A Escuridão Escarlate escrita por Tris Z


Capítulo 14
Capitulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal,olha eu aqui de volta!!! ( fogos de artifício) eu sei que vcs estavam morrendo de saudade dos irmãos Salvatore ( assim como eu ) então eu escrevi umas cenas deles juntos. Espero que gostem.



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Havia coisas dos quais eu não podia fugir,e ser uma vampira era uma delas.
Embora eu fosse um ser cuja a alma havia sido condenada a eternidade,eu odiava agir como um.
Caçar,apesar de necessário,não era um ato que eu apreciasse. Eu repugnava o animal que tomava conta de mim quando meus instintos reinavam. Detestava quando a vida escorria pelas minhas mãos sanguinolentas.
Mesmo assim,não me detive quando senti a presença de um cervo. Andei sorrateiramente em uma emboscada. Meus corpo agia por impulso,mas minha mente fervia com preocupações que assolavam meu ser.
Os corpos sem vida vinham atordoado minha mente dia após dia. Zack Salvatore. William Tanner. A garota do beco,Jennifer. Tyler Crowley. Caroline Forbes. Giuseppe Salvatore. Emily Bennett. Haviam tantas mortes. Tanto sangue.
Eu sentia meu coração se afundar em meu peito cada vez que eu pensava sobre todas as vidas que se esvaíram de formas tão injustas. E eu pensava muito nisso.
Já fazia dois dias que eu não ia a escola. Eu simplesmente não conseguia ir e rever um tormento que já se alastrava por minhas veias. Eu não conseguia fazer algo que não fosse ver os corpos de Caroline e Tyler na cozinha de Elena. Eu não conseguia ver nada que não fosse a mensagem escrita com a sangue de inocentes e que sujará as paredes até então imaculadas dos Gilbert.
Em um bote,e em um reflexo que eu não tinha ciência,ataquei o gracioso cervo ingênuo. Enterrei os dentes em sua carne macia e ignorei os próximos fatos que fariam com que a sede que tomava minha garganta sumisse de uma vez por todas.
Quando nenhum liquido restava mais em seu corpo eu levantei a cabeça e me levantei,ficando longe do animal que até a poucos minutos estava debruçada.
Limpei a boca com a manga de minha camisa e suspirei,satisfeita mas ao mesmo tempo aterrorizada.
Eu não precisava esconder o corpo,até porque em meia hora apareceria um lobo faminto cuja essa carcaça seria o seu primeiro alimento em dias.
Com uma confusão de sentimentos,me escorei na árvore atrás de mim e escorreguei,sentindo as farpas da madeira arranharem minhas costas sujas. Puxei os joelhos para minha barriga e os agarrei como se fossem minha vida.
Fechei os olhos com força tentando bloquear as imagens de Tyler e Caroline. Meus amigos. Minha culpa.
Eu nunca deveria ter voltado a Forks. Deveria ter ido embora quando pude. Agora com a nossa presença,todos os humanos estavam expostos. Todos os nossos amigos estavam em perigo.
E eu nem sabia qual era o perigo.
Embora nesse momento,lágrimas estivessem escorrendo pelo meu rosto,eu jurei a mim mesma que iria proteger todos. Nem que isso custasse a minha vida.
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1864 - La Push
Os cascos do cavalo reverberavam pela terra fofa anunciado a minha chegada.
Quando o belo cavalo negro,conhecido também como Tempestade,parou na frente de um casebre insalubre de madeira,acariciei sua crina macia e desci de sua cela em um salto.
Prendi sua corda no fino corrimão da varanda e subi os frágeis degraus embolorados. Parei de frente a porta e bati levemente. Quando ela se escancarou,eu entrei,sabendo que não precisaria de um convite formal.
A choupana velha era úmida e escura por dentro. A única luz, vinha de um candelabro simples que estava apoiado sobre a mesa de madeira maciça.
Andei até a mesa e me sentei na cadeira,de frente para o candelabro. Logo,eu ouvi o barulho da cadeira a minha frente ser arrastada e vi as feições familiares serem iluminadas na penumbra.
Abaixei o capuz que escondia meu rosto,e senti meu cabelo cair sobre as costas.
