As If It Were The Last Day - 5ª Temporada. escrita por PrisReedus


Capítulo 2
Love, I miss you.


Notas iniciais do capítulo

he he he
atrasadaa de novo, mas a culpa n eh minha!
minha internet ta uma boxxta e n carrega o site!
mas espero q vcs gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674125/chapter/2

O lugar realmente tem todos aqueles muros de metal em torno da sua extensão. O portão se abre e o carro deles entra. Aaron do banco do motorista sai e depois Eric ao seu lado.

— Venha, Marie.

Ela respira fundo e sai do banco de trás. Algumas pessoas já a olham com reprovação. Marie baixa a cabeça e olha sua roupa, uma regata preta suja, uma camisa jeans imunda por cima, uma calça preta rasgada suja e desbotada e all star totalmente ferrado.

Sem contar sua aparência física: magra, suja, descabelada e machucada.

— Aqui a primeira impressão não é a que fica - Eric diz - Vamos falar com Deanna. A responsável.

Ela balança a cabeça e caminha quieta atrás deles.

Os dois a fazem esperar por alguns minutos enquanto eles dão o relatório de sua busca para a líder. E quando os dois saem, é vez dela. A casa da Deanna é um sobrado bonito, com uma decoração antiga, moveis antigos, muitos livros em todos os lugares. Marie entra na sala e fica olhando em volta. Caminha até a janela e observa lá fora as pessoas passarem tranquilamente.

— Oi.

Ela já se vira puxando a faca do cinto, mas hesita.

— Não tem problema. Por alguns dias você vai querer puxar quando alguém te chamar. Sou Deanna Monroe - a mulher de meia idade baixinha sorri. Ela tem os cabelos loiros escuros, mas os fios brancos já se revelam ali - Sente-se se quiser. Vou filmar nossa conversa, tudo bem?

— Sim - Marie se senta na poltrona e Deanna aperta um botão da câmera no tripé posicionado atrás do sofá onde ela senta.

— Então… Marie

— É. Marie D’Jacques Barthelemy.

— França?

— Sim.

— Que legal… Marie, você quer estar aqui?

— Não sei. Eu estou sozinha.

— Quer me contar?

Ela nega com a cabeça - Já contei ao Eric

— Tudo bem. Marie, Eric me disse que você estava com uma menininha. Lamento a morte dela.

— Obrigada. Ela estava doente, era quase previsível. Eu também. Deanna, por que aceita pessoas aqui?

Deanna concorda com a cabeça - Por que não me importa o que você já passou. O que você fez ou deixou de fazer. Imagino que já tenha feito coisas horríveis assim como a maioria dos que chegam aqui, mas não é isso que me interessa. Eu vejo um futuro em Alexandria. Vejo famílias aumentando aqui. Famílias se formando, vejo crianças crescendo a salvo. E pra isso é preciso pessoas. Mas não é por isso que Aaron e Eric recrutam pessoas… É por que não é justo deixar gente de bem fora dessa - ela sorri

— Mas é um erro. Nem sempre Aaron e Eric vão encontrar pessoas boas, e vai chegar o dia que eles vão encontrar pessoas ruins que sabem se aproveitar. E aí vocês vão perder

— Você parece saber já

— Eu já passei por algumas coisas.

— E é por essa razão que eu te quero em Alexandria. Fique do meu lado e juntas podemos fazer esse lugar mais seguro ainda.

Marie compreende - Como sabe quem é de bem ou… mal? É psicologa?

— Não. Eu confio no Aaron e no Eric. Psicologa… - ela ri um pouco - Eu era congressista. Em Ohio. O que você fazia?

— Eu era redatora do jornal de Atlanta - ela responde sem importância.

— Tinha alguma coluna?

— Não. Escrevia o que o chefe mandava. Mas isso não tem importância.

— Claro que tem. Gosto de saber quais pessoas tenho em Alexandria. As vezes me ajuda a encontrar para elas um emprego.

— Emprego?!

