As If It Were The Last Day - 5ª Temporada. escrita por PrisReedus


Capítulo 3
Schizophrenia crisis.


Notas iniciais do capítulo

Como dito.... sexta feira!
Oi meu povo! E ai, o que tão achando dessa temporada da fic? e da série? (ta voltando o/)
Eu fico assistindo e imaginando meu trio de diamante ali para as situações q eu inventei shwshwh
capitulo imensooo, espero q gostem



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Os portões de Alexandria se abrem e Marie acelera o carro para entrar na comunidade.

— Marie, Arthur, vão até a casa da Olivia descarregar o que temos, preciso ir fazer um relatório para a Deanna - Heath diz e sai do carro - Melanie, você vem comigo.

Os dois saem e caminham com os braços cruzados, encolhidos por causa do frio. Marie olha para Arthur e solta o ar pela boca - Vamos lá então.

— Vamos lá então.

Olivia conversa com Jessie em frente a sua casa quando Marie estaciona com a traseira do carro virada para a garagem da casa. Jessie coloca as mãos na cintura e sorri

— Não achei que voltariam tão cedo - ela caminha até Marie e a abraça

— Estamos só de passagem, já vamos sair de novo - ela sai do abraço e olha Olivia - Oi, Olivia, como andaram as coisas por aqui?

— Nada de diferente… Exceto uma garota que chegou a alguns dias, Enid.

Marie curva boca e nega - Não conheço

— Ela é bem nova, deve ter uns quinze anos, chegou sozinha, destruída. Ela mora aqui comigo mas some durante as tardes.

— Não se adaptou ainda - Arthur diz

— É. Mas o que temos pra hoje? - ela vai até o porta malas do carro e Marie abre pra ela - Uh… Só isso? Deanna não vai gostar muito

— Heath já foi conversar com ela sobre isso. Tivemos um problema - a francesa diz coçando a nuca, envergonhada

— O quê?

— Heath perdeu as armas.

Jessie cruza os braços - Isso vai render bronca pra comunidade toda

— Como assim?

— Ah… Da ultima vez que armas foram pedidas, Deanna ficou muito irritada, porque é muito raro achar e então ela deu bronca nos buscadores, deu bronca nos construtores e nos morados pra que sirva de exemplo.

— Estou acostumada com broncas por causa de armas - ela se lembra de cada olhar fuzilante do Rick sobre ela quando ela disparava uma arma quando não era necessário - Vai ser nostalgico

***************

— E não dava pra pegar?

— Deanna, o local estava tomado. Foi sorte Melanie e eu--

— Sorte? Sorte?! Sorte é eu não tirar você do grupo, Heath!

— … Deanna… - murmura o marido sentado vendo ela andar de um lado pro outro na sala

— E não me venha com “Deanna”, Reg! Vocês, buscadores, tem apenas uma regra…

Heath e Melanie balançam a cabeça

— Me digam qual é.

— Se há a possi… - ele murmura

— O QUÊ?

— SE HÁ A POSSIBILIDADE DE… salvação, salve.

— Exato.

— Não vai se repetir Deanna e garanto que não vai se arrepender de me dar essa segunda chance

— Assim eu espero. Estão dispensados

Os dois saem da casa dela e fecham a porta devagar, um olha pro outro e suspira aliviado.

— Vamos lá na Olivia.

Marie retira a terceira e última caixa do porta malas e entrega a Arthur que leva pra dentro da garagem

— Olivia, precisamos das armas - ela diz e bate o porta malas

— Sim, vamos lá dentro

As mulheres entram na casa e vão direto para o quarto onde ficam as armas. Marie quase corre pra sua espingarda portuguesa, ela a pega com orgulho e então abre a caixa de culatra, verifica se está limpa e carregada e fecha, a arma estala e está pronta pra atirar

— Não é uma arma meio… grande? - Jessie pergunta

— Eu convivo com essa arma tem algum tempo, mesmo antes dos errantes, me viro bem com ela e eu tenho a besta

Arthur entra no quarto e pega munições para a sua pistola e um facão.

— Aaron e Eric não deram noticias? - Marie pergunta

— Sim - Olivia responde, se encostando na parede - Mandaram no rádio dizendo que vão ficar mais um tempo fora. Que a gente não tinha com o que se preocupar.