Encarando a pessoa a minha frente eu disse:
— Eu tenho novas notícias sobre Katherine. E tenho certeza que você não vai gostar,pai.
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Puxei o cabelo em um rabo de cavalo e o prendi frouxamente. Desci as escadas correndo enquanto ao mesmo tempo organizava minha mochila que pendia em apenas um ombro.
Damon havia saído. Seu estoque de uísque — que eu jurava ser ilimitado — havia acabado,e ele fora ao Grill,determinado a ter pelo menos três litro de álcool no corpo.
Stefan havia ido na escola com Elena e havia levado a picape. Elena ainda não havia se recuperado das mortes. Na verdade,quase ninguém tinha.
Além de mim.
E agora,eu estava sozinha.
Originalmente,eu não ia na escola,ou melhor,purgatório. Depois,eu decidi que era melhor ir. A mágoa havia passado. A dor,havia se esvaído. Agora,a sede de vingança e a raiva resplandeciam em meu coração com uma chama ardente e insaciável.
Se eu ficasse muito tempo sozinha,eu faria coisas dos quais me arrependeria depois. Eu sabia,havia aprendido isso com Edward Cullen.
Abri a porta rudemente,com a profunda certeza de que chegaria atrasada,mesmo de a pé.Congelei surpresa.
Lá estava ele,parado gloriosamente no batente da porta,com o braço levantado e a mão em punho como se estivesse prestes a bater.
Ele deu um sorriso torto,e eu continuei parada,provavelmente com o queixo quase no chão,e babando.
Foi uma enorme coincidência. Há míseros instantes eu pensara em seu nome,e com um passe de mágica,lá estava ele.
Edward Cullen. Na frente da porta de minha casa
Balancei a cabeça para me concentrar e franzi a testa em confusão,tentada a lhe dar um sorriso.
— O que você está fazendo aqui?
Seu sorriso diminuiu.
— Estava preocupado. Faz alguns dias que eu não te vejo. Eu vi seu irmão com a picape e decidi vir ver se você precisava de uma carona.
Mordi o lábio,reprimindo o enorme sorriso bobo que queria abrir.
— Eu adoraria uma carona.
Ele sorriu lindamente e se desencostou da porta,abrindo caminho.
— Primeiro as damas.
Abaixei a cabeça escondendo os dentes que meus lábios insistiam em mostrar.
Caminhei até o Volvo prateado estacionado na frente da fachada dos Salvatore. E ele apareceu do meu lado abrindo a porta para mim em um floreio elegante.
Afundei no banco de couro e me permiti sentir seu cheiro que inundava o carro esporte.
Ele se sentou ao meu lado e deu a partida,pisando no acelerador.
—Onde está sua família? —perguntei,olhando ao redor
Ele deu de ombros
— Eles foram com o carro da Rosalie hoje.
Franzi a testa.
— Me deixe adivinhar... O carro é chamativo e provavelmente rosa.
Ele gargalhou
— Você quase acertou a cor.
— Vermelho — adivinhei
Edward abriu um lindo sorriso torto e logo em seguida suspirou.
— Faz algum tempo que não vejo você. Estava com saudades. — ele pareceu surpreso por ter dito aquelas palavras.
Lhe dei um sorriso sereno.
— Também senti falta de sua companhia. Mas as circunstâncias não eram muito favoráveis.
Ele acenou.
— Eu ouvi falar. Sinto muito.
Pisquei os olhos,não deixando que as lágrimas escorressem.
— Eles eram boas pessoas. Tão jovens. Não mereciam isso.
— Como você esta? — falou,desviando olhar da estrada e me encarando. Pude ver a dor e compaixão que tomavam seus olhos escuros pela fome.
Eu não precisava perguntar para saber sobre o que ele estava falando.
—Um pouco com raiva. — falei sincera e logo depois mordi a língua. Mas pensando bem,eu não deveria esconder. Não havia barreiras em nosso estranho "relacionamento". Por isso suspirei e balancei levemente a cabeça — Foi por isso que decidi ir para a escola. Distrair a cabeça.
Ele acenou em concordância.
— Eu fiquei sabendo. Não deve ter sido algo fácil de se presenciar.
Fixei os olhos no céu cinzento e proferi em uma fraca voz,de repente sombria:
— Não. Nunca é.