— Não é no sentido literal da palavra, mas para que esse lugar se mantenha de pé e cresça, preciso de trabalho.

— Imagino que você não queira um jornal aqui.

— Não, aí já seria demais. Jornal feito em máquina de escrever? Não mesmo. Onde você acha que se encaixaria melhor?

— Hm.. - Marie ergue as sobrancelhas indecisa - Eu fazia muita coisa no meu grupo, mas o principal eram as buscas.

— Como elas eram?

— Eu saia com mais um… - o rosto dele com o cabelo voando no rosto aparece em sua mente - … Ou um grupo e ficávamos até dias fora pra buscar o que o lugar precisava.

— Acha que estaria pronta para o grupo de buscas principal?

— Sim - ela responde sem nem pensar

— Heath é quem organiza esse grupo, eles passam até semanas fora, indo cada vez mais afrente pelo estado. Ou até mesmo saindo daqui.

— Uau…

— E então?

— Sim, eu fico no grupo

— Isso é ótimo. Alexandria agradece

— Existia um lugar assim, igual Alexandria. Woodbury. Perdi amigos por causa daquele lugar. Pessoas inocentes morreram por causa do líder.

— Aqui nunca houve isso. Garanto que a líder está bem sã… Mas a escolha é sua, você gostaria de ficar em Alexandria?

Ela balança os ombros - Eu não tenho mais nada a perder. Eu posso tentar

— Seja bem vinda.

***************

— Os apartamentos estão cheios e as casas daqui são grandes demais pra você morar sozinha, Olivia encheria o saco - Eric diz e revira os olhos - Se não se importa, você pode morar com a gente.

— A gente?

— Ah… Eu e o Aaron… Somos um casal.

Marie abre um largo sorriso - Sério? Que lindo - e sente inveja. Eles estão juntos e tem uma casa. Ela nem sabe se o Daryl está vivo.

Eric a instala num quarto ótimo. Com banheiro e uma cama grande além de um guarda roupa imenso, porém vazio.

— Fique a vontade. Os chuveiros suportam pouco mais de meia hora de água quente.

— Água quente?

Ele balança a cabeça sorrindo - Sinta-se em casa.

A água do corpo dela sai marrom. As mãos cheias de sangue seco da Emily e suas unhas pretas ficam pálidas novamente, com os ossos bem aparentes. As manchas roxas na pele limpa ficam muito mais aparentes, sua perna é raspada com a lamina de barbear que estava ali, lacrada ainda. Os cabelos, ela penteia bem, depois do banho e com a tesoura que ela acha na primeira gaveta, ela os corta. Seus cachos ficam na altura da orelha, suas sobrancelhas estão imensas e até o seu buço está aparecendo. E na mesma gaveta ela encontra uma pinça e tira os pelos extras do seu rosto.

Alguém bate na porta duas vezes.

— Oi?

— É o Eric… trouxe uma roupa pra você. Vou deixar aqui

Ela abre a porta e ele a olha sem jeito, mas ela não liga, se acha feia, está de toalha e ele é gay.

— Obrigada

Eric foi atencioso o bastante para pegar até roupas intimas pra ela.

— Estão limpas. Foram pegas em lojas de roupas e nunca usadas. Desculpe a indelicadeza, acho que cabe em você.

— Imagina. Obrigada.

Marie passa a mão pelo vestido longo e preto e sai do banheiro, a barra arrasta pelo chão e os pés umidos dela gelam no azulejo. Eric e Aaron estão sentados na sala e se viram quando ela aparece

— Gostei do cabelo - diz Aaron

— Gostei do vestido - Eric fala

— Eu gostei também. Valeu

— Tá com fome? Vamos jantar, temos macarrão. E depois vou te apresentar a comunidade, aproveitar o resto de dia que temos… Você deve ficar um tempo por aqui.

***************

Eric serve o prato da Marie com macarrão, ela se controla pra não voar pra cima do prato quando ele coloca na frente dela.