— Provavelmente encontraram um grupo - Arthur diz

Marie sente um frio na barriga - Tomara que eles os encontrem…

Arthur toca no ombro dela, ele sabe que ela se refere ao grupo dela - Tomara.

***************

Você sabe que eu nunca fui muito religioso. Talvez eu fosse mais do que você, mas Deus nunca esteve realmente lá quando eu chamei. E desde a prisão, acho que perdi a fé. Eu pedia você a Deus toda manhã, toda noite, toda vez que via Glenn e Maggie juntos, ou Sasha e Bob, Ana e Drake… Eles não são um casal mas tem um ao outro.

Perdemos a Beth há duas semanas. Ela levou um tiro na cabeça. E eu me senti culpado, porque ela só foi levada porque eu mandei ela sair da casa que estávamos e depois eu encontrava ela. E quando eu encontrei ela, ela morreu segundos depois. Eu admito que durante essas duas semanas eu fiquei confuso sobre o que sentia sobre ela. E eu cheguei a conclusão de que não era nada mais que um afeto grande. Eu sentia que aquela garota dependia dos meus cuidados… Rick acha que eu te esqueci, ou que eu gostei de duas pessoas ao mesmo tempo. Ana acha que eu to te esquecendo e o Drake também. Mas não é só porque eu não falo de você que eu te esqueci.

Na verdade, vai ser impossível eu te esquecer. Eu ainda acho que você tá viva, por ai esperando eu te encontrar. E não achar pista nenhuma sua tá me matando então… aparece logo…

Há uma semana atrás perdemos o Tyreese. Rick, ele, Glenn, Michonne e Noah… um bom garoto esse Noah, me ajudou a encontrar a Beth… foram até a casa desse menino, porque ele disse que lá era seguro. Não era. O local tinha sido atacado, e o Tyreese foi mordido. Ele não aguentou a viagem de volta. E isso destruiu mais um pouco o grupo. Então, Marie, por favor… Se você tá por aí, aparece. A gente precisa de uma boa noticia.

O que nos traz ao atual momento, meu amor… Hoje de manhã um cara apareceu pra gente, dizendo que vem de uma comunidade muito boa e que quer levar a gente pra lá. O Rick topou, mas todos nós sabemos que ele está desconfiado, por causa do Terminus. Eu contei sobre Terminus na última vez que sentei aqui fora e fiquei falando sozinho imaginando você na minha frente… Então, eu estou saindo das ruas o que quer dizer que pode ficar mais difícil de nos encontrarmos, amanhã de manhã estaremos indo para Alexandria.

Marie, por favor, capta essa transmissão de pensamento e aparece logo, por que eu preciso de você, eu tenho um anel no meu bolso desde o dia que eu fui buscar remédio pra você.

Eu preciso pedir você em casamento, aparece logo, inferno!

Eu volto a ter uma crise de esquizofrenia em breve… fingir que converso com você me acalma. Eu sinto a sua falta, falta de ouvir sua voz, sua risada, de sentir você do lado, de pegar sua mão. Tudo parece muito errado sem você e eu me desloco do grupo. É, eu sei, é egoísta, mas é a verdade, eu preciso de você aqui pra eu ficar bem. O mundo pode estar uma merda, com você aqui, é suportável.

Daryl pisca assustado quando escuta o som de passos vindo do fim da rua, ele vai alguns passos pra frente e olha para quatro figuras que ele reconhece como Rick, Glenn e e Michonne. Ele ergue um braço pra chamar e depois bate na janela da loja em que estão pra avisar os outros

Maggie sai de lá correndo com Carl atrás, ela abraça o marido e ele o pai

— Sua irmã está bem

— Sim, sim. todos bem.

Rick e Daryl se cumprimentam e Daryl balança a cabeça

— Eric? - Aaron pergunta - Eric? - ele olha em volta nervoso - ERIC?

— Aqui!

Ele corre pra dentro da loja e Rick vai atrás, Eric está deitado no chão com um pano enrolado no tornozelo.

— Estou bem, é como uma lesão causada pelo volei, foi o que a Maggie disse, eu gosto dela, lembra nossa Marie.

Aaron se agacha ao lado dele - Meu Deus!