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Observei os adolescentes nos olharem incrédulos enquanto caminhávamos juntos. A garota nova com Edward Cullen? Isso era para eles uma fofoca quente.
Sorri,vendo Edward abrir a porta da cafeteria para mim. Depois de pegar algumas coisas para fingir que íamos comer,nos sentamos na nossa mesa.
Mordi uma maçã,e engoli com dificuldade. Logo em seguida sorri para sua face curiosa.
— O que foi? — questionei com a sobrancelha arqueada.
Seus olhos brilharam.
— Eu tenho uma pergunta.
Ajeitei minha postura.
— Manda.
— Você realmente precisa ir á Seattle esse Sábado ou só está fazendo isso pra ficar longe dos seus admiradores?
Eu fiz uma careta quando me lembrei disso.
— Você sabe, eu ainda não te perdoei pelo lance com Tyler. — Avisei. — É por sua culpa que ele fica tendo essas ilusões sobre me levar para o baile de fim de ano.
— Oh, ele teria encontrado uma chance de te convidar sem a minha ajuda, eu só queria olhar a sua cara quando ele fizesse isso. — Ele deu uma gargalhada.
Ele viu que eu estava prestes a protestar, então me cortou.
— Mas você não me disse, está resolvida a ir á Seattle ou não se incomodaria se fizéssemos algo diferente?
Contanto que o "nós" estivesse envolvido, eu não me importava muito com o resto.
— Eu estou aberta a alternativas. — Falei. — Mas eu tenho que te pedir um favor.
Ele me olhou cauteloso, já que eu havia feito uma pergunta aberta.
— O que é?
— Eu posso dirigir?
Ele fez uma careta
— Por quê?
— Seu jeito de dirigir me assusta.
Ele gargalhou.
— Você é realmente incrível.
Eu sorri enquanto via nossas mãos entrelaçarem.
— Para onde nós vamos afinal? — perguntei enquanto me deliciava com seu toque e observava seu polegar que fazer círculos na palma de minha mão.
— O dia vai estar ensolarado... Obviamente não poderei ficar em público... Mas se você quiser me fazer companhia...
Revirei os olhos
— E você ainda pergunta? É claro que vou te fazer companhia.
Seu sorriso aumentou,para logo depois sumir.
— Queria poder ficar mais tempo com você.
O olhei confusa.
— Você vai embora?
Ele anuiu tristemente e apertou minha mão com força.
— Tenho que caçar.
Balancei a cabeça em entendimento.
— Você vai sozinho?
Ele negou
— Alice vai comigo.
Assenti
— E além do mais,eu tenho o pressentimento que seu irmão vai vir te buscar.
Sobresaltei-me
— Damon?! O que ele aprontou?
Edward riu.
— Eu não faço idéia. Apenas sei que ele virá.
Cerrei os olhos.
— Como tem tanta certeza?
Ele balançou a cabeça para trás e eu vi Alice parar ao seu lado.
— Alice — Ele cumprimentou com os olhos ainda fixos em mim.
— Edward — ela respondeu,depois se virou para mim — Olá,Bella. É um prazer te conhecer.
Sua voz era fina e se parecia com o tilintar de sinos.
— Oi Alice. O prazer é todo meu. — falei esticando o braço em sua direção.
Depois, ela se virou para Edward e colocou as mãos em seus ombros.
— Vou te esperar lá fora.
Ele assentiu e quando ela sumiu saltitando pela porta do refeitório,Edward se virou para mim.
— Acho que eu tenho que ir.
Nesse momento o sinal reverberou.
— Eu tambem. — suspirei.
— Te vejo amanhã de manhã.
Eu sorri abobalhada,tirando minha mão da sua com dificuldade e sentindo o calor se dissipar instantaneamente.
— Até. — respondi em uma voz fraca.
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Edward estava certo.
Quando todas as aulas acabaram, e eu sai do prédio louca para chegar em casa,bem na frente da saída,eu vi Damon,encostado no seu carro serenamente.
Aproximei-me,com uma expressão sarcástica no rosto.
— Pensei que estivesse bêbado no Grill a essas horas.
Ele sorriu e pude jurar que vi duas garotas tropeçarem,quando passaram por nós.
— Eu fui enxotado.
Revirei os olhos.