— Obrigada - ela pega o garfo e começa a enrolar macarrão, muito macarrão e enfia tudo na boca, quase emite um gemido de satisfação, mas se controla, ela olha os dois sorri e balança a cabeça.

— Que bom que gostou…

— Na prisão a gente não tinha muita comida assim - ela fala - era mais comida enlatada e arroz integral e alface - ela enrola mais macarrão e enfia dentro da boca, não cabe direito e ela tem que sugar o fio do spagueti.

Eric contém o riso.

— Marie, Deanna comentou com você sobre um “emprego”?

Ela balança a cabeça pros lados mastigando, tampa a boca e murmura - Mais ou menos, por que?

— Por nada. A gente só queria saber se você tem preferência de alguma coisa.

Ela engole e olha os dois - Eu era do grupo de buscas no outro grupo. Ela disse que eu poderia ser do grupo principal.

— Hm… É, você usa um arco, você é silenciosa

— E rápida

— Mais alguma coisa?

— Eu ajudava a cuidar de uma criança.

— Não temos muitas crianças que precisem de cuidados aqui… Podemos ver alguma coisa pra você no grupo de buscas mesmo.

— Sim! - ela diz com animação

— Mas talvez seja bom você se enturmar um pouco, Deanna gosta de fazer isso quando achamos um única pessoa e não um grupo.

— Ah, sim… Claro.

— Você tem o tempo que precisar, Marie - Aaron diz enquanto enrola seu macarrão.

Eric, Marie e Aaron descem os degraus da casa deles e saem caminhando pela rua, algumas pessoas ainda estão na rua, ou nas varandas das suas casas, tomando café, chá, fumando um cigarro ou lendo um livro.

— Você tem que conhecer a Jessie - Aaron fala - Ela é uma mulher muito legal e vai te ajudar a se enturmar por aqui quando eu e Eric não estivermos.

— Vocês saem quando?

— Em alguns dias. Temos que abastecer nosso carro, encher de comida, água… E depois vamos.

— E vocês nunca tem previsão pra voltar né?

— Passamos até dez dias fora, se não dermos noticia no décimo primeiro dia Deanna manda um outro grupo atrás de nós dois.

— Sim… Faz sentido.

Rick nunca precisou fazer isso, Marie, Daryl e Michonne eram um trio muito bom. Glenn e Maggie uma ótima dupla e Drake, Sasha e Sara Wess outro trio muito bom.

Os três caminham pelas ruas passando ao lado de um laguinho. Marie se perde por um segundo olhando aquilo e depois continua atrás deles. Parados em frente a outro sobrado, um homem fumando um cigarro ergue a mão para eles.

— Ei, Pete - Aaron fala - Jessie está ai?

— Tá sim - ele coloca a cabeça pra dentro da janela - JESSIE! AARON E ERIC ESTÃO AQUI!

— Está é a Marie… Ela é nova aqui

— Oi. Eu sou o Dr. Pete.

— Oi - ela diz e sorri

A porta se abre e sai uma moça jovem, loira sorridente - Oi, eu sou a Jessie

— Oi. Eu sou a Marie.

— Chegou hoje?

— Sim.

— E tem tudo o que precisa?

— Ah…

— Tipo roupas, acessórios, produtos de higiene…?

— Ainda não, contávamos com você pra isso - Eric diz

— É claro - ela desce os degraus - Pete, eu já volto, vou com a Marie buscar umas roupas pra ela.

***************

dez dias depois do ataque.

Marie passa o gel nas pernas que agora já estão bem mais bonitas, os hematomas estão sumindo, ela para na frente do espelho e se admira, ela já se sente mais bonita. Sua pele tem mais cor, seu corpo, óbvio, não mudou nada ainda, mas ela já se sente melhor.

Bom, só fisicamente.

Sentimentalmente… Ela desmorona. De que adianta ter tudo aquilo e não ter seu grupo em volta. De que adianta toda aquela proteção se ela sabe se virar lá fora. De que adianta casas sobrando se ela não tem com quem dividir.