— Eu vou a enfermaria quando voltarmos pra casa - mas ele é cortado por um beijo do outro

— Quando eu vi o sinalizador, eu pensei…

— Ficou preocupado né? Isso é culpa sua sabia

— É mesmo?

— Sim. Por que eu te amo - ele respira fundo e pega a sua mochila ao lado - Mas aconteceu uma coisa boa hoje - ele a abre e tira de lá uma placa de carro de Massachusetts

Aaron a pega e fica olhando sem expressão

— Você perdeu as placas né?

— Eu perdi o carro - ele diz, mais cedo, eles tiveram que abandonar o carro pois estavam atolados em errantes.

— Tudo bem… Aquela monstruosidade do nosso trailer lá na frente funciona. É tão feio que vai afastar até os contaminados

Os dois dão risada. Rick entra na sala que estão.

— Oi, eu sou o Eric - ele diz

— Rick

— Está tudo bem - Aaron diz baixinho, se levanta e vai com Rick, ele para no meio do grupo que está conversando - Com licença, Pessoal - todo se viram - Obrigado. Vocês salvaram o Eric. Eu devo a vocês, vocês todos e me certificarei de que a divida seja paga quando chegarmos a comunidade. Não sei quanto a vocês, mas eu não quero mais viajar hoje, que tal pegarmos a estrada amanhã de manhã?

— Parece bom - Rick diz atrás dele - Mas se vamos passar a noite aqui, você vai dormir lá - ele aponta o outro lado da loja

— Precisa mesmo? - Ana pergunta

— É mais seguro. Não te conhecemos.

— Só me impedirá de ficar com ele se atirar em mim - Aaron fala decidido

Cala a boca, cara, Drake pensa

Glenn chega perto do Rick e diz baixinho - Ele contou pra gente onde fica o lugar. Eles estão desarmados, um até tem o tornozelo quebrado. Também quero que a gente fique seguro, mas não vejo problema algum.

— Está bem.

***************

— Ana

— Ai Meu Deus! O quê? - ela pula jogando o cabelo pra trás

O grupo todo olha pra ela, Abraham ri, Drake a olha com um largo sorriso

— Oláa, bom dia, acorde, temos que viajar… Não quis te matar do coração.

— Desculpa, eu tava dormindo tão pesado. Me assustei - ela fica em pé e tira mais cabelo do rosto

Drake chega bem perto dela e passa a mão pelo rosto dela, colocando o cabelo dela pra trás - Ainda tem um bom pressentimento sobre o lugar? - ele pergunta baixinho

— Sim. Eu estou empolgada pra ir pra lá. Nunca tive intuição feminina. Mas eu estou feliz.

— Que bom - ele beija a testa dela, vira as costas e respira aliviado. Que bom.

Ana vai no carro com Michonne, Rick, Carl e Judith, eles não conversam durante todo o trajeto. Dentro do trailer, que Abraham dirige e Rosita fica de guia, Drake e Daryl estão sentado um em frente ao outro jogando o truco mais silencioso que já se viu, nem quando eles vão trucar, eles falam mais alto, na mesa ao lado, Maggie, Eugene, Tara, Glenn e Noah jogam algum jogo que Eugene está ensinando, Carol, Padre Gabriel e Sasha apenas observam e na parte de trás do veiculo está Eric dormindo dopado de remédio e Aaron sentado ao seu lado.

Rosita olha para a cidade bem mais a frente, que do alto da ponte parece uma maquete. Ela reconhece aquela torre pontiaguda, o obelisco “Monumento a Washington”, um memorial em homenagem a George Washington. E ao lado ela vê mais um prédio histórico, a Casa Branca

— Abraham - ela diz e aponta

Ele olha e então olha para ela, ela está encantada. Ela retribui o olhar e sorri - Olhos na estrada, parceiro

Ele olha pra frente e então pro painel do carro, um botão vermelho escrito “baixa voltagem” está aceso  - Quanto falta?

— Estamos na metade do caminho, porque?

— Vamos conseguir. É, vamos conseguir.

Meia hora depois o motor pifa.

Daryl sobe no teto do trailer para ficar olhando em volta, Rick, Michonne e Carl sentam no capo do carro deles e Ana fica dentro com a Judith no colo, Drake, Glenn e Abraham mexem no motor do trailer e os outros esperam sentados no asfalto, enquanto tomam ar fresco.