— O que você quer Damon?
Sua expressão era inocente.
— Eu não posso simplesmente ter vindo te dar uma carona,porque não quero ver minha irmãzinha sozinha nestas ruas perigosas?
Bufei
Como se Forks fosse perigosa,pensei
— Tudo bem — foi a única coisa que respondi. Se queria descobrir o que Damon estava tramando,eu tinha que entrar em seu jogo.
Ele me olhou surpreso e depois sorriu,se apressando para chegar na cabine do motorista.
O caminho foi silencioso,mas podia ver as perguntas tomarem seus olhos cristalinos.
— Diga —incentivei,incapaz de ver a luta em seus olhos por mais tempo.
Vi a máscara que ele carregava a tanto tempo,se dissipar.
— Eu estive investigando.
Franzi as sobrancelhas, e observei-o com cuidado.
— Investigando? Não me diga que foi atrás do assassino sem eu e Stefan
Ele ergueu a sobrancelha com seu costumeiro ar brincalhão,confirmando minhas suspeitas.
Coloquei a mão na boca,por um instante assustada.
— Você está louco? Sabe quanto isso é perigoso?
Ele revirou os olhos.
Toquei sua testa,preocupada.
— Você está bem? Se machucou?
Ele riu.
— Estou bem. Mas eu achei algo importante.
Quando me convenci que Damon não havia nenhum machucado,ou coisa assim, arrumei a postura
— Diga — repeti
— Eu tenho uma pista do maldito vampiro que veem matado todos e deixou aquela mensagem tosca de serial killer na casa de Elena.
O olhei séria,a preocupação sendo substituída pela fúria.
— Então fale logo. Eu farei qualquer coisa para encontra-lo.
— Sabia que você iria dizer isso. — ele sorriu — Vamos encontrar Stefan.
*****************************
Espantei o galho para longe de meu rosto,e cerrei os olhos, tentando — em vão — enxergar Damon naquele breu.
Stefan resmungou às minhas costas e ouvi o bufar distante de Damon.
— Andem mais rápido,suas lesmas. É para hoje. — embora ele sussurrasse,eu ouvi perfeitamente.
Grunhi.
— Eu iria,se não houvesse uma galho na minha cara a cada metro. — resmunguei,tirando outro galho da frente.
Ouvi sua leve risada zombeteira soar a alguns quilômetros a frente.
— Não tenho culpa se você é pequena.
— Meu tamanho é totalmente normal. — retruquei mal humorada — Vocês que são altos demais.
Eu pude imaginar Damon revirar os olhos e Stefan balançar a cabeça,se contendo para não rir.
Parei abruptamente quando ouvi meu irmão se aproximar outra vez. Seus olhos reluziram na escuridão e seus lábios estavam retorcidos em um sorriso irônico .
— Parem de fingir que são humanos. Andem logo.
Suspirei,e vi pelo canto dos olhos Stefan se aproximar.
— Onde estamos Damon? Não me diga que esta brincando com nós outra vez. — falou Stefan,com a mão na têmpora.
Damon franziu a testa.
— E eu por acaso já fiz isso com vocês?
Stefan revirou os olhos.
— Quer que eu conte em ordem cronológica ou das piores para as melhores?
Damon bufou,e eu varri o lugar com os olhos. Uma hora, nossa visão estava nublada pela escuro,na outra a fraca luz da lua iluminou as terras inabitáveis.
Prendi a respiração momentaneamente quando reconheci o lugar. Os gritos escoaram em minha cabeça com uma realidade que arrepiou minha espinha. Eu pude ver o sangue que já manchara aquelas terras a muito tempo atrás. Eu pude ver a morte que tomava cada coisa que ali existia.
— Eu conheço esse lugar — exclamei,com a voz carregada com a dor daquelas vozes. Daqueles corpos inexistentes a décadas.
Damon me olhou tristemente. Apenas assentiu e apontou com o queixo o caminho atrás de si.
— Me siga.
E foi o que fiz. Sem hesitação.
Corri em seu encalço,com o vento batendo em meu rosto e meus pés deslizando no chão. O caminho estava cheio de folhas,mas éramos tão velozes que não se emitia nenhum som ao pisarmos em seus pedaços secos.
