Acontecimentos anteriores...

 — Então não faz mal dar uma olhada aqui não é mesmo? – Ironizou. Corri para tentar impedi-lo e... – O que raios é isso Chase? – Ele olhou em meus olhos, verde e cinza entraram em uma batalha de perguntas e respostas não ditas.

— Estou esperando a resposta! – Exigiu ele jogando a minha mala no chão com tudo que tinha dentro, caindo alguns pertences no piso. O que me irritou muito, quem diabos ele pensa que é?!

— Não tem olhos? – Disse apontando para o chão. – São as minhas coisas. – Até perdi a linha de ser “Annae” queria bater no idiota-gostoso que infelizmente era o meu futuro irmão.

— Dês de quando você usa isso? – Ele riu mostrando uma camiseta da banda do Simple plan já surrada de tão velha, gostava de usar ela para pijama, era tão, tão velha que tinha um furo em na manga direita. – Ele riu mais ainda. – Serio mesmo?

— O que importa! É uma banda legal. – Disse pegando a camiseta da mão de um Perseu todo risonho. – E outra coisa, as minhas coisas não diz a respeito à ninguém a não ser a mim.

— Está respondona não é ‘menina certinha’? – Ironizou.

— Suas ironias não me afetam! – Afirmei colocando as minhas coisas na mala.

— Está sabidinha hoje? Suas respostas estão do além do cor de rosa. – Perseu olhou ao redor e disse. – Porque raios você não atende o seu celular? Atena está pirando por que você não aparece há dois dias. – Eu também queria saber por que raios Annea não atende... espera! Sumida? Dois dias?

Agora estou começando a entender o sumiço, mas ainda não sei o motivo ou onde raios Annea está. 

— Vai me responder? – Perseu ficou irritado.

Ele falou algo? Ahh sim, a resposta Annabeth. – Desculpa, é que perdi o meu celular e eu estava...

— Trepando? – Disse – Coitado do Luke, se bem não tenho pena dele. Quem foi dessa vez em sua aventura? – Fiquei de boca aberta, quem ele pensa que é para julgar assim a honra da minha irmã?

— Não. – Disse com raiva. – Estava aqui sozinha Perseu Jackson, e se fosse você não é a última pessoa a me julgar. – Não sabia mais aquele idiota estava me tirando do sério.

— Eu? – Ele gargalhou. – Poupe-me garota. Pode se fazer de santa para os outros porque eu aqui. – Ele apontou com o dedo indicador para ele. – Não acendo uma vela para você não. – Ele chegou na porta e a abriu. – Antes que eu perca a paciência vou te esperar lá fora. E se apronte rápido, não tenho paciência e muito menos sou os seus seguidores iludidos para ficar igual um poste. – Saiu e bateu a porta fazendo um maior barulho.

Ótimo, grande Annabeth! Você queria encontrar a sua família, não é? Pronto tudo que deseja acontece. Se bem não foi desse jeito que desejei reencontrara-la.

Roupa, sim a roupa. Não faço à menor ideia do que vestir. Eu sei que Annae é uma menina com atitude que tem roupas divinas. Mas o que usar no aniversário de casamento de sua mãe com o pescador? Quer dizer Sr. Jackson? E claro, minha mãe também!

O closet era cheio de vestidos (o que não era a minha primeira opção de roupa se for escolher) vi que o Jackson estava com roupa social, um blazer com uma camisa de gola v branca e calça jeans preto social, incrivelmente de all star preto. Lindo era pouco para o Sr. Jackson filho mas estragava quando abria a boca.

Não gostaria de mentir para minha família. Mas não tinha solução, Annae queria que nos apresentássemos juntas. E ela tem razão nisso, imagina eu chegar e falar: ‘Oi eu sou a Annabeth, filha gêmea da Annae. Fomos separadas quando bebê. Isso não é estranho? Nove meses de gestação sem nenhuma informação de ter sido dois bebês em vez de um?’ Obvio eles iriam acreditar. Com certeza iria dormir hoje num manicômio.

Iria me disfarçar de Annae, e encontrá-la! Era isso que ia fazer.

Com esse pensamento em mente, tomei um banho rápido e escolhi um vestido azul tomara que caia rendado, que era simples e bonito. Uma sapatilha branca e acessórios como pulseiras e brincos. Depois passei um perfume que achei cheiroso, com uma maquiagem básica deixando um batom vermelho sangue chamando atenção em meu rosto.

