, porque sinceramente Aly nunca planejou a longo prazo e nem parou para pensar no que aconteceria uma vez que estivesse ali, simplesmente queria estar longe do homem que não reconhece como pai e tentar ganhar um dinheiro para recomeçar de novo e dar a mãe a vida que ela merece. Mas talvez ganhar não seja tão ruim, talvez o príncipe não seja tão ruim, mas a jovem russa não sabe e portanto não pode dizer se quer ganhar- Tudo vai depender de seu coração, não quer se ver presa em um casamento horrível por conta de uma coroa em seus cabelos:

—Não sei- Admitiu por fim, balançou a cabeça e abriu um sorriso para o inglês- Não conheço o príncipe e não sei se vou me adaptar a uma vida política, mas quem sabe? Estou mais que disposta a tentar. E o senhor? Alguma garota em sua vida?

—Não- Ele balançou a cabeça como se a ideia fosse engraçada- Mas provavelmente vai haver num futuro próximo, com essa onda de casamentos e alianças logo vai ser minha vez.

—Um casamento arranjado? Isso não é triste? Quer dizer, casar com alguém que não se conhece apenas por uma vantagem política não me parece muito caloroso. Desculpe se isso é ofensivo- Apressou-se a afirmar ao ver a expressão do inglês

—Não é ofensivo senhorita, na verdade é quase engraçado que pense assim. Os casamentos na nobreza são quase sempre arranjados, todos nós estamos preparados para isso e entendemos sua necessidade, não é tão ruim quanto você pode achar se souber como proceder. Não é nada de novo ou preocupante.

Ele deu de ombros como se não fosse nada demais e foi nesse momento que Alyona rezou para que o príncipe seja diferente do loiro a sua frente, porque tem algo de frio nele que a deixa incrivelmente desconfortável, o modo como ele fala sobre o casamento- Que ela sempre acreditou que deve ser algo feliz, algo que ela quer que seja feliz como o de seus pais costumava ser- com tanta indiferença só aumenta essa certeza. Não sabe como o príncipe é, mas espera que ele tenha em si um pouco mais de calor, porque do jeito que está vendo as coisas é como se a nobreza estivesse num plano totalmente diferente do seu, com regras e comportamentos próprios e não está preparada para abandonar todas suas crenças e certezas para mergulhar de cabeça nele.

Mas enquanto algumas garotas tem a experiência de conversar com a realeza- A maioria pela primeira vez- outras optam logicamente por usar esse precioso tempo para se enturmarem ou ao menos para conhecer sua concorrência, de um jeito ou de outro todas estão curiosas para se conhecerem então não é surpresa que os grupos se espalhem por todo salão, em busca de algo familiar com o qual se relacionar. Algumas tem, é claro, mais sorte do que outras.

Maeve, em seu eterno otimismo, acredita que é uma das que tirou a sorte grande nessa parte. Depois de uma rápida conversa com um diplomata alemão e um quase desastre quando virou rápido demais e quase derrubou sua taça de vinho no terno de um nobre de sabe se lá qual país finalmente parece ter encontrado um canto para si e ainda melhor um grupo de pessoas com quem conversar- Em inglês é claro, a sua segunda língua, uma das que Hannah é fluente e na qual apesar de um forte sotaque Melissa é muito boa. Melissa foi a primeira, provavelmente por ter sido a primeira garota que viu e que não parecia estar em um grupinho, Hannah se juntou a elas pouco depois quando Elizabeth- A garota morena num vestido preto adorável conforme a loira apontou- foi convidada a dançar por um estrangeiro, Aria foi a última chamada pela própria Maeve quando pareceu meio perdida no salão. E ali, cercada de pessoas amigáveis e dispostas a conversar a irlandesa finalmente se sente mais em casa mesmo que esteja morrendo de saudades de sua irmã:

—Não é incrível? – Aria questionou olhando ao redor- Estar num lugar assim, conhecer a nobreza? Bom, não sei se é o mesmo para você Hannah...

