Tempo Ruim escrita por helenabenett, Lyra Parry


Capítulo 3
Onde Haja Sol


Notas iniciais do capítulo

Aos poucos nossa heroína se recupera do término. E o horizonte se abre para novas experiências.

Espero que gostem! :D



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Sexta-feira, 12:00, depois da escola.

Magali estava pronta pra arranjar uma desculpa, quando Mônica olhou pra ela toda orgulhosa.

— É hoje que saímos, Maga.

— Ok, então vou pra casa me arrumar.

— Não, se arruma aqui mesmo, você precisa me ajudar a achar uma roupa... afinal, não pode parecer nem de longe um encontro e... O que foi Maga?

— É só que é engraçado te ver se enrolando assim, quando eu sei que você só tem vergonha do meu novo estilo.

— Por favor, Maga. Só hoje! Eu te visto, te maquio, te deixo linda. Se ainda quiser ficar largada daquele jeito amanhã, eu nunca mais toco nesse assunto.

Magali sorriu e assentiu. Qual era o problema? Afinal, já faziam 2 meses que tinha terminado o namoro. Ela precisava se distrair um pouco. E sair com os meninos seria divertido. Embora assustador.

— Maga, você está linda! Você conseguiu ficar com o corpo mais lindo do que antes! Se é que isso é possível.

Magali estava com um vestido soltinho e simples, pouco acima do joelho, e a longa cabeleira solta. Mas estava simplesmente linda. E os meninos ficaram ligeiramente focados em seu corpo malhado. O que deixou Mônica enciumada. Foram os quatro ao cinema. E Maga se sentia incrivelmente bem. Cascão não saia do lado dela nem um segundo, e quem não os conhecia poderia dizer que se tratavam de um casal apaixonado. Terminando o filme, combinaram de tomar um sorvete. Andavam calmamente quando Maga encontrou um conhecido da academia — que a Monica em seus pensamentos chamou de Deus Grego. Ligeiramente alto, forte, cabelo levemente cacheado caindo nos ombros. Seu nome era Luke.

— Maga, você está deslumbrante. Você é sempre linda, mas... Disse Luke, embaraçado. Eu sei que você não está a fim de sair com ninguém. Já rejeitou metade do pessoal da academia, mas será que não gostaria de ir comigo até o café Long? Sem compromissos, eu juro.

— Não, obrigada. Respondeu Maga friamente. — Nos vemos na segunda.

 Nesse momento, Mônica quis morrer. O garoto ficou lá, sem graça, mexendo no belo cabelo cacheado. Sussurrou um: “Até, Maga” e se sentou no banco mais próximo.

— Maga, você vai sair com ele nem que eu tenha que te amarrar nele pra isso. Já faz dois meses que você tá solteira, e já chega! Ele é lindo, educado, uma graça. Não to pedindo pra você casar, mas pô, dá um chance. Cebola, ajuda! — completou ela, cutucando o rapaz ao seu lado.

— Não achei ele tudo isso não. Mas a Mônica tem razão no ponto que você tem que seguir em frente.

— Vocês estão malucos? Só faz dois meses que ela terminou um namoro de dez anos. — Disse um inexplicavelmente irritado Cascão. — Sai dessa, Maga. Um cara desses só vai te fazer sofrer. E você merece coisa melhor.

— Coisa melhor? Como assim? Você acha que homens lindos dão em árvores? — diz uma sempre irritada Mônica. — E que eu saiba aquele traíra do namorado dela não esperou nem um dia e...

Magali mal ouvia. Via ao longe Quim e sua nova namorada, que por acaso estavam no cinema naquele mesmo dia. Preocupados que estavam em namorar, os dois mal notaram a presença da turma. Eles pareciam felizes. Ela não queria namorar, mas talvez fosse bom sair com alguém. Apesar de tudo que ela estava fazendo estar ajudando e muito em sua recuperação, ainda assim ela precisava seguir em frente. Sem falar uma palavra com os amigos, sentou ao lado de Luke e disse:

— Eu adoraria sair outro dia com você, hoje estou com meus amigos. Esse é meu telefone, nos vemos por aí, certo? — falou a moça anotando seu numero no celular de um Luke totalmente embasbacado.