De que adianta um lugar seguro se quem realmente importa está lá fora ou até mesmo morto?

Ela coloca a bota de couro e veste a jaqueta, afivela o coldre na cintura e nas coxas e coloca as armas nele, pega sua aljava de flechas, sua mochila e desce as escadas. Aaron e Eric estão parados na sala conversando nervosamente, junto com Heath, Melanie e Arthur.

Há dois dias, Deanna concedeu a ela a vaga no grupo de buscas principal e hoje eles estão partindo, ela está nervosa como se nunca tivesse feito aquilo antes, mas sabe que, assim que o carro sair de Alexandria, ela vai se sentir em casa

Eric bate palmas - Pra quem tá indo arriscar sua vida e matar uns cadáveres ambulantes por ai, você tá muito bonita

— Eric, para com isso, você escolheu essa roupa pra mim

— Justamente

Ela sorri

— Nervosa? - Heath pergunta

— Um pouco

— Como você fazia isso com seu outro grupo, não é novidade que passaremos por… más situações, que dormiremos mal, que temos chances de morrer a qualquer momento, mas você sabe que a primeira regra do grupo é aquela que diz… “Se há a possibilidade de salvação, salve”

Ela balança a cabeça - Sim.

— Se for preciso, corte um membro da pessoa fora, faça o que der. Mas não o deixe se transformar.

Aaron desce as escadas com sua espingarda no ombro e uma mochila de acampamento - Estou pronto.

Melanie esfrega as mãos - Então vamos.

Heath e Arthur vão na frente com Heath dirigindo. No carro de trás, está Aaron e no trailer, Eric e eles seguem juntos pela estrada por um tempo, até que surge uma divisão, onde Eric e Aaron dobram a direita, dando uma leve buzinada e Heath segue em frente, também buzinando.

— Vocês sempre tem um mapa? - Marie pergunta - Tipo lugares que a gente vai passar?

— Sim e não - Arthur responde com uma voz grossa - A gente faz um trajeto, mas nunca é certo de que vamos conseguir chegar a este lugar.

— Entendo. Existe o grupo de buscas do Aiden e do Nicholas, a única diferença entre vocês é a distância que cada grupo percorre?

Melanie ri - E a habilidade. Aiden e Nicholas são horríveis. Eles conseguem buscar o que é preciso, mas eles não tem estratégia, o espirito de equipe, a habilidade no combate direto, só sabem atirar, e nem atiram muito bem.

— Espero que não tenha dor nas costas - Arthur fala

— Porque?

— Por que dormimos no carro - Heath diz e começa a mexer no rádio, ele ascende e o cd começa a tocar.

Marie olha pela janela e fica ouvindo a música animada que não combina nada com o momento, You Give Love a Bad Name e ela acaba sorrindo de lado pois esse era seu toque de celular.

***************

dez dias depois do ataque

Ana seca a lágrima e isso faz com que sua mão suje seu rosto de sangue, ela respira fundo e solta o machado, olha seu corpo todo ensanguentado e depois sua vitima, o homem está com os olhos abertos e também cheio de sangue, seu pescoço foi cortado por ela e a jugular estourou.

— Você está bem?

Ela se vira para Rick que também está completamente sujo de sangue e balança a cabeça

— Eu… Preciso me limpar… Eu preciso sair.

Ela sai cambaleando pela igreja, se batendo nos bancos e abre a porta com força. Drake acompanha ela com o olhar, ele tem estado mais preocupado com ela, porque ela está cada dia pior, ainda é forte e aguenta o que vier, mas a situação do grupo tem exigido demais dela.

Pra começar, ele, Bob, Glenn, Daryl e Rick quase tiveram o pescoço cortado no Terminus, depois eles reencontraram a Carol, mas nada da Marie. Reencontraram o Tyreese e a Judith e nada da Marie. Agora, depois que conheceram o Padre Gabriel, Bob foi mordido e pego por eles que se assumiram canibais e comeram a perna dele, Daryl e Carol sumiram na última noite e nos últimos dois minutos ela estava muito ocupada assassinando cruelmente um dos membros do grupo de Gareth.