Drake tira as mãos da bateria, sujas de graxa, ele limpa na calça - Esse motor tá todo errado e a bateria já era, vou ter que trocar - ele olha para o Glenn

— E onde vamos achar outra bateria? - Abraham diz estressado

— Bem… - Glenn vai até a porta do trailer e ergue a tampa do degrau, revelando uma bateria extra - … Aqui.

— Como sabia disso?

Glenn sorri e ele se lembra quando aprendeu a mexer no motor do trailer do Dale na estrada, há uma era atrás.

Drake precisou remover a bateria velha e instalar a nova, fez todas as ligações de fios necessárias e então pediu a Abraham dar a partida, o motor ronca e o trailer começa a tremer.

— Ae! Vam’bora

Todo mundo se levanta e Daryl desce do teto.

— Eu preciso de um minuto só - Rick diz e entra no meio das árvores

Carl volta para o banco de trás com Ana - Como se sente indo pra lá?

— Eu to empolgada. Vai que a gente achou o lugar.

— Vai que a gente achou o lugar.

Os dois sorriem

— Tá tá! - diz Judith batendo nas bochechas da Ana

— An-na - ela diz lento - ANNNNNA. Não é um nome dificil, diz Judy. Ana

— Tá tá tá tá

— Desisto

Rick volta pra dentro do carro e da a partida e uma buzina, o trailer começa a andar.

Alexandria é cercada por muros de ferro altos, como mostravam as fotos de Aaron e esses muros altos incapacitavam de ver o interior, mas não de ouvir.

As sobrancelhas juntas de Rick vão se separando quando ele distingui aqueles barulhos como crianças gritando. E não gritando de medo, gritando de bagunça mesmo. Ele olha pra trás e Ana sorri

— Eu também ouvi

Todos saem de seus carros e param em frente ao portão.

Eric vai pra dentro da comunidade mancando, o grupo não sabe se deve entrar ou esperar um convite. O portão abre por inteiro e aparece um homem ali, de camisa de botão velha cor mostarda, um rosto cansado estudando bem o grupo.

As folhas farfalham a esquerda deles e todos se viram apontando as suas armas e Daryl já dispara uma flecha seja no que for que derrubou a lata. Ele mexe ali e ergue um gambá com a flecha atravessada na barriga.

— Trouxemos o jantar - ele diz mostrando o animal

Aaron chama eles pra dentro - Vamos entrar pessoal.

E quando todos já estão ali o homem fecha o portão de novo

Ana olha em volta, parece um condominio chique. O asfalto é lisinho, a grama é bem aparada, as casas são limpas e ela sente cheiro de natureza ali, de vida. Nada em decomposição.

— Antes de mais nada - diz o homem chamando sua atenção - Preciso que entreguem as armas. Se vão ficar, terão que entrega-las - ele diz calmo e pacifico.

Exatamente como Gareth fez. Ela pensa. Mas eu ainda estou confiando no meu bom pressentimento.

— Não sabemos se queremos ficar - Rick diz com a arma numa mão e a bebe na outra

— Está tudo bem, Nicholas - Aaron diz

— Se fossemos usa-las, já teríamos começado - o líder diz no mesmo tom calmo.

— Deixem eles conversarem com a Deanna primeiro

— Quem é Deanna? - Abraham pergunta

— Ela é encarregada daqui. Sabe tudo o que precisam saber sobre o lugar e ela costuma fazer algumas perguntas aos recém chegados… Rick, por que não começa?

Rick olha pra trás, vendo a expressão de todo mundo e lá perto de onde deixaram o trailer, do lado de fora, vem um errante cambaleando.

— Sasha…

Ela não entende de inicio mas vê que ele olha pra além dela e também olha pra trás, o grupo todo faz isso. Ela ergue seu rifle e observa sobre a mira, o silenciador abafa o som e o errante cai

— É bom estarmos aqui - Rick diz e começa a andar, Aaron vai na frente o guiando.

***************

— Com licença - Drake diz entrando na casa

— Aqui, na sala.

Ele para na sua porta a direita e olha em volta, é tudo tão limpo e arrumado, os livros nas estantes não estão empoeirados e a mulher sentada no sofá tem uma aparência boa.