—É sim- A jovem lady admitiu ampliando seu sorriso- É uma experiência maravilhosa até agora, mal posso esperar para conhecer o príncipe e as demais família reais, eu não sou melhor nisso do que vocês acreditem.

—Ah é verdade- Melissa pareceu se lembrar de algo- Você e Maeve estão ambas na Seleção do príncipe Dimitri certo? Isso não é um problema?

—Não, por que deveria ser? - Maeve questionou honestamente curiosa

—Vocês são rivais- A norueguesa explicou encolhendo os ombros- Competindo pelo mesmo príncipe e afins, não são todas as garotas que gostariam de conhecer suas rivais.

—Eu não acho que somos rivais- Afirmou abrindo um sorriso para Hannah- E ainda não vejo porque não podemos ser amigas!

—Também não vejo problemas- Hannah concordou devolvendo o sorriso- Quanto mais amigas fizer aqui, melhor será não é?

—Isso sim é que é espírito competitivo- Aria sorriu para ambas- Acho que se todas pensarem assim a competição vai ser muito mais agradável não acham? Sem ficar com clima pesado ou armações.

Maeve assentiu de novo achando quase engraçado a ideia de evitar Hannah só por estarem competindo pelo mesmo príncipe, sempre foi uma jovem pacífica e não tem a mínima noção do que significa armar contra outra pessoa- Em sua visão do mundo não á motivos para tal, toda ação tem uma razão e por isso podem ser explicadas e esclarecidas sem evoluírem em um clima horrível-, está simplesmente aliviada por ter encontrado um grupo de amigas e espera ser capaz de mantê-lo:

—Isso seria com certeza o melhor- Melissa concordou parecendo finalmente relaxar na presença delas- O que tiver que ser será certo? Nós nem conhecemos os príncipes ainda, não adianta começar a brigar por pessoas que não se conhece.

—Mas eu estou ansiosa para conhecer o príncipe Alberich- Aria afirmou mordendo o lábio inferior- Ele parece tão sério e frio agora que penso nisso, nos cumprimentamos ele foi o único a não sorrir para as selecionadas, não sei se ele vai gostar muito de mim.

Essa afirmação chocou Maeve é verdade, Aria é uma daquelas pessoas que todo mundo quer estar perto em sua opinião, sempre sorrindo e não se irritando com as mudanças quase bruscas de conversa devido a desatenção de Maeve e sempre preenchendo os possíveis silêncios com um tópico que todas possam se sentir confortáveis, não consegue ver como o príncipe não poderia simplesmente adorá-la:

—Bobagem- Melissa afirmou quase gentilmente- O príncipe não é de sorrir mesmo, em todas as entrevistas e fotos que ele aparece está sempre sério e de cara fechada, acho que é só o jeito dele com estranhos, mas nas fotos que ele sai sorrindo parece outra pessoa, tenho certeza que não vai ser tão ruim é impossível ele não gostar de você. E se não o fizer então deixe-o de lado, não adianta chorar por alguém que te trata mal ou quer te mudar.

—Ah não sei- Hannah comentou franzindo as sobrancelhas- Eu conversei com ele uma vez e concordo com Aria, ele parece uma pessoa tão fria e indiferente, falar com ele passa uma impressão de que você está incomodando e atrapalhando. O reino vai precisar de uma boa rainha, porque eu não acho que ele vai ser um bom rei.

—Não seja tão pessimista- Maeve comentou ainda sorrindo- Não sei muito dele mas vou concordar com você Melissa, acho que algumas pessoas são só tímidas, dê uma chance a ele Aria! Tenho certeza que vai valer a pena.

—Acho que é o jeito certo? Ele não pode ser tão ruim- A inglesa afirmou aumentando seu sorriso- E vocês? Não estão ansiosas para conhecer o príncipe russo?