— Vamos… - Rick hesita olhando os corpos destroçados no chão - Juntar tudo e jogar do lado de fora da igreja, vamos botar fogo e limpar o chão.

Ele caminha até o Drake - Não quero que o Carl veja nada disso… E eu não devia ter pedido pra Ana participar.

— Você sabe que ela ia acabar participando né. Ela precisa de ação pra se distrair. Eu não quero nem pensar se… - ele engole em seco o nó que se forma na sua garganta, Rick toca seu ombro pra demonstrar que ele pode desabafar - Se não encontrarmos a Marie, ou pior ela… estar morta - ele respira fundo - Eu me mantenho forte pra ela, mas não tá sendo fácil pra mim.

— Vocês não estão sozinhos - Rick aperta o ombro dele - Eu duvido que ela esteja morta. Ninguém viu ela, ela deve ter saído. Me disseram que ela estava melhorando da gripe, eu acredito que ela esteja por aí, só não nos encontramos ainda. O mundo não está tão grande assim pra nunca mais nos vermos, vamos encontrar ela quando menos esperarmos.

Drake balança a cabeça tentando não chorar - Eu vou.. Falar com a Ana, já volto aí pra ajudar com os corpos.

— Não precisa, fique com ela

O líder ensanguentado vai pra perto de Abraham ajudar a juntar os corpos. Drake abre a porta da igreja e vê Ana sentada no pé na escada, ele se senta do lado dela e a puxa pra seu peito, ela começa a chorar mais intensamente.

— Eu não aguento mais. Chega. Eu não quero mais lidar com pessoas, eu só queria ficar num lugar, poder dormir sem medo, eu não aguento mais matar - ela estica as mãos pra frente - Olha isso. Eu não quero mais ver sangue, chega. Toda vez que eu sou obrigada a puxar minha arma, quando eu preciso fugir, da vontade de vomitar, eu não aguento mais ver gente do nosso grupo morrer. Drake, vamos embora.

— O quê?

— Vamos com Abraham e Glenn para Washington

— Não.

— Por favor.

— Eu ainda preciso encontrar a Marie.

— Ela morreu! Para de pensar nela, ela morreu! - ela fala se embolando no choro

— Nem você acredita nisso, para com isso, Ana! A Marie tá viva!

— É?! Você viu um sinal dela por ai? Nosso grupo se dividiu e ninguém viu pistas dela, nosso grupo se reuniu e nada dela.

— Então vai! Vai pra Washington! E quando o Eugene salvar o mundo fique com a consciência pesada de que você trocou sua melhor amiga por uma cama confortável. Por que prefiro ter que matar todo dia e ter você aqui, do que salvar o mundo e nunca mais ver vocês - ele fica em pé - Faça uma boa viagem e diga ao presidente que eu mandei meus cumprimentos - ele sobe os degraus da escada de volta para a igreja e é abraçado por trás

— Desculpa, desculpa… - ela o aperta e encosta a testa no meio de suas costas - Me perdoa, eu só… Só to com medo

Ele vira pra ela e a abraça, apoiando seu queixo na cabeça dela.

***************

treze dias depois do ataque.

— Marie! - Arthur chama entrando na garagem da casa, ele baixa a porta de ferro e procura

— Aqui - ela geme embaixo de uma mesa

— O que aconteceu? Eu vi você sendo derrubada - ele sussurra indo até ela e a ajudando a sair dali

— Eu me livrei, mas… acabei caindo e acho que quebrei o tornozelo, desloquei sei lá

Arthur a ergue num braço e juntos os dois correm pra dentro da casa

— Heath e Melanie ainda estão na rua

— Te viram vindo pra cá?