— Sente-se - ela mostra a poltrona branca na frente dela

— Eu tô muito sujo

— Que educado. Eu não me importo. Pode sentar

— Tudo bem - ele senta na poltrona e não fica nada confortável. A poltrona é pequena pra ele e ele precisa ficar curvado pra frente

— Posso filmar nossa conversa?

— Ah… pode.

— Tudo bem - ela estica o braço para a camera no tripé atrás de si e aperta um botão - Olá, eu sou a Deanna Monroe.

— Drake Moroe.

Ela sorri - Quase hein

— Quase.

— Então Drake... eu costumo fazer quase as mesmas perguntas… o que fazia, como se sente no grupo, o que espera de Alexandria e se caso me convenha eu faço mais algumas ao longo da conversa.

— Sim. Pode perguntar

— Então… Rick me disse que você não se conheciam. Mas que ele chegou depois no grupo.

— Aham. Estavamos em Atlanta desde o começo, eu conhecia três pessoas, fomos juntos pra lá. Pra montanha onde o grupo tava. Nosso grupo tinha umas vinte pessoas, desses vinte sobraram…

Ele quase fala “sete” contando a Marie, mas aí lembra do que Daryl pediu ao grupo minutos antes “Não mencionem a Marie em momento algum”

— … seis. Eu, Ana, Rick, Daryl, Carl e Carol. A gente… “renovou” o grupo várias vezes, infelizmente.

—E mesmo Rick chegando depois, ele se tornou o líder.

— Sim.

— Como aconteceu?

— Eu acho que foi porque ele sempre tomava a inciativa sobre alguma ação do grupo, pra proteger a familia. Ficamos uma época na rua, com a esposa dele gravida, e ele tomava as melhores decisões pensando nela, no bebe e no Carl que acabavam sendo boas pro grupo todo. Rick é confiavel e inteligente, todos buscam conselho com ele.

— E nunca houve problemas?

— Claro que sim. Não é só porque acabou o mundo que os conflitos politicos também acabaram. Eu discordo, acho que aumentaram. Chega a ser uma politica bárbara, onde o mais forte ganha, o ultimo em pé leva. Acabaram as guerras frias.

— Você fala muito certinho. O que você fazia antes?

— Eu era repórter. Redator chefe dos assuntos politicos no jornal de Atlanta.

Deanna junta as sobrancelhas. Mais um reporter. Ela se lembra do que a Marie falou em sua entrevista “Eu escrevia o que o chefe mandava”

— Então você era o chefe? As pessoas escreviam o que você mandava?

— É… - ele diz meio tímido - Na minha area sim. Mas o chefe me mandava mandar os outros escreverem. A piramide de chefia

— Mas voltando ao nosso assunto… Que conflitos politicos eram esses?

— Briga por poder, o de sempre. Tinha um cara no nosso grupo, Shane, que descordava de tudo, queria tudo do jeito dele. E foi numa época em que nosso grupo não decidia nada, na época que estavamos na fazenda dos Greene, da Maggie. E Shane foi o responsavel pela maioria das discordias do grupo.

— Mas Rick resolveu elas?

— Sim.

— Você acha que a imagem de policial de Rick está associada a ele ser o líder?

— Não. Nosso grupo não ta nem ai pro que o outro fazia. Temos ex-reporteres, ex-policiais, ex-dona de casa, ex-militares, ex-intregador de pizza… tinhamos presos, traficantes, uma estudante, uma advogada. Olha a Michonne, a mulher anda com uma espada nas costas… ela era advogada. Então a imagem de policial não agregou nada.

— E como você se sente no grupo?

— Eles são minha familia. Eu mato por eles. E sei que eles fazem o mesmo por mim. Eu confio neles e vice-versa. A gente estabeleceu um vinculo de sobrevivencia, nao de convivencia.

— Explique

— Quando você tem amigos, você convive com eles e pode muito bem sobreviver sem eles. Quando você tem parceiros de grupo, você sobrevive com eles, é como se ficar sem eles… - ele começa a pensar na Marie - te tirasse do mundo. É como se você tivesse preso ao planeta por eles. Ficou confuso, mas eu sinto que eu sem o meu grupo não sou eu.

— Gostei do seu pensamento, espero que logo você pense assim sobre Alexandria

Eu não devia estar aqui — Eu também espero.