—Muito- Hannah concordou- Ele me parece muito interessante pelo que sei e acho que é uma ótima pessoa, quer dizer nunca não tem muitas notícias sobre ele, mas isso deve ser uma coisa boa significa que ele não está envolvido em nenhum drama ou escândalo.

—Para mim ele parece tão melancólico- Maeve comentou olhando na direção dele que conversava com uma selecionada- Acho que quero conhece-lo para ver se é verdade e se for para ajuda-lo, sabe? Todo mundo merece uma chance de ser feliz.

—É um pensamento nobre- Aria concordou- Fico feliz que pense assim Maeve, acho que é uma boa coisa para uma rainha realmente querer estar com o rei, imagina se o próprio casamento for uma guerra? Não seria uma boa ideia. E você Melissa, concorre pelo príncipe Patrick não?

—Sim e até agora disso eu não me arrependi- Comentou ela distraidamente- Pelo que saia nos jornais e na televisão ele costumava ser alguém super enérgico e, não sei, gosto do jeito dele e acho que seria bom se voltasse a sorrir como antes. Não o amo, mas se a mídia for verdadeira talvez eu possa no futuro.

Maeve sorriu e bateu palmas em deleite ao perceber que nenhuma das garotas parece nutrir ressentimentos em estar ali- Ela não pode ver porque alguém não gostaria de uma chance tão fantástica, mas nunca se sabe certo? Cada pessoa tem suas próprias opiniões- e a felicidade delas só contribui para a sua, a irlandesa gosta de estar sempre feliz e cercada de pessoas felizes e pelo que pode ver até agora a Seleção é tudo com o qual sonhou.

Infelizmente para Elizabeth não são todas as expectativas que podem ser alcançadas ou ultrapassadas, existem variáveis demais especialmente em relação ao coração e a memória das pessoas. Às vezes o coração apaixonado ilude a parte consciente do cérebro e não é fácil aceitar a verdade sobre o que está acontecendo, procura-se sempre uma alternativa ou explicação porque a verdade é um tanto dolorosa demais, porque as vezes a pessoa que tem seu coração não tem a mínima ideia desse fato.

O príncipe se aproximou dela tão logo a sua dança com um enviado checo terminou e o sorriso nos lábios da garota se tornou tão amplo que chegou a doer suas maçãs do rosto, o sentimento de borboletas no estômago que sentira naquele primeiro contato retornando com toda a força e mil vezes pior porque dessa vez eles estarão relativamente sozinhos, consciente de sua postura desleixada a norueguesa aprumou-se para passar uma boa impressão e mentalmente cruzou os dedos esperando que Alberich se lembre dela tão bem quando ela se lembra dele:

—Olá alteza- Se pronunciou primeiro, inconscientemente colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha- Tudo bem com você?

—Olá senhorita- Ele inclinou a cabeça em reconhecimento, mas não lhe retribuiu o sorriso- Comigo tudo bem e a senhorita? Aproveitando o baile?

—Com certeza alteza, mas acho que está melhor agora que temos a chance de conversar- Foi honesta mesmo sentindo o rosto esquentar- Faz tempo que não nos vemos não acha?

—É mesmo? Fico feliz em saber- Ele se pronunciou lentamente e parou por alguns segundos antes de prosseguir como se tentando lembrar de algo- Ah sim agora eu me recordo, seu pai é um duque não? Achei que fosse familiar então essa é a razão. Mas me perdoe não me recordo de quando nos vimos pela última vez.

—Oh- Ela engoliu em seco escondendo a decepção com um sorriso brilhante- Foi no aniversário da princesa Freya ano passado, meu pai recebeu um convite e acabou levando nossa família com ele.

—Entendo, haviam tantas pessoas lá que eu percebo porque Freya prefere passar essa época do ano na Dinamarca, a nobreza inteira pareceu decidida a estar lá. Realmente faz um bom tempo então- Alberich assentiu pensativo- Não frequenta muito a corte senhorita?