— Bom - ele coloca ela no chão e tranca a porta que dá pra garagem - Se viram, eles vem pra cá. Se não viram, eu vou dar um jeito de avisar que estamos aqui

Ele puxa a arma com o silenciador e Marie a besta, ela sai andando atrás dele, cada passo é um pontada no tornozelo. Arthur bate na parede e nada vem de encontro a eles.

— Parece que está vazia - ele diz

Ela vai até a parte da frente da casa e olha pela janela - Muito escuro, não vejo nada.

Arthur se senta no sofá - Não ouvi gritos, nem tiros. Os dois devem ter entrado numa casa, agora, saia da janela antes que algum deles te veja.

Eles escutam o som da porta de ferro da garagem balançando e Marie se senta no sofá na frente dele. Arthur deixa a arma na mesa entre eles e estica a mão

— Deixa eu ver seu tornozelo

Ela joga a perna por cima da mesa e ele tira a bota dela, puxa a meia pra baixo e ergue um pouco a calça. Os dois juntam os dentes e puxam o ar pela boca quando vêem o osso torto

— É… Você deslocou

— Co-Coloca no lugar - ela começa a respirar pesado, a suar frio e a ficar tonta, mesmo antes dele tocar nela

— Sério mesmo? Como eu faço?

— Vire meu pé pro outro lado até estalar - ela pega uma camiseta na sua mochila, embola e coloca na boca, mordendo forte - “Fai Lofo” - é a sua tentativa de dizer “Vai Logo”

Arthur se curva pra ela, segura seu pé com uma mão e sua perna com a outra - Posso?

— Uhum - ela murmura balançando a cabeça, com lágrimas nos olhos, apertando a camiseta na boca

Num movimento rápido, Arthur vira o pé para a esquerda e ele estala alto, Marie urra contra o pano e se contorce, começa a chorar e fica rígida no sofá, ele acaricia o tornozelo dela com os olhos arregalados

— Me desculpa, me desculpa! Meu Deus, deve ta doendo demais! Marie, desculpa!

Ela se encolhe no sofá e deixa a perna direita esticada, nada pode tocar no seu pé ou vai doer de novo, ela tira o pano da boca - Ai.

Seu parceiro de buscas se recosta no sofá e respira fundo, depois sorri - Você é durona.

Marie o olha cansada e sorri - Valeu - ela encosta a cabeça no sofá e fecha os olhos - Teremos que ficar aqui até…?

— Até um sinal de Heath. Vou tentar contatar ele pelo rádio - ele se levanta - Já volto - Arthur sobe as escadas e mesmo lá de cima, ela escuta o rádio chiando e entende por quê ele subiu… Porque o rádio pode chamar atenção dos errantes do lado de fora

Marie suspira e acaba rindo sem som quando se lembra da vez que ela e Glenn ficaram presos por um dia numa casa com errantes em volta.

— Nem funcionou - ele diz descendo para a sala - Então, Marie… temos um noite inteira pela frente, que tal se nós… - ele faz uma cara de desafio

Marie faz uma careta - O quê?!

Ele ri - Me conta ai sua vida, a gente precisa fazer o tempo passar

— Ah, certo. Eu não sei… Vejamos… Eu sou francesa.

— Qual é, tem mais coisa pra contar

— Não. Conta você.

— Bom… eu era advogado. Eu era casado e tinha um filho de vinte anos…

— Nossa, lamento.

— Não lamente, eles morreram antes disso tudo começar, de certo modo, fico feliz por isso. Não precisaram passar por nada terrível.

— Alexandria é um lugar bom. Eles poderiam viver lá.

— Não. Eu não estou em Alexandria desde o começo como Heath e Melanie. Eu cheguei lá tem uns três meses.

— Então você conhece bem aqui fora.

Ele balança a cabeça - É… Eu morava em Washington, disseram que lá teríamos proteção, mas isso não aconteceu, pelo menos não com os reles mortais. Washington tem muita gente importante que merece mais proteção. E eu deixei a cidade porque tava um caos lá, o caminho que eu seguia me trouxe até perto de Alexandria.