— Nós temos empregos aqui - ele balança a cabeça para ela continuar - E como não temos nada do seu ramo aqui, vou levar em consideração o seu tamanho. Estamos com obras para aumentar os muros daqui, precisamos de força bruta

—No que eu puder ajudar, eu ajudo.

— Isso é ótimo.

— Na nossa antiga… fortaleza… eu fiz algo parecido. Refiz um portão que foi derrubado

— Melhor ainda, você além de forte é inteligente

Ele sorri

— Drake, nossa conversa chegou ao fim. Bem vindo a Alexandria.

Ele fica em pé e olha disfarçado para a poltrona, verificando se não deixou ela toda suja. Não tanto.

— Obrigado, Deanna.

Drake sai da casa e olha o grupo sentado no meio fio em frente a casa, alguns estão em pé e a Bravinha está sentada no chão, entre a Ana e o Daryl, mexendo nas florzinhas do gramado. Todos olham para ele, ele balança a cabeça para Daryl e ele retribui o gesto agradecendo por não falar nela.

Ana fica em pé - Eu vou. Vamos acabar logo com isso.

Ela entra na casa bem decorada, com papeis de parede antigos

— Oi

— Ah… fique a vontade! - diz a voz de uma mulher no interior da casa.

Ana caminha até a sala e fica encantada com o que vê, o tanto de livros nas estantes fazem seus olhos brilharem. Aqueles livros a fizeram ficar tão em casa que ela ignora o tripé com a câmera atrás do sofá e a poltrona suja de terra em frente a ele.

Ela para em frente aos livros e lê o título de cada um da primeira prateleira.

— Oi. Quer um café?

Ela se vira para a mulher a sua frente vindo com duas canecas brancas, ela estica uma delas - Pegue

— Obrigada - Ana pega o copo quente, assopra um pouco e bebe - Bem quente, está bom.

Deanna sorri e as marcas ao redor dos olhos aparecem.

— Acho que você é a última, você é a Ana.

— Isso.

— Sente-se, fique a vontade. Se não se importa, vou gravar nossa conversa, tudo bem?

Ela balança a cabeça e se senta na poltrona, que é meio grande pro seu tamanho e ela se sente uma criança sentada ali e fica passando as mãos em volta da caneca, nervosa - Manda ver.

— Vou mandar ver. Ana… Quantos anos você tem?

— Sei lá - ela diz sorrindo - É sério?

— Sim, Ana, é sério.. Disse ao Carl agora a pouco que, possivelmente estamos no começo de 2012

— Vinte e sete em março desse ano.

— Você é bem nova.

Ana junta as sobrancelhas.

— Drake me disse que vocês chegaram juntos ao grupo, no primeiro dia.

— Sim. Eu trabalhava com ele no jornal. Eu era colunista de esporte.

— Ana, você está gostando de estar aqui?

— Bom, faz umas umas horas que estamos aqui e por enquanto sim. Não usei minha arma ainda.

— Não vai precisar… Aaron me disse que você acreditou nele.

— Eu desenvolvi poderes ao longo do tempo.

Deanna semicerra os olhos e inclina o rosto - Que tipo de poderes?

— Segredo.

— Não temos segredos aqui, Ana.

— Então esquece que eu disse isso. Até porque você não está acreditando mesmo né? Era o que faltava… Pessoas terem poderes.

— Só quero te entender.

— Nem tente… Quer dizer… Desculpa.

— Você tem alguma utilidade para o grupo?

— Acho que sim… Não estaria com eles até agora se eu fosse um peso morto. Teriam atirado na minha cabeça - ela diz casualmente e toma mais um gole

Deanna ergue as sobrancelhas. Ana abre mais os olhos ao perceber que falou merda.

— Modo de dizer - ela diz a olhando pela borda da caneca - Eles não fazem isso.

— Sei… Continue.

— Eu sempre ajudei com o que dava, eu ficava de vigia e era boa com crianças.

— Podemos arranjar alguma coisa assim pra você.

— Na vigia?

— Temos empregos aqui. E juntando suas habilidades de esporte, que você era colunista, e seu jeito com crianças, sugiro… Professora.

— Não.

— De esporte, recreadora.

— Não.

— Por quê?

— Eu disse que eu era boa com crianças. Passado.