—Não- Admitiu com um pequeno suspiro- Eu gostaria, mas as terras de meu pai são longe de Oslo e quando ele vai para a capital minha madrasta tende a acompanha-lo.

O príncipe não perguntou porque ela não vai junto e Elizabeth não sabe dizer se isso é um bom ou mau sinal, por um lado pode ser um respeito a sua privacidade- Muito bem vindo, ela não gosta de falar mal da madrasta mesmo achando a mulher uma verdadeira cobra, se inscreveu para fugir da mesma e não acha produtivo ficar pensando nela- ou simplesmente por indiferença, o rosto dele é ilegível em todos os sentidos, calmo e diplomático mas desprovido de qualquer calor verdadeiro, qualquer sentimento de familiaridade que a jovem lady desejava ver nele ao menos um sinal que as conversas entre eles deixaram um impacto nele.

Mas Lizzy se recusa a se dar por vencida, não é porque esse primeiro encontro não está sendo tudo que ela esperava que vai simplesmente desistir do príncipe por quem está apaixonada, acredita que o ama por tudo que ele é e por isso precisa aceitar coisas como essa, talvez ele seja tímido ou não saiba como se aproximar dela pensou esperançosa, talvez esteja sendo negativa demais e esse seja exatamente o começo ideal para eles. Diferente das outras selecionadas Elizabeth tem duas vantagens, sua posição social- Não que acredite que isso vai pesar muito para o príncipe, ele não lhe parece o tipo de fazer isso- e principalmente o fato de estar familiarizada com ele e reza para que ambos contem alguma coisa:

—Tem algum cronograma específico para o noite alteza? - Ela questionou se inclinando na direção dele que olhava ao redor como se procurando alguma coisa- Sei que vamos ter um jantar e uma balada, mas o tempo com as selecionadas é cronometrado?

—Não- Ele finalmente olhou para ela parecendo confuso pela pergunta- Nós estamos livres para passar quanto tempo parecer apropriado com cada uma de vocês, mas entre os reportes e nobres estrangeiros querendo uma palavra em particular não é tanto tempo quanto parece. Posso perguntar o porquê da questão?

—Nada em particular- Apressou-se em dizer- É que eu percebi que você fica olhando pelo salão, fiquei preocupada que tenhamos um tempo cronometrado para conversarmos.

—Ah não é nada disso- Ele admitiu dando de ombros desinteressadamente- É apenas uma mania minha, gosto de ver o que os outros estão fazendo de tempos em tempos. Tem alguma mania própria senhorita?

—Eu gosto de observar o céu- Sorriu olhando na direção das janelas- Ver o brilho das estrelas ou o padrão das nuvens não importa acho fascinante. Ah e treinar, meu pai me ensinou algumas coisas quando eu era jovem e não perdi a mania de praticar.

—Interessante- Ele comentou seguindo a direção do olhar dela- Admito que nunca prestei muita atenção em coisas assim, já me disseram que sou pé no chão demais. É mesmo? Deve ser muito útil saber se proteger em casos de emergências, seu pai deve ter sido um excelente professor dada sua posição no exército.

—Sim, ele foi- O sorriso dela tomou uma pontada de tristeza ao falar desses anos depois da morte da mãe mas antes da madrasta- Também recebeu treinamento alteza? Sempre tive curiosidade sobre isso.

—De certa forma sim, aprendi como mexer com armas e uma coisa ou outra de auto defesa mas nunca tive interesse em me aprofundar, acho que somente as armas conseguiram minha atenção de verdade. Ao menos na minha família é algo opcional, não sei como funciona em outros países.