— Espera… Está dizendo que Washington é por aqui?

— Você não tem um bom senso de direção, né? - ele diz sorrindo - É na esquina!

— Incrível! Já fui a vários lugares dos Estados Unidos, mas Washington não.

Ele bate um mão na outra - A gente dá um pulo lá.

— Eu ia adorar - ela sorri - Continue falando de você

— Eu cheguei em Alexandria e não me encaixei direito, igual você. Aí o Heath veio conversar comigo e disse sobre o grupo de buscas… O outro cara tinha acabado de morrer, precisavam de alguém. Eu falei com a Deanna e ela liberou - ele fica em silêncio para indicar que acabou a história - Se eu fizer perguntas, você responde com sinceridade?

— Sim.

— Já está sendo sincera?

— Já - ela diz rindo

— Quantos anos você tem?

— O quê? Isso é sério?! - ela pensa e faz as contas - Se eu estiver certa, estamos em março de 2012… então eu tenho 29, 30 em setembro

— Nossa, 2012, isso começou em outubro de 2010

— Sim.

— Eu teria então 45, mês que vem, dia sete de abril, 46.

— Faremos uma festa - ela sorri - Eu faço dia 11 de setembro

— Que data horrível!

— Sim! Meu aniversário de 19 foi o pior de todos.

— O quê a fez vir para os Estados Unidos?

— Eu fui criada pelos meus tios e eles eram muito ricos e deixaram tudo pra mim e pra minha prima. Só que a França não era o nosso lugar. Vendemos tudo e viemos pra cá.

— Sem motivo nenhum?

— Tinhamos amigos aqui, e a gente gostava de acampar por Atlanta.

— Eu posso perguntar o que houve com a sua prima?

— Já perguntou né. Ela morreu. Foi mordida pra me proteger

— Nossa, eu lamento muito - ele diz lentamente

— Obrigada. Mais perguntas?

— Mais perguntas! É casada?

Ela sente o nariz arder e a garganta inchar seu queixo treme, Arthur percebe que falou o que não devia

— Desculpa… Sempre soube usar bestas?

Ela começa a chorar de vez e ele arregala os olhos

— Ó MEU DEUS, O QUE EU FALEI?!

— Nada - ela seca o rosto - Não, eu nunca casei, embora… até pouco tempo - ela respira fundo ainda com a voz falhada - Tivesse um cara tão incrivel que eu casaria com ele. Ele era perfeito. Perfeito é pouco, ele é… - ela sorri

— Entendi - Arthur diz - Isso é bom.

— Ele está vivo. Eu só me perdi dele.

— Então ainda há chances

— Sim. E eu acredito que eu vou voltar a ver ele. Eu sei atirar com besta desde os meus 14 anos. O meu tio não criou a mim e minha prima pra brincar de boneca. Mas essa aqui era do cara incrível.

— O que aconteceu pra você se separar do seu grupo?

— Eu não sei. Fomos atacados, mas eu estava isolada porque estava doente, quando eu sai, não tinha mais nada e três dias depois, o Eric me achou.

Alguém bate à porta três vezes, Marie se vira aliviada e Arthur levanta correndo, olha pela janela e a abre correndo, Heath e Melanie entram e se jogam no sofá.

— Como você tá? - Melanie pergunta

— Bem. Eu quebrei o tornozelo mas o Arthur já cuidou.

Heath coloca mochila no chão

— Já dá pra gente ir? - Arthur pergunta

— Sim - ele responde - Deixa eu só respirar, vamos voltar a Alexandria

— Porque? - os outros dois perguntam juntos

— Eu acidentalmente… Perdi nossas armas

Marie se recosta no sofá - Ih... caralho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EAAEEE
desculpa o atraso de novo
o proximo vem sexta, juro.
se eu n postar é pq eu morri x|



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As If It Were The Last Day - 5ª Temporada." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.