— E Carl e a Judith?

— Judith é só um bebê e Carl não é criança faz tempo.

— Continuarei pensando… Ana, você é moça bonita e jovem… Tem algum relacionamento com alguém do grupo?

— Não. E se tivesse te diria não também. Isso diz respeito a mim.

— Tudo bem, desculpe.Glenn, Rick, Michonne, todos disseram que vocês encontraram pessoas ruins no caminho…

— É verdade.

— E…?

— Quer saber quantas pessoas eu matei?

Deanna fica quieta. Ana se levanta.

— O nosso grupo sabe conviver com pessoas, tanto as boas quanto as ruins. E a gente sabe agir contra elas, e se livrar delas - sua voz embarga - O que vocês tem aqui é incrível. E é incrível como não foram atacados, e eu não me refiro aos mortos. E caso isso venha a acontecer, vai precisar da gente aqui. Rick… não conheço pessoa mais apta para liderar uma batalha, ele sacrificou muita coisa pelas pessoas do nosso grupo. Ele pode ser a pessoa mais companheira que você terá na vida, ou a pior a pessoa que conhecerá. E eu tive a sorte de o ter como companheiro…

Deanna concorda com a cabeça, pensativa.

— Você está liberada, Ana.

Ela sai quase batendo a porta, o grupo ainda está sentado, esperando ela, ela para atrás deles e eles erguem o rosto para ela

— Que rápido - Abraham diz

Ana junta os ombros, Drake junta as sobrancelhas.

Todos se levantam e seguem Aaron para entregarem suas armas para a pessoa responsavel

— Sua entrevista durou muito pouco, o que você fez?

— Nada.

— Sobre o que falou?

— Nada! - ela diz baixinho, mas firme.

Daryl escuta e olha pra trás - O que foi?

— Eu não mencionei a Marie - ela sussurra - Calmos!

O grupo para em frente a uma casinha branca, com uma grande garagem. Aaron bate à porta e em poucos segundos ela é aberta por uma mulher gordinha, bem arrumada, com os cabelos escuros presos usando oculos quadrado

— Aaron!

— Oi, Olivia. Novos moradores - ele aponta o garoto no canto - Noah, Tara, Eugene, Abraham, Glenn, Michonne, Rosita, Maggie, Ana, Daryl, Drake, Rick, esta pequenininha é a Judith, Carl, Carol, este é o Padre Gabriel e esta é a Sasha… Pessoal, essa é Olivia. Ela é responsável pelo estoque da comunidade, tudo o que precisarem, é só pedir a ela.

— Assim que vocês se instalarem, mando alguém levar coisas essenciais para a casa de vocês.

— Eles vieram entregar as armas

— Sim, só um pouquinho - ela entra na garagem e volta com uma mesa de rodinhas, parecidas com as mesas que servem café nos hotéis - Aqui

Todos eles vão colocando suas armas ali. Drake coloca a pistola ali em cima e se sente mais leve, mas também como se faltasse alguma coisa nele.

Ana tira o coldre das coxas com as duas escopetas recortadas e coloca na mesa, ela também se sente estranha e fica passando as mãos nas pernas.

Se desfazer de seu rifle sniper foi muito para Sasha, ela coloca na mesa e suspira com a mesma sensação de leveza.

Rick coloca a Magnum ali e se sente desprotegido, isso o faz olhar para os lados

Daryl coloca a pistola ali e a besta e se afasta como uma criança emburrada que teve que entregar o brinquedo

— Ah… essas armas são permitidas - Olivia diz pra ele

— Então… - ele dá um passo pra frente e pega a crossbow novamente - Beleza

— Tem gente que anda com uma dessas por ai

***************

— Não é incrível? - Ana diz mexendo nos moveis

— Aposto que os lençóis são de cetim - Drake diz indiferente

— Drake… Você morava numa casa assim, então não fala nada.

— Desacostumei

— Você vivia nisso? - Rosita pergunta

— É…

— Drake assoava o nariz com dinheiro - Ana diz empolgada enquanto abre os armários e pega um dois copos

— Cala a boca, Ana.

Daryl deixa a besta na pia e abre a torneira - Então esse é o seu lar? - ele enche o copo dele e da Ana e os dois bebem rápido

— Eu vivia sozinho e ganhava bem no jornal.

— E de repente você estava dormindo numa barraca

— Pra você ver.

— Não sabia que jornalistas podiam ganhar mais de um salário minimo - Eugene murmura mexendo nos vinis da casa, todos se viram para ele

— Pois é, mas eu ganhava - o redator diz impaciente e revira os olhos

— Bom… Eu não vou achar nada ruim dormir com lençol de cetim - Tara diz subindo as escadas

— Ou tomar banho - Rosita suspira

Ana mexe no cabelo do Daryl ao seu lado - Ou cortar o cabelo

— Fazer a barba - a outra diz para Drake

— Em falar em fazer a barba - ele diz e se senta num banco em frente a pia - Você vai se impressionar com a cara de criança que o Rick fica sem barba

— Ele não vai tirar - Ana diz

— Vai

— Tô com a Ana - Daryl fala

— Devíamos apostar alguma coisa, porque eu vou ganhar.

***************

Alexandria é um lugar que você ia gostar. Tem gente, proteção, estamos andando desarmados e parece que não teremos problemas. Pode ser um lugar pra Judith crescer com a cabeça sã. Um lugar pra gente ficar e descansar.

Ganhamos duas casas, casas incriveis, mas eu sinto como se eu tivesse visitando algum museu. Abraham e Rosita já se instalaram num quarto, Glenn e Maggie em outro. Antes eu tinha você e dormia no chão, agora eu tenho uma cama com lençol de cetim e vou dormir sozinho… Então por favor aparece logo, eu não quero que você perca o que a gente tá tendo nesse lugar.

Ninguém diz, mas todo mundo tá adorando esse lugar. Só que eu sei que eles também sentem sua falta. A Ana… coitada, ela só tinha você de amiga mais próxima, ela conversa com a Maggie e a Michonne, mas não é igual. Então, ela fica só nas conversas entre eu e  Drake, ou com o Rick. E você precisa ver a Bravinha, ela tá… enorme.

Marie, aparece logo tá. Eu não vou parar de te procurar, mas você tem que colaborar comigo, deixa um rastrinho, aquelas suas fitas marcando as árvores, a marca da sua bota tamanho 34, qualquer coisa e eu te acho.

— Eu falei! - Drake corta sua crise de esquizofrenia - Sem barba!

Daryl olha Rick na varanda da outra casa, sem barba de cabelo cortado - Filho da puta.

— O que foi? - Rick pergunta

— Eu disse que você ia tirar a barba, eles disseram que não.

— Eu meio que precisei, tava muito grande, ia acabar assustando as pessoas.

— Eu achava lindo - Ana diz brava sentando nos degraus - Mas tá.

Drake e Rosita se entreolham e dão um sorriso, ambos já perceberam a paixãozinha dela pelo Rick, que vem aumentado muito ultimamente, na verdade, talvez todos já tenham percebido. Menos o Rick.

Daryl senta na escada com a Ana e põe o gambá no chão ao seu lado. Tara, Rosita, Abraham e Eugene entram na outra casa e Carol sai, ela para na varanda e se debruça ali

Drake fica em pé encostado ao lado da porta e todos ficam em silêncio por alguns segundos.

Daryl tira a faca do cinto e com um rasgo só, ele abre barriga do animal e puxa seus orgãos pra fora, Ana se inclina para a esquerda se afastando do animal

— Que nojo!

Carl sai a casa e olha a do lado - É nossa também, né?

— Sim - o pai diz - Pode ir olhar, mas rápido

Ele pula entre o Daryl e a Ana e vai para a casa do lado

— Eu vou lá também - Carol diz

— O que acharam? - Rick pergunta

— A outra casa é boa - Drake responde - Maior que essa

— Casas grandes pra um grupo desarmado, nos separaram

— Rick…

— Não to falando nada, Ana. Mas hoje vamos dormir na mesma casa

— Tá… Eu aceito, grupo unido, mesmo desarmado continua forte. Mas eu tenho um bom pressentimento sobre lugar.

— E todos nós estamos estamos confiando e torcendo pra que esteja certa


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Notas finais do capítulo

E ai? o q acharam?
É obvio q a nossa Ana "Olho que Tudo vê" vai perceber mtas coisas nessa temporada :) hwshw
até maaaais :*



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