*-**-*

Perseu estava conversando com uma garota que tinha cabelos ruivos e um corpo, bom... aquilo não seria realmente um corpo era magrelo demais. Será que ela comia? Mas parece que o Perseu gosta de mulheres assim, depois sou eu que sou uma menina sem caráter. Porque com certeza se não tivesse esse jantar de família, o Sr. Jackson filho ia aproveitar um dos quartos do hotel.

Limpei a minha garganta e olhei para a garota que mostrou um sorriso como se já me conhecia, eu devolvi por educação porque não fazia ideia te quem era ela.

— ANNEA. – Gritou igual uma pata e veio me abraçar. Abracei ela confusa e sem jeito me perguntando o que eu faria agora. – Estávamos preocupados com você. – Vi a sua preocupação, comendo o Perseu com olhos, me parecia que ela estava tão aflita que comia suas unhas bem pintadas de rosa Pink.

— Estou bem. – Disse soltando do seu abraço.

— Que bom! – Ela foi para o Perseu novamente. – Linda como sempre. – Elogiou-me, mas notei que ela percebeu algo diferente.

— Obrigada. – Perseu me olhou de cima a baixo, e eu juro que foi só uma vista mais eu vi o olhar de luxuria.

— Rachel queria ter tempo, mas temos um jantar. – Perseu resmungou.

— Que pena. – Rachel fez uma voz de minnie mouse que juro tive vontade de bater nela para ver se isso era um problema que possivelmente poderia consertar. – Annae a nossa ida ao shopping está de pé?

Do que ela estava falando? Responde algo Annabeth. – Claro. – Disse sem jeito.

Ela e o Perseu me olharam como se eu fosse um ET, tinha que fazer algo... AGORA.

— Vamos Perseu? – Perguntei chegando perto dele.

— Sim, vamos. – Ele continuava a olhar-me estranho, mas me seguiu.

— Tchau Rachel. – Disse acenando para ela.

— Annae. – Ela me chamou. – Você não me chama assim dês dos seis anos. – Eu arregalei os olhos, ela era uma amiga da Annea? Ahhh agora sim eu estou lascada.

Pense, se é uma amiga dês dos seis anos de idade Annea teria me contato... ainda mais se ela come o Perseu com os olhos e... CLARO! – Desculpe Rachs.. estou correndo hoje mais... nos vemos juro que te ligo.

— Mas o Percy disse que você perdeu o celular. – Ela resmungou.

Percy? Olhei para o Perseu... é claro que ele teria um apelido.

— Eu ligo de casa. – Disse querendo sumi dali. – Adeus.

Virei e sai do hotel com a resposta de adeus Rachel no fundo. Perseu me seguiu e depois fiquei perdida, como iria para o jantar? Olhei para ele com dúvida e nem precisei perguntar porque ele me respondeu.

— Cada um com o seu caro. – Disse indo embora.

— Espera! – Falei desesperada. Além de não saber qual é o carro de Annae e nem onde está, também não tirei a minha carteira ano passado. Como o professor disse, tenho que achar a calma que é impossível encontrar quando estou na frente de um volante com poder de tirar uma vida ou destruir algo.

— Que? – Perguntou

— Perseu eu não estou com o carro aqui. – Disse cruzando os dedos para que isso for verdade.

— E o que eu tenho haver com isso? – Levantou uma sobrancelha negra.

— Seria sensato já que vamos ao mesmo lugar você me dar uma carona. – Disse vendo o Perseu indo a uma ferrari 458 azul, abrindo a porta do motorista ele sorriu para mim.

— Que bom que para você maninha eu não devo dar nada. – Disse rindo.

Suspirei. Eu não sou te ficar pedindo várias vezes tenho orgulho. – Ok. – Virei e fui te encontro ao um taxi.

— Espera. – Perseu gritou. Olhei para trás e percebi que ele já estava dentro do carro e a porta do passageiro estava aberta. – Entra logo, antes que me arrependa.

Corri e entrei no carro dele. – Obrigada. – Agradeci

— Não. Essa não é você. – Disse ele olhando serio para mim. Gelei até a alma. – Primeiro, você nunca iria entrar no meu carro, e principalmente agradecer por algo que eu fizer. Então... quem é você e o que fizeram com a mimada da Chase?

Bufei, eu também queria essa resposta. – Sou eu Perseu. – Disse.