Elizabeth armazenou aquela informação com todas as outras que foi capaz de saber sobre o príncipe ao longo dos anos e das poucas conversas que tiveram, feliz por ele estar se abrindo com ela e por não parecer estar com pressa de se afastar- Isso deve significar alguma coisa certo? - e sim ouvindo atentamente suas respostas mesmo que não responda muitas de suas perguntas mais íntimas. Não é a perfeição com que Elizabeth sonhava, mas ela está cada vez mais apaixonada e acredita que o príncipe possa retribuir o sentimento. Esperança nunca matou ninguém certo?

E no caso de Lilian sua esperança de uma noite agradável serviu para alguma coisa porque até agora o baile tem sido um evento memorável mesmo tendo começado a pouco, primeiro tivera uma ótima conversa com outra das selecionadas, Charlotte, e descobrira suficientemente em comum com a outra para começar a formar uma relação amigável- Porque Lilian não gosta do termo amigos por assim dizer, é intimo demais e fala de uma confiança que ela raramente deposita nos outros-, depois tivera a chance de conversar com alguns nobres ingleses e tem certeza que os impressionou com sua inteligência bem como desejava e agora o príncipe se dirige a ela com um sorriso cordial, a ideia de finalmente conversar com ele alegrando-a ainda mais:

—Olá senhorita, Lilian estou correto?

—Sim alteza, é um imenso prazer conhece-lo- Sorriu abertamente e deu uma piscadela jovial para o príncipe

—Igualmente senhorita, aproveitando a noite até agora?

—Com certeza, as demais selecionadas são muito agradáveis e é fascinante a chance de conhecer tantas pessoas ligadas intimamente a política e poder discutir com elas, a mídia só oferece alguns detalhes nunca suficientes para realmente explicar o que acontece.

—Se interessa por política senhorita? Pelo modo que fala não ficaria surpreso se almeja uma profissão nessa área- O príncipe remarcou casualmente mantendo o contato visual

—Eu me interesso por acumular conhecimento na verdade- Lilian afirmou olhando ao redor e analisando a todos- O mundo é um lugar imenso e eu desejo saber o máximo dele possível, política é apenas uma das áreas que mais me afeta e portanto imagino que devo dar uma atenção especial a ela, sem falar que se estou numa competição como a Seleção essa é uma das áreas que mais devo me especializar não?

—É uma mentalidade inteligente- Patrick elogiou a encarando com as sobrancelhas arqueadas- Se me permite senhorita me parece bem mais madura do que apenas 17 anos.

Ah Lilian entende melhor o comportamento inicial do príncipe, ele deve estar testando-a para saber se é apenas uma menininha iludida ou se realmente tem chances de se tornar uma rainha. Sentiu-se ao mesmo tempo ofendida por ser julgada baseando-se somente em sua idade e satisfeita pelo príncipe estar procurando mais do que um rostinho bonito o que com certeza aumenta suas chances, decidiu no fim que é algo bom para si, quanto mais rápido o príncipe perceber que apesar do sorriso fácil ela é uma jovem sagaz melhor será a convivência entre eles:

—Obrigada alteza- Riu balançando a cabeça e completou em tom mais baixo- Estou tentando passar uma boa primeira impressão entende? Acho que não seria adequado se eu passasse o tempo todo fazendo piadas.

—Adequado não, mas não seria a primeira selecionada a demonstrar um comportamento infantil- Um fantasma de um sorriso surgiu nas feições do príncipe- Quem sabe mais para frente não se sinta confortável o suficiente comigo para fazer piadas?

—Isso seria ótimo alteza- Alargou o sorriso entendendo a implicação- Será que eu posso fazer uma pergunta um tanto pessoal?

—Claro, desde que eu possa perguntar algo em troca- Patrick deu de ombros, mas a encarou mais reservadamente

—Não é nada demais- Explicou alegremente- É só que eu sempre tive curiosidade sobre o que um príncipe faz em seu tempo livre sabe? Tudo que a mídia diz é sobre os deveres reais.

