Todos Nós Temos Segredos escrita por CandleLove


Capítulo 1
Prólogo




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[POV’s Near On]

Eu tentava organizar os meus pensamentos com coerência, sem nenhum sucesso.” O que é tem naquele ChocoHolic loiro que me fascina tanto?” Penso nessas perguntas e noutras enquanto faço pequenos cachos no meu cabelo branco como a neve com meu dedo. Simplesmente não consigo encontrar uma resposta, não importa o quanto tente. Eu sei que ele sabe. Vejo isso na maneira como ele me provoca, na maneira com que ele sempre me incomoda. Ele sabe como eu me sinto em relação a ele, e ele está determinado a levar-me ao ponto da insanidade!

Todos aqueles pensamentos giram na minha mente enquanto abro um buraco através do meu cabelo prata ficando a apenas centímetros dos meu olhos. É 1 da tarde, numa sexta-feira á tarde. Aula de Matemática na Wammys.

Como estou ocupado com os meus pensamentos não respondo quando o professor me chama. Olho para cima e vejo o professor me olhando com alguma expectativa para mim.

- Near, pode responder à questão?

- 653,94 – eu suspiro, aquela aula era muito aborrecida. E muito fácil…

- Obrigado, Near. Mas poderia, por gentileza, estar mais atento da próxima vez?

Ela vira-se para enfrentar o quadro negro novamente, eu reviro os olhos. Uma enorme exibição de sentimentos para mim, o garoto sem sentimentos. Isso é que muitos dos garotos me chamam. Hah! Se eles soubessem… Eu tenho sentimentos, sou é muito bom em esconder. Se eu não o fizesse talvez as pessoas fossem mais duras comigo do que são agora.

Eu deixei os meus olhos voltarem novamente para a cabeça loira que estava à minha frente. Mas em vez das mechas loiras os meus olhos negros encontraram-se com os azuis.

- Near…

- Mello… - eu inclino-me para trás instantaneamente, do seu sorriso, e desvio o meu olhar dele, o olhar nos seus olhos estava perigosamente sedutor.

- Você sabe que não se pode dar ao luxo de perder a sua concentração… - Olho novamente para ele, agora enrolando o meu dedo no meu cabelo dói. Eu não vou deixar que ele saiba…. Eu não posso deixa-lo saber. Digo para mim mesmo vezes e vezes sem conta.

- Porque no momento em que errares – Aproxima-se mais – Eu vou aproveitar-me disso.

Eu termia, mas não de frio. As suas palavras tinham um tom tão assustador, e tão sedutor ao mesmo tempo.

Oh Não…  Um segundo tarde de mais eu percebi que, inconscientemente, inclinei-me para mais perto dele, a fim de apanhar mais do que apenas o ar quente, com cheiro de chocolate. Estamos agora muito próximos um do outro, eu, praticamente em cima da mesa, ele, derrubando a sua cadeira para trás apoiando-se nas suas pernas.

- M-Mello… - Eu sussurro, apenas a centímetros de distancia… apenas com duas polegadas minúsculas entre mim e os seus lábios.

- Mello! Mas que raio? – A névoa em minha mente quebrou em menos de um segundo. Eu voltei tão rápido para a minha cadeira que cai. Acabei no chão, ridículo, tenho a certeza. Balanço a cabeça tentando tirar o pensamento do que eu tinha quase feito. Eu estava prestes a…. Beijá-lo? Ainda estava confuso e desorientado pelo incidente… A campainha toca, estou salvo. Que cliché. Eu acho. Apanho meus pertences e vou em velocidade em direcção à porta antes que o resto da turma reagisse.

Passando por uma curva, dou de caras com Roger.

- Oh! Near, olá. Estás a ter um bom dia? – Ele pergunta educadamente. Eu limpo a minha garganta e aceno com a cabeça, tentando recuperar minha compostura. – Bom... Estou indo agora. – Roger sorri gentilmente e afastasse pelo corredor, tagarelando e rindo. Soltei um suspiro. Encostei-me contra a parede, suspiro de novo, escorregando para baixo até me sentar no chão.  Estando perto da porta da sala de aula, enrolo meus joelhos até ao peito, ouvindo o som das crianças a falarem.

Pouco depois elas começam saindo da sala, falando e rindo, felizes por ter acabado a ultima aula do dia. Eu encosto-me mais contra a parede esperando que não me notassem. Felizmente não sou.

Quando aqueles que saíram mais tarde saem do meu campo de vista. Eu levanto-me e começo a caminhar em direcção a minha sala de jogos. Eu preciso de paz e tranquilidade para pensar nisso, mas antes eu precisava guardar os meus livros e a mala ainda estava na sala. Abraço os meus livros junto ao peito, olhei com cautela por todas as crianças que tinham saído e reparei que um certo loiro e o seu amigo gamer ruivo. Não estavam entre eles. Isso significava que eles tinham ficado na sala de aula. Provavelmente à espera que todos deixassem o lugar para que me pudessem bater sem testemunhas…

Olhei pela porta que estava um pouco aberta. A professora, eu acho, ainda ali estava! Talvez eu sempre tivesse uma chance de fugir dali sem apanhar… Mas, por alguma razão, mesmo sabendo disso, não me mexi de onde estava. Ouvi vozes…

- Mello, Matt, porque é que não vão ter com os vossos amigos lá fora? – Era a professora que falava. Ela provavelmente só quer que eles saiam da sua sala de aula, acho. Mello é conhecido por destruir tudo se tiver um ataque.

- Nós estávamos pensando em ficar aqui por algum tempo, se não se importa. Matt tem alguns trabalhos atrasados que precisa acompanhar. – Era a voz de Mello. As suas palavras são educadas mas dava para perceber pelo seu tom que ele não está dando a mínima para a professora.

- Bom… Tudo bem. Mas não quebrem nada por favor. Eu estou indo agora. –Eu ouvi a professora a levantar-se e os seus passos a aproximarem-se da porta. Eu deslizo para tras da porta no segundo em que a mesma a abre e sai afastando-se pelo corredor.

- Então o que foi Matt? – Pergunta Mello, assim que as pegadas não se ouvem mais. Ainda estava colado ao mesmo lugar, atrás da porta olhando por uma fenda devida à porta estar aberta. Mello ainda estava no mesmo lugar. Matt estava na mesa ao lado a falar com ele.

- Eu não sei Mello, você não parece você ultimamente…

- Como assim? – Mello parecia que o estava a desafiar

- Você está mais obcecado pelo Near do que o costume! Eu vi você olhando para ele, você continua a ameaçá-lo, mas é obvio que não é sincero. E hoje quase o beijas-te à frente da turma toda.

Eu suspiro silenciosamente. Ele quase me beijou? Mas eu pensei que tivesse sido eu que quase o beijei… É claro que se eu o tivesse feito ele me teria afastado com um murro ali naquele sitio – certo?

E se o que você diz é verdade… o que está insinuando? – Diz Mello perigosamente, podia imaginar a sua expressão perfeitamente. Seus olhos reduzidos de forma predatória, o azul piscando num aviso de que era melhor não ser ignorado. Eu já tinha visto muitas vezes aquela expressão muitas vezes.

- Acalme-se… Mello – Diz o ruivo cautelosamente – É apenas estranho. Pensei que você o odiava.

Não conseguia me mover. Fiquei congelado naquele sitio, sem saber se eles iam continuar a conserva ou se Mello acabaria com ela, evitando Matt.

- Eu… Eu não sei mais, Matt.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

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