Ele negou com a cabeça resmungando algo sobre meninas que tem hormônios que faz essas mudanças. O carro arrancou para frente e logo, logo conhecerei a minha mãe.

*-**-*

— Pensei que seria em um restaurante. – Disse vendo uma casa branca, eu disse casa? Risca casa  e coloque uma mansão. Sabe aquela antiga e cheia de vida? Bom tinha três andares e um jardim incrível na frente.

— Não pense, se não queima os últimos neurônios que existe em sua cabecinha. – Ironizou o Perseu. – E porque seria? Todo ano é aqui.

— Ahh claro, mas poderia renovar eu não sei. – Disse tentando me livrar da questão que nunca estive aqui.

— Renovar? – Riu. – Uma palavra que não existe no dicionário da sua mãe Annae. Esqueceu? Você mesma que sempre reclama disso.

— Sim, sim eu sei. Só estou esquecida hoje. – Disse tentando finalizar o assunto.

— Esquecida e esquisita né? – Olhei para a janela. – Porque você está usando uma roupa...

— Uma roupa o que? – Me irritei virando para ele, chato era apelido. Perseu desconfiava demais e isso era perigoso, como Annae disse ele é perigoso para nós duas.

— Simples. – Disse parando o carro e me observando. – Um vestido bonito com poucos assessórios, e principalmente você não está parecendo o bozó como sempre aparenta. Diferente.

— Vou levar isso como elogio, e riscar a parte que você diz que eu pareço o bozó. – Ri.

— Não, não hoje. – Ele riu comigo.

Saímos do carro e Perseu abriu a porta da casa como se fosse a dele. – Que casa linda. – Disse admirando a arquitetura meio grega misturada com romana. – Gostaria de viver numa casa como essa. – Escapou sem querer, o que o Perseu percebeu logo direto e olhou-me novamente com aquele olhar de ET.

— Annae essa é a sua casa. – Putz, agora sim me entreguei. – O que raios está acontecendo com você?

O mundo congelou, aqueles olhos verdes faiscavam para obter informação que não podia ser dita. Ia responder qualquer coisa, mas como dizem “salva pelo gongo”.

— ANNAE CHASE. – Gritou uma mulher super-irritada. Olhei para ele e reconheci pela foto que Annae tinha me mostrado. Era ela a minha mãe,  Atena Chase ou melhor Atena Chase Jackson já que era casada com Poseidon Jackson que a andava junto com Atena para a minha direção.

E se eu não conhecesse Atena diria que ela não está brava e sim furiosa. – COMO VOCÊ SOME ASSIM? – Continuou ela. – RESPONDA-ME.

— Primeiro ela não é surda. – Disse o Perseu o que me surpreendeu. – Segundo o meu ouvido não é penico!

— PERSEU! – Advertiu o pai dele.

— O que foi? Chegar em casa com essa gritaria? – Perseu ficou vermelho e não, não era de vergonha ou algo parecido e sim de raiva. – Estou cansado disso, não tenho culpa se ela – Ele apontou para mim. – Gosta de se fazer de doce e pular por ai como uma Barbie Girl.

Abri a minha boca para mandar ele tomar no ***, mas infelizmente Atena nos parou. – E então, vai me contar onde esteve?

Ela me perguntou olhando profundamente nos meus olhos, Perseu e o seu pai estavam em uma discussão em particular e me parecia que aquela era a minha família.

Atena era linda, pessoalmente mais linda ainda. Seus olhos eram cinzentos como os meus, seu cabelo era castanho ondulados enquanto os meus eram louros ondulados.

— Estou esperando Annae. – Finalizou cruzando os braços.

— Desculpe Ate-mãe. – Quase, tenho certeza que Annae chama a Atena por mãe e não pelo o seu nome. – Estava querendo pensar na vida.

— E sem pelo menos atender o celular? – Perguntou –me.

— Perdi ele. – Disse.

— Como assim o perdeu? – Afirmou a pergunta batendo com o pé esquerdo no chão.

— Não sei mãe, só não o encontrei. – Revirei os olhos.

— Annae, porque está me chamando de mãe? – Era uma pergunta estúpida mais eu ia responder.

— Porque você é a minha mãe. – Afirmei.

— Você nunca me chamou assim! – Afirmou ela novamente. – Mamãe é assim que você me chama. – E o olhar do Perseu passou para Atena.

Longa noite, e longa história. Como vou ser uma pessoa que nunca vi em minha vida pessoalmente? Annae onde raios você se meteu?