— Feliz, Mônica? — disse Maga.

— Estaria mais se ele fosse meu. Que homem, que homem!

— Hora essa, quieta esse fogo, mulher. Você tem namorado. — Disse um enciumado Cebola.

— Mas não é você, seu idiota.

Só Cascão parecia triste naquela turma barulhenta e animada. Cebola quis deixar Mônica em casa, e Cascão preferiu acompanhar a Magali.

— Sabe, Maga. Não leva em conta o que a sem noção da Mônica fala. Leve o tempo que precisar pra entrar em outro relacionamento.

— Eu agradeço, Cascão. Mas não se preocupe comigo, eu não faço nada que não queira. É por isso que eu sou a melhor amiga da Mô. Por que em mim ela não consegue mandar. Nos vemos qualquer hora dessas.

O rapaz ia embora, mas segurou o braço da comilona por um segundo e perguntou:

— Por que está me evitando?

Os lindos olhos amarelos se arregalaram por um segundo. Mas o momento de fraqueza foi bem rápido.

— E por que eu faria isso? Não se sinta especial. Eu estava evitando todo mundo. Até mais.

E fechou o portão na cara do Sujinho.

Cascão foi pra casa extremamente irritado. É óbvio que maga não havia dito nada demais. Mas isso não significa que ele não poderia se irritar. Sentia raiva dela, de Luke e dele mesmo. Por estar sentindo aquele ciúme terrível. Quando Maga estava com o Quim ele não sentia nada. Talvez por que no fundo achava que aquilo tudo não iria a lugar nenhum. Fazia muito tempo que eles agiam mais como irmãos do que como namorados. E enquanto isso Maga estaria salva. Salva de que? Ele não sabia dizer.

Maga estava cansada aquele dia. Nem precisou de seu saco de pancada. Apenas tomou um banho e dormiu. A meia noite acordou assustada com uma sms de Luke:

“Não consigo dormir... pensando em você.”

“Ah, vá se ferrar” pensou uma Maga cheia de sono. Depois disso o perdeu. Havia ido dormir cedo, eram apenas dez horas. E quando acordava no meio da noite ela tinha uma enorme dificuldade de voltar a dormir. Decidiu dar uma voltinha no bairro. E ao passar pela casa de Cascão notou que sua janela estava aberta e sua luz ligada. Ela não resistiu à tentação de dar uma olhadela na única casa do bairro que não tinha muro. Lá estava o Cas, sem camisa, sem sono e ouvindo uma música pesada. Ela reconhecia a voz do pessoal do Matanza: “Admito que enfureço se me faltam com o respeito, e o que está feito está feito.” Bem, Maga pensou, não sou a única esquisita aqui. Ele parecia triste, quase choroso. E Maga sentiu uma dor no coração. O Cas nunca falava sobre seus próprios problemas. Mas estava lá pra ajudar qualquer um que precisasse. Se sentiu muito mal por tê-lo ignorado tanto tempo e decidiu reparar isso o mais rápido o possível. Pegou o celular e enviou um:

"Desculpa, Cas. Eu realmente estava te ignorando. Não quero te chatear, você é meu melhor amigo. Maga."

O garoto sorriu assim que viu a sms, sentou na cama e imediatamente enviou um:

"Rlx, Magrela. Te perdoo se me levar pra dar um rolê naquela tua academia."

O celular de Maga vibrou e acendeu a luz bem na frente da janela de Cas. O menino desconfiou e foi dar uma olhada. Mas Maga já estava do outro lado da casa. Ela saiu correndo e riu consigo mesma de sua travessura. Chegou em casa e teve um sono sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

22/02/2016
Capítulo revisado. Continuem avisando se encontrarem erros de sintaxe, ortografia e outros.
PS: vamos parar de postar de madrugada, porque sempre estamos com sono nesse horário, por isso os textos saem assim, sem cuidado com a formatação. Vamos retribuir o carinho que nos dão com um trabalho de qualidade.



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