Não sabia porque seguia-o com tanta confiança. Damon era meu irmão,e eu confiava nele. Simples assim.
Mas eu sabia que não se resumia a apenas isso, aquele lugar me atormentava. Fazia parte do meu passado trevoso. Fazia parte de alguém que ainda estava vivo em mim. Alguém ferido e irritado.
E foi esse alguém que me fez agir assim. Meus instintos sabiam que não era mais uma brincadeira de Damon,havia algo muito forte ali,algo que talvez estivesse relacionado com nosso estranho passado.
Quando Damon finalmente parou nas ruínas de um altar marcado pelo tempo, eu senti minha consciência ir embora.
Viajando em um tempo que já fora,vi a igreja se reerguer diante de meus olhos. Olhei atentamente sua arquitetura simples,e os constantes fiéis que a visitavam toda semana. Eu não estava mais no século 21, mas sim no século 18.
As labaredas que uma vez tomaram a cúpula recém construída e se rastejaram por entre as paredes de madeira da igreja frágil,e queimaram as pessoas que foram aprisionadas tomaram a minha mente,mesmo nunca tendo presenciando a imagem cara a cara.
Katherine Pierce,era uma das vampiras que foram jogadas para morrer naquele lugar. Meus irmãos e meu pai também havia morrido de frente para a igreja chamuscada. E eu não gostava nem um pouco de lembrar disso.
Soltei a respiração que prendia em exaspero,nem perceberá que a tinha segurado,deveria ser por isso que meus pulmões protestavam.
Os olhos castanhos de meu irmão mais novo encararam Damon,com espanto.
— Damon? — foi a única coisa que ele conseguiu dizer. Eu poderia apostar que as mesmas imagens que circulavam em minha mente,também tomavam as suas.
Damon suspirou e balançou os ombros fracamente.
— Eu sei que não é muito confortável,mas eu realmente achei uma coisa.
Com dificuldade,olhei para seus olhos e sussurrei:
— Mostre logo.
Ele concordou e caminhou até a parte mais alta do presbitério. Damon se ajoelhou e apalpou o chão,o rosto concentrado. Quando finalmente achou o que queria,sorriu e puxou uma parte do chão embolorado de pedra,revelando uma pequena abertura.
Stefan e eu nos entreolhamos surpresos. E depois de alguns momentos,fomos até Damon.
Abri a mochila que eu carregava e tirei três lanternas. Embora fôssemos vampiros e enxergássemos bem no escuro,a passagem possuía uma densa escuridão,que se tornava até para nós impossível de se ver.
Damon foi primeiro, pois conhecia o caminho melhor. E ele e Stefan insistiram para que eu fosse no meio,acreditando que fosse a melhor maneira de me proteger. Depois de derrotada,eu me limitei a um suspiro frustrado.
Seguimos em linha reta descendo devagar as escadas estreitas.
— Como você achou isso Damon? — questionei enquanto iluminava as paredes de pedra com a lanterna.
Ele pigarreou
— Bem...Eu estava procurando aquele maldito vampiro quando acabei me deparando com isso. Eu tive um pouco de nostalgia e decidi olhar de perto,e por acaso...Hey! Tropecei nessa entrada que estava entreaberta.
Eu pisquei,sem acreditar.
— Nostalgia? Tropeçou? — perguntei descrente.
— Damon não é mais o mesmo — zombou Stefan,e eu ri junto com ele,enquanto um Damon irritado andava mais rápido pelo túnel apertado.
— Ei,Damon... Espere! — falei andando mais rápido.
— Ele deve estar com claustrofobia. — soltou meu irmão de olhos castanhos de uma maneira abafada.
Gargalhei
— Eu pensei que o irmão sarcástico era eu. E Stefan fosse o certinho chato. — falou Damon irritado,mas isso só serviu para aumentar nossas risadas.
Fizemos o resto do trajeto,irritando e zombando um ao outro. Damon finalmente entrou na brincadeira fazendo piadas de doer a barriga. Eu queria que essa harmonia durasse para sempre,mas eu sabia que isso não iria acontecer.
— Eu acho que aqui não tem nada Damon. — falou Stefan depois de meia hora
Damon acenou com a cabeça e deu meia volta. O túnel havia se alargado,ficando grande o suficiente para que passássemos por ele um ao lado do outro.
— Nunca pensei que diria isso. Mas você esta certo. Vamos voltar.
Ele passou por mim e caminhou pelo caminho que havíamos vindo. Stefan começou a segui-lo.
Foi quando a luz da lanterna iluminou o fim do túnel e eu vi um pequeno vulto levemente encoberto pela escuridão.
— Ei esperem! Eu encontrei uma coisa!
Os dois se viraram e foram atrás de mim,que já estava na metade do caminho.
Quando cheguei no que queria eu arregalei os olhos de espanto.
Era um pequeno altar cheio de fotos e retratos e todos eles mostravam a mesma pessoa:
Katherine Pierce.
A tensão era palpável,e eu pude sentir o desconforto de meus irmãos.
Agachei-me diante do altar e peguei uma das cartas.
— Bem,quem quer que seja, conhecia Katherine e muito bem. As cartas estão assinadas por ela,ou melhor,Catarina Petrova,o seu verdadeiro nome.
Stefan balançou a cabeça incrédulo e se ajoelhou ao meu lado.
— Isso é impossível — murmurou
— Bem,meu querido irmão,ao que parece, isso é possível sim. — falei
Damon balançou a cabeça com os olhos fixos em um retrato de Katherine.
— A carta esta assinada ou foi enviada para alguém? — perguntou Damon
Olhei o envelope amarelado.
— Está escrito : Para meu amor. Não há mais nenhum outro tipo de remetente.
Suspiramos
— Olhem isso. — falou Stefan apontando a lanterna para a parede.
Apertei os olhos e pude ver as letras entalhadas cuidadosamente na pedra.
Me aproximei olhando por sobre o ombro de Stefan.
— Está escrito em latim. — observou Damon
Meus irmãos se entreolharam e fitaram-me.
Franzi o nariz.
— Tudo bem,eu leio.
Me aproximei encostando a ponta dos dedos nas letras e traduzindo palavra por palavra.
— Todos estamos condenados a essa escuridão. Uma escuridão que depende do sangue escarlate que caí em nossas mãos. Tirar vidas pertence a nossa natureza. E quando nos entregarmos a essa escuridão,jamais voltaremos a ser a mesma coisa. A escuridão jamais terá volta,assim como o sangue não vai parar de escorrer. Iremos cair pela glória de quem amamos ,e eles se ergueram pelo sangue puro de um assassino. Nesta eterna e contínua escuridão escarlate,a guerra terá fim por apenas um coração,que libertará,qualquer feitiço feito pelo mal.
— Isso é estranho. — comentou Stefan quando acabei de ler. Eu estava inclinada a concordar.
Damon bateu o pé impaciente.
— Tem que ter mais alguma coisa.
Ele caminhou para mais fundo do túnel.
— Damon — chamei,já me levantando para acompanhá-lo.
— Onde ele pensa que esta indo? — disse Stefan seguindo atrás de mim.
— Damon! — chamei outra vez.
Cheguei até sua figura imóvel,de frente para o fim do túnel.
— Damon... O que você...?
Ele apontou para a parede.
E de todas aquelas coisas. De tudo que eu havia visto,isso era o mais assustador.
A parede estava coberta com nomes,muitos já riscados.
Vicky Donovan
Logan Fell
William Tanner
Caroline Forbes
Tyler Crowley
Zack Salvatore
Mas isso não era o mais perturbador. Todos os nomes pertenciam aos humanos que haviam sido atacados e mortos. Ao lado dos nomes,estava um símbolo. Uma grande estrela de seis pontas. O brasão da igreja,que havia sido uma vez incendiada.
As bordas das paredes estavam chamuscadas. E marcas de unhas e garras se estendiam por toda parede
Nenhum de nós falamos por um tempo. Apenas ficamos observando aquilo.
Damon finalmente se manifestou. Xingando em italiano.
Depois ele puxou meu braço e disse:
— Vamos.
Eu não sabia quem era essa pessoa. Mas de três coisas eu estava convicta:
A) Conhecerá Katherine e fora manipulado por ela
B) Era o verdadeiro assassino
C) Não hesitaria em matar mais pessoas e inclusive,não hesitaria em machucar minha família.


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Notas finais do capítulo

E ai? Cometem.



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