Para ser honesta não é todo o motivo, sim verdade seja dita Lilian é uma pessoa curiosa e gostaria mesmo de saber mais sobre o príncipe pelo qual tem uma paixonite, mas também uma parte dela quer algo com que se identificar com aquelas pessoas. Lilian está sempre ocupada com alguma coisa, sempre frequentando alguma aula que os pais indicaram ou estudando para a faculdade, é como se sua vida fosse sempre a mesma coisa com poucos momentos para respirar e fazer algo que deseje e não tenha a ver com acumular informações em sua cabeça, de um certo modo imagina que é assim que um príncipe se sinta também e sabendo o que Patrick faz quando não ocupado é uma forma de conhecer um lado totalmente pessoal dele. Mas por longos instantes o príncipe não respondeu, somente franziu as sobrancelhas e olhou para o lado pensativo e Lilian não conseguiu entender porque a pergunta pareceu incomodá-lo tanto- Outra coisa que vai ter que tentar desvendar depois-, quando ela já planejava quebrar o silêncio e mudar de assunto o ruivo respondeu num tom controlado:

—Eu não tenho muito tempo livre, me ocupo com política sempre que posso e se não estou ocupado com isso então é provável que esteja fazendo algo que Ian ou Sarah queiram. Mas e a senhorita? Pela idade ainda está na escola certo?

—Na verdade não- Lilian riu com bom humor- Eu me formei faz uns 4 anos, vantagem de ser um prodígio! Mas teoricamente eu ainda estudo, faço faculdade de medicina.

—Impressionante- O príncipe disse com uma sinceridade palpável- Ouvi dizer que medicina é um curso complexo, algum motivo particular por seu interesse??

—Sugestão dos meus pais- O sorriso dela ganhou uma borda cínica não percebida pelo nobre- Mas realmente é um curso fascinante, os avanços que se seguiram a última guerra fizeram progressos maravilhosos mas também tornaram o curso muito mais complicado, mas não é impossível, particularmente eu adoro.

 -Isso é bom, todos devem ser capazes de fazer aquilo que gostam- Patrick acenou em sua direção- Particularmente não acho que teria paciência para ser um médico então admiro aqueles que tem.

—Obrigada alteza- Sorriu encabulada perante o elogio

A conversa prosseguiu mais como um jogo de perguntas do que qualquer coisa, mas Lilian não demorou a perceber que ela não é a única que não gosta de revelar muito de si mesma, as respostas e expressões do príncipe são diplomáticas e gentis, mas tem uma nota de apatia tão bem escondida que a jovem só percebeu no meio da conversa marca todas elas. E isso só despertou sua curiosidade, pode ter sim sentimentos para com o herdeiro e eles só afloraram mais agora que percebeu que tem mais nele do que aparenta à primeira vista. Lilian está realmente feliz de ter sido selecionada.


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Notas finais do capítulo

Então queridas o que acharam do capítulo? Não sou lá muito fã de começos então é complicado escrever as primeiras interações entre as personagens kkkk Mas acho que até que ficou bem decente certo? Lembrando que as meninas que apareceram aqui provavelmente só vão ser citadas nos próximos e as que já conversaram com os príncipes não tem chance de ter encontros.

Falando em encontros meninas, eu já tenho algumas ideias, mas me digam vocês: Que meninas (Além de suas próprias selecionadas é claro) vocês gostariam de ver num encontro? A opinião de vocês importa bastante!

Ah eu queria perguntar outra coisa, meninas o tamanho dos capítulos tá decente? Tipo eu me empolgo na hora de escrever e na hora que eu vou ver já tem mais de 5000 palavras, se dependesse de mim acho que escrevia ainda mais ç.ç Se for um problema eu posso tentar diminuir, se não vai continuar assim kay?

Outra coisa, vocês repararam na capa nova que linda? Foi um presente da Beta, gente eu tenho leitoras talentosas demais!

Mas então meninas, até o próximo capítulo certo?